Dia 24 de dezembro

 

 

O PRIMEIRO E O ÚLTIMO

 

Para o coração torto do homem é mais fácil pôr a confiança nas coisas visíveis, externas, que num Deus invisível que trata com o homem na intimidade de seu coração.

Assim foi desde o princípio com Israel. O que eram indicações tipológicas, converteram-se, num povo cego pela incredulidade e vã religiosidade, nos antitipos, nas realidades que esses tipos indicavam.

Assim ocorreu, por exemplo, com o lugar onde se devia adorar a Deus. Em Deuteronômio 12, Deus ordena ao povo a adorar num só lugar, o lugar escolhido por ele. Primeiro foi Siló, depois Jerusalém. Por isso, ainda nos dias de Jesus Cristo, encontramos à mulher samaritana tão complicada com o lugar de adoração, mesmo sabendo em que consistia a verdadeira adoração.

Assim também ocorreu com a lei. O mesmo Torá alentava o povo a pôr a confiança na lei, como se nela estivesse a vida. Assim o diz, por exemplo, Deuteronômio 32:47: "Porque não é coisa vã; antes é a vossa vida …". A lei, certamente constituía o caminho para mostrar-lhes a vida, mas a vida só está em Deus. Nos dias de Jesus, quando já a distorção era completa, os judeus confiavam na lei mais do que no Filho de Deus. O Senhor Jesus foi acusado muitas vezes, segundo eles, de infringir a lei.

Que diremos de Jerusalém, a cidade que Deus escolheu para pôr nela seu Nome? Ela tinha muro e antemuros, tinha sido edificada sobre um morro, o morro santo, quem podia demovê-la? A idolatria por Jerusalém estava intacta quando foi destruída por Tito no ano 70 de nossa era. A história registra que quando a cidade foi rodeada pelas legiões romanas, os judeus que estavam fora, em vez de fugir dela, tentavam por todos os meios entrar, considerando que era o lugar mais seguro sobre a terra.

Que diremos do templo? O templo passou a ser, de contínuo, o conteúdo da verdadeira religião. O templo era, 'per si', o lugar sagrado, no qual podiam confiar. Nos dias de Jeremías Deus já reclamava isto de seu povo (Jeremías 7:14). Eles pensavam que Israel não podia ser tocado, nem ameaçado, nem destruído porque o templo estava em pé, como mostra segura do favor de Deus. Mas nos dias de Ezequiel a glória de Deus deixou o templo - o qual foi uma mostra irrefutável de que esse lugar deixava de ser a habitação de Deus.

Tudo isto, o lugar, a lei, Jerusalém e o templo, tinham suplantado a Deus no coração de Israel. O coração, esvaziado de Deus, se agarravam inutilmente àquelas coisas que sendo boas e lícitas, não podiam substituí-lo. Quando são úteis aquelas coisas 'legítimas' e 'boas'? Quando Deus está no centro. Se Deus – o Senhor Jesus Cristo para nós hoje – não ocupa o primeiro lugar, então todas aquelas coisas se convertem num estorvo e num fetiche.

Através de Isaías, Deus disse: "Ouve-me Jacó, e tu Israel, a quem chamei: Eu mesmo, eu o primeiro, eu também o último" (Is. 48:12). O mesmo diz o Senhor Jesus no Novo Testamento: "Eu sou o Alfa e a Omega, princípio e fim, diz o Senhor" (Ap. 1:8).

Fora dele, não há nada. Nada tem valor, tudo palidece, se esmorece e perverte. Só ele é Deus.

 

Igreja em Temuco - Chile

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