A ESCOLA DE CRISTO
De Theodore Austin Sparks
Prefácio da Terceira Edição Revisada.
A ministração contida neste pequeno livro foi
escrita sobre a bigorna de envolvimentos
profundos e drásticos de Deus com o vaso. Não
é apenas algo doutrinário; é experimental.
Somente aqueles que realmente querem se
relacionar com Deus irão suportar as dores
requeridas para lê-lo. Para tanto, duas palavras
de aviso podem ser úteis. Primeiramente, tente
se lembrar de tudo, a fim de que a palavra
falada seja retida. As mensagens foram dadas em
conferência, e o leitor deve tentar entrar no
espírito dela, e se preocupar em ouvir, e não
apenas em ler. No discurso, o mensageiro pode
ver, pelas faces diante dele, onde a repetição
ou ênfase, ou uma elucidação mais completa, é
necessária. Isto explica por que muito daquilo
não tem precisamente o caráter de uma produção
literária. O discurso tem as suas dificuldades
para os leitores, mas também tem os seus
valores.
Então, meu conselho é que não muito deveria ser
lido de imediato. Quase toda página requer que
se reflita a respeito, e a fadiga pode
simplesmente prejudicar, se for lido muito sem
uma meditação tranquila. De todos os livros que
têm sido discutidos a partir deste ministério,
este é o que eu recomendo, como aquele que vai
mais profundamente às raízes e fundações da
nossa vida em Cristo, com Deus. Que Ele faça com
que esta leitura resulte em uma completa
compreensão do significado de Cristo.
Capítulo 1
– O Fundamento da Educação Espiritual
Ler: Eze 40:2-4; 43:10-11; Mat 3:17; 11:25-30;
Jo.1:51; Luc 9:23; Efe. 4:20-21.
A palavra básica dos textos lidos, em nosso
propósito aqui, é Mateus 11.29 _
“Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim.”
Aprendei de mim. O Apóstolo Paulo, de uma forma
ligeiramente diferente, nos diz o que o Senhor
Jesus quis significar:
“Não aprendestes assim Cristo”.
Efé.4.20
Excluir uma palavra bem pequena faz toda a
diferença e nos dá o verdadeiro sentido. O
Senhor Jesus, enquanto estava aqui, pode apenas
fazer uma colocação na forma objetiva, pois o
tempo subjetivo ainda não havia chegado, e assim
Ele tinha que dizer,
“Aprendei de mim”.
Quando o tempo subjetivo chegou, o Santo
Espírito levou o apóstolo a excluir a palavra
“de”,
e a dizer apenas
“aprender Cristo”.
Estou certo de que muitos de vocês irão
discerner imediatamente que há uma falta na
grande maioria da Cristandade de hoje - há um
tipo de imitação objetiva de Jesus que não leva
a lugar algum, ao contrário da aprendizagem
subjetiva de Jesus.
Assim, durante este breve espaço de tempo,
estaremos nos ocupando com a Escola de Cristo,
escola para a qual Ele trouxe os doze
(discípulos), a quem escolheu “para
que estivessem com Ele, e para que Ele os
enviasse.” (Marcos 3.14)
Eles foram os primeiros de todos os discípulos
chamados, o que simplesmente significa que
vieram sob disciplina. Antes de podermos ser
apóstolos, isto é, pessoas enviadas, temos que
ficar sob disciplina, para sermos ensinados, e
isto de uma forma interior. É para dentro dessa
escola que todo aquele que é nascido do alto é
trazido, e é muito importante que saibamos a
natureza disso, que coisa é essa que vamos
aprender, e quais os princípios da nossa
educação espiritual.
O OBJETO DE NOSSA EDUCAÇÃO É PRIMEIRO
APRESENTADO PLENAMENTE
Ao chegar nesta escola, a primeira coisa que o
Espírito Santo, o grande Mestre e Intérprete,
faz para nós, se verdadeiramente fomos trazidos
por Suas mãos, é nos mostrar de forma plena
aquilo que realmente temos que aprender, a fim
de nos apresentar o grande Objeto de nossa
educação. Lemos essas passagens em Ezequiel,
onde, penso eu, está a grande base sobre esta
matéria. Em um dia quando a verdadeira expressão
do ensino de Deus no meio de Seu povo tinha sido
perdida, e o povo estava longe do toque Divino,
em uma nação distante, o Espírito de Deus pôs a
Sua mão sobre o profeta e o levou em Espírito
nas visões de Deus de volta a Jerusalém, e o
colocou sobre uma alta montanha, e e apresentou
a ele um novo templo, de onde fluiria o rio da
vida para os fins da terra. Então, prosseguiu,
mostrando tudo nos mínimos detalhes, e, após
isso, instruiu o profeta a mostrar o templo para
a casa de Israel, com vistas a causar um
despertamento na vida espiritual, em
conformidade com aquela grande, completa e
detalhada revelação do ensino de Deus, a fim de
que todos eles pudessem, antes de tudo, ficarem
humilhados.
O tema sobre o templo de Ezequiel é bastante
polêmico, se ele ainda irá ser estabelecido
literalmente sobre a terra. Não iremos discutir
sobre isso, mas sim sobre algo do qual não
podemos ter qualquer dúvida, de que tudo aquilo
que Ezequiel viu tem a sua contrapartida e
cumprimento espiritual na Igreja, que é o Corpo
de Cristo. E o método de Deus para com o Seu
povo, a fim de assegurar a total expressão de
Seu ensino, é primeiramente apresentar o
Objeto: e isto Ele fez quando, no Jordão, rompeu
dos céus e disse: Este é o meu Filho amado, em
quem me comprazo”. Ele apresentou e atestou
aquele que era a completa, ampla e detalhada
expressão do Seu ensino para o Seu povo. O
apóstolo Paulo, em palavras familiares a nós,
declarou expressamente o fato, “Porque os que
dantes conheceu, também os predestinou para
serem conformes à imagem de seu Filho”
(Rom.8.29)
“Este é o meu Filho amado, em quem me
comprazo” - “Conformados à imagem de Seu
Filho”. Há a apresentação e o atestado e a
declaração do propósito Divino em relação a Ele.
Portanto eu repito, o primeiro passo do
Espírito Santo é o de nos familiarizar com
aquilo que está em vista, em nossa educação
espiritual; principalmente que Ele precisa
revelar Cristo em nós, e então, em seguida
começar a obra de nos conformar a Cristo. Para
aprender Cristo, primeiramente devemos ver
Cristo.
A MARCA PREEMINENTE DE UMA VIDA GOVERNADA PELO
ESPÍRITO
A marca de uma vida governada pelo Espírito
Santo é que tal vida está continuamente, e cada
vez mais, ocupada com Cristo, que Cristo está se
tornando cada vez maior, na medida que o tempo
vai passando. O efeito da obra do Espírito
Santo em nós é o de nos trazer para a margem de
um imenso oceano, que se estende muito além do
nosso limite e daquilo que sentimos - Oh, a
profundidade, a plenitude de Cristo! Se
vivêssemos o maior tempo que um homem já viveu,
ainda assim estaríamos apenas na beira desta
vasta plenitude que é Cristo.
Agora, isto de repente se torna um desafio para
nós, antes de irmos mais longe. Isto não são
apenas palavras. Não é apenas retórica; isto é
verdade. Vamos perguntar logo aos nossos
corações, Isto é verdade em nosso caso? Este
é
o tipo de vida que conhecemos? Estamos chegando
ao desespero nesse assunto? Isto é, vislumbramos
tanto de Cristo que estamos rendidos, sem força,
cientes de que jamais iremos alcançar isso tudo.
Está além de nós, muito distante, embora
estejamos seguindo nessa direção, cada vez mais.
Isso é verdade em sua experiência? Esta é a
marca de uma vida governada pelo Santo Espírito.
Cristo se torna cada vez maior na medida em que
prosseguimos. Se isto é verdade, bem, é o
caminho da vida. Se você e eu já chegamos a um
lugar que achamos que já conhecemos, então já
temos alcançado tudo, já estamos realizados, e,
a partir desse ponto as coisas ficam estáticas,
então, podemos pensar que o Espírito Santo já
cessou as Suas operações e que a vida ficou
entediada.
Vamos tomar o exemplo de uma pessoa que nos foi
dado, creio eu, entre os homens, para o
propósito de mostrar os caminhos de Deus, o
Apóstolo Paulo. As palavras que ele usa para
definir e expressar o que lhe aconteceu no
início são estas: “Aprouve a Deus … revelar o
Seu Filho em mim”. (Gál. 1.16) Agora, este
homem trabalhou muito no ensino e na pregação.
Ele trabalhou muito. Ele teve uma vida longa e
abundante, não apenas no sentido de quantidade,
mas na essência de vida que anulou todas as
tentativas de medi-la. No final de sua longa e
abundante vida, este homem, que disse no
início, “Aprouve a Deus…” revelar Seu Filho em
mim”, está expressando do fundo de seu coração,
“que eu possa conhecê-Lo” (Fil.3.10); indicando
seguramente que mesmo com a revelação inicial e
com todas as revelações contínuas e
subseqüentes; mesmo tendo sido arrebatado ao
terceiro céu onde ouviu coisas inefáveis, mesmo
com tudo isto, no final ele ainda não conhecia
nada, comparado com aquilo que ainda havia para
ser conhecido. Que eu possa conhecê-Lo! Esta é a
essência de uma vida governada pelo Espírito
Santo, e é isto que irá nos livrar da morte, da
estagnação, da inércia. É a obra do Espírito
Santo na Escola de Cristo apresentar e manter
Cristo em vista, em Sua grandeza. Assim, Deus,
logo no início, revela Cristo, apresenta-O,
atesta-O, e efetivamente diz, Este é aquele ao
qual irei te conformar, à Sua imagem!
Sim, mas então, após a apresentação, as lições
básicas começam. O Espírito Santo não fica
satisfeito em apenas nos fazer uma grande
apresentação: Ele vai começar uma obra real em
relação àquela apresentação, e nós somos, sob
Suas mãos, trazidos para duas ou três coisas
básicas em nossa educação espiritual.
O DESAFIO E O SIGNIFICADO DE UM CÉU ABERTO
O meu objetivo, em cooperar com o Senhor, é o de
tornar tudo proeminentemente prático; e assim,
aplicamos o desafio imediatamente perguntando:
o Espírito Santo está dentro de você
apresentando a plenitude de Deus em Seu Filho,
de uma forma cada vez mais crescente? Este é o
tipo de sua vida espiritual? Se não for, então
você tem algum exercício definido diante do
Senhor sobre isso; há algo de errado. A unção
assim o diz, e se isto não é o seu tipo de vida
espiritual, há algo errado no seu caso em
relação à unção. A Natanael o Senhor Jesus
disse: “Daqui em diante você vai ver o céu
aberto, e os anjos de Deus subindo e descendo
sobre o Filho do homem”. Daqui em diante,
naturalmente, era o tempo imediatamente à
frente, os dias do Espírito Santo que estavam
chegando em breve. Com um céu aberto você vê o
que Deus quer dizer a respeito do Seu Filho.
Aquele céu aberto para o Senhor Jesus era a
unção. O Espírito descendo e subindo sobre Ele.
Era a unção, é ela é a mesma para nós. O céu
aberto é a unção do Espírito a partir do dia de
Pentecoste em diante, sobre Cristo dentro de
nós. Oh, deixe-me fazer uma exortação. Não
devemos apenas adicionar outras coisas tão
rápido, mas devemos nos assegurar de que estamos
certos sobre essas questões. O céu aberto
imediatamente traz a revelação de Deus em Cristo
para perto de você, tornando-a disponível, para
que você não fique primeiramente dependente de
bibliotecas, livros, referências e outras coisas
mais. Ela está lá para você. Embora o Senhor
possa usar aquelas coisas para enriquecê-lo,
você tem o seu próprio céu aberto, o seu próprio
caminho aberto, e não uma redoma fechada sobre
a sua cabeça. O Senhor Jesus está se tornando
cada vez mais maravilhoso em seu coração, porque
“Deus, que disse: Das trevas brilhará a luz,
é quem brilhou em nossos corações, para
iluminação do conhecimento da glória de Deus na
face de Cristo.” (2Cor. 4.6) Jesus bem
poderia ter desesperado deles, não soubesse Ele
que era exatamente isto mesmo o que Ele estava
causando neles. Entenda isto e terá algo muito
útil. ‘Senhor, por que sou eu sempre pego em
dificuldades, sempre cometendo erros? De alguma
forma ou de outra, sempre falo ou faço a coisa
errada, estou sempre do lado errado! De alguma
forma eu nunca pareço seguir da maneira certa
contigo; eu me desespero de nunca estar certo! E
o Senhor diz: ‘Eu estou lhe ensinando, isso é
tudo; deliberadamente, muito deliberadamente.
Isto é exatamente o que estou trazendo para você
ver. Até que você aprenda a lição, você não
chegará absolutamente a lugar algum. Quando
você tiver aprendido completamente esta lição,
então podemos começar uma obra construtiva,
porém, no momento é necessário que você chegue
num ponto onde reconheça que Eu sou
completamente diferente de você. A diferença é
tal que nós nos movemos em mundos completamente
diferentes’.
Esta mente humana comum, no seu melhor, é apenas
uma simples mente humana. A vontade humana,
também é uma simples vontade humana. Você
jamais saberá o que está por detrás de suas
próprias motivações até que o Espírito Santo
faça a separação bem lá no fundo do seu ser e
lhe mostre. Você pode colocar os seus
sentimentos e desejos nos termos mais devotos.
Você pode, assim como Pedro, reagir à divina
sugestão,
“Se Eu não te lavar, você não tem parte comigo”,
e dizer, “Não apenas os meus pés, mas também as
minhas mãos e minha cabeça”; mas é apenas o ego
que vem à tona novamente __ minha benção. Eu
quero a benção, e assim, ignoro tudo aquilo que
o Senhor está tentando ensinar. ‘Estou tentando
ensinar-lhe a se esvaziar’. Ele poderia ter
dito, ‘e você está tomando cada uma de minhas
sugestões para se promover, se realizar; e Eu
estou tentando dizer, desista, deixe isso pra
lá!’
Este ego vem com uma aparência espiritual.
O ego procura pela benção espiritual. Nós não
sabemos o que está por trás. Temos que entrar em
uma escola severa do Espírito que termina por
nos mostrar que as nossas melhores intenções
estão estragadas; nossas mais puras motivações
são sujas diante dos olhos do Senhor; as coisas
que pretendemos ser para Deus, em algum lugar lá
em sua raiz, é egoísta. Nós não podemos produzir
com esta natureza nada aceitável a Deus. Tudo o
que poderá vir a Deus está somente em Cristo,
não em nós. E jamais estará, nesta vida, em nós
como se fosse nosso. Será sempre a diferença
entre Cristo e nós mesmos. Embora Ele esteja
morando dentro de nós, Ele e somente Ele é o
objeto do prazer e da satisfação Divina, e uma
lição básica que você e eu temos que aprender
nesta vida, sob o ensino, revelação e disciplina
do Espírito Santo, é que Ele é diferente de nós:
e que “essa diferença” é tudo. Esta é uma das
duras lições.
Certamente é uma lição que este mundo se
recusará a aprender. O mundo não irá aceitá-la.
Isto vai diretamente contra todo o sistema do
ensino do humanismo. __ a coisa maravilhosa que
o homem é! Mas quando você alcançar o seu
melhor, ainda haverá um abismo entre você e os
princípios de Cristo que não pode ser unido por
nenhuma ponte. Se você alcançar o seu melhor,
não terá experimentado Cristo. Isto é tudo, mas
nós, talvez, dificilmente precisamos daquela
ênfase. Muitos de nós temos aprendido alguma
coisa. Porém vamos, enquanto sabemos isto por
experiência, tomar o conforto que vem talvez de
sabermos exatamente o que está acontecendo. O
que está o Senhor fazendo, o que está fazendo o
Espírito Santo conosco? Bem, basicamente, Ele
está nos fazendo saber que nós somos uma coisa,
e Cristo é outra. Esta é a lição mais importante
a aprender, porque não pode haver nada
construtivo até que tenhamos aprendido isso. A
primeira coisa, portanto, é que o outro lado de
Cristo está em oposição a nós mesmos.
A IMPOSSIBILIDADE DE ALCANÇARMOS O PADRÃO DE
DEUS POR NÓS MESMOS
Então, em Segundo lugar, o Espírito Santo nos
faz deparar face a face com a total
impossibilidade de nós mesmos sermos aquilo por
nossa própria capacidade. Como vê, Deus tem
estabelecido um padrão; Deus tem mostrado o Seu
modelo; Deus nos tem dado o Seu Objeto para a
nossa conformidade e a próxima coisa contra a
qual reagimos é a impossibilidade de sermos
aquilo. Sim, de nós mesmos não é possível. Você
ainda não aprendeu esta lição de desespero? Por
que não ter um bom desespero e conseguir ter
tudo resolvido? Por que se desesperar por
alguns dias? Porque você ainda está procurando
ao redor por algo em algum lugar, algum retalho
de bondade em você mesmo o qual possa apresentar
a Deus, o qual irá agradá-lo, satisfazê-lo e
corresponder às Suas exigências. Você jamais irá
encontrar. Aceite que “todas as nossas justiças
são como trapos de imundícies”. Nossa justiça,
tudo aquilo que tenta ser tão justo, o Senhor
diz disso tudo: “Trapos de imundícies!”
Vamos aceitar isto de uma vez por todas.
Se você estiver olhando para a frente sobre o
que estou falando, verá para onde isto está
levando. Isto nos leva à posição mais gloriosa.
Leva aquele glorioso assunto mencionado pelo
Senhor Jesus, naqueles dias antes que as coisas
se tornassem interiores: “Aprendei de mim… e
encontrareis descanso para as vossas almas”.
Isto é tudo.
Porém nunca encontraremos descanso para as
nossas almas até que tenhamos primeiramente
aprendido a total diferença entre Cristo e nós
mesmos, e então a total impossibilidade de
sermos como Ele por alguma coisa que possamos
encontrar em nós mesmos, produzir ou fazer. Não
está em nós, em nós mesmos. Assim, teria sido
melhor termos o nosso último desespero em
relação a nós mesmos.
Essas duas coisas são básicas.
