Dia 27 de março
Sermão do Monte - Parte IX "E, abrindo a sua boca, os ensinava...". Mateus 5.2.
O sermão do monte é o marco que iniciou a caminhada de Jesus no seu ministério de ensino aos seus discípulos. Depois de separar seus doze apóstolos, percorreu toda a Galiléia, ensinando nas sinagogas, pregando o evangelho do Reino de Deus, e curando todas as doenças e enfermidades entre o povo. Assim a sua fama correu por toda a Síria. De sorte que o seguiam grandes multidões. Jesus, pois vendo as multidões, subiu em um monte e passou a ensiná-las sobre o Reino de Deus. E abrindo a sua boca, disse-lhes: "Outrossim, ouvistes que foi dito aos antigos: Não perjurarás, mas cumprirás os teus juramentos ao SENHOR. Eu, porém, vos digo que de maneira nenhuma jureis; nem pelo céu, porque é o trono de Deus; nem pela terra, porque é o escabelo de seus pés; nem por Jerusalém, porque é a cidade do grande Rei; nem jurarás pela tua cabeça, porque não podes tornar um cabelo branco ou preto. Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; não, não; porque o que passa disto é de procedência maligna" Mateus 5.33-37. A lei que veio por meio de Moisés era o ministério da morte: "E, se o ministério da morte, gravado com letras em pedras, veio em glória, de maneira que os filhos de Israel não podiam fitar os olhos na face de Moisés, por causa da glória do seu rosto, a qual era transitória..." II Coríntios 3.7. Jesus nos trouxe a graça, a verdade, e o Reino dos céus: "Desde então começou Jesus a pregar, e a dizer: Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus" Mateus 4.17. O ministério agora é do Espírito, e este ministério é muito mais glorioso: "...como não será de maior glória o ministério do Espírito?" II Coríntios 3.8. Na lei de Moisés, perjurar era jurar falsamente, ser uma testemunha falsa. Eles tinham o costume de colocar o nome de Deus, dos céus ou de sua cabeça na jura para validá-la: "Mas ele o negou outra vez. E pouco depois os que ali estavam disseram outra vez a Pedro: Verdadeiramente tu és um deles, porque és também galileu, e tua fala é semelhante. E ele começou a praguejar, e a jurar: Não conheço esse homem de quem falais" Marcos 14.70-71. Perjurar também era fazer um voto a Deus e não cumprir: "Quando a Deus fizeres algum voto, não tardes em cumpri-lo; porque não se agrada de tolos; o que votares, paga-o. Melhor é que não votes do que votares e não cumprires" Eclesiastes 5.4-5. Como já vimos anteriormente, na lei de Moisés o Senhor exigia obediência a ela, no Reino dos céus, o cumprimento da lei é o amor. Jesus disse que de maneira nenhuma devemos jurar. Também não é necessário fazer votos a Deus, porque Ele já nos deu tudo em Cristo: "Visto como o seu divino poder nos deu tudo o que diz respeito à vida e piedade, pelo conhecimento daquele que nos chamou pela sua glória e virtude" II Pedro 1.3. "Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo" Efésios 1.3. Em hipótese nenhuma devemos prometer alguma coisa a alguém, nem assumir nenhum compromisso. Em toda e qualquer situação, sempre devemos dizer: - Se o Senhor quiser, e vivermos até lá, faremos isto ou aquilo. "Digo-vos que não sabeis o que acontecerá amanhã. Porque, que é a vossa vida? É um vapor que aparece por um pouco, e depois se desvanece. Em lugar do que devíeis dizer: Se o Senhor quiser, e se vivermos, faremos isto ou aquilo" Tiago 4.14-15. O nosso falar deve ser sim, sim; não, não. Pelas nossas palavras podemos ser justificados, como podemos ser condenados: "Mas eu vos digo que de toda a palavra ociosa que os homens disserem hão de dar conta no dia do juízo. Porque por tuas palavras serás justificado, e por tuas palavras serás condenado" Mateus 12.36-37. Não devemos fazer uma promessa a alguém se não podemos cumpri-la. Talvez entre nós seja raro pessoas que juram ou fazem votos a Deus, mas quantas vezes não encontramos pessoas e dizemos a elas: - Qualquer dia desses vou passar em sua casa. Ou: - Eu vou te fazer isto ou aquilo. A lei dizia que era para não perjurar; Jesus nos ensina que não é para prometermos ou assumirmos qualquer coisa que não iremos cumprir. Nosso falar deve ser sim, sim; não, não; porque o que passa disto é de procedência maligna. Fazemos uma promessa e não cumprimos. Se não cumprirmos ficou uma dívida, um compromisso: "A ninguém devais coisa alguma, a não ser o amor com que vos ameis uns aos outros; porque quem ama aos outros cumpriu a lei" Romanos 13.8 (Aqui não é só dinheiro, é coisa alguma, mesmo uma palavra dita). Se não pagarmos a dívida, seremos achados mentirosos. Aquela promessa foi uma mentira. Toda mentira não procede de Deus, mas do maligno: "Vós tendes por pai ao diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai. Ele foi homicida desde o princípio, e não se firmou na verdade, porque não há verdade nele. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso, e pai da mentira" João 8.44 O amor é verdadeiro, e não busca os seus próprios interesses. O amor não folga com a injustiça. É este amor que devemos conhecer em Cristo nossa vida, e não vivermos apenas de aparências e promessas: "Para que Cristo habite pela fé nos vossos corações; a fim de, estando arraigados e fundados em amor, Poderdes perfeitamente compreender, com todos os santos, qual seja a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade, e conhecer o amor de Cristo, que excede todo o entendimento, para que sejais cheios de toda a plenitude de Deus" Efésios 3.17-19. "Filho meu, se ficaste por fiador do teu companheiro, se deste a tua mão ao estranho, e te deixaste enredar pelas próprias palavras; e te prendeste nas palavras da tua boca; faze pois isto agora, filho meu, e livra-te, já que caíste nas mãos do teu companheiro: Vai, humilha-te, e importuna o teu companheiro. Não dês sono aos teus olhos, nem deixes adormecer as tuas pálpebras. Livra-te, como a gazela da mão do caçador, e como a ave da mão do passarinheiro" Provérbios 6.1-5. Amém. |
|