Dia 23 de maio

Como vimos anteriormente, conhecer a letra não é suficiente. Podemos aprender e até ensinar outros sobre os atributos de Deus. Podemos nos tornar um D.D. em teologia, mas nada disso tem valor se não O conhecermos na face de Cristo. Quanto mais o conhecemos, mais nos alegramos nAquele que é digno de todo louvor e adoração.

Ele nos tem feito conhecer os caminhos da vida; com a Sua face, tem nos enchido de júbilo (Atos 2.28). Falar de Deus é falar do inescrutável, mas o que de Deus se pode conhecer, tem sido manifesto pelo próprio Deus, mediante as coisas criadas e a revelação da Sua Pessoa através da face de Jesus Cristo que habita em nós (II Coríntios 4.6). Portanto, é justo o glorificarmos como nosso Deus e Pai.

Paciência e longanimidade estão intimamente ligadas entre si. A Paciência é a tolerância que Deus tem para com o pecador, apesar do seu conhecimento futuro e da necessidade de aplicação da Sua Ira e da Sua Justiça. A Longanimidade é o atributo que faz com que Deus esteja sempre animado nesta espera apesar das controvérsias. Podemos dizer que a Sua Paciência faz com que Deus espere e a Sua Longanimidade o faz animado ainda que o tempo seja longo.

Encontramos a aplicação desses seus atributos em toda a Escritura, pois Deus fala com muita alegria das suas promessas, ainda que tenham sido feitas há muitos anos passados, e também saiba que muitos não crerão: "Eis que eu os congregarei de todos os países para onde os tenho lançado na minha ira, e no meu furor e na minha grande indignação; e os tornarei a trazer a este lugar, e farei que habitem nele seguramente. E eles serão o meu povo, e eu serei o seu Deus. E lhes darei um só coração, e um só caminho, para que me temam para sempre, para seu bem e o bem de seus filhos, depois deles; e farei com eles um pacto eterno de não me desviar de fazer-lhes o bem; e porei o meu temor no seu coração, para que nunca se apartem de mim. E alegrar-me-ei por causa deles, fazendo-lhes o bem; e os plantarei nesta terra, com toda a fidelidade do meu coração e da minha alma" Jeremias 32.37-41. Apesar de Israel ter deixado o Senhor, a Sua Paciência e Longanimidade fará que se cumpra o que está escrito acima. Ele já tem cumprido essas promessas com os gentios, mas cumprirá também com a nação de Israel.

A Paciência e Longanimidade de Deus é o domínio que Ele tem sobre si mesmo, levando-O a tolerar os pecadores e ser tardio em castigá-los, porque a Sua esperança é que eles se arrependam, apesar de saber que isto não vai acontecer: "Jeová, Jeová, Deus misericordioso e compassivo, tardio em irar-se e grande em beneficência e verdade; que usa de beneficência com milhares; que perdoa a iniqüidade, a transgressão e o pecado; que de maneira alguma terá por inocente o culpado; que visita a iniqüidade dos pais sobre os filhos e sobre os filhos dos filhos até a terceira e quarta geração" Êxodo 34.6-7. "O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia; porém é longânimo para convosco, não querendo que ninguém se perca, senão que todos venham a arrepender-se" II Pedro 3.9.

Nós podemos ver de uma maneira muito clara essa paciência de Deus na Pessoa de Jesus Cristo. Cristo crucificado é o testemunho de Deus desta paciência e longanimidade. O sacrifício de Jesus Cristo é a demonstração da justiça e da paciência de Deus para com os pecadores: "sendo justificados gratuitamente pela sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus, ao qual Deus propôs como propiciação, pela fé, no seu sangue, para demonstração da sua justiça por ter ele na sua paciência, deixado de lado os delitos outrora cometidos" Romanos 3.25.

O que faz Deus ser paciente com os homens, apesar dEle saber que eles não vão se arrepender, é a Sua Longanimidade. Caso Deus não fosse longânimo, Ele seria o ser mais desanimado do universo. O homem não pode ser Deus, mas caso tivéssemos todo o conhecimento do futuro, seria difícil vivermos o dia de hoje. Viveríamos ansiosos ou desanimados se soubéssemos de tudo o que ia acontecer amanhã ou daqui a dez anos. Mas Deus vive esta realidade: "Lembrai-vos das coisas passadas desde a antiguidade; que eu sou Deus, e não há outro Deus, não há outro semelhante a mim. Que anuncio o fim desde o princípio, e desde a antiguidade as coisas que ainda não sucederam; que digo: O meu conselho será firme, e farei toda a minha vontade" Isaías 46.9-10.

Vimos anteriormente que a Onisciência de Deus, dá a Deus condições de conhecer tudo e a todos, desde o princípio até o fim. A Onisciência dá a Ele esse conhecimento, mas a Sua Longanimidade faz com que Deus viva animado 100% este exato momento, ainda que saiba de tudo o que vai acontecer. A Sua Onisciência o faz conhecedor tudo e a todos; a Sua Longanimidade o faz animado, e Sua Paciência o torna em condições de esperar pacientemente o momento.

É grandioso, mas nós nunca poderemos ser assim. Agora, viver cada momento de sua vida intensamente, e esperar com paciência o que está para acontecer ao seu tempo próprio, é impossível para o homem pecador, mas não para os filhos de Deus. Graças a Deus que é esta natureza divina que Deus tem nos feito participante em Cristo. É para gozarmos de tudo o que Ele nos tem dado que está nos transformando pelo Seu Espírito de glória em glória na Sua Imagem (II Coríntios 3.18). Longanimidade e paciência são frutos do Espírito, que podemos participar no conhecimento de Cristo Jesus nossa vida: "Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança" Gálatas 5.22. Amém.