Dia 11 de abril
Sermão do Monte - Parte XXV "E, abrindo a sua boca, os ensinava...". Mateus 5.2.
O sermão do monte é o marco que iniciou a caminhada de Jesus no seu ministério de ensino aos seus discípulos. Depois de separar seus doze apóstolos, percorreu toda a Galiléia, ensinando nas sinagogas, pregando o evangelho do Reino de Deus, e curando todas as doenças e enfermidades entre o povo. Assim a sua fama correu por toda a Síria. De sorte que o seguiam grandes multidões. Jesus, pois vendo as multidões, subiu em um monte e passou a ensiná-las sobre o Reino de Deus. E abrindo a sua boca, disse-lhes: "Portanto, tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lho também vós, porque esta é a lei e os profetas" Mateus 7.12. Como vimos em nossa meditação do dia 08 de abril, o julgamento dos outros, nada mais é do que uma forma de justificar a nós mesmos. Quando julgamos alguém, aquele juízo é para nós e não para o outro. Aquilo que no irmão é um cisco, e que ainda é pequeno, em nós já é uma trave. Por isso é que Jesus disse: "Com a medida com que tiverdes medido, vos medirão a vós". Não é sobre outros assuntos que seremos julgados por Deus, mas pelo mesmo assunto que julgamos o irmão. Cisco e trave são da mesma natureza, mas a trave é maior que o cisco. Este julgamento pode ser usado de forma inversa. O que você deseja que os homens te façam? Não faça desse desejo um julgamento porque eles não te fazem, mas use do mesmo julgamento para você fazer. Tudo o que você quer que os homens te façam, fazei-lho também. Este é um julgamento que podemos fazer e não seremos condenados porque é de amor; no amor se cumpre toda a lei e os profetas: "O amor não faz mal ao próximo. De sorte que o cumprimento da lei é o amor" Romanos 13.10. "E Jesus disse-lhe: Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento. Este é o primeiro e grande mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas" Mateus 22.37-40. O julgamento é do nosso EU, da nossa alma, da nossa carne. Eles desejam só a satisfação, o reconhecimento, o bem estar. Mas EU, já estou crucificado com Cristo, e vivo não mais EU, mas Cristo vive em mim (Gálatas 2.20). Os que são de Cristo, crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências (Gálatas 5.24). O julgamento segundo a aparência irá nos levar a falar mal do próximo, mas segundo a reta justiça irá fazer com que o amemos. O julgamento é do nosso EU, já o amor é de Cristo: "E conhecer o amor de Cristo, que excede todo o entendimento, para que sejais cheios de toda a plenitude de Deus" Efésios 3.19. O julgamento que fazemos dos outros, irá fazer com que Deus nos julgue também com a mesma medida. Já as obras de amor nos acompanharão: "Então ouvi uma voz do céu, que dizia: Escreve: Bem-aventurados os mortos que desde agora morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, para que descansem dos seus trabalhos, pois as suas obras os acompanham" Apocalipse 14.13 *CMTHG. O amor jamais acaba: "O amor jamais acaba; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá; porque, em parte conhecemos, e em parte profetizamos; mas, quando vier o que é perfeito, então o que é em parte será aniquilado" I Coríntios 13.8-10. No jardim do Éden, vemos um exemplo claro desse julgamento quando Adão e a mulher pecaram. Nenhum deles assumiu a sua culpa, mas transferiu para o outro. Adão transferiu para a mulher o juízo quando disse: "A mulher que me deste por companheira, ela me deu da árvore, e comi". Já a mulher transferiu para a serpente: "A serpente me enganou, e eu comi" Gênesis 3.12-13. O julgamento é assim: um transfere para o outro aquilo que é propriamente seu. Jesus foi diferente, Ele manifestou o seu amor por nós. Ele não nos julgou, mas trouxe-nos a salvação. Ele levou sobre si a nossa condenação: "Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados. Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu caminho; mas o SENHOR fez cair sobre ele a iniqüidade de nós todos" Isaías 53.5-6. O que o Senhor queria que fizéssemos, Ele fez por nós. Agora Ele nos diz: "Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também. Na verdade, na verdade vos digo que não é o servo maior do que o seu senhor, nem o enviado maior do que aquele que o enviou. Se sabeis estas coisas, bem-aventurados sois se as fizerdes" João 13.15-17. "Nós sabemos que passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos. Quem não ama a seu irmão permanece na morte. Qualquer que odeia a seu irmão é homicida. E vós sabeis que nenhum homicida tem a vida eterna permanecendo nele. Conhecemos o amor nisto: que ele deu a sua vida por nós, e nós devemos dar a vida pelos irmãos" I João 3.14-16. Despojemo-nos, pois, do velho homem, e revistamo-nos do novo homem que segundo Deus foi criado em verdadeira justiça e santidade (Efésios 4.22-24). Rejeitemos as obras das trevas, as acusações, as cobranças e o julgamento: "E ouvi uma grande voz no céu, que dizia: Agora é chegada a salvação, e a força, e o reino do nosso Deus, e o poder do seu Cristo; porque já o acusador de nossos irmãos é derrubado, o qual diante do nosso Deus os acusava de dia e de noite" Apocalipse 12.10, e revistamo-nos das armas da luz: "Amados, amemo-nos uns aos outros; porque o amor é de Deus; e qualquer que ama é nascido de Deus e conhece a Deus" I João 4.7. "O amor...não suspeita mal..." I Coríntios 13.5. Uma coisa é necessária que fique bem claro a nós. Se você tentar amar o próximo, você irá ver que acabará julgando-o. Mas se você conhecer a Cristo que é a sua vida, então você irá buscar o proveito que é do outro e não o seu próprio: "Portanto cada um de nós agrade ao seu próximo no que é bom para edificação. Porque também Cristo não agradou a si mesmo..." Romanos 15.2-3. Não tente amar, porque um egoísta não pode amar, ele só irá julgar. Creia que o egoísta está crucificado com Cristo. Agora é Cristo quem vive e manifesta o seu amor. Se Jesus não é a sua vida, então você é escravo(a) da sua natureza birrenta, amargurada, vingativa e nunca poderá conhecer o que significa esta Palavra: "Portanto, tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lho também vós, porque esta é a lei e os profetas". Mas se Ele é a sua vida, então está nEle a suficiência para o cumprimento desta e de toda a Palavra de Deus: "Eu sou a videira, vós as varas; quem está em mim, e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer" João 15.5. Amém. |
|