"...e a sua graça para comigo não foi vã...".

I Coríntios 15.10.

Existe nos denominados cristãos, uma coisa em comum. Ou são ativos, ou são passivos com as coisas de Deus. Os ativos defendem que os cristãos não podem estar parados, tem que estar em alguma atividade, fazendo a obra de Deus para crescerem espiritualmente. Estão sempre prontos para evangelizar, pregar, visitar e etc... Não conseguem ficar parados, não conseguem se aquietar.

Para defender o seu ativismo, usam textos da Palavra, tais como: "Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças, porque na sepultura, para onde tu vais, não há obra nem projeto, nem conhecimento, nem sabedoria alguma" Eclesiastes 9.10. A brasa tem que estar no braseiro, sempre sendo alimentado por alguma atividade, para que a chama não se apague; mas na verdade, buscam para si uma glória que pertence somente ao Senhor.

Já os passivos, são contra qualquer tipo de atividade. São adeptos do "tudo pela graça". Estes usam a graça como desculpa para a sua preguiça. Eles dizem: - Tudo está consumado irmão, não há mais nada para fazer. Toda a vontade de Deus será cumprida por Ele mesmo; mas na verdade, não se importam com Deus e com Jesus; somente em satisfazer-se com as Suas coisas: "Passei pelo campo do preguiçoso, e junto à vinha do homem falto de entendimento, eis que estava toda cheia de cardos, e a sua superfície coberta de urtiga, e o seu muro de pedras estava derrubado. O que eu tenho visto, o guardarei no coração, e vendo-o recebi instrução. Um pouco a dormir, um pouco a cochilar; outro pouco deitado de mãos cruzadas, para repousar..." Provérbios 24.30-33. "Jesus respondeu-lhes, e disse: Na verdade, na verdade vos digo que me buscais, não pelos sinais que vistes, mas porque comestes do pão e vos saciastes. Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela comida que permanece para a vida eterna, a qual o Filho do homem vos dará; porque a este o Pai, Deus, o selou" João 6.26-27.

É verdade que Deus irá cumprir toda a Sua Vontade, e que toda a operação dEle sobre nós é pela graça, mas essa graça não é estéril, não é vã para conosco. Antes, ela nos faz trabalhar muito: "Mas pela graça de Deus sou o que sou; e a sua graça para comigo não foi vã, antes trabalhei muito mais do que todos eles; todavia não eu, mas a graça de Deus, que está comigo" I Coríntios 15.10.

A graça não é uma força, um tipo poder ou qualquer outra coisa, mas uma Pessoa; é Cristo manifestando a Sua vida em nós: "Porque a lei foi dada por Moisés; a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo" João 1.17. "Vos aperfeiçoe em toda a boa obra, para fazerdes a sua vontade, operando em vós o que perante ele é agradável por Cristo Jesus, ao qual seja glória para todo o sempre. Amém" Hebreus 13.21.

Ser ativo é um erro, porque estaremos fazendo pelo nosso querer e força, e não por Cristo. Não somos carvão com necessidades de estarmos num braseiro - caso contrário se apagará como dizem alguns -, mas somos luz no Senhor.

Aquele que nasceu de novo é cheio do Espírito, e essa luz nunca se apagará, porque Jesus é a luz eterna que resplandeceu em nossos corações, onde o poder é de Deus: "Porque Deus, que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações, para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo. Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não de nós" II Coríntios 4.6-7. "O espírito do homem é a lâmpada do Senhor" Provérbios 20.27.

Ser passivo, com desculpas de estar na graça, também é um grande erro. A graça como já vimos é uma Pessoa. Como uma Pessoa que busca, alimenta e cuida das suas ovelhas, pode estar parado? Em Cristo, não cabe atividade humana, nem preguiça, mas a manifestação da Sua Vida em nós, a favor do seu povo: "E Jesus lhes respondeu: Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também. As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu conheço-as, e elas me seguem; e dou-lhes a vida eterna, e nunca hão de perecer, e ninguém as arrebatará da minha mão" João 5.17; 10.27-28.

Se você sempre se esforça, e dá o seu suor para fazer algo para Deus, não é graça. Saber que Deus tem poder para fazer, e você não gozar desse poder operando em você, não é graça.

A graça para conosco não é uma atividade humana, cheia de obras humanas e morta, nem uma preguiça. Ela não é vã para conosco; antes, Cristo em nós, nos faz trabalhar muito mais do que todos; todavia não nós, mas Cristo que está em nós. Amém.