UMA EXORTAÇÃO FINAL
A próxima coisa que o Espírito Santo irá fazer
será começar a nos mostrar como isso se dá. Nós
não iremos começar isso já de imediato, mas
fiquemos cientes de que o Espírito Santo não
pode fazer coisa alguma até que essas coisas
sejam estabelecidas. Oh, Deus é muito zeloso por
Seu Filho. Seu Filho passou através do fogo em
relação a essa questão, tendo aceito a forma
humana e uma vida de dependência, tendo
voluntariamente se esvaziado a Si mesmo de tudo
aquilo que pudesse implicar que, a qualquer
momento, Ele operasse de Si mesmo pela Deidade,
para o Seu próprio livramento, salvação,
provisão, preservação; tendo se esvaziado a Si
próprio de todo aquele direito e dito, Eu abro
mão de todos os meus direitos e prerrogativas, e
poderes da Deidade pelo momento presente, e
aceito a posição do homem de total dependência
de Deus como meu Pai; Eu experimento tudo o que
todo homem tem que experimentar no nível humano!
Ele experimentou tudo em todas as áreas, em sua
força e forma concentrada, e experimentou tudo
sem ter cometido qualquer erro, na condição de
homem a favor do homem, e retornou ao trono com
o mérito de um completo triunfo sobre toda força
que cada homem tem que enfrentar para satisfazer
a Deus.
Você acha que, após tudo isso, Deus não
irá levar em conta o Seu Filho e tudo aquilo que
Ele fez em favor do homem, e irá dizer: apenas
seja o seu melhor e isto me satisfará? Oh,
quanta cegueira, em relação a Cristo,
em relação a Deus, tem este cristianismo
popular de hoje! Não, há apenas um neste
universo a respeito de quem Deus pode dizer de coração
“nele eu tenho prazer”, e esse alguém é o Senhor
Jesus Cristo. Se alguma vez você e eu recebermos
este favor, será por causa de estarmos “em
Cristo Jesus”, nunca em nós mesmos. Quando o
assunto em questão é aprendido, ou quando essa
parte da educação é iniciada, então o Santo
Espírito pode começar a obra de nos conformar à
imagem do Filho de Deus. Bem, vimos as lições um
e dois, sobre os discípulos. Através dos meses e
anos, eles viram quão diferente Jesus era deles,
e, então, chegaram a uma posição de desespero
sobre essa matéria, como o Senhor planejou que
fosse. O Senhor viu tudo de antemão. Ele não
poderia evitar isso; não poderia livrá-los; Ele
tinha que permitir que eles passassem por aquele
caminho; e bem ao final, quando eles estavam
fazendo os seus maiores protestos sobre a
lealdade, fidelidade e resistência deles, e
sobre o que eles estavam fazendo quando
submetidos ao teste, Jesus disse a todos eles:
“Vocês crêem agora? Eis que a hora vem, e já é,
na qual todos vocês se espalharão, cada um por
si, e me deixarão sozinho” (Jo.16.31,32). E a um
deles em particular Ele disse: “O galo não
cantará até que você tenha me negado três
vezes”. (Jo.13.38) O que você acha que aqueles
homens sentiram quando Jesus foi crucificado, e
todos tinham fugido, deixando-O sozinho, e
aquele outro, tendo-O negado? Você não acha que
as trevas do desespero entrou na alma deles? Não
apenas por causa da perda de perspectivas e
expectativas, mas as trevas do desespero caíram
sobre eles próprios. Sim, e Jesus tinha que
permitir isso. Ele não poderia dar qualquer
passo para evitar isso; era necessário. Era
essencial. Nenhuma obra construtiva pode ser
realizada até que tudo isso tenha avançado
dentro de nós.
Bem, tudo isso soa como algo terrível, mas deve
ser encorajado! Afinal de contas, tudo isso de
certa forma é construtivo. O que Deus está
fazendo comigo? Ele está preparando um caminho
para o Seu Filho; está limpando o terreno para
enchê-lo da plenitude de Cristo. É isso o que
Ele está fazendo. Ele fez isso com os
discípulos, e o Pentecostes, bem como o período
subsequente, foi a Sua resposta para o que
aconteceu no dia quando Ele ressuscitou, a tudo
o que aconteceu a eles. Você diz: Então Ele
começou a Sua obra construtiva. Sim, Ele
começou; após a Cruz e o Pentecoste, as coisas
começaram a mudar interiormente, e a partir daí
você começa a ver que Cristo está agora
manifestado numa forma crescente nesses homens.
Eles podem ter um longo caminho a seguir, mas
você não pode deixar de ver que a fundação está
colocada; foi dado o início. Há uma diferença, e
a diferença não é tanto que eles são homens
necessariamente transformados, mas sim que
Cristo está agora dentro deles transcendendo o
que eles são por natureza. Não é que eles se
tornaram muito melhores, mas sim que Cristo se
torna no interior um poder muito mais real. Isto
é tudo por ora. Vamos agora curvar os nossos
corações, e nos rendermos. É a Escola de Cristo.
Eu sei quão desafiadora ela é, desafiando a este
homem velho que morre com dificuldade, que se
rende com grande dificuldade. Todo o nosso
treinamento e ensino talvez tenha sido outro
diferente disso. Nós temos vindo desta terrível
herança do humanismo __ para ser o melhor que eu
possa ser, para ser o meu melhor! Bem, você deve
tomar o que estou dizendo no seu verdadeiro
sentido, tal qual eu estou dizendo. Ninguém vai
pensar que você pode caminhar de qualquer jeito,
desleixadamente, da pior maneira possível,
simplesmente devido ao que tenho dito; você sabe
do que estou falando. Com o nosso melhor jamais
poderemos atravessar a fenda entre o homem e
Jesus Cristo. Não, a fenda permanece, e a única
maneira de passar por ela é morrer e ressuscitar
da morte; mas isto, por ora, é uma outra
questão.
Capítulo 2 – Aprendendo a Verdade
“Dizia,
pois, Jesus aos judeus que nele creram: Se vós
permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente
sois meus discípulos; e conhecereis a verdade, e
a verdade vos libertará. Responderam-lhe: Somos
descendentes de Abraão, e nunca fomos escravos
de ninguém; como dizes tu: Sereis livres?
Replicou-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos
digo que todo aquele que comete pecado é escravo
do pecado. Ora, o escravo não fica para sempre
na casa; o filho fica para sempre. Se, pois, o
Filho vos libertar, verdadeiramente sereis
livres.” João 8.31-36
“Vós tendes por pai o Diabo, e quereis
satisfazer os desejos de vosso pai; ele é
homicida desde o princípio, e nunca se firmou na
verdade, porque nele não há verdade; quando ele
profere mentira, fala do que lhe é próprio;
porque é mentiroso, e pai da mentira”. João 8.44
“e vós não o conheceis; mas eu o conheço; e se
disser que não o conheço, serei mentiroso como
vós; mas eu o conheço, e guardo a sua palavra.”
João 8.55
“Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a
verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por
mim.”
João 14.6
“a saber, o Espírito da verdade, o qual o mundo
não pode receber; porque não o vê nem o conhece;
mas vós o conheceis, porque ele habita convosco,
e estará em vós.” João 14.7
“Quando vier o Ajudador, que eu vos enviarei da
parte do Pai, o Espírito da verdade, que do Pai
procede, esse dará testemunho de mim;” João
15.26
“Pois do céu é revelada a ira de Deus contra
toda a impiedade e injustiça dos homens que
detêm a verdade em injustiça.”
Rom.1.18
“pois trocaram a verdade de Deus pela mentira,
e adoraram e serviram à criatura antes que ao
Criador, que é bendito eternamente. Amém.” Rom.1.25
“se é que o ouvistes, e nele fostes instruídos,
conforme é a verdade em Jesus,” Efe.4.21
“e a vos revestir do novo homem, que segundo
Deus foi criado em verdadeira justiça e
santidade.” Efe.4.24
“Isto diz o que é santo, o que é verdadeiro”
Apoc.3.7
“Isto diz o Amém, a testemunha fiel e
verdadeira, o princípio da criação de Deus”
Apoc.3.14
Em nossa meditação inicial, falávamos sobre a
Escola de Cristo, e dizíamos que todo
verdadeiro filho de Deus é trazido para dentro
dela pela mão do Espírito Santo, o Espírito da
Unção, e que, uma vez lá, a primeira grande
obra do Espírito é a de apresentar Cristo ao
nosso coração como o objeto de Deus em todo o
seu tratamento para conosco. Assim, Cristo é
primeiramente apresentado e atestado por Deus
como sendo o objeto do Seu prazer, e então, o
Espírito Santo torna conhecido o propósito
Divino em conexão com a revelação interior do
Senhor Jesus, principalmente que devemos ser
conformados à imagem do Filho de Deus. Falávamos
ainda sobre duas ou três lições básicas nessa
Escola, coisas que delineiam a nossa educação.
Primeiramente, o Santo Espírito se utiliza do
sofrimento para fazer com que todos os que
estão debaixo de disciplina (pois é isso o
significado de discípulo) conheçam por
experiência, no íntimo de seus corações, a
completa diferença entre Cristo e eles próprios.
Então, Ele também trabalha para nos trazer à
uma situação na qual percebemos quão impossível
é, a não ser por um milagre de Deus, que por
nós mesmos possamos ser como Cristo. E uma consequência disso é que esta experiência deve
ser algo que está fora de nós mesmos, que é o
próprio Deus fazendo.
Bem, isto é tudo preliminar na Escola de Cristo,
embora me pareça que esta educação preliminar
continue até o fim dos nossos dias. Seja como
for, parece que ela se estende sobre boa parte
de nossa vida, embora deve haver um ponto
alcançado que represente uma crise definitiva
sobre esta questão, no qual uma fundação é
colocada, e onde essas três coisas são
reconhecidas e aceitas, e nós não iremos muito
longe até que isso ocorra. A pessoa que
realmente começa a se mover é aquela que tem
alcançado o seu desespero final, e tem enxergado
muito claramente, pela iluminação do Espírito
Santo, que “não sou mais eu, mas Cristo” __
'Não
é o que eu sou, O Senhor, mas o que Tu és,
apenas isto pode ser o real descanso de minha
alma': O Teu amor, não o meu; a Tua Paz, não a
minha; o Teu descanso, não o meu; o Teu Tudo, e
não o meu; apenas a Ti! Esta é a fundação
essencial do crescimento espiritual, do
conhecimento espiritual, da educação espiritual.
“EU SOU A VERDADE”
Agora, nesta meditação, vamos olhar mais de
perto para o Senhor Jesus como o objeto de Deus
e padrão para a obra do Espírito Santo em nós,
esta 'diferença' que Ele representa, e temos
lido inúmeras passagens, todas elas, como você
percebeu, falando sobre a verdade. Seguramente
aquelas passagens nos Evangelhos devem ter
exercido um papel na educação dos discípulos. Em
primeiro lugar houve uma afirmação ou declaração
feita aos judeus __ uma coisa tremenda para ser
dita no ouvido daqueles discípulos. Haviam judeus
que fizeram uma profissão de fé. O Senhor Jesus
levanta a questão do discipulado com eles. Ele
disse aqueles judeus que tinham crido nele (não
quer dizer que eles tinham crido nele), “Se
vós permanecerem na minha palavra, então
certamente sois meus discípulos; e conhecereis a
verdade, e a verdade vos libertará”. Eles
responderam imediatamente com um tom de queixa,
“Somos descendentes de Abraão, e nunca fomos
escravos de ninguém”. Ele puxa essa questão
sobre a verdade, a verdade em relação a Si
próprio. “Se pois o Filho vos libertar,
verdadeiramente series livres”. “E conhecereis a
verdade e a verdade vos libertará”. A questão
sobre qual descendência eles pertenciam, e
associada com isto a declaração: “Se o Filho vos
libertar, verdadeiramente sereis livres”. Você
entende isto? Conhecer a verdade é conhecer o
Filho. Liberdade pela verdade é pelo
conhecimento Dele.
Então para os Judeus __ presumo eu que da
maneira mais violenta __ Ele disse essas
palavras de força sem paralelos: “Vocês são
filhos do diabo, e quereis satisfazer a vontade
de vosso pai. Ele foi assassino desde o princípio,
e nunca se firmou na verdade … ele é mentiroso e
pai da mentira … quando ele fala a mentira, fala
do que lhe é próprio”. Tremenda força de
linguagem, e tudo sobre esta questão da verdade,
a verdade ligada a Ele mesmo.
Então, quando você chega ao capítulo 14, Ele
está a sós com os seus discípulos; e Felipe diz
para Ele, “Senhor, mostra-nos o Pai, e isto nos
basta”. A sua resposta é, “Há tanto tempo tenho
estado convosco, e ainda não me conheceis,
Felipe?
Quem vê a mim vê o Pai”.
Uma outra questão na escola: “Senhor, não
sabemos para onde vai; como saberemos o
caminho?” “Eu sou o caminho, e a verdade …” Eu
sou a verdade. A verdade não é uma coisa; a
verdade é uma Pessoa. Bem, tudo isso está na
Escola de Cristo, baseando sobre Cristo como a
Verdade.
Eu não sei quão fortemente você é tocado sobre
este assunto, mas o nosso objetivo certamente é
que pudéssemos ser bastante sensibilizados a
respeito dessas coisas. Como você se sente
sobre a importância de ter um verdadeiro
fundamento? E finalmente, a característica
suprema em um fundamento é a verdade, e isto
deve ser verdadeiramente bem colocado. Esta
fundação tem que levar a uma responsabilidade
muito grande, não simplesmente uma
responsabilidade com o nosso bem estar e o nosso
destino, não, mas a vindicação do próprio Deus.
Por isso deve ser absolutamente verdadeira, e
cabe a nós ter certeza plena de onde estamos;
em outras palavras, colocarmos um fim em toda
a nossa imaginação, acabarmos de vez com tudo
aquilo que não seja genuíno e totalmente
verdadeiro em nossa posição. É justamente isto
que iremos analisar um pouco neste momento. Tão
grandes
são as consequências que não podemos ter
qualquer dúvida em nossa posição.
É desta forma. Você e
eu vamos encarar a Deus algum dia. Vamos encarar
a Deus literalmente face a face na eternidade e,
então, a questão será levantada: Deus falhou em
algum ponto conosco? Seremos capazes, em cada
detalhe, de dizer, Senhor, Tu falhaste comigo;
Tu não fostes verdadeiro para com a Tua Palavra?
Tal posição é impensável, pois ninguém poderia
ser capaz de fazer uma acusação como essa contra
Deus, de ter qualquer questão a respeito da
verdade de Deus, de Sua realidade, de Sua
fidelidade. O Santo Espírito foi enviado como o
Espírito da Verdade, a fim de nos guiar a toda
Verdade, e isso para que não haja qualquer
dúvida, ou o que seja, entre Deus e nós, quanto
à Sua absoluta fidelidade, Sua Verdade para com
Ele mesmo, e para com toda a Sua Palavra. O
Espírito Santo foi enviado para isso. Se isto é
verdade, então o Espírito Santo irá tratar com
cada discípulo na Escola de Cristo, a fim de
eliminar tudo aquilo que não for verdadeiro, que
não for genuíno, para fazer que tal discípulo se
firme sobre uma fundação que possa permanecer
diante de Deus no dia de sua total e absoluta
vindicação.
A NECESSIDADE DE UM FUNDAMENTO VERDADEIRO
Mas, para que isso possa ser assim, você e eu,
sob o ensino do Espírito Santo, temos que ser
completamente tratados, e temos que chegar à uma
posição onde estejamos perfeitamente ajustados
diante de Deus, onde haja toda uma
responsividade ao Espírito Santo, e nada em nós
que O resista ou O recuse, mas onde estejamos
perfeitamente abertos e prontos para as maiores
consequências, onde o Espírito Santo possa
colocar o seu dedo sobre algo em nossas vidas
que precise ser tratado ou ajustado. Ele está
aqui para isso. E a única forma para que tal
obra seja possível de ser realizada por Ele em
nós, é que devemos nos achar numa falsa posição,
o que é difícil, muito difícil de nos vermos
numa falsa posição, mesmo que seja apenas em
certos pontos. Estamos vivendo num mundo falso,
um mundo que está fundamentado sobre mentiras.
Toda a constituição deste mundo é uma mentira; é
a natureza do homem, embora muitos não saibam, e
pensem que são verdadeiros. Estão tentando
construir o mundo sobre uma base falsa.
Pois bem, a minha ênfase agora é sobre a
necessidade de uma posição verdadeira no que diz
respeito a nós. Oh, para homens e mulheres nos
quais a verdade de Cristo têm sido moldada e que
irão seguir com Deus, não importa o que isso
possa custar.
“Quem
habitará no monte do Senhor?” “Aquele que fala a
verdade em seu coração … aquele que, embora jure
com dano seu, não muda”;
isto é, que toma a posição da verdade, mesmo que
isso lhe custe caro. Nós somos influenciados por
todos os tipos de falsas considerações,
influenciados pelo que os outros irão pensar e
dizer, especialmente aqueles que pertencem aos
nossos círculos religiosos, de nossa tradição; e
são elas falsas considerações e falsas
influências. Elas amarram e impedem muitos
homens e mulheres de seguirem corretamente com
Deus no caminho da luz. A questão é que a
posição é falsa.
Aceitaria você se eu lhe falasse que não há
verdade em nós? Esta é uma das coisas que vamos
descobrir na medida em que o Espírito Santo for
tratando conosco, que não há realmente verdade
em nossas mentes. Podemos estar muito
convencidos, e podemos estar preparados para
renunciar nossas vidas por causa de nossas
convicções e por tudo à prova por aquilo que
acreditamos com todo o nosso ser o correto, ser
a verdade, porém podemos estar completamente
errados.
Esse foi o caso de Saulo de Tarsus __
“Eu, na verdade, cuidara que devia praticar
muitas coisas contra o nome de Jesus, o
nazareno;” (Atos 26.9).
E ainda,
“A hora vem onde todo aquele que vos matar irá
pensar que está prestando um serviço a Deus”.
