Dia 16 de dezembro
DECADÊNCIA INCONSCIENTE
Um dos maiores perigos que enfrenta o cristão é a inconsciência de sua decadência espiritual. O profeta Oséias dizia de Efraim (Israel): "Estrangeiros lhe comeram a força, e ele não o sabe; também as cãs se espalharam sobre ele, e não o sabe" (7:9). Há algo que Efraim não sabia. Efraim presumia muitas coisas, mas não conhecia sua real condição. Ele pensava que tinha forças, mas estranhos o tinham devorado; pensava que era jovem, mas já lhe tinham saído cabelos brancos. Os cabelos brancos são sinal de velhice, de debilidade. Como não se dar conta de que começaram a sair? G. Campbell Morgan, em seu livro "O coração de Deus", fala a respeito da 'decadência inconsciente': "Com freqüência não sabemos descobrir por nós mesmos os sinais de decadência que estão patentes aos olhos dos demais, e seguimos em nosso caminho, inconscientes vítimas de uma força que se dissipa e que chega a estar moral e espiritualmente debilitada, sem sabê-lo. Estamos cegos ante os sinais que aos olhos de quem nos olham são evidentes e bem visíveis. Não há condição mais perigosa para nosso bem-estar espiritual, que este tipo de decadência inconsciente". Mas há mais. Efraim tinha dito: "Certamente enriqueci, achei riquezas para mim; ninguém achará iniqüidade em mim, nem pecado em todos meus trabalhos" (Oseias 12:8). Aqui fala de dois assuntos: das riquezas, e da justiça própria. Ele crê que as riquezas são produto de sua inteligência ou artifício. Mas é assim? O Senhor Jesus lhe diz a uma Laodiceia presumida. "Tu és pobre", e agrega: "Aconselho-te que de mim compres ouro refinado em fogo". As verdadeiras riquezas consistem em ouro, mas não qualquer ouro, senão o ouro refinado em fogo. Efraim diz também: "Ninguém achará iniqüidade em mim, nem pecado em todos meus trabalhos". Efraim assumiu uma postura de justiça própria, muito contrária à realidade. Opina muito bem de si mesmo, mas Deus vê algo muito diferente. Que tremenda desgraça é para um filho de Deus pensar bem de si mesmo quando o Senhor está reprovando sua atitude e conduta! A justiça própria não necessariamente é uma postura deliberada e consciente. Bem pode ter-se introduzido furtivamente no coração do crente. Em seus primórdios foi pobre, e se conhecia pobre. Humilhou-se diante de Deus e Deus lhe teve compaixão e ouviu o seu clamor, e lhe concedeu riquezas. Depois, viu-se adornado com ricos dons, recebeu os louvores de todos, e, em sua tolice, chegou a pensar que tais dons lhe tinham sido outorgados porque era uma classe especial de pessoa. E assim vai surgindo a justiça própria. Assim, uma justiça imputada, vem transformar-se numa justiça própria. Isto é a síndrome de Efraim. Não é novo, nem está circunscrito a um setor determinado da cristandade. Ronda constantemente ao redor de todo filho de Deus, para induzir-lhe a pensar bem de si e mau de outros. Que o Senhor nos livre de tão venenosa atitude e presunção. Que, pela graça de Deus, sejamos achados livres de tal doença. |
|