Dia 02 de janeiro

 

 

"... Nem eu te condeno; vai-te e não peques mais".

João 8.11.

 

Esta passagem de João 8, dos versos 1 a 11, como também toda a Escritura, foi escrita para nosso ensino: "Porque tudo o que dantes foi escrito, para nosso ensino foi escrito..." Romanos 15.4. Nesta passagem, uma mulher adúltera foi trazida pelos religiosos da época; homens que viviam de aparências, mostrando uma santidade externa, mas por dentro eram só podridão: "Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que sois semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora realmente parecem formosos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda a imundícia" Mateus 23.27.

Esses homens trouxeram essa mulher adúltera, para tentarem Jesus, pois lhe perguntaram: "E na lei nos mandou Moisés que as tais sejam apedrejadas. Tu, pois, que dizes? Isto diziam eles, tentando-o, para que tivessem de que o acusar. Mas Jesus, inclinando-se, escrevia com o dedo na terra" João 8.5-6. Jesus primeiro disse aos religiosos: "E, como insistissem, perguntando-lhe, endireitou-se, e disse-lhes: Aquele que de entre vós está sem pecado seja o primeiro que atire pedra contra ela" João 8.7. Eles ouvindo isso, foram saindo um a um; ficou só Jesus e a mulher. Então perguntou Jesus a mulher: "Mulher, onde estão aqueles teus acusadores? Ninguém te condenou? E ela disse: Ninguém, Senhor. E disse-lhe Jesus: Nem eu também te condeno; vai-te, e não peques mais" João 8.10-11.

Vemos aqui, que a hipocrisia e a religiosidade são as mesmas nos dias de hoje. O religioso cria como padrão a sua justiça própria para condenar os outros, sendo que eles não são diferentes daqueles que eles condenam: "Prometendo-lhes liberdade, sendo eles mesmos servos da corrupção. Porque de quem alguém é vencido, do tal faz-se também servo" II Pedro 2.19. "Confessam que conhecem a Deus, mas negam-no com as obras, sendo abomináveis, e desobedientes, e reprovados para toda a boa obra" Tito 1.16.

O padrão humano e religioso, é que o homem estará condenado se pecar muito. Pecar pouco é coisa comum nos homens, dizem eles, porque não vêem condições de serem santos. Quanto a isso, o Senhor diz: "Portanto, és inescusável quando julgas, ó homem, quem quer que sejas, porque te condenas a ti mesmo naquilo em que julgas a outro; pois tu, que julgas, fazes o mesmo. E bem sabemos que o juízo de Deus é segundo a verdade sobre os que tais coisas fazem. E tu, ó homem, que julgas os que fazem tais coisas, cuidas que, fazendo-as tu, escaparás ao juízo de Deus?" Romanos 2.1-3.

Nesta passagem, todos eles tinham pecado; uns mais, outros menos, mas todos eram pecadores. A religiosidade deles não os tornava dignos diante de Deus. Eles não eram diferentes daquela adúltera aos olhos de Deus: "Pois quê? Somos nós mais excelentes? De maneira nenhuma, pois já dantes demonstramos que, tanto judeus como gregos, todos estão debaixo do pecado" Romanos 3.9. Isto porque todos pecaram e precisam ser salvos por Jesus Cristo: "Por isso nenhuma carne será justificada diante dele pelas obras da lei, porque pela lei vem o conhecimento do pecado. Mas agora se manifestou sem a lei a justiça de Deus, tendo o testemunho da lei e dos profetas; isto é, a justiça de Deus pela fé em Jesus Cristo para todos e sobre todos os que crêem; porque não há diferença. Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus; sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus" Romanos 3.20-24.

Esta justiça de Deus é para todo o que crê: "Visto que com o coração se crê para a justiça, e com a boca se faz confissão para a salvação. Porque a Escritura diz: Todo aquele que nele crer não será confundido" Romanos 10.10-11. Quanto a mulher adúltera, existem dois pontos importantes. O primeiro foi quando Jesus disse a ela: "Nem eu também te condeno". Jesus não a condenou, porque não veio condenar o mundo, mas salvá-lo: "Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele" João 3.17. Quem a estava condenando eram os homens.

O segundo ponto é quando disse: "... vai-te, e não peques mais". Jesus não disse a ela: - Vai-te, a tua fé te salvou, como disse a tantos outros. Isso porque ela não veio a Jesus para ser salvo, mas foi trazida a força. Não foi ela quem buscou Jesus para ser salva, mas foi livrada por Ele para não ser condenada pelos homens, pelos religiosos. Isso nos mostra que o juízo humano não tem valor diante de Deus: "Não julgueis, para que não sejais julgados. Porque com o juízo com que julgardes sereis julgados, e com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir a vós" Mateus 7.1-2.

Esta passagem nos traz um ensinamento muito precioso. Primeiro que todos estão debaixo do pecado, e todos precisam do Salvador Jesus. A justiça própria do homem não tem valor algum diante de Deus, apenas para acrescentar-lhe condenação. Segundo, que não podemos levar as pessoas à força para Ele.

Nem a justiça própria nem a força podem levar uma pessoa a Jesus, somente o Pai (João 6.37). Não é por força, nem por constrangimento ou imposição, mas pelo Espírito de Deus: "Não por força nem por violência, mas sim pelo meu Espírito, diz o Senhor dos Exércitos" Zacarias 4.6. Amém.

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