Dia 12 de agosto

Nós podemos ler a Palavra de Deus como um livro comum, ou lê-la pedindo ao Espírito que traga luz à ela. Tudo o que foi escrito para nosso ensino foi escrito (Romanos 15.4). Certa vez li a bíblia completa e no final não recebi nenhuma revelação em toda aquela leitura. Perguntei ao Senhor o porquê daquela experiência com a Sua Palavra e Ele me disse: "Porque vale mais um dia nos teus átrios do que em outra parte mil" Salmos 84.10. A letra sem o Espírito que dá vida não tem valor algum.

No texto que iniciamos Jacó pela segunda vez edificou um altar naquele mesmo lugar. A primeira vez foi quando ele colocou uma pedra debaixo de sua cabeça para dormir. Em sonho teve a visão de uma escada cujo topo chegava ao céu, e onde anjos de Deus subiam e desciam por ela (Gênesis 28.11-12). Jacó depois de acordar, fez daquela pedra uma coluna, derramou azeite sobre ela e chamou aquele lugar "Betel", que quer dizer: Casa de Deus. "Então levantou-se Jacó pela manhã de madrugada, e tomou a pedra que tinha posto por seu travesseiro, e a pôs por coluna, e derramou azeite em cima dela. E chamou o nome daquele lugar Betel; o nome porém daquela cidade antes era Luz" Gênesis 28.18-19.

Há aqui também uma revelação muito preciosa que iremos compartilhar posteriormente, mas desta vez vamos nos ater na meditação para hoje. Na primeira vez que Jacó adorou a Deus, ele não o conhecia. Ele tivera uma visão celestial e considerou ser aquele lugar a Casa de Deus. Quantos não pensam assim? Quantos não consideram o templo feito por mãos humanas como a Casa de Deus? Jacó precisou percorrer um caminho árduo para conhecer o Senhor. O vale de Jaboque foi o início de uma verdadeira vida de conhecimento do seu Deus (Gênesis 32.22-30). Quando Jacó voltou àquele lugar que a princípio tinha chamado de Betel, ele mudou o nome para "El-Betel", isto é, o Deus da Casa de Deus.

Como disse Jesus àquela mulher samaritana, se vamos a Betel é porque adoramos o que não conhecemos. Se vamos a El-Betel, então nossa adoração será preciosa diante dEle. O Pai procura a tais que vão a El-Betel: "Vós adorais o que não sabeis; nós adoramos o que sabemos porque a salvação vem dos judeus. Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem. Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade" João 4.22-24.

Adorar não é dar o melhor que temos ao Senhor, mas é dar aquilo que de melhor temos recebido dEle. Ninguém primeiro dá a Deus para depois ser retribuído: "Ou quem lhe deu primeiro a ele, para que lhe seja recompensado?" Romanos 11.35. Qualquer coisa que ofertemos a Deus deve primeiro vir das suas mãos: "Porque quem sou eu, e quem é o meu povo, para que pudéssemos oferecer voluntariamente coisas semelhantes? Porque tudo vem de ti, e do que é teu to damos" I Crônicas 29.14.

Qualquer um que é chamado por Deus estará primeiro em Betel. Depois é necessário passar pelo vale de Jaboque, pela regeneração, pelo nascimento do Espírito. Se não houver o novo nascimento não é possível ver o Reino de Deus nem entrar nele (João 3.3-5). Depois da regeneração o Espírito nos leva a El-Betel. El-Betel é Cristo, é a Igreja viva de um Deus vivo: "Porque, assim como o corpo é um, e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, são um só corpo, assim é Cristo também" I Coríntios 12.12.

Jacó em Betel era um enganador, um mentiroso, um trapaceiro. Quando ainda não temos revelação e cremos que Betel é a casa de Deus, a nossa situação com certeza é a mesma de Jacó, trapaciamos com Deus, mas depois que passamos pela regeneração como Jacó no vale de Jaboque, o nosso nome é mudado para Israel. Israel não é mais um homem sozinho, mas um povo que anda com Deus: "Então disse: Não te chamarás mais Jacó, mas Israel" Gênesis 32.28. Israel é o seu povo, e Cristo e o seu povo é a verdadeira Casa de Deus: "Mas Cristo, como Filho, sobre a sua própria casa; a qual casa somos nós, se tão somente conservarmos firme a confiança e a glória da esperança até ao fim" Hebreus 3.6. Amém.

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