(João 16.2);
tão zelosos por suas convicções __ Esta é a
vontade de Deus! Vontade de Deus! __ convencidos
de que é a vontade de Deus; alguns prontos para
dar suas próprias vidas por causa de suas
convicções, e alguns prontos para tirar a vida
de outras pessoas, por causa de suas
convicções. Quão longe iremos nós na força de
nossas convicções e estarmos errados,
completamente errados, tão errados quanto
estávamos no início. Uma falsa convicção; e não
há sequer uma mente humana que não chegue à
esta situação. Essas sementes estão na
natureza humana, em cada um de nós; na mente
como convicção, no coração como desejo. Podemos
pensar que os nossos desejos são perfeitamente
puros e corretos, no entanto serem completamente
falsos; e a mesma coisa também em relação à
nossa vontade. Em nós, por natureza, não há
qualquer verdade.
VIVENDO PELA VERDADE
01.09.06
Vamos direto ao assunto. O que é um cristão?
Será ele alguém que não era bem humorado, mas
que agora se tornou bem humorado; que não era
muito afável, mas agora se tornou afável; que
não era muito zeloso, mas que agora é bem
zeloso; será uma pessoa com uma disposição
diferente daquela sua anterior. Será esta a
verdadeira definição de cristão? Dê-me um
armário homeopático. Traga-me uma pessoa muito
irritadiça. Dê-lhe uma dose de, o que eu poderia
dizer? __ nux vomica; em duas ou três horas ele
será uma pessoa bem humorada. Será ele um
cristão? Dê-lhe algo mais; faça-o voltar ao que
era antes. Foi ele salvo e teve uma recaída? As
drogas podem mudar o temperamento do homem em
algumas horas. De ser uma pessoa letárgica,
desleixada e indiferente, você se torna vívido,
enérgico, ativo; de ser miserável, descontente,
infeliz, melancólico, desagradável, irritado,
você se torna amigável, agradável, aliviado de
toda aquela crise nervosa que o fazia agir
daquela forma, e toda aquela digestão
desordenada que fazia de você uma pessoa de
difícil convivência. Por um pouco de tempo, você
conseguiu fazer um cristão com drogas! Você
compreende.
Onde está a verdade? Se a verdade a respeito da
minha salvação reside na área dos meus
sentimentos, no meu sistema digestivo, no meu
sistema nervoso, eu vou ser um pobre cristão;
porque isso irá mudar de dia para dia, conforme
o tempo ou outra coisa qualquer. Oh não! A
verdade; onde está a verdade? “ Não o que eu
sou, mas o que Tu és” Eis aí onde a verdade
está, “E conhecereis a Verdade e a Verdade
vos libertará” Libertará do que?
Da escravidão! De qual escravidão? Satanás
colocando suas cadeias de condenação sobre você,
porque no dia de hoje você não está se sentindo
bem. Você se sente mal em sua constituição,
deprimido, sente a morte em derredor, sente-se
irritado, e satã chega e diz, você não é um
cristão! Belo cristão você é! E você se abate
com isso. É isso verdade? É uma mentira! A única
resposta para libertação e emancipação é, ‘Não é
o que eu sou, é o que Ele é; Cristo permanence o
mesmo. ‘Ele não é como eu, que muda de hora em
hora, e dia após dia: Ele é diferente.
Perdoe-me ser tão forte em minha ênfase, mas eu
realmente sinto que esta é a única forma de
sermos salvos. Jesus diz: “Eu sou a Verdade”.
O que é a Verdade? É para aí que apontam todos
os argumentos de satanás, que é “um mentiroso
e pai da mentira”. É isso que nos livra de
nossa própria falsidade. Nós estamos carregados
de contradições. Nós nunca poderemos garantir
que iremos ficar com um mesmo pensamento por um
longo tempo, que as nossas convicções nunca
mudarão. Oh não, isto não está em nós,
absolutamente; está em Cristo. Você vê em que
falsa posição poderíamos estar se estivéssemos
naquele outro nível de natureza. Que jogo o
diabo poderia fazer conosco.
Estou usando estas ilustrações para tentar
chegar ao âmago dessa questão. O que é a
verdade? Ela não é encontrada em nós. Nós não
somos verdadeiros em nenhuma parte do nosso ser.
Somente Cristo é a Verdade, e você e eu temos
que aprender como viver em Cristo, e até que
tenhamos aprendido isso, o Espírito Santo não
pode fazer outra coisa. Talvez você esteja
dizendo, não é um verdadeiro cristão menos mal
humorado? Não há nenhuma diferença em absoluto?
Não pode um cristão ficar irritado e tudo mais?
Eu não estou dizendo isso, também não estou lhe
justificando por isso; estou dizendo que na
Escola de Cristo, até que você e eu tenhamos
aprendido a permanecer em Cristo pela fé, o
Espírito Santo não possui terreno no qual
trabalhar, a fim de nos trazer em conformidade
com Cristo. Se vamos viver sobre uma base falsa
de nós mesmos, o Espírito Santo deixa-nos
sozinhos. Quando chegamos para viver por fé em
Cristo, então o Santo Espírito pode entrar e
gerar Cristo em nós, e nos ensinar a vitória, o
domínio, e nos ensinar por livramento como não
se tornar uma presa de bons ou de maus
sentimentos em nós mesmos, mas a vivermos em um
outro nível.
(03.09.06)
Quero significar o seguinte, que você não dá
importância aos seus sentimentos quando recorre
a Cristo.Tome a irritabilidade, por exemplo.
Alguns de vocês, naturalmente, podem nunca terem
sofrido disso, absolutamente, mas os outros
sabem que batalha é. Bem, vamos tomar esse caso
como exemplo. Hoje nós nos sentimos assim,
nervosos, pressionados e impacientes. O que
vamos fazer a respeito? Vamos fazer disso a
nossa vida cristã ou a negação de nossa vida
cristã? Se formos para esse terreno, então
satanás é sempre rápido em tirar proveito da
situação e nos trazer para uma terrível
escravidão e realmente matar a nossa vida
spiritual. Mas se você tomar a posição, ‘Sim,
assim é como me sinto hoje, esta é a minha
enfermidade hoje, mas Senhor Jesus, Tu és
diferente de mim, e eu simplesmente descanso em
Ti, me apoio em Ti, seja a minha vida’, e você
verá o que acontecerá. Você terá cortado o
terreno do Diabo, e verá que há paz no fim da
linha, e descansará, e, embora possa estar se
sentindo mal em outra parte de você, porém no
seu interior você está em descanso.
O inimigo é expulso do seu interior, ele não tem
lugar lá. A paz de Deus é o árbitro no coração e
na mente através de Cristo Jesus; a fortaleza
está segura. O que satanás está sempre tentando
fazer é entrar no espírito através do corpo ou
da alma e capturar a fortaleza, o espírito, e
trazê-lo para à escravidão. Mas nós podemos
permanecer livres interiormente quando nos
sentimos muito mal em nosso exterior. Isto é
liberdade por meio da verdade. Esta é a verdade!
Não é uma coisa, não é uma afirmação, mas uma
Pessoa. É o que Cristo é, e Ele é completamente
diferente do que nós somos. Bem, o Espírito
Santo nos ensina, como o Espírito da Verdade,
que ela está em Cristo, que é tudo. A solução é
lidarmos com nós mesmos, ou com o próximo, ou
com o mundo, de uma forma mental. Permaneça em
Cristo e haverá descanso, paz, libertação.
Mas não esqueça disso, se deixarmos o assunto
com o Espírito Santo, Ele não vai permitir que
fiquemos confundidos. Quero dizer que o Espírito
Santo irá nos expor a nós mesmos. Ele irá nos
descobrir e nos mostrar que verdadeiramente não
há nada são em nós, nada em que possamos nos
apoiar em nós mesmos, a fim de que Ele possa
deixar claro que é somente em Cristo, o Filho de
Deus, que há segurança, vida. Tenho uma sensação
de incapacidade em tentar comunicar a você
aquilo que eu tenho em meu coração. Tantas
pessoas pensam que a vida espiritual, a vida de
um filho de Deus, é uma questão de coisas. É uma
coisa chamada de “a mensagem da cruz’. É uma
coisa chamada ‘santificação’. É uma coisa
chamada ‘libertação’. É a coisa chamada ‘morte
com Cristo’ __ apenas uma coisa. Elas estão
tentando segurar essa coisa, mas não há
libertação nisso, absolutamente. Não funciona.
‘A coisa’ não funciona! Porque tudo é uma
questão de Pessoa, o Senhor Jesus, e o Espírito
Santo nunca irá nos salvar por meio de uma
“coisa”. Ele irá sempre nos trazer para a
pessoa, e fazer de Cristo a base da nossa vida,
de nossa libertação, de nosso tudo. Assim, a
palavra é “Jesus Cristo” … que foi feito por nós
sabedoria de Deus, justiça e santificação, e
redenção” (1Cor.1.30)
A NECESSIDADE DE FÉ
04.09.06
Bem, devo concluir. A obra do Espírito Santo é a
de nos conformar a Cristo, para nos fazer tomar
a forma de Cristo, para formar Cristo em nós;
porém Cristo permanecerá sempre diferente
daquilo que somos, sendo assim, nunca cessará
de ser um chamado para a fé. Espera você
alcançar um ponto nesta peregrinação terrestre
onde a fé possa ser dispensada? É uma falsa
esperança. A fé será requerida tanto quanto
sempre foi nos seus últimos momentos de vida, se
não até mais do que antes. A fé é algo para toda
a duração desta vida. Se isto é verdade, que em
si mesma ela dispensa qualquer esperança de
termos algo em nós mesmos. Este foi o primeiro
pecado de Adão; que escolha a dele, de não ter
tudo em Deus, mas ter em si mesmo, em
independência, a fim de se livrar da idéia de
fé.
Assim ele pecou por incredulidade, e todos os
pecados que vieram, uma vez que podem ser
relacionados a ela __ a incredulidade. A fé é
um grande fator de redenção, de salvação, de
santificação, de glorificação; tudo é pela fé.
Ela desfaz a obra do Diabo. E a fé simplesmente
significa que nós somos colocados numa posição
onde não obtemos nada por nós mesmos, mas sim em
uma outra Pessoa, e podemos somente conhecê-lo e
gozá-lo pela fé nessa outra Pessoa. Assim
Gálatas 2.20 sempre vem com força renovada __
“Já estou crucificado com Cristo, e vivo não
mais eu, mas Cristo vive em mim; e esta vida que
agora vivo na carne, vivo-a pela fé do Filho de
Deus, o qual me amou e a Si mesmo se entregou
por mim”. (ARV) Eu vivo a vida na carne pela fé
no Filho de Deus.
Que o Senhor revele a Sua Palavra para nós.
Aprendendo por Revelação _ Capítulo 3
“e em visões de Deus me levou à terra de
Israel, e me pôs sobre um monte muito alto,
sobre o qual havia como que um edifício de
cidade para a banda do sul. Levou-me, pois, para
lá; e eis um homem cuja aparência era como a do
bronze, tendo na mão um cordel de linho e uma
cana de medir; e ele estava em pé na porta. E
disse-me o homem: Filho do homem, vê com os teus
olhos, e ouve com os teus ouvidos, e põe no teu
coração tudo quanto eu te fizer ver; porque,
para to mostrar foste tu aqui trazido. Anuncia
pois à casa de Israel tudo quanto vires.”
Eze. 402-4
“Tu pois, ó filho do homem, mostra aos da casa
de Israel o templo, para que se envergonhem das
suas iniqüidades; e meçam o modelo.
E se eles se envergonharem de tudo quanto têm
feito, faze-lhes saber a forma desta casa, a sua
figura, as suas saídas e as suas entradas, e
todas as suas formas; todas as suas ordenanças e
todas as suas leis; escreve isto à vista deles,
para que guardem toda a sua forma, e todas as
suas ordenanças e as cumpram.” Eze.43.10,11
“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com
Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no
princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas
por intermédio dele, e sem ele nada do que foi
feito se fez. Nele estava a vida, e a vida era a
luz dos homens;” Jo.1.1-4
“E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós,
cheio de graça e de verdade; e vimos a sua
glória, como a glória do unigênito do Pai.”
Jo.1.14
“E acrescentou: Em verdade, em verdade vos digo
que vereis o céu aberto, e os anjos de Deus
subindo e descendo sobre o Filho do homem”.
Jo.1.51
A RESPOSTA DE DEUS AO ESTADO DE DECLÍNIO
Temos observado que, quando o propósito Divino,
como representado pelo templo e por Jerusalem,
foi esquecido e perdido, e a glória tinha ido
embora, Ezequiel recebeu e foi levado a escrever
uma visão de uma nova casa celestial, uma casa
medida em cada detalhe e definida a partir do
alto. Da mesma forma, quando a Igreja dos tempos
do Novo Testamento tinha perdido sua pureza,
verdade, poder e sua característica e ordem
celestial, e a glória inicial daqueles dias do
Novo Testamento tinham desaparecidos, então João
foi levado pelo Espírito a trazer a nova,
maravilhosa e celestial apresentação espiritual,
a pessoa do Senhor Jesus; aquela nova
apresentação celestial de Cristo que temos no
Evangelho de João, em suas cartas, e no
Apocalipse: e devemos nos lembrar que o
Evangelho escrito por João é, na escala do
tempo, praticamente o último escrito do Novo
Testamento. Talvez a real significação disso não
tenha vindo sobre nós com a força e a impressão
devida. Nós tomamos os Evangelhos da mesma ordem
como estão arranjados em livros no Novo
Testamento, e imediatamente somos levados por
eles de volta aos dias da vida do nosso Senhor
sobre a terra, e do ponto de vista de tempo que
é onde estamos quando lemos os evangelhos. Para
nós, todo o restante do Novo Testamento ainda
não existia quando estamos nos Evangelhos, tanto
os escritos e a história que se seguiu, tudo é
futuro. Isto, naturalmente, é inevitável; mas
devemos remover a nós mesmos dessa posição.
Por que o evangelho de João foi escrito? Foi ele
escrito apenas como um registro da vida do
Senhor Jesus aqui na terra, juntamente com dois
ou três outros registros, para que a história do
Senhor Jesus pudesse ser preservada? É isso?
Para a grande maioria esta é a única finalidade.
Os evangelhos são lidos com o propósito de se
estudar a vida de Jesus enquanto Ele estava na
terra. Isso pode ser muito bom, mas eu quero
enfatizar muito fortemente que esta não é a
principal intenção do Espírito Santo em ter
inspirado a escrita dos evangelhos. E isto é
particularmente visto no caso do evangelho de
João, escrito muito tempo depois, no final de
tudo; pois, quando João escreveu esses escritos
finais, os outros apóstolos já estavam na
glória. O evangelho de João foi escrito quando a
Igreja do Novo Testamento, como temos dito,
tinha perdido sua forma original e poder, e vida
spiritual, sua característica celestial e Divina
ordem; escrito no meio de tais condições como
estão delineadas nas mensagens para as igrejas
da Ásia, no começo do Apocalipse, e que isto
pode ser claramente inferido a partir das
cartas. 07.07.06 vns
Qual era o objeto em vista? Bem, apenas este:
como João escreve, as coisas já não estão como
estavam, não como Deus queria que estivessem;
elas não mais representam os propósitos de Deus
em e para o Seu povo. A ordem, a ordem
celestial, tinha sido quebrada, e continuava
sendo quebrada ainda mais. A natureza celestial
tinha desaparecido e uma coisa terrena está
tomando forma no Cristianismo; a verdadeira vida
está sendo perdida e a glória está indo embora.
À esta situação Deus reage com uma nova
revelação de Seu Filho, numa forma celestial e
espiritual; pois os parâmetros ou
características de João são a “celestialidade” e
espiritualidade. Não é isso verdade? Oh sim,
aqui está uma nova revelação de Seu Filho. Mas
que revelação! Não simplesmente e unicamente
como Jesus de Nazaré, mas como o Filho do Homem,
Filho de Deus; Deus revelado e manifestado em
forma de homem, destituído da eternidade com
toda a plenitude da essência Divina, para que
Seu povo pudesse vê-lo. Assim, devemos olhar
através da ótica do Espírito Santo no Evangelho
de João, e em seus outros escritos, e ver
apenas isto, que a forma de Deus recuperar,
quando Seu total e original propósito tem sido
perdido e que a revelação celestial tem
desaparecido, e a glória celestial tem ficado
reclusa, é mostrar novamente o Seu Filho; e não
trazer você de volta para os princípios da
Igreja ou do Evangelho ou da doutrina, mas
trazer Seu Filho para ser visto, trazer Cristo
novamente em Seu tremendo significado celestial
e espiritual diante dos olhos do coração do Seu
povo.
Esta é a resposta que é encontrada em João à
essas condições que encontramos no Novo
Testamento, as quais claramente mostram que a
Igreja estava perdendo sua postura celestial, e
todos os tipos de coisas estavam acontecendo, e
a coisa toda estava ficando terrena. O que Deus
poderia fazer? De que forma poderia Ele salvar o
Seu propósito que parecia estar tão
perigosamente perto de ser perdido? Ele mostra o
Seu Filho novamente. Lembre-se de que a resposta
de Deus é sempre em Seu Filho, para qualquer
rebeldia. Esteja tal rebeldia no mundo, como
aquela liderada pelo Anticristo (A resposta de
Deus para o Anticristo será Cristo, com o
esplendor de Sua Divina Glória), esteja ela na
Igreja decadente e apóstata, a resposta de Deus
estará em Seu Filho.
Este é o significado das palavras introdutórias
do livro do Apocalipse. A Igreja perdeu o seu
lugar, a glória desapareceu, mas Deus interrompe
com uma revelação do Seu Filho.
“Eu
sou … Aquele que vive, estive morto, mas eis que
estou vivo pelos séculos dos séculos, e tenho as
chaves da morte e do inferno”.
Cristo é apresentado, e então tudo é medido e
julgado à luz daquele Homem Celestial, com a
cana em sua mão. Isto realmente bastaria, se
apenas víssemos aquilo, e o compreendêssemos.
Tudo para Deus e para nós está ligado à
revelação do Senhor Jesus.Oh, não será, como
temos ditto, em tentar recuperar os fundamentos
do Novo Testamento. Não será uma restauração da
ordem do Novo Testamento. Não será nem mesmo uma
reafirmação da verdade e da doutrina do Novo
Testamento. Isso são apenas coisas, e elas podem
ser usadas para montar uma moldura. A vida, a
glória, não estão nessas coisas. Não, o caminho
da Glória de Deus está em Seu Filho; o caminho
da Vida de Deus está em Seu Filho; o caminho do
poder de Deus está em Seu Filho; o caminho da
natureza celestial de Deus está em Seu Filho. E
isto é o que Deus está dizendo no evangelho de
João, em poucas palavras. Está tudo em Seu
Filho, e a necessidade, a única necessidade,
está em ver o Filho, e se Deus abrir os seus
olhos para que você veja o Filho, então tudo
mais será consequências. Isto é o evangelho de
João.
“Como abriram-lhe os olhos?”
Quem fez isso? Como Ele fez isso? A resposta ou
reação do homem à interrogação foi esta, em
efeito: vocês estão me perguntando sobre a
técnica das coisas; eu não sou capaz de dar a
resposta; eu não sou capaz de explicar isto, mas
eu tenho a realidade, e isso é que importa. “Uma
coisa eu sei, que eu era cego, mas agora vejo.”
É a luz da vida. “Nele estava a vida, e Ele era
a luz dos homens…”
Não queremos ser capazes apenas de dar a técnica
da verdade, e export e definer tudo. Isto não é
a primeira coisa. A primeira coisa é, a vida
produz a luz e isso está na revelação do Filho:
e, se devo resumir tudo, então é __
primeiramente, Deus escondeu tudo sobre Si mesmo
dentro de Seu Filho, e não é possível agora
saber ou ter algo de Deus for a do Senhor Jesus,
o Seu Filho. Deus assim estabeleceu; isto é
final, é conclusivo.
CRISTO CONHECIDO SOMENTE POR
REVELAÇÃO
09.09.06
Em Segundo lugar, não é possível ter ou conhecer
coisa alguma de toda a plenitude que Deus
escondeu em Seu Filho sem a revelação do
Espírito Santo de uma forma interior. É um
milagre feito pelo Espírito Santo no interior de
todo homem e mulher, isso se eles tiverem que
conhecer algo daquilo que Deus escondeu em
Cristo. Isto novamente resume o Evangelho de
João, pois lá, no centro, está um homem cego de
nascença. Ele nunca tinha visto. E não é uma
questão de restaurá-lo, mas sim de lhe dar
visão. Esta é a primeira coisa. O mundo passou a
ser absolutamente novo para aquele homem. Não
importa o que ele deduzia, ou achava, ou
imaginava, ou tinha sido descrito a ele, o fato
de se ter visão vai ser algo como um novo
começo. É um completo milagre produzir um mundo
absolutamente novo, e toda a sua imaginação
sobre como era aquele mundo e o que ele continha
se mostrou completamente inadequada quando ele
realmente conseguiu ver. Nada será visto, exceto
pelo milagre produzido no interior.
(1) Deus escondeu tudo de Si mesmo em Seu Filho.
(2) Ninguém pode conhecer coisa alguma sobre
isso, exceto se for revelado.
“Ninguém conhece o Filho, exceto o Pai, e
ninguem conhece o Pai, exceto o Filho, e aquele
a quem o Filho quiser reveler”. (Mat 11.27)
A revelação somente pode vir por escolha do
Filho.
REVELAÇÃO LIGADA A SITUAÇÕES PRÁTICAS
A terceira coisa é essa. Deus sempre mantém a
revelação de Si mesmo em Cristo ligada a
situações práticas. Você e eu jamais podemos
obter revelação que não esteja ligada à alguma
necessidade. Não podemos obtê-la simplesmente
como uma questão de informação. Informação não é
revelação. Não podemos obtê-la por meio do
estudo. Quando o Senhor deu o maná no deserto
(tipo de Cristo como o pão do céu), Ele
estipulou muito rigidamente que nenhum pedaço a
mais do que o necessário para o dia fosse
juntado, e que, se eles fossem além da medida do
que era necessário, doença e morte viriam sobre
eles. O princípio, a lei, do maná, é que Deus
mantém a revelação de Si mesmo em Cristo
associada a situações práticas de necessidade, e
nós não iremos ter revelação como um mero
ensino, doutrina, interpretação, teoria, ou
qualquer coisa do tipo,
o que significa que Deus irá colocar você e eu
em situações onde somente a revelação de Cristo
pode nos ajudar e nos salvar.
Você observa que os
apóstolos ganharam as suas revelações para a
Igreja através de situações práticas. Eles nunca
se reuniram numa Mesa-Redonda para desenhar um
esquema de doutrina e prática para as igrejas.
Eles saíam para o trabalho e se deparavam com
situações desesperadoras, e no meio de tais
situações que os pressionavam, geralmente até o
desepero, eles tinham que ir até a presença de
Deus e obter revelação.
O Novo Testamento é o
livro mais prático de todos, porque ele nasceu
das situações de pressão.
Podemos dizer que a revelação de Cristo nas
emergencias é a forma de mantê-lo vivo. Você
entende o que eu quero dizer.
10.09.06 vns
Agora, então, por que o Senhor nos manteria em
situações extremas, reais. O Senhor é contra nós
nos lançarmos sobre linhas teóricas a respeito
da verdade, nos lançarmos sobre linhas técnicas.
Oh, vamos evitar a técnica como uma coisa em si
mesma e reconhecer isto, que, embora o Novo
Testamento tem em si uma técnica, nós não
podemos simplesmente extrair essa técnica e
aplicá-la. Temos que entrar nas situações do
Novo Testamento, a fim de obter a revelação de
Cristo para conhecer aquela situação. Assim,
o caminho do Espírito Santo para conosco é nos
trazer para dentro de situações e condições
vivas, reais, de necessidades, nos quais somente
um conhecimento novo do Senhor Jesus pode ser
nossa libertação,
nossa salvação, nossa vida, e então nos dar, não
uma revelação da verdade, mas a revelação da
Pessoa, um novo conhecimento da Pessoa, para que
possamos ver Cristo de alguma maneira que supre
a nossa necessidade. Não estamos desenhando
sobre “uma coisa”, mas sobre “Ele”.
Ele é a Palavra. “No princípio era o Verbo”, e o
significado desta designação é exatamente essa,
que Deus se fez inteligível para nós numa
Pessoa, não num livro.
Deus não escreveu primeiramente um livro, embora
tenhamos a Bíblia. Deus escreveu uma Pessoa. Em
um de seus panfletos, Dr. A.B. Simpson traz esta
ilustração, ou ilustra isto dessa forma. Ele diz
que em uma ocasião ele viu a escrita da
Constituição dos Estados Unidos, e ela foi
escrita num pergaminho. Ele estava próximo a
ela, e podia ler todos os detalhes da
Constituição. Mas, como ele ficou atras daquele
pergaminho, alguns metros afastado, tudo o que
ele podia ver era a cabeça de George Washington
no pergaminho. Então chegou mais perto novamente
e viu que a Constituição tinha sido escrita
numa variedade gráfica tal que pudesse assumer a
forma da cabeça de George Washington. É isso.
Deus tem escrito a revelação de Si mesmo, mas
esta escrita está na Pessoa de Seu Filho, a
Cabeça do Senhor Jesus, e você não pode ter a
constituição do céu, exceto na Pessoa, e a
constituição do céu é a Pessoa em forma do Filho
de Deus.
Isto é apenas uma afirmação de coisas. Eu
acredito que você irá pegar o fato afirmado e ir
ao Senhor Jesus com isto. Não peça por luz como
uma coisa, peça pelo complete conhecimento do
Senhor Jesus. Este é o caminho, pois este é a
única forma viva de conhecê-lo: e lembre-se,
Deus sempre mantém o conhecimento de Si mesmo em
Cristo ligado à situações práticas. Nós temos
que estar na situação. O Espírito Santo irá nos
trazer, se estivermos em Suas mãos, para dentro
de situações que exigirão um novo conhecimento
do Senhor. Isso é um lado. O outro lado é que,
se estivermos numa situação que é muito difícil,
então estamos numa posição ideal para pedir a
revelação do Senhor.
Quero, por alguns minutos, insistir neste ponto:
temos o Evangelho de João aberto diante de nós,
no primeiro capítulo. E notem que Deus está aqui
retornando em relação à plenitude de Seu plano
para o Seu povo, e o significado é este: Cristo
é a plenitude da vontade de Deus para nós, e o
Espírito Santo (representado pelo anjo em
Ezequiel), veio com o objetivo e propósito
expresso de nos dar e nos guiar a cada detalhe
de Cristo, para que tenhamos uma expressão
abrangente e detalhada da vontade de Deus em
Cristo.
Agora perceba que em João 1 você tem a grande,
nova e eterna apresentação:
“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com
Deus, e o Verbo era Deus”.
Veja mais:
“E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós”.
Este é o plano Divino que veio da eternidade e
que foi estabelecido entre nós de uma forma bem
abrangente; todo o plano de Deus se resume em
Seu Filho, o Eterno Propósito, e está centrado
no meio dos homens na Pessoa de Cristo. E,
então, você vai para o final do primeiro
capítulo (e eu não estou abordando tudo o que há
entre esses pontos) e tem por implicação algo
que é muito maravilhoso, se você reconhecer a
sua significância. É a palavra dita a Natanael.
É sempre interessante frisar que foi uma palavra
dita a Natanael. Podemos perfeitamente concluir
que esta palavra também fora dito a Pedro, a
Tiago ou João, numa espécie de círculo mais
íntimo. Mas, sendo Natanael, ele pertence a um
círculo mais abrangente em relação a Cristo, e
portanto aquilo que foi dito a ele também é
dito a qualquer pessoa.
“Você irá ver o céu aberto, e os anjos de Deus
subindo e descendo sobre o Filho do Homem”.
BETEL __ A CASA DE DEUS
Por implicação somos instintivamente levados por
essas palavras de volta ao Velho Testamento,
para o livro de Gênesis, e Jacó imediatamente
vem à vista, e nos lembramos dele em seu
caminho entre dois pontos, quer dizer entre dois
lugares, entre o céu e a terra; nem totalmente a
terra e nem totalmente o céu, mas um ponto
intermediário. Aquela noite, naquele lugar
intermediário, em um local ao ar livre, ele
deitou dormiu; e, eis que uma escada colocada na
terra, cujo topo alcançava no céu, pela qual os
anjos subiam e desciam, e acima da escada estava
o Senhor; e o Senhor falou a ele. E Jacó acordou
do seu sono, e disse: Certamente o Senhor está
neste lugar, e eu não sabia; este não outro
lugar senão a casa de Deus! E ele chamou aquele
lugar de “Betel”, ou a Casa de Deus.
O Senhor Jesus apropriadamente se utilizou dessa
passagem e aplicou-a a Si mesmo, em Suas
palavras a Natanael, e, com efeito ou por
implicação, disse: Eu sou Betel, a Casa de Deus;
eu sou aquele não é totalmente da terra, embora
esteja sobre ela, nem totalmente do céu, em
minha condição atual, embora ligado a ele; estou
aqui entre o céu e a terra, o ponto de encontro
de Deus com o homem, a Casa de Deus, em Quem
Deus fala, em Quem Deus se revela __ Ele fala em
Sua Casa; Ele se revela em Sua Casa __ Eu sou a
Casa de Deus: a comunicação de Deus com este
mundo está em Mim, e somente em Mim:
“ninguem vai ao Pai senão por Mim”.
Ele poderia bem ter ditto, embora não esteja
registrado: o Pai não vai a ninguem, mas somente
a Mim. É exatamente esta Casa de Deus, como
representada por Cristo, que é a nossa reflexão,
que nos leva ao testemunho prático em batismo:
Jesus __ a Casa de Deus. Sabemos, naturalmente,
que qualquer outra casa na Bíblia é apenas uma
ilustração de Jesus. Seja ela o tabernáculo no
deserto, ou o templo de Salomão, ou qualquer
templo subsequente que teve a pretensão de
desempenhar a mesma função, ou qualquer outra
coisa que, em termos mais espirituais no Novo
Testamento é chamado de Igreja, não é outra
coisa além de Cristo, mas é Cristo. No
pensamento de Deus é apenas Cristo, e não há
nada mais do que Cristo, e nada além de Cristo,
que é a Igreja ou a Casa de Deus.
O ponto que sentimos que o Senhor está
procurando enfatizar nessas meditações é como
Ele tem unido todas as coisas de uma forma
final, conclusiva e exclusivamente, ao Seu
Filho, e que não há nada para se ter de Deus
exceto Cristo, e é pelo Espírito Santo que
Cristo é revelado em nossos corações. Assim, o
Senhor Jesus, sendo a Casa de Deus, cumpre cada
função que foi estabelecida por meio de um tipo,
nessas outras casas terrestres.
Você começa com o Santíssimo Lugar, o Santo
dos Santos. Em Cristo está o Santíssimo Lugar,
onde Deus verdadeiramente e pessoalmente habita,
e tem sua morada. Deus está em Cristo, e em
nenhum outro lugar Ele habita da mesma forma. É
claro que o Pai faz morada em nós. Mas, amado,
há uma diferença. O fato de o Pai vir fazer
morada em nós não nos constitui em muitos
Cristos. Não somos moradas de Deus no mesmo
sentido que o Filho é. A diferença veremos em
seguida. A habitação de Deus em Cristo é única,
e o Santíssimo Lugar está Nele apenas.
Nele está o oráculo; isto é,
a voz,
a voz que fala com autoridade, e esta
autoridade é final. A autoridade final da voz de
Deus está em Cristo, somente em Cristo. Os três
discípulos estavam numa posição bastante
exaltada, tanto em seus espíritos como em seus
corpos, no Monte da Transfiguração. Foi uma
experiência maravilhosa, um acontecimento
espiritual tremendo. Porém mesmo assim, quando
você está numa posição espiritual muito elevada
e exaltada, repleta de aspirações e expressões
espirituais, você pode cometer os erros mais
graves. Assim Pedro, com a melhor das intenções,
com as intenções mais sublimes, disse:
“Senhor, é bom estarmos aqui; se quiseres, farei
aqui três tendas: uma para Ti, uma para Moisés e
outra para Elias”.
E, enquanto ele ainda falava, Deus se manifestou
e não deixou nem que Pedro terminasse, e disse,
__ enquanto Pedro ainda falava, a nuvem os
encobriu, e veio uma voz do céu dizendo:
“Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo;
ouçam a Ele.”
‘Não comecem a dar expressões aos seus
pensamentos e idéias aqui nesta posição: a
palavra final de autoridade está Nele; calai-vos
diante Dele’. Suas êxtases espirituais não têm
lugar aqui; vocês não devem ser influenciados
nem mesmo por seus sentimentos mais sublimes.’ A
voz da autoridade de Deus em Cristo é a palavra
final. Ela é o oráculo que está Nele. Esta voz é
o oráculo que está Nele, como no antigo
santuário. Assim, podemos percorrer todo aquele
tabernáculo ou templo e considerar ponto por
ponto, e veremos Cristo como o cumprimento de
tudo aquilo, como a Casa de Deus, onde Deus é
encontrado, e onde Deus se comunica.
A CASA CORPORATIVA DE DEUS
Agora, o que é a Casa de Deus em seu sentido
mais amplo, em seu sentido corporativo ou
coletivo? Ela é, usando aquela maravilhosa
frase com quase duas centenas de ocorrências no
Novo Testamento, tudo aquilo que está
representado por “em Cristo”. Se estamos na Casa
de Deus, é somente porque estamos em Cristo.
Estar em Cristo Jesus é estar na Casa de Deus, e
não estar em Cristo significa estar fora da
Casa de Deus. Nós fomos trazidos para dentro
Dele.
Mas, estar em Cristo significa uma total
exclusão de tudo aquilo que não é Cristo, e,
numa meditação anterior, esforçamo-nos para
deixar algo bem claro, isto é, a total e
absoluta diferença entre Cristo e nós mesmos,
até mesmo em comparação com o nosso melhor. Quão
extremamente diferente Ele é do homem, até mesmo
do melhor homem religioso; totalmente diferente
em constituição, de modo que levaria a nós uma
vida inteira, sob o ensino do Espírito Santo,
para descobrir como somos diferentes de Cristo,
e quão diferente Ele é de nós. Mas Deus tem
colocado esta diferença desde o princípio. Ele
não leva toda uma vida para descobri-la. Ele a
conhece, e portanto, Ele tem posto a posição
absoluta de Seu ponto de vista desde o início.
Ele tem, em efeito, dito: A diferença entre você
e Cristo é tão grande e absoluta que corresponde
à largura e à profundidade de uma sepultura! É
nada menos do que a morte total. E não há
atalhos. A morte e a sepultura são o fim. De um
lado, portanto, há o extremo daquilo que você é,
e, se existe alguma coisa adiante, aquela morte
deve ficar no meio, e qualquer coisa subsequente
somente pode vir por meio da ressurreição: uma
passagem para fora de você mesmo indo para
dentro Dele, através da morte e da ressurreição.
Assim que, nesta morte, você é tido como saindo
do estado do qual você se encontra, até mesmo do
seu melhor, e passando para o estado daquilo que
Ele é. A morte de uma sepultura e está entre
você e Ele, e não há uma passagem alternativa. É
um final. Entrar na Casa de Deus significa isto.
O ALTAR
Assim você nota, voltando a João 1, que a
verdade está aqui estabelecida de uma forma
representativa. Ela é desenvolvida mais clara e
totalmente mais tarde, quando o Espírito Santo é
enviado para este propósito __ Ele veio para
tomar aquilo que Cristo havia dito e levá-lo
até o seu último termo. __ mas em João 1, muito
antes de você chegar à Casa de Deus, você tem
esta palavra reiterada, “Eis
o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”.
Antes de você chegar à Casa de Deus, você tem
que ir ao altar. É dessa forma que está colocada
no tabernáculo e no templo. Você jamais poderá
entrar no santuário, no interior da Casa de
Deus, sem que antes tenha ido ao altar. O
Cordeiro, o Cordeiro de Deus, e o altar, se
opõem e bloqueiam o seu caminho para o
santuário, e aquele cordeiro fala dessa morte em
nosso lugar, de nosso substituto. Primeiramente
somos identificados com Cristo em Sua morte; a
Sua morte é a nossa morte. Então, por causa de
Seu precioso sangue, que é derramado por todo o
caminho, do altar até o Santo dos Santos, por
causa desse precioso sangue é que existe um
caminho de vida. É o Seu sangue, e não o nosso;
não é a nossa vida remediada; não é a nossa vida
aperfeiçoada; não é a nossa vida, absolutamente,
mas a Dele. É Cristo e somente pela vida de
Cristo que chegamos na presença de Deus.
Nenhum Sumo Sacerdote ousaria entrar na presença
de Deus, a não ser por meio do sangue precioso,
o sangue do Cordeiro, o sangue do altar. Eis o
Cordeiro! Ele se atravessa no meio do caminho
para a Casa de Deus; é um julgamento de morte
para aquilo que somos. Bem, essas são algumas
informações a partir das quais você poderá
receber muito mais, eu espero, do que eu sou
capaz de falar. Mas, o que está particularmente
em vista neste momento é o assunto de estar em
Cristo, e consequentemente estar na Casa de
Deus. A Casa de Deus é Cristo, e, se falarmos da
Casa de Deus como sendo uma coisa corporativa ou
coletiva na qual estamos, é somente porque
estamos em Cristo. Aqueles que estão em Cristo
estão na Casa de Deus, e estão na Casa de Deus
por meio de sua união com Ele. Eles chegaram ao
lugar onde Deus está, e onde Deus fala; onde
Deus é conhecido, e onde a autoridade de Deus
está absolutamente em Cristo, e somos levados em
pensamento para Colossenses, para a palavra de
Paulo __ “Ele é a cabeça da igreja” Vemos o
Corpo e sua Cabeça. A liderança de Cristo
significa que a autoridade de Deus foi concedida
a Ele, para governo.
BATISMO
Agora
você vê duas coisas. Há o primeiro passo em
direção à Casa de Deus, principalmente: o altar,
a morte, e é isto o que o batismo representa.
Tomamos o nosso lugar em Cristo, que nos
representa, como sendo o fim de tudo aquilo que
somos. Não são apenas os nossos pecados que são
removidos, mas a nossa própria pessoa, pois
somos totalmente diferentes de Cristo. Do ponto
de vista de Deus, isto significa o nosso fim.
Vamos entender isso. Na morte de Cristo, Deus
trouxe um fim para nós, para a nossa vida
natural. Na ressurreição de Cristo, e na nossa
união a Ele, do ponto de vista de Deus, não
somos mais nós que vivemos, mas é somente Cristo
quem vive, e a obra do Espírito Santo em nós é a
de fazer com que aquilo que foi estabelecido
como propósito seja real em nós. Nós não temos
que morrer; nós já estamos mortos. O que temos
que fazer é apenas aceitar a nossa morte. Se
falharmos em entender isso, estaremos o tempo
todo resistindo em trazer a nós mesmos para a
morte. É uma posição tomada que foi estabelecida
e fixada por Deus, no que diz respeito a nós.
Este é o significado de se considerar morto. É
assumindo o lugar que Deus nos indicou,
posicionando-nos nele e dizendo: Eu aceito a
posição que Deus fixou para mim mesmo; a obra do
Espírito Santo é fazer o restante, mas eu aceito
o fim. Se você e eu chegarmos a um lugar onde
podemos escapar da obra do Espírito em nós, o
que estamos fazendo é algo mais do que
simplesmente se recusar em prosseguir. Estaremos
recusando a aceitar a posição original, e isto é
muito mais grave. Realmente é o reverso da
posição que uma vez tomamos Nele.
Bem, agora, o batismo é o altar onde Deus nos
considera como mortos em Cristo, e nós
simplesmente entramos e dizemos: Esta posição
que Deus estabeleceu pra mim é a posição que eu
agora aceito, e testifico aqui, desta maneira,
que aceito esta posição de Deus para mim,
principalmente que na cruz eu fui levado a um
fim. O Senhor Jesus tomou este caminho, e
estabeleceu o batismo desde o princípio de Sua
vida pública, e, sob a unção do Espírito, a
partir daquele momento, Ele absolutamente se
recusou a ouvir a Sua própria mente, separada de
Deus; se recusou a ficar de qualquer forma
influenciado por Sua própria humanidade, mesmo
sendo ela sem pecado, mas separado de Deus. Ao
longo de todo o caminho, Ele estava sendo
governado pela Unção; naquilo que Ele dizia, o
que Ele fazia, o que Ele se recusava a fazer,
onde Ele ia, e quando Ele ia; e rejeitou
qualquer outra influência, mesmo que viesse dos
discípulos, ou do Maligno, ou de qualquer outra
direção. Sua atitude era, Pai, o que Tu pensas
sobre isso? O que Tu queres? É esta a Tua hora?
Ele estava dizendo, em efeito, o tempo todo: Não
a minha vontade, mas a Tua; não os meus
julgamentos, mas os Teus; não os meus
sentimentos, mas o que Tu sentes a respeito! Ele
tinha morrido, efetivamente. Seu batismo
significou isto para Ele, e essa é a nossa
posição.
21.09.06
Eu dizia que, no lado da ressurreição, o Governo
de Cristo sob a Unção se torna, ou deve se
tornar o fator dominante na vida do cristão, e a
imposição de mãos sobre a cabeça é simplesmente
uma declaração de que esta pessoa está sob o
Governo; de que esta cabeça está debaixo de uma
outra Cabeça; de que esta cabeça está sujeita à
uma Cabeça maior. Até então esta cabeça
governava a si mesma, mas agora não mais; ela
está sujeita a uma outra Cabeça. Esta pessoa é
trazida para debaixo do governo de Cristo, que é
a Cabeça na Unção. E o Espírito atestou isso nos
primeiros dias; o Espírito veio sobre aquelas
pessoas, declarando que elas estavam na Casa de
Deus, onde a Unção está, que estavam sob o
governo do Cabeça da Casa.
O espírito disso tudo encontra expressão naquela
palavra na Carta aos Hebreus:
“Mas Cristo, como Filho, sobre a casa de Deus, a
qual casa somos nós”.
(3.6) Eu penso que é desnecessário falar mais
alguma coisa. Nós estamos indo pelo caminho da
revelação celestial de Cristo; e, no batismo,
nós tomamos a posição de aceitar a posição de
Deus, no que diz respeito a nós, principalmente,
que isso significa o nosso fim! Se no futuro,
aquilo que somos em nós mesmos procurar
afirmar-se a si mesmo, devemos reverter isso e
dizer: “Nós já dissemos de uma vez por todas __
é o fim de nós!” Mantenha a sua attitude em
direção a posição de Deus.
Após isso, a reunião ao redor e a imposição de
mãos dos membros representantes do Corpo é um
simples testemunho do fato de que em Cristo tais
pessoas estão na Casa de Deus, sob o governo de
Cristo através da Unção, e que o Seu Governo nos
constitui um só Nele. Que o Senhor possa fazer
com que tudo isso seja uma realidade em todos
nós; uma realidade viva, para que realmente
cheguemos a Betel e possamos dizer: O Senhor
está neste lugar. Eu estou onde o Senhor está:
esta é a Casa de Deus! E isto simplesmente
significa um conhecimento vivo daquilo que
significa estar em Cristo, debaixo de Seu
Governo e Unção.
Capítulo 5 _ A Luz da Vida
22.09.06
“E eis que a glória do Deus de Israel vinha do
caminho do oriente; e a sua voz era como a voz
de muitas águas, e a terra resplandecia com a
glória dele. E a glória do Senhor entrou no
templo pelo caminho da porta oriental. E
levantou-me o Espírito, e me levou ao átrio
interior; e eis que a glória do Senhor encheu o
templo.” (Eze. 43.2, 4-5)
“Então me levou pelo caminho da porta do norte,
diante do templo; e olhei, e eis que a glória do
Senhor encheu o templo do Senhor; pelo que caí
com o rosto em terra.” (Eze.44.4)
“Depois disso me fez voltar à entrada do
templo; e eis que saíam umas águas por debaixo
do limiar do templo, para o oriente; pois a
frente do templo dava para o oriente; e as águas
desciam pelo lado meridional do templo ao sul do
altar.” (Eze. 47.1)
“Nele estava a vida, e a vida era a luz dos
homens;” (João 1.4)
“Então Jesus tornou a falar-lhes, dizendo: Eu
sou a luz do mundo; quem me segue de modo algum
andará em trevas, mas terá a luz da vida.”
(Jo.8.12)
“Respondeu-lhe Jesus: Em verdade, em verdade te
digo que se alguém não nascer de novo, não pode
ver o reino de Deus”. (Jo.3.3)
“Enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo.”
(Jo.9.5)
“Ora, entre os que tinham subido a adorar na
festa havia alguns gregos.Estes, pois,
dirigiram-se a Felipe, que era de Betsaida da
Galiléia, e rogaram-lhe, dizendo: Senhor,
queríamos ver a Jesus. Felipe foi dizê-lo a
André, e então André e Felipe foram dizê-lo a
Jesus. Respondeu-lhes Jesus: É chegada a hora de
ser glorificado o Filho do homem. Em verdade, em
verdade vos digo: Se o grão de trigo caindo na
terra não morrer, fica ele só; mas se morrer, dá
muito fruto.” (Jo.12.20-24)
“Eu, que sou a luz, vim ao mundo, para que todo
aquele que crê em mim não permaneça nas trevas.”
(Jo.12.46)
“nos quais o deus deste século cegou os
entendimentos dos incrédulos, para que lhes não
resplandeça a luz do evangelho da glória de
Cristo, o qual é a imagem de Deus.” (2Cor.4.4)
“para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o
Pai da glória, vos dê o espírito de sabedoria e
de revelação no pleno conhecimento dele; sendo
iluminados os olhos do vosso coração, para que
saibais qual seja a esperança da sua vocação, e
quais as riquezas da glória da sua herança nos
santos, e qual a suprema grandeza do seu poder
para conosco, os que cremos, segundo a operação
da força do seu poder,” (Efé.1.17-19)
23.09.06
A Luz da Vida! Antes de fazer uma consideração
mais exata sobre este assunto da luz da vida,
posso fazer uma pergunta bem simples, mas
direta? Podemos nós dizer com verdade que
estamos realmente desejosos em estar no
propósito de Deus; em saber que propósito é
esse, e ser achado dentro dele? Tudo depende
disso: se nós temos esse desejo. É uma assunto
prático. Este assunto tem que nos envolver a
ponto de ficarmos interessados realmente nele,
em querermos aumentar nosso conhecimento a
respeito das coisas espirituais.
Ao olharmos para dentro de nossos corações neste
momento _ e devemos fazer isso mesmo, cada um
de nós _ será que poderemos dizer que existe um
genuino e forte desejo em estar dentro desse
propósito, o grande e eterno propósito de Deus?
Estamos nós preparados para nos comprometermos
com o Senhor em relação a isso, numa transação
final, por entendermos agora que Ele não irá
fazer nada até que estejamos realmente desejosos
em abraçar o Seu eterno propósito, custe o que
custar? Como povo de Deus, estamos nós prontos
para enfrentar isso, e tomarmos nossa posição
com Deus? Eu sei que alguns de vocês já estão
lá, e que para vocês não há necessidade de se
exercitar muito sobre esta questão, mas é bem
provável que haja alguns que têm aceitado as
coisas teoricamente ou supostamente. Quero
dizer, eles são cristãos, são crentes, pertencem
ao Senhor, são salvos, colocaram sua fé em
Cristo, têm tido um relacionamento com
instituições cristãs, e muitas coisas desse tipo
por longo tempo, talvez desde a infância.
É para os tais que faço este apelo de início.
Aqui na Palavra de Deus aquela mesma frase é
usada repetidamente _
“de acordo com o Seu propósito eterno que propôs
em Cristo Jesus antes que o mundo existisse”.
É este propósito que está em primeiro lugar em
nosso horizonte, ou este propósito é algo
remoto, obscuro, Escondido? Eu chamo a atenção
para isto, porque devemos ter algo onde
possamos trabalhar. Deus deve ter algo sobre o
qual trabalhar, e, se esta for a posição, então
podemos prosseguir, e haverá um alargamento da
revelação para esse propósito e direção. Mas, a
nenos que tenhamos uma attitude e posição muito
positiva a esse respeito, você irá ouvir um
monte de coisas sendo ditas, e serão ditas mais
ou menos por sua causa.
O PROPÓSITO DE DEUS
24.09.06
Bem, agora, considerando que haja tal desejo,
pelo menos em uma certa medida, que nos
justifique continuar, perguntamos: Qual é o
propósito de Deus? E eu penso que isso pode ser
colocado de uma maneira entre outras: Podemos
dizer que o propósito de Deus é que haja um
tempo quando Ele terá um instrumento no qual e
através do qual a Sua glória possa brilhar para
este universo. Vemos que isso é claro no caso da
Nova Jerusalem, que desce do céu, da parte de
Deus, tendo a glória de Deus; seu brilho é como
a pedra mais preciosas, como a pedra de jaspe,
clara como crystal.
“Tendo a glória de Deus!”
Isto é o que Deus tem planejado para o Seu povo;
para ser, num sentido espiritual, no Seu
universo de inteligências espirituais o que o
sol é para este universo; para que as nações
caminhem na Sua luz; e isto significa dizer que
a vontade de Deus é ter um povo cheio de luz,
“a luz do conhecimento da glória de Deus”.
Este é o plano, e Deus começa a se mover nesta
direção no exato momento em que cada um de seus
filhos nasce do alto, pois esse mesmo
nascimento, que é um novo nascimento do alto,
significa o afastamento da escuridão e o romper
da luz. Durante todo o nosso caminho na Escola
de Cristo, o Espírito Santo está engajado nisso,
em nos levar cada vez mais para a luz,
“do conhecimento da glória de Deus na face de
Jesus Cristo”;
que isso possa ser verdade em nosso caso:
“ a vereda do justo é como a luz da aurora, que
vai brilhando mais e mais, até ser dia perfeito”
(meio-dia) (Prov.4.18) Muitas pessoas têm
pensado __ e, pensando assim, têm ficado
desapontadas __ que isso significa que a coisa
vai ficando cada vez mais fácil, mais alegre, e
mais agradável na medida em que prosseguimos.
Mas não funciona dessa forma. Não vejo isso como
verdade nas circunstâncias e condições
exteriores dos santos de todos os lugares e em
todos os tempos. Para eles o caminho o caminho
não fica cada vez mais agradável exteriormente.
Mas, se estivermos realmente nos movendo sob o
governo do Espírito Santo, podemos dizer com
toda certeza, que interiormente a luz vai
crescendo. O caminho vai ficando mais e mais
agradável; cada vez mais vamos enxergando. Este
é o propósito de Deus; antes que o tempo chegue,
quando não houver mais qualquer escuridão, nem
sombra, nem neblina, mas apenas luz, perfeita
luz. Nós não veremos mais através de um vidro
opaco, mas face a face; nós conheceremos da
mesma forma como somos conhecidos. Este é o
propósito de Deus. Isso não interessa a você?
Você deseja isso? Mas isso envolve crise e é
também um processo na vida espiritual, com um
climax glorioso no arrebatamento. O que eu estou
especialmente envolvido agora é com esse
processo. Lemos em Ezequiel sobre a glória do
Senhor vindo e enchendo a Casa, e temos visto em
meditações anteriores que o Senhor Jesus é esta
Casa. Ele é a grande Betel de Deus sobre a qual
os anjos sobem e descem, onde Deus é achado,
onde Deus fala (o local do oráculo), onde está a
autoridade Divina, e a palavra final. Ele é a
Casa, e a glória do Senhor está Nele, a luz de
Deus está Nele.
O LUGAR DA GLÓRIA DO SHEKINAH
25.09.06
Olhando para o passado, para o tabernáculo, ou
para o antigo templo, onde a glória do Shekinah
aparecia, fazemos a observação de que aquela
luz, aquela glória que unia o céu e a terra como
uma escada, se manifestava no interior do Santo
dos Santos. Você sabe que no Santo dos Santos,
tudo estava coberto por uma cortina ao redor e
por cima, que excluía a menor pontinha de luz
natural, de tal modo que, se alguem entrasse ali
sem o Shekenah, encontraria escuridão total, sem
qualquer luz; mas, se entrasse ali quando vinha
o Shekenah, encontraria plena luz; era uma luz
totalmente divina, uma luz celestial, a luz de
Deus. E aquele lugar, o Santo dos Santos,
representa a vida interior do Senhor Jesus, o
Seu Espírito, onde Deus é encontrado, a luz do
céu, a luz de Deus Nele. O Seu Espírito é o
Santo dos Santos, a Casa Santa de Deus, e foi
lá, no Santo dos Santos, onde a luz da glória
estava, que Deus disse que Ele iria falar com o
Seu povo, através dos seus representantes.
“E ali virei a ti, e falarei contigo de cima do
propiciatório, do meio dos dois querubins (que
estão sobre a arca do testemunho), tudo o que eu
te ordenar para os filhos de Israel.” Êxo.25.22
O lugar da comunhão _ “Virei a ti”. “comunhão”
Que palavra amável _ Não há nada de severo, de
terrível e assustador nessa palavra. “Terei
comunhão contigo”. É um lugar onde Deus fala; na
comunhão Deus se faz conhecido. É chamado de o
lugar do oráculo, o lugar de onde Deus fala; e
isto é o Propiciatório, o lugar da Misericórdia,
e tudo isso representa o Senhor Jesus. Ele, como
temos dito, foi posto por Deus como o
propiciatório (Rom.3.25), e Nele Deus se
comunica com o Seu povo. Nele Deus fala para e
com o Seu povo.
A ênfase deve estar na expressão “Nele”, pois
não há comunhão com Deus, nem comunhão de Deus,
não há palavra a ser ouvida, nem lugar de
encontro absolutamente, exceto em Cristo. Seria
um lugar de morte e destruição para o homem
natural; eis aí a razão das sérias recomendações
que foram dadas sobre entrar naquele lugar sem o
devido equipamento, aquele simbólico equipamento
que falava do homem natural tendo sido
completamente coberto e revestido por um outro
Homem Celestial, com vestes celestiais, as
vestes da justiça. Somente assim seria possível
entrar naquele lugar: do contrário “o homem
seria morto…”
26.09.06 Se você quiser saber exatamente como
isto funciona, venha para o Novo Testamento e
tome a história da viagem de Saulo de Tarsis
para Damasco. Ele diz: “Ao meio-dia, vi no
caminho uma luz do céu, mais brilhante que a luz
do sol… E quando todos nós caimos por terra,
ouvi uma voz que dizia para mim… Saulo, Saulo,
por que me persegues?” Então você se lembra como
eles o levantaram e o conduziram para a cidade,
porque ele perdera a visão. Pela misericórdia de
Deus, ele ficou sem enxergar por apenas três
dias e três noites. Deus comissionou Ananias
par ir visitar aquele homem cego, e dizer a
ele: “Jesus, que apareceu a você no caminho no
qual viestes, enviou-me para que você pudesse
receber a visão”. Saulo de Tarsus, por outro
lado, poderia ter sido um homem cego até o fim
de sua vida. Este é o efeito do encontro de um
homem natural com a glória de Deus na face de
Jesus Cristo. É destruição. Não há lugar para o
homem natural na presença da luz; seria morte.
Mas em João 8 temos as seguintes palavras: “a
Luz da vida”, contra a escuridão da morte. Bem,
em Jesus Cristo o homem natural é considerado
como tendo sido inteiramente colocado à parte.
Não há lugar para ele lá.
NÃO HÁ LUGAR PARA O HOMEM NATURAL
Isto significa que o homem natural não pode vir
para a luz, nem pode vir para o grande propósito
de Deus e ser achado naquela Casa cheia da
glória de Deus, aquele instrumento através da
qual Ele irá manifestar a Sua glória ao
Universo. O homem natural não pode entrar lá: e
quando falamos sobre o homem natural, não
estamos apenas ao não salvo, isto é, o homem que
que ainda não veio ao Senhor Jesus. Estamos
falando do homem que Deus considera como um
ser posto completamente à parte. O Apóstolo
Paulo tinha que falar aos cristãos de Corinto
dessa maneira. Eles eram pessoas convertidas,
salvas, mas estavam seduzidos pela sabedoria e
pelo poder deste mundo; isto é, pela sabedoria
natural, conhecimento, e pela força que dela
procede, e a disposição e a inclinação deles era
tentar segurar as coisas divinas e analisá-las,
investigá-las e examiná-las através da sabedoria
e do conhecimento natural, da filosofia e
sabedoria deste mundo. Assim, eles estavam
trazendo o homem natural para suportar as
coisas divinas, e o apóstolo Paulo escreveu a
eles, e, na própria linguagem deles ele disse: ‘Ora,
o homem natural não aceita as coisas do Espírito
de Deus, porque para ele são loucura; e não pode
entendê-las, porque elas se discernem
espiritualmente.’
O homem de ‘psiquê’, isto é, o homem natural. A
mais nova de nossas ciências é a Psicologia, a
ciência da alma: e o que é Psicologia? Ela tem a
ver com a mente do homem; é a ciência da mente
do homem; e aqui está a palavra agora _ Estou
parafraseando isto porque isto é exatamente o
que ela significa. Agora, a ciência da mente
jamais poderá receber as coisas do Espírito de
Deus, nem pode ela conhecê-las. Este homem é
muito inteligente, muito intelectual, muito bem
treinado, com todos os seus sentidos naturais
trazidos ao mais alto estado de desenvolvimento
e perfeição, contudo este homem está
incapacitado em relação as coisas de Deus.
Porque o primeiro vislumbre do conhecimento de
Deus é um milagre que precisa ser realizado,
através do qual é dada luz aos olhos cegos que
nunca enxergaram, e através do qual a luz vem
como um raio feixe de revelação, pelo que
pode-se dizer: ‘Bem-aventurado és tu ... pois
não foi carne nem sangue quem te revelou, mas
meu Pai que está no céu.”
Esta é uma afirmação de um fato tremendo. Cada
ponto de luz real que está na direção daquela
última efulgência, a revelação da glória de Deus
em nós e através de nós, cada ponto dessa luz
está em Cristo Jesus, e somente pode ser obtida
Nele, desde que o homem natural seja posto
totalmente de lado, e um novo homem seja trazido
à existência, com uma novas faculdades
espirituais: tanto que foi dito a Nicodemos, o
melhor produto da escola religiosa daqueles dias
e de seu mundo: “Aquele que não nascer de novo
não pode ver...” Ele não pode ver. Bem, isto
significa que, para que possamos conhecer até
mesmo as primeiras letras do alfabeto Divino,
devemos estar em Cristo, e tudo o mais é uma
questão de aprender Cristo, saber o que
significa estar em Cristo.
COMO CONSEGUIMOS A LUZ DA VIDA
27.09.06
(a) UMA CRISE
Isto nos traz para a pergunta: Qual é o caminho
para ir a Cristo, ou, como obter a luz da vida?
Bem, a resposta é, naturalmente, de maneira
suscinta, para ter a luz temos que ter a vida.
Esta luz é a luz da vida. É o produto da vida.
Toda luz Divina, a verdadeira luz que vem de
Deus, é uma luz viva. E como obter esta luz da
vida?
Temos essas duas coisas trazidas bem diante de
nós no Evangelho de João, principalmente,
Cristo em nós, e nós em Cristo.
O Senhor nos tem dado uma Linda ilustração do
que isso significa, e esta ilustração nós temos
lido no capítulo 12.
O que significa estar em Cristo? O que significa
estar na vida e na luz?
Bem, aqui está a resposta. Existe vida naquele
grão de trigo, mas esta vida está num único
grão. Como fazer para que a vida seja
transmitida para outros grãos, de modo que
venham a encher toda a terra? Bem, o Senhor
responde: coloque esse grão na terra: deixe-o
cair na terra e morrer; deixe-o cair dentro da
terra escura, e deixe a terra encobri-lo. O que
acontece? O grão começa imediatamente a se
desintegrar, a se desmanchar, a se render, em
relação a sua própria vida individual e pessoal.
Logo suge um broto da terra, que vira um talo,
e finalmente surge uma espiga de grãos de trigo;
e, se eu pudesse ver a vida e olhasse para
aqueles grãos de trigos, veria que a vida que
estava naquele único grão agora está em cada um
dos demais grãos. Então eu ceifo aquela espiga,
que pode conter uma centena de grãos, e eu
obtenho dez mil; ceifo as espigas novamente, e
elas se multiplicam centenas de vezes, e assim
acontece até que encham toda a terra; e, se eu
pudesse olhar através de uma lente magnífica
para cada um daqueles milhões e milhões de
grãos, se a vida fosse alguma que se pudesse
ver, veria eu que aquela mesma vida original era
a mesma vida de cada um daqueles grãos. Aqui
está a resposta.
Como esta vida entra em nós, esta luz da vida?
O Senhor Jesus diz que a morte deve ocorrer; a
morte para o que nós somos em nós mesmos; a
morte para a nossa própria vida; a morte para
uma vida separada da Vida Dele. Devemos ir com
Ele para a morte, e lá, sob a ação do Espírito
de Deus, unidos com o Cristo sepultado, há uma
transmissão da Vida Dele para a nossa, e Ele,
surge, então, não mais meramente como um único
grão de trigo, mas multiplicado em cada um de
nós. É o milagre que se sucede a cada ano, no
terreno natural, e é justamente o princípio pelo
qual o Senhor entra em nós. Por aí você vê a
necessidade de que a nossa vida separada da Dele
morra; a necessidade de permitirmos que a nossa
vida vá embora, absolutamente. Esta é a crise
que ocorre no início; uma crise real.
Mais cedo ou mais tarde, essa crise tem que
acontecer.
Alguns podem dizer: Eu ainda não tive essa
crise. Para mim, tornar-se um cristão foi uma
coisa muito simples. Como uma criança, eu era
apenas ensinada, ou, em algum tempo eu
simplesmente expressava minha fé pessoal no
Senhor Jesus de alguma forma, e, a partir
daquela hora, eu passei a pertencer ao Senhor.
Eu sou um cristão! Está você se movendo na
crescente plenitude da revelação do Senhor
Jesus? Tem você um céu aberto? Está Deus se
revelando em Cristo para você em toda plenitude?
Eu não estou dizendo que você não pertence ao
Senhor Jesus, mas estou dizendo que a base
inalterável de um céu aberto é a sepultura, é
uma crise à qual você chega ao fim de sua
própria vida egoísta. É a crise da real
idendificação experimental com Cristo em Sua
morte,
não agora por seus pecados, mas por você.
O seu céu aberto depende disso. É uma crise. E
assim, não com uma ou duas, mas com muitas, este
tem sido o caminho. A verdade é esta, que
aquelas pessoas (de Corinto) eram filhas do
Senhor; elas conheciam a Cristo, eram salvas;
elas não tinham dúvida disso; mas, então, o
tempo chegou quando o Senhor, a Luz da Vida,
mostrou a elas que Ele não apenas morreu para
levar seus pecados em Seu corpo, mas Ele mesmo
as representou na totalidade de suas vidas
naturais, para colocar essa vida natural de
lado. Era o homem, e não apenas os seus pecados,
que foi para a cruz. Aquele homem é você; sou
eu; e muitos, após anos de cristãos, têm chegado
a essa tremenda crise de identificação com
Cristo, tanto homens, como mulheres, tudo
aquilo que somos em nossa vida natural. Muitos
têm chegado a esta crise, e a partir desse
momento tudo tem ficado numa escala mais vasta
do que antes na vida cristã. Tem havido o céu
aberto, o anlargamento da visão, a luz da vida
de um modo muito maior.
Aquela crise acontece na vida de todos nós. Se
você ainda não a teve, pergunte ao Senhor sobre
isso. Mas preste atenção, se você vai ter essa
experiência com o Senhor, você está pedindo por
problemas; porque, como foi dito anteriormente,
este homem natural é difícil de morrer; ele
resiste com tenacidade; ele não gosta de ser
posto de lado. Olhe para o grão de trigo. Quando
ele cai na terra, observe o que acontece a ele.
Você acha que é uma coisa agradável? O que
acontece? Ele perde a sua própria identidade.
Você não consegue reconhecê-lo. Pegue-o e dê uma
olhada nele. Será este aquele lindo pequeno grão
de trigo que eu joguei no solo? Em que coisa
horrível ele se transformou! Perdeu
completamente a sua própria identidade; perdeu
sua própria consistência; tudo está caindo aos
pedaços. Que horrível! Sim, é isso o que a morte
faz. Esta morte de Cristo, ao ser trazida em nós
põe fim à nossa própria vida natural. Ela a
remove, a põe em pedaços, tira toda a sua
beleza. Começamos a descobrir que, afinal de
contas, não há nada em nós, mas somente
corrupção. Esta é a verdade. Ao cair aos
pedaços, perdemos toda aquela beleza que havia,
do ponto de vista natural, talvez, da forma como
os homens a vê. Não é uma coisa agradável cair
no chão e morrer. Mas é isso o que acontece.
“Mas se morrer…”
“Se morrermos com Cristo, cremos que com Ele
viveremos”.
(Rom.6.8) Iremos compartilhar a Sua Vida, ganhar
uma nova vida, e, então, uma nova forma é dada,
uma nova vida; não a nossa, mas Ele. É uma
crise. Eu insisto com você para que tenha
experiências reais com o Senhor sobre esse
assunto. E, se você tiver, espere pelo que eu
disse, espere que você irá cair aos pedaços,
espere que a sua beleza, que você achava que
tinha, será completamente desfigurada; espere
descobrir que você possui uma corrupção ainda
maior do que pensava; espere que o Senhor irá
trazer você à um lugar onde você vai chorar,
lamentar e será levado à destruição. Mas eis
que a benção virá disso é que _ O Senhor, a
melhor coisa que pode tme acontecer é que irei
morrer! E o Senhor irá dizer: É para isso mesmo
que eu estou trabalhando; eu não posso
glorificar essa corrupção.
“Isto que é corruptível deve ser revestido da
incorrupção”
(1Cor. 15.53) e esta incorrupção é o germe
daquela vida Divina na semente que gera sua
própria vida, a qual é transmitida Dele. Ele vai
produzir em nós um glorioso corpo como o de
Cristo. Isto está muito profundo e muito lá na
frente, mas o nosso ponto é que tem que haver
essa crise, se estamos indo para a glória.
(b)
O PROCESSO
29.09.06
Então, haverá um processo. O Senhor Jesus disse:
“Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si
mesmo, tome a sua cruz diária, e me siga”.
E assim dizendo, Ele estava corretíssimo. Que a
Cruz é algo que se experimenta de uma vez por
todas é verdade, como a crise que falamos
anteriormente: ‘Senhor, eu aceito de uma vez
para sempre aquilo que a Cruz significa!’ Mas
nós vamos descobrir que, após a crise, dia após
dia temos que estar presos na Cruz, e a Cruz
opera nessas aflições e sofrimentos, as quais
o Senhor permite que venham sobre o Seu povo. Em
Seu Supremo poder Ele tem colocado você em
certas situações difíceis: uma dificuldade no
lar, no serviço, no corpo físico, uma situação
difícil com uma finalidade. Amado, este é o duro
trabalho da Cruz em nossa experiência, a fim de
preparar um caminho para o Senhor, para que Ele
tenha um lugar mais amplo. A Cruz vai abrir um
caminho para a paciência de Cristo, para a Sua
resistência, para o Seu amor. Ela vai abrir um
caminho para Ele: e você não deve se ajoelhar
todas as manhãs e dizer, ‘Oh, Senhor, tira-me
desse lar; tira-me desse emprego; tira-me dessa
dificuldade!’ Você deve dizer: ‘Senhor, se isto
for a operação da Cruz em mim para o dia de
hoje, eu aceito. Enfrentando a situação desta
maneira, você encontrará força, vitória, a
cooperação do Senhor; e há fruto e não sequidão.
É neste sentido que o Senhor estava se referindo
em fazer da Cruz uma experiência diária.
“Aquele que não tomar a sua cruz, e não vir após
mim, não pode ser meu discípulo”
_ou seja, alguém que está aprendendo a Mim!
Assim, aceitar a dificuldade, seja ela qual for,
dia após dia, é o caminho no qual eu aprendo a
Cristo, e esse é o processo da luz, da luz da
vida. Você e eu jamais podemos ver e conhecer
separados da Cruz. A Cruz tem que abrir o
terreno desta vida natural. O Senhor sabe o que
nós faríamos caso Ele tirasse a Cruz de nós. E
eu até imagino o que nós faríamos.
Este pode não ser a mais recente fraseologia do
Novo Testamento, ou forma de expressar, para
falar da nossa cruz diária, do tomar a cruz
diária. O princípio pode mais precisamente ser
este: de que é a Cruz que é dada a Ele que se
torna minha diariamente. Isto pode estar
correto, porém somente funciona da forma como
falamos. Se o Senhor tirasse aquilo que é a
expressão da Cruz para nós no dia a dia,
removendo-o dos nossos ombros, isso não seria
bom para nós. Iria abrir imediatamente uma porta
para o crescimento da vida natural. Você pode
ver isso quando as pessoas conseguem um
pouquinho de alívio nas lutas. Como elas se
utilizam de suas próprias forças e influências!
Elas se apoiam em suas próprias amuletas; elas
olham para você com ar de superioridade; você
está errado e elas estão certas. Orgulhosas,
auto-suficientes, tudo vem à tona. Bem, então, o
que falar de Paulo? Eu olho para Paulo como um
gigante, espiritualmente. Perto daquele homem
nós somos bebês espirituais, e mesmo assim,
Paulo, sendo o gigante espiritual que era,
humildemente confessou que o Senhor lhe enviou
um mensageiro de Satanás, para esmurrá-lo, um
espinho em sua carne, para que ele não se
exaltasse além da medida. Sim, gigantes
espirituais podem se exaltar, se o Senhor não
olhar para isso e tomar as devidas precauções,
e, a fim de manter o caminho daquela grande
revelação aberta e clara, para que cresça mais e
mais, o Senhor disse: ‘Paulo, Eu preciso
mantê-lo humilhado, sob muita limitação; é a
única forma; senão você começa a se levantar,
limitando a luz, prejudicando a revelação.’
Bem, aí está o princípio. A luz da vida. Este é
o Seu princípio; e mais uma vez o apóstolo diz:
“Levando sempre e por toda parte o morrer de
Jesus, para que a Sua vida se manifeste em nosso
corpo mortal”. (2Cor.4.10)
Sua Vida é o que precisamos, e junto com a Vida
vem a luz. É a luz pela Vida. Não há outra luz
Divina, apenas aquela que vem da Vida de Cristo
em nós, e é a Sua morte provocada em nós que
abre o caminho para a Sua Vida. Eu devo
permanecer lá (na Cruz). Veja novamente o
propósito de Deus: a luz, a glória, a plenitude.
Tudo está em Cristo. A medida da luz, a medida
da glória, vai ser a medida de Cristo, e a
medida de Cristo vai depender inteiramente de
qual espaço o Senhor pode encontrar para Ele
mesmo em nós; e, para que exista espaço para
Ele, devemos chegar a um ponto onde a nossa
vida própria seja totalmente desprezada,
e isso leva uma vida toda.
Mas, louvado seja Deus, haverá um ápice
glorioso, quando Ele voltar, para ser
glorificado nos Seus santos, e para ser admirado
por todos os que crêem. Admirado! Tendo a glória
de Deus! Oh, que um pouco da luz daquela glória
possa cair em nossos corações hoje, para nos
encorajar e nos confortar em nosso caminhar,
para fortalecer os nossos corações em continuar
no conhecimento de Seu Filho, por causa do Seu
nome.
Capítulo 6 _ Um Céu Aberto
Temos sido levados a pensar, nessas meditações,
sobre estar na Escola de Cristo, onde toda
aprendizagem, instrução e disciplina visa
conhecer Cristo, aprender Cristo; não aprender
sobre Cristo, mas aprender Cristo. Este é o
ponto de maior dificuldade em tentar tornar as
coisas claras e planas. Poderíamos tomar tudo
que há sobre Cristo como uma doutrina, como um
ensino, mas isso não é o que buscamos. Isto não
é o que o Senhor procura. Mas é a própria pessoa
de Cristo. Ele mesmo é a viva e pessoal
corporificação, a personificação de toda
verdade, de toda vida, e o propósito e a vontade
do Senhor para nós não é que conheçamos a
verdade em seus múltiplos aspectos, mas que
conheçamos a Pessoa viva, de uma maneira viva, e
que essa Pessoa seja revelada a nós, e que
sejamos incorporados nessa Pessoa, para que toda
verdade se torne viva, ao invés de uma verdade
meramente teórica e técnica.
Repetindo mais uma vez o seguinte: (e eu não
posso dizer a você com que força isto tem vindo
ao meu próprio coração) Sempre que as coisas
estão em risco de se separar da plenitude de
Cristo, Deus irá sempre trazer de volta uma
revelação fresca de Seu Filho. Ele não irá levar
à uma recapitulação de verdades como tais. Ele
irá trazer tudo aquilo que for necessário
através de uma fresca revelação de Seu Filho,
uma revelação ou apresentação de Seu Filho em
plenitude. Em relação a isso, nós temos mais do
que já foi dito nessas meditações, que o
Evangelho escrito por João e suas cartas, e o
Apocalipse, são as últimas coisas na dispensação
do Novo Testamento. Elas foram escritas e
trazidas quando a Igreja do Novo Testamento
estava se desviando de sua glória inicial, e
pureza, e verdade, e santidade, e
espiritualidade, tornando-se um sistema cristão
terreno. A forma de Deus lidar com aquela
situação foi através desses escritos, os quais
são uma nova revelação de Seu Filho celestial,
Divino, plenitude espiritual. É um retorno a
Cristo, e o Espírito Santo faria isso o tempo
todo. Ele nos traria de volta à Pessoa, para nos
mostrar o que a Pessoa representa
espiritualmente. Devemos ser cuidadosos, para
que em nossa passagem dos Evangelhos para as
Epístolas, não tenhamos o sentimento de que as
coisas elementares ficaram pra trás e que temos
ido agora para as coisas não tão elementares;
isto é, que as Epístolas são algo mais avançado
do que os Evangelhos. Enfaticamente elas não
são. Elas são apenas um desvendar dos
Evangelhos. Tudo que está nas Epístolas também
está nos Evangelhos, e as Epístolas são
simplesmente a interpretação de Cristo, e o
Senhor jamais iria nos ocupar com uma
interpretação que se desviasse da Pessoa.
TODAS AS COISAS EM
CRISTO
02.10.06
Agora, se eu estivesse conversando com as
pessoas que foram responsáveis pela edificação
da Igreja, este seria um assunto muito
importante com o qual se ocupar por um instante;
mas este assunto também se aplica a nós. Nós
tomamos o livro de Atos e as Epístolas com o
objetivo de estabelecer a técnica da Igreja, a
fim de adotá-la como um sistema cristalizado de
prática, regra, forma e ensino, e o erro de tal
atitude é simplesmente este: a técnica é apenas
algo em si mesma, ficando o Senhor Jesus de
fora, esquecido. Eu me pergunto se você
compreende o que quero significar? Como você vê,
o modo como o Santo Espírito age é tomando
Cristo e revelando-O ao coração, mostrando que
Cristo é a ordenança celestial, e não aquilo que
as Epístolas estabelecem como um manual, mas
Cristo é a ordenança, e tudo em matéria de
ordenança tem que estar imediatamente
relacionado à Ele. Se tal ordenança passa a ser
uma coisa, então ela se torna um sistema
terreno; você pode criar uma centena de sistemas
terrenos, todos construídos com base nas
espístolas. Esses sistemas são criados para
apoiar as diferentes interpretações,
representadas aqui por ordenanças cristãs, e a
razão é que essas ordenanças estão divorciadas
da Pessoa de Cristo.
Como você vê, há inúmeras coisas, inúmeros
objetos, temas, ensinos. Há o “reino de Deus”,
há a “santificação”, há a “vida eterna”, há a
“vida vitoriosa”, “o vencedor”, há “a segunda
vinda de Cristo”. Todas essas coisas não passam
de apenas matérias, temas, verdades, como são
chamadas, que têm sido tomadas e desenvolvidas a
partir das Escrituras, e se tornaram coisas com
as quais as pessoas têm se ocupado bastante, e
nas quais elas estão muito interessadas, mas
apenas como coisas. Assim, certas pessoas se
juntam ao redor do ensino da santificação, e se
tornam “santificacionalistas”, e a coisa se
torna um “ismo”. Outras se juntam ao redor do
Segundo Advento, a Vinda do Senhor, profecia, e
tudo mais. Assim, você encontra grupos como
esses. Quero dizer que isso tudo não aconteceria
se a Pessoa do Senhor Jesus fosse dominante. O
que é o Reino de Deus? É Cristo. Se você entrar
de maneira correta nos Evangelhos, verá que o
Reino de Deus é Jesus Cristo. Se você está em
Cristo, você está no Reino, e você sabe, pois o
Espírito Santo lhe ensina Cristo, o que é o
Reino em cada detalhe. Em primeiro lugar, o
Reino não é uma coisa. O Reino, quando ele se
torna algo universal, irá simplesmente ser a
expressão e a manifestação de Cristo. Isto é
tudo. Você entra para o Reino através de Cristo;
e o mesmo é verdade para as demais coisas. O que
é santificação? Não é uma doutrina. Não é uma
coisa, absolutamente. É Cristo. Ele foi feito
por nós santificação (1 Cor. 1.30). Se você está
em Cristo, e se o Espírito Santo está ensinando
Cristo a você, então você está conhecendo tudo
sobre santificação; mas, se não estiver, você
pode ter a teoria e a doutrina da santificação,
mas ela irá separar você dos demais cristãos, e
ela irá deixar muitos cristãos em dificuldades.
Provavelmente o ensino da santificação como uma
coisa tem deixado mais os cristãos em
dificuldade do que qualquer outra doutrina em
particular, por fazer dela uma coisa, ao invés
de manter a Cristo como nossa santificação.
04.10.06 Eu apenas estou dizendo isto para
tentar explicar que é na Escola de Cristo o
lugar onde devemos ser achados, onde o Espírito
Santo não nos ensina ‘coisas”, nem ‘doutrinas de
igreja’; nem ‘santificação’; nem ‘adventismo’;
nem qualquer outra coisa, mas nos ensina
“Cristo”. O que é o adventismo? O que é a vinda
do Senhor? Bem, tal palavra nos dá a chave:
“Ele virá para ser glorificado nos Seus santos,
e para ser admirado por todos os que crêem”
(2Tes.1.l0)
Como você vê, a vinda do Senhor é a consumação
de algo que tem se dado em nosso interior. Como,
então, eu sei que a vinda do Senhor está
próxima? Não somente pelos sinais proféticos,
mas também pelo que está acontecendo no interior
dos corações das pessoas de Deus. Este é o
melhor sinal dos tempos, principalmente pelo que
o Espírito Santo está fazendo no povo de Deus.
Mas talvez você não esteja interessado nisto.
Você certamente saberia em breve o que iria
acontecer entre a Alemanha e a Rússia, se esses
dois países realmente se tornariam uma
confederação! Até que ponto isso nos atinge?
Onde toda essa conversa sobre o Reavivamento do
Império Romano tem a ver conosco? Isto é
‘adventismo’ como uma coisa. Se tão somente nos
mantermos chegados a Ele, que é a essência de
toda verdade, e nos movermos com Ele, e
aprendermos a Ele, saberemos o curso das coisas.
Saberemos o que é iminente. Teremos em nosso
coração sussurros de preparação. O melhor
Advento de preparação é conhecer o Senhor. Não
estou dizendo que não há nada na profecia: não
me entenda mal. Mas eu sei que há multidões de
pessoas que estão simplesmente ocupadas com as
profecias como uma coisa, de na qual a vida
espiritual não é importante; pessoas que
realmente não tem um caminhar profundo com o
Senhor. Temos visto isto frequentemente.
Nunca irei esquecer, numa visita que fiz a um
certo país, indo a uma das grandes cidades onde
era pra eu pregar por uma semana. Tudo, então,
foi organizado para que minha primeira mensagem
viesse após a última mensagem de um certo homem
que tinha estado lá uma semana antes de mim, que
tinha discorrido sobre profecia por toda semana.
Eu entrei na última reunião, quando ele deu a
sua mensagem final sobre os sinais dos tempos.
Os cadernos de anotações estavam abertos, e as
pessoas registravam tudo, fascinadas. Era tudo
exterior, tudo objetivo; tais coisas como o
Reavivamento do Império Romano e a reconquista
Palestina. Você sabe, essas coisas todas. Então
ele terminou e as pessoas ficaram esperando por
algo mais. O Senhor colocou em meu coração que a
primeira palavra deveria ser,
“E todo aquele que Nele tem esta esperança
purifica-se a si mesmo, assim como Ele é puro”
(1Jo.3.3);
para falar sobre o efeito espiritual desta
esperança espiritual. Mas as pessoas não estavam
interessadas nisso. Os cadernos de anotações
estavam fechados, lápis colocados de lado, não
havia interesse em saber se eu estava no Senhor,
se estava sendo verdadeiro, quanto ao que tudo
aquilo poderia significar interiormente, em
conformidade ao Senhor, e assim por diante. Elas
estavam apenas esperando pelo final da reunião.
Quando eu terminei __ e elas mal esperaram que
eu terminasse __ levantaram-se e foram embora.
Oh, não, é o Senhor, e o Espírito Santo nos
traria de volta para o Senhor, e isto não é,
afinal de contas, voltar a coisas elementares e
sem sentido, mas voltar a Cristo. É voltar para
a única base sobre a qual o Espírito Santo pode
realmente realizar todo o propósito e toda a
vontade de Deus, para estar na Escola de Cristo
onde o Santo Espírito está ensinando Cristo; e a
maneira do Espírito Santo ensinar Cristo é
experimental.
A NECESSIDADE DE NOVAS FACULDADES MENTAIS
Agora, é aqui que nos tornamos tão aparentemente
elementares. Como você vê, a própria natureza
dessa escola exige a mudança mais drástica em
nós mesmos. É impossível entrar para a Escola de
Cristo, onde o Espírito Santo é o grande tutor,
até que a maior mudança tenha ocorrido em nós.
Temos que ser recriados novamente, ou essa
escola nada significará. Não podemos entrar nela
com alguma esperança de aprender Cristo da
melhor maneira, sem que toda uma nova faculdade
mental tenha sido nos dada. Temos que ganhar
capacidades que não possuímos naturalmente.
“Se alguém não nascer do alto, não pod ever o
Reino de Deus” Jo.3.3;
e esta é a maneira de Deus afirmar um fato
tremendo. Esse Reino é um reino no qual certas
coisas não têm absolutamente qualquer
correspondência com o nosso, com as quais
naturalmente não temos qualquer poder de
comunicação. Dê uma passeada por um jardim.
Caminhe entre as batatas e vegetais e converse
com eles; fale tudo o que quiser. O que as
batatas pensariam de você? O que os repolhos
diriam de você? Eles nem mesmo ouvem ou entendem
o que você está falando, seja o que for. O tipo
de vida deles não é igual ao seu. Eles não
pertencem ao seu reino. Não há correspondência
entre eles e você absolutamente. Eles não têm a
capacidade, o dom, a qualificação, para as
coisas mais elementares que você possa estar
lhes falando. Você pode estar falando sobre
coisas fúteis como roupa, coisas do dia-a-dia:
eles não conhecem. É dessa forma. Simplesmente
há uma grande divisão entre nós e o reino de
Deus.
“O homem natural não aceita as coisas do
Espírito de Deus, porque lhes parecem loucura; e
não pode entendê-las…(1Cor.2.14)
A barreira é tão grande que, se você e eu
fôssemos levados em nosso estado natural para o
lugar onde o Espírito de Deus estava falando, a
menos que o Espírito de Deus fizesse um milagre
em nós, todas as coisas seriam de um outro
mundo. E não é assim? Vocês que crêem, saiam por
este mundo e falem sobre as coisas do Senhor, e
vejam as pessoas ficarem de boca aberta com
vocês! Tudo é estranho para elas. É assim mesmo.
“Se alguém não nascer de novo, não pod ever o
Reino de Deus”
Para entrar nesta escola, algo tem que acontecer
a nós, e isto significa que nós temos que ser
recriados novamente, com outras qualificações e
habilidades para as coisas de Deus. Esta é a
natureza desta escola. É a Escola do Espírito de
Deus. Eu sei que isso é muito elementar, mas,
afinal de contas, não é isso aquilo que está
sendo imprimido em nós o tempo todo? Está
ficando familiar para nós como podemos ouvir as
palavras, embora que elas possam não significar
algo para nós. Precisamos que a nossa capacidade
para a compreensão spiritual seja alargada cada
vez mais. Estamos naturalmente em desvantagem em
toda essa questão.
O FIM DA VIDA DO EGO
08.10.06
Há uma passagem que não posso deixar de mostrar.
Ela tem estado comigo por muito tempo, e tem
sido a base de nossa meditação. É João 1.51, e
me parece que essas palavras nos intruduzem à
Escola de Cristo, principalmente aquelas que o
Senhor Jesus falou a Natanael. Penso que seria
de grande ajuda ler a seção toda do verso 47:
“Jesus viu Natanael vindo a Ele, e disse dele:
Eis aí um verdadeiro israelita, em quem não há
dolo! Natanael disse para Jesus: De onde me
conheces? Jesus respondeu e disse: Antes que
Felipe lhe chamasse, eu lhe vi debaixo da
figueira. Natanael respondeu a Jesus: Mestre, Tu
és o Filho de Deus; Tu és o Rei de Israel. Jesus
respondeu e disse: Porque Eu te disse, Vi-te
debaixo da figueira, acreditais? Você verá
coisas maiores do que essas. Em verdade em
verdade te digo: Verás o céu aberto, e os anjos
de Deus subindo e descendo sobre o Filho do
homem”
Aqui nós estamos nos aproximando da Escola de
Cristo, e há uma coisa que é essencial, antes
até mesmo de passarmos pela soleira dessa
Escola, e isto é marcado pelas seguintes
palavras:
“Eis aí um verdadeiro israelita, em quem não há
dolo!”
Isto, colocado lado a lado com as palavras
finais _
“os anjos de Deus subindo e descendo sobre o
Filho do homem”
_ dá-nos um retrato completo de todo o
contexto.
No tempo em que Jacó, por meio de chantagem _
você se lembra dessa história _ furtou a
primogenitura e teve que fugir por sua vida, ele
havia visto uma verdade muito grande, embora
turva como tipo ou figura; era uma verdade que
ele, então, não era capaz de entender. Jacó,
naquele tempo, jamais poderia ter compreendido o
significado daquilo que ele viu, principalmente
a Casa de Deus, Betel; aquele lugar _ onde céu e
terra se encontravam, Deus e o homem _ é o
grande elo, é o lugar onde Deus fala e se faz
conhecido, onde os propósitos de Deus são
revelados. Por que era este o caso de Jacó? Ele
era enganador. Vamos deixá-lo seguir por vinte
anos debaixo de disciplina, e, no final
encontrar o impacto do céu sobre sua vida
terrena, sua vida natural, o impacto do Espírito
sobre sua carne, o impacto de Deus sobre si
mesmo no Vau de Jaboque, e deixemos que essa
vida carnal e terrena seja esmagada, aniquilada
e fique murcha, e leve a marca pelo resto de
seus dias debaixo da condenação de Deus, e,
então, com o Jacó julgado, o Jacó esmagado,
ferido, aniquilado, ele pode voltar e derramar
sua libação em Betel. O seu dolo foi tirado. Ele
agora não se chama mais Jacó, mas Israel, em
quem, falando em tipo e figura, não há mais
dolo. A obra não havia terminado, mas uma crise
aconteceu.
O Senhor Jesus está dizendo aqui, resumindo,
apenas isso: que para entrar no lugar do céu
aberto, onde para você Deus está descendo e se
comunicando, onde a glória de Deus habita, e
onde você experimenta o significado de Betel _
que nada mais é do que vir a Mim; entrar em Mim,
e habitar comigo, como a Betel, a Casa de Deus,
e usufruir de todo bem do Céu e de Deus _
significa que você chegou a um lugar onde a vida
natural ficou reduzida, quebrada e aniquilada.
Você não pode entrar nesta Escola até que esta
experiência tenha lhe acontecido, e isso é
necessário, para que o Senhor possa dizer de nós
em Cristo, ao chegarmos na soleira daquela
porta: Eis aí, um verdadeiro israelita, em quem
não há mais Jacó; você verá o céu aberto! Falar
da vida de Jacó é, afinal de contas, apenas uma
outra maneira de falar de uma vida do ego, em
sua totalidade. Jacó era um eleito. Ele tinha um
conhecimento histórico sobre Deus, mas a
transição da vida natural para a espiritual se
deu através de disciplina e crise.
Eis aí o Senhor Jesus. Ninguem ousaria dizer que
a Sua vida terrena pessoal era igual a nossa:
poluída, corrupta, pecadora. Não absolutamente!
Embora Jesus tivesse uma vida individual
própria, sem pecado, no entanto para Ele isso
significava que podia agir, falar, pensar,
julgar e se mover por Si mesmo. (Mas sem maus
intentos, ou movido ou influenciado por alguma
coisa pecaminosa e corrupta). Jesus poderia agir
de forma independente, porém tomou a posição de
não agir ou falar de forma independente de Seu
Pai, pois tal independência simplesmente daria
ao inimigo uma abertura para que ele pudesse
operar.
Você e eu não podemos imaginar uma vida
independente apenas como algo manifestadamente
corrupto, pois há muita coisa feita para Deus,
por nossa própria iniciativa, com as intenções
mais puras. Há muitas idéias, pensamentos,
julgamentos, que são sublimes, bonitos, mas tudo
isso são coisas nossas, e se as colocarmos em
ação, tais atos serão completamentes diferentes
daqueles que procedem de Deus. Assim, bem na
entrada da porta da Escola de Cristo, o Senhor
coloca algo bem absoluto. O Vau de Jaboque.
Jaboque era um tributário do Jordão, e as
implicações do Jordão estão lá, na soleira dessa
Escola. Jacó aceitou o Jordão a fim de entrar na
escola do Espírito por três anos e meio. Você e
eu não poderemos entrar nessa escola da Unção
por outro caminho. Tem que ser dessa maneira.
Você e eu iremos aprender Cristo somente quando
essa natureza de Jacó for aniquilada. Não estou
falando meramente de doutrina ou técnica.
Acredite, eu sei exatamente sobre o que estou
falando. Conheço isso como a maior realidade em
minha história. Eu sei o que é ter estado
trabalhando com toda minha força para Deus,
pregando o Evangelho por mim mesmo por anos. Oh,
eu sei; eu sei que trabalho duro é, como se
existisse uma redoma sobre nossa cabeça.
Quantas vezes permaneci no púlpito e disse em
meu coração: se eu, de alguma forma, conseguisse
romper essa redoma acima da minha cabeça, e, ao
invés de pregar aquilo que tenho conseguido dos
livros e colocados em minhas anotações, e ter
que estudá-lo, pudesse eu descartar tudo isso e,
com um céu aberto, pudesse falar aquilo que Deus
está dizendo em meu coração! Esse era o meu
desejo por anos. Eu sentia que havia algo assim,
mas não consegui isso até que a grande crise de
Romanos 6 chegasse, e junto com essa crise veio
o céu aberto. Tem sido diferente desde então,
completamente diferente. “Você verá o céu
aberto”; toda aquela pressão acabou; todo
aquele fardo acabou; toda aquela limitação
acabou; não há mais qualquer redoma. Isto é a
minha glória hoje. Perdoe-me por essa referência
pessoal. Digo isso porque não estamos aqui para
dar referências; estamos totalmente
na realidade desse assunto do Espírito Santo
diretamente e imediatamente revelando Cristo a
nós, e isto crescendo cada vez mais; mas essa
experiência não pode acontecer até que cheguemos
ao nosso Jaboque; até que essa ‘vida de Jacó’
seja tirada por meio de uma crise, e o Senhor
possa dizer: Um verdadeiro Israelita, em quem
não há ‘Jacó’; você verá o céu aberto! Existe
uma redoma, um céu fechado sobre nós por
natureza, mas, bendito seja Deus! A Cruz rasga
os cues; o véu é rasgado de cima a baixo, e
Cristo é revelado através desse véu rasgado, que
é a Sua carne. Ele não mais é visto como o homem
Jesus; Ele é visto em nossos corações em toda
plenitude do plano de Deus para o homem. É uma
coisa tremenda ver o Senhor Jesus, e é uma coisa
tremenda continuar a vê-lo cada vez mais. É
dessa forma que tudo começa __ Eis um
verdadeiro israelita, em quem não há dolo, nem
Jacó! (vida de Jacó) Você verá o céu aberto!
UMA NOVA PERSPECTIVA PARA UM NOVO
HOMEM
12.10.06
Esta palavra:
“verás o céu aberto” _
é uma nova perspectiva para um novo homem. Na
Versão Autorizada, uma palavra é adicionada, a
qual foi deixada de fora na Versão Revisada. Eu
a coloco pela simples razão de estar ela
implícita no original, sem que a palavra seja
necessariamente introduzida. Na Autorizada diz,
“A partir de agora verás o céu aberto".
Na Versão Revisada, esta primeira palavra foi
tirada, e apenas diz:
"Verás o céu aberto
. . ." Porém "verás" é algo futuro, é um tempo
que aponta para um dia futuro. Não é “você
está vendo”, mas "você verá". É uma nova
perspectiva para um novo homem; e isso consiste
numa nova era. É a era do Espírito Santo,
porque, com a vinda do Espírito Santo, o céu
aberto tornou-se uma realidade. A Cruz resulta
num céu aberto para nós, mas é o Espírito Santo
quem realiza isso em nós, exatamente como no
caso daquela morte típica e simbólica, bem como
a ressurreição do Senhor Jesus no Jordão, quando
os céus foram abertos para Ele. Ao ressuscitar,
os céus se abriram para Ele. O Espírito, então,
iluminou e repousou sobre Ele, e o Espírito se
tornou, podemos dizer, o canal de comunicação. É
a era do Espírito Santo fazendo com que todos os
valores de Cristo sejam reais em nós. “Você
verá”; e, graças a Deus, o que era futuro para
Natanael é presente para nós. Aquela era já
chegou. Nós estamos na era do Espírito Santo, do
céu aberto.
A MARCA DE UMA VIDA UNGIDA PELO ESPÍRITO SANTO
Agora, qual é, então, a marca de uma vida ungida
pelo Espírito Santo? Você se lembra quando Paulo
foi a Éfeso, ele encontrou certos discípulos e,
sem nos dar qualquer explanação da razão de sua
pergunta, ele imediatamente disse, “Vocês
receberam o Espírito Santo quando creram?” A
resposta deles foi,
“Nós nem ouvimos falar que existe Espírito
Santo”.
Então a próxima pergunta de Paulo é cheia de
significado, nos levando de volta para o Jordão.
“Em que, então, foram vocês batizados?”
O batismo está ligado a essa realidade vital. Se
você não conhece o Espírito Santo, qual é,
então, o significado do seu batismo? Oh, nós
fomos batizados com o batismo de João. Oh, eu
sei. Bem, “João batizou com o batismo do
arrependimento, dizendo para as pessoas que elas
deveriam crer naquele que havia de vir após
ele, isto é, em Jesus. “Então, quando ouviram
isto, foram eles batizados em nome do Senhor
Jesus, eles foram batizados em Cristo, e o
Espírito Santo veio sobre eles. Assim, eles
entraram para a Escola de Cristo; e a marca de
uma vida ungida pelo Espírito é que você conhece
Cristo nesta vida, e esse conhecimento cresce
cada vez mais.
Oh, ouçam isto, pois não é algo tão elementar e
desnecessário como parece. Alguns de nós,
naturalmente, somos alunos muito limitados, e
levamos um longo tempo para aprender. Levou
décadas, no meu caso, para chegar à uma real
percepção disso tudo. Nós sabemos e temos
descoberto que o nosso conhecimento pessoal de
Cristo é uma coisa muito pobre. Somos
constantemente trazidos a isso. Finalmente, mais
cedo ou mais tarde, você e eu chegamos a um
ponto onde exclamamos, ‘Oh, não é de doutrina,
nem de verdades, nem de temas, nem de matérias
nem de Escritura como uma mera matéria que
preciso conhecer!' É maravilhoso quando você
sabe tudo isso; mas deixe um homem entrar no
fogo, numa prova profunda, em problemas e
perplexidades, e, então, de que adiantará todas
as suas doutrinas e todos os seus estudos
bíblicos? Qual o valor disso? Isso realmente
não resolve os seus problemas, nem faz com que
você consiga superá-los. É uma tragédia. É
verdade que muitos de nós, que que temos ido
atrás das doutrinas da Bíblia, e trabalhado
nelas, que sabemos o que a Bíblia fala sobre
certas coisas como redenção, regeneração,
julgamento, justificação pela fé, santificação,
e assim por diante; a verdade é que, após termos
corrido atrás dessas coisas, tendo todas as
doutrinas muito bem elaboradas, porém, ao
passarmos por uma experiência espiritual
terrível, tudo aquilo não serve para nada, e
chegamos à conclusão de que esse cristianismo
não funciona! A única coisa, então, que pode
ajudá-lo não é o seu lindo livro de anotações,
cheio de doutrinas, mas: O que eu conheço do
Senhor pessoalmente e individualmente em meu
coração? O que o Espírito Santo tem revelado em
mim e para mim, e que faz parte de mim, de
Cristo? Mais cedo ou mais tarde, é para esse
ponto que estaremos chegando. Seremos levados
para um conhecimento vivo e espiritual do
Senhor; pois somente Cristo, revelado em nosso
ser pelo Espírito Santo, pode nos salvar numa
hora difícil. Chegará o dia quando iremos abrir
mão de todas as coisas, em troca desse
conhecimento espiritual e interior de Cristo;
abriremos mão de todo nosso conhecimento
intelectual e mental. Muitos daqueles que foram
gigantes no ensino e na doutrina tiveram que
passar por um momento bem negro em suas vidas.
Como eles conseguiram passar por essa
experiência dependeu do conhecimento interior
que tinham do Senhor, em oposição ao mero
conhecimento intellectual. Como posso eu
explicar o que isso significa? 13.10.06
vns
Posso tentar explicar dando o seguinte exemplo:
você descobre algo na área da alimentação que
realmente é bom pra você. Você já passou por
tudo quanto é lugar e experimentou de tudo; tudo
o que as pessoas podiam fornecer a você, para
ajudá-lo numa determinada enfermidade ou
fraqueza, mas nada teve efeito. Porém, um dia,
você descobre alguma coisa que realmente
funciona, e na próxima vez que você sofre da
mesma enfermidade, então você toma aquele
medicamento e obtem a cura. É isto o que eu
quero dizer, com referência a esta questão de
como e o que Cristo deve ser em nós. Ele deve
ser em nós algo no qual podemos realmente
descansar em segurança e confiar, pois somente
dessa forma Ele irá nos ajudar a passar pela
prova. Temos que conhecê-lo desta forma. Esta é
a única maneira de conhecermos Cristo, e isso é
experimental. “Você verá o céu aberto” O
Espírito Santo foi enviado para que Cristo seja
revelado em nós como sendo a nossa própria vida.
Vocês verão quando o Espírito vier: esta é a
marca de uma vida ungida. Você verá! E são
realmente grandes esses momentos quando vemos.
Alguns de nós têm tido esses grandes momentos de
formas específicas, e têm visto também outras
pessoas tendo esses grandes momentos. Contudo,
temos sabido que tais pessoas no passado haviam
conhecido tudo a respeito de certas “coisas”,
sobre as quais foram ensinadas, e passaram a se
ocupar com elas por vários anos; e, então, de
repente aquilo tudo se abre para elas, e dizem:
Agora eu estou começando a entender aquilo que
tem sido dito esse tempo todo! Eu me lembro de
um homem que cresceu numa família muito santa,
cujo pai eu sempre costumava associar a Charles
G. Finney. Ele era como Charles G. Finney em
espírito, alma e corpo; e um de seus filhos que
cresceu nesse lar maravilhoso foi um de meus
grandes amigos por anos. Tínhamos uma verdadeira
amizade, sempre conversando sobre as coisas do
Senhor. Um dia _ me lembro disso como se fosse
hoje, na esquina de Newington Green— Eu estava
indo encontrá-lo, e, como ao chegar em direção a
Newington Green, vi-o de longe. Vi-o sorrindo, e
nos encontramos e apertamos as mãos. Ele tinha
um grande sorriso. Então ele me disse: Você
sabe, fiz uma descoberta. Eu respondi: Qual é a
sua descoberta? Descobri que Cristo está em mim!
“Cristo em vós, a esperança da glória”,
isso se tornou uma realidade para mim. Bem, eu
respondi: Eu poderia ter dito isso a você anos
atrás. Ah, esta é a diferença, ele disse: Eu vi
isso agora, eu conheço isso agora.
Você entende o que eu quero dizer. É apenas
isso. Oh, que bom que o mundo fosse cheio de
cristãos como aquele! Não é esta a necessidade?
Da mesma forma como isto foi dito a Natanael,
também deve ser verdade para nós. Isto não foi
dito a Pedro, nem Tiago, nem João no Monte da
Transfiguração: foi dito a Natanael, alguem que
pertencia a um círculo mais afastado. Isto é
para todos; e se isto requer esforço, prova,
note o que o Senhor Jesus disse:
“Você verá o céu aberto, e os anjos de Deus
subindo e descendo sobre o Filho do homem.”
O que aconteceu? Uma tremenda transição ocorreu
no curso de poucas sentenças. Eis aí um
verdadeiro Israelita! Isto é para Israel; para
Jacó, sim, o pai de Israel; para os filhos de
Jacó, o Israel terreno. Ah, sim, isto está
puramente dentro da limitação terrena, puramente
dentro da limitação de um povo dentre as nações,
e dentro da limitação dos tipos. Sim, mas agora
devido a tremenda transição, o Senhor cancelou
algo que Natanael disse: “Tu és o Rei de
Israel”. Rei de Israel? Isto não é nada. Você
irá ver coisas maiores do que estas. Você irá
ver os céus abertos, e os anjos de Deus subindo
e descendo sobre o Filho do homem! Isto é algo
muito mais amplo do que Israel. O Filho do
homem! Isto é racial, universal; isto é para
todos os homens que virão, não apenas para
Israel. Você verá coisas maiores! Os céus
abertos _ e para quem? Não apenas para Israel,
mas para todos os homens em Cristo. O Filho do
homem. Este título, Filho do homem, simplesmenta
representa o plano de Deus em relação ao homem.
Oh, o grande plano e intenção de Deus a respeito
do homem. O céu aberto é para o homem quando ele
é trazido por Deus em Cristo. O céu aberto é
para o homem: Deus se revelando a Si mesmo para
o homem no Homem. Isso tudo é para nós. Que
ninguem pense que este céu aberto, esta unção, é
para alguns poucos. Oh, não, é para todos.O
desejo de Deus, o pensamento de Deus, é que você
e eu, os mais humildes, os loucos, os mais
fracos entre os homens, os mais limitados
naturalmente, pudesse descobrir que a nossa
herança é um céu aberto. Em outras palavras,
você e eu podemos, em Cristo, conhecer esta
maravilhosa obra do Espírito Santo, numa
revelação interior de Cristo cada vez crescendo
mais até a plenitude. Isto é para nós, para cada
um de nós. Que o mais avançado cristão possa ter
esse mover em direção ao Senhor, sobre essa
materia, e que todos nós realmente possamos
chegar a esta primeira crise onde a redoma sobre
nós se quebre, e conheçamos um céu aberto, o
Espírito revelando Cristo em nossos corações,
para a Sua glória.
Capítulo 7 – Aprendendo sob a Unção
Ler: Mat 11:29; Jo. 1:51; Mat 3:16; Jo. 1:4; Rom
8:2; 2 Cor 3:16-18.
A Escola de Cristo, isto é, a Escola onde Cristo
é a grande lição e o Espírito Santo o grande
Mestre; na Escola onde o ensino não é objetivo,
mas subjetivo, onde o ensino não é sobre coisas,
mas uma obra interior na qual Cristo faz parte
da nossa experiência __ esta é a natureza desta
Escola.
O SIGNIFICADO DA UNÇÃO
“Você
verá o céu aberto”.
“Ele
viu o céu aberto e o Espírito de Deus descendo
sobre Ele”.
Qual é o significado da Unção do Espírito Santo?
Não é nada mais e nada menos do que o Espírito
Santo assumindo Seu lugar como Senhor absoluto.
A Unção é a liderança absoluta do Espírito
Santo. Isto significa que qualquer outro
senhorio é colocado de lado; o senhorio de nossa
vida; o senhorio de nossas mentes; de nossas
vontades; de nossos desejos. O senhorio de todo
e qualquer interesse ou influência dá lugar ao
senhorio do Espírito Santo; a unção jamais pode
ser conhecida ou experimentada sem que isso
ocorra. É por isso que o Senhor Jesus desceu às
águas do Jordão, experimentando a morte,
simbolicamente, assumindo o lugar do homem para
que, a partir daquele momento Ele não mais
ficasse sob o governo de Sua própria vida, em
todos os sentidos, ficando completamente sujeito
ao Espírito de Deus, em cada detalhe. A
sepultura do Jordão estabeleceu o fim de todo e
qualquer outro senhorio independente, e, ao ler
a vida espiritual de Cristo nos Evangelhos você
verá que é nessa posição que Ele se mantém o
todo tempo. Muitas e poderosas influências
vieram sobre Ele, a fim de governar e
influenciar os seus movimentos. Algumas vezes
era a própria força de Satanás, tentando
influenciá-lo a fazer certas coisas em causa
própria, ou para prolongar a sua vida física.
Outras vezes Satanás se transvestia com os
argumentos e persuasões dos discípulos amados,
quando eles buscavam impedi-lo de ir por certos
caminhos, ou tentavam influenciá-lo a preservar
a Sua própria vida, evitando certos sofrimentos.
De várias maneiras as influências vinham sobre
Ele, de todas as direções, e muitos dos
conselhos pareciam tão sábios e bons. Por
exemplo, com relação a Sua ida à festa, foi
exercida certa pressão sobre Ele: Todos estão
indo à festa: se você não for, irá prejudicar a
Sua missão. Se você realmente quer levar adiante
a Sua causa, deve aceitar as regras
religiosamente, pois irá perder caso não faça
isso; você irá diminuir a Sua influência, irá
diminuir Sua vantagem! E que apelo é esse se
você já tem algo muito forte em seu coração,
alguma causa para Deus, e o sucesso pode ser
muito importante. Essas foram as influências
que vieram sobre Ele. Mas seja Satanás vindo de
todas as direções, com suas astúcias e
insinuações, ou seja através dos mais íntimos,
dos discípulos amados, seja qual fosse o tipo de
argumento, Jesus não podia se desviar um
milímetro de Seus princípios. ‘Eu estou debaixo
da Unção; estou compromitido com a absoluta
soberania do Espírito Santo e não posso me
mover, custe o que custar. Pode até custar a
minha vida, a minha influência, a minha
reputação, tudo o que eu amo; não posso me
mover, a menos que eu saiba do Espírito Santo
que aquilo é a vontade do Pai, e não a minha, e
nem a de outra pessoa.' Assim, Ele punha de lado
qualquer coisa, até que soubesse em Seu espírito
o que o Espírito de Deus testificava. Ele
correspondia à esta lei, a este princípio, da
absoluta autoridade, governo e senhorio da
Unção, e foi para isso que aquela Unção veio.
15.10.06 vns
Este é o significado da Unção. Você quer a Unção
do Espírito Santo? Por que você a quer? É a
Unção algo que você deseja muito? Para qual
finalidade? Para que você possa ser usado, possa
ter poder, ter muita influência, possa ser capaz
de fazer muitas maravilhas? A primeira coisa que
a Unção significa e a mais preeminente é que
nós não podemos fazer absolutamente nada, mas
apenas aquilo que a Unção ensina e nos leva a
fazer. A Unção tira todas as coisas de nossas
mãos. A Unção se encarrega da reputação. Ela se
encarrega do propósito de Deus. A Unção assume o
controle de todas coisas, e tudo apartir
daquele momento está nas mãos do Espírito
Santo, e devemos lembrar que, se queremos
aprender Cristo, este aprender Cristo se dá pelo
trabalho do Espírito Santo em nós, o que
significa que nós temos que seguir da mesma
maneira que Cristo, em princípio e em lei.
Daí descobriremos que não estamos longe do
Evangelho de João, que particularmente é o
Evangelho espiritual da Escola de Cristo, antes,
ouvimos até mesmo Jesus dizer:
“O Filho nada pode fazer por Si mesmo”.
“As palavras que Eu lhes digo, não as digo por
mim mesmo”.
“As obras que eu faço não são minhas; “o Pai,
que habita em mim, é que faz as Suas obras”.
“O Filho nada pode fazer de Si mesmo”.
Como você vê, existe o lado “negativo” da
Unção; enquanto o lado positivo pode ser
resumido em uma palavra _ o Pai. Talvez esta
seja uma idéia um pouco diferente sobre a Unção
daquela que temos recebido. A primeira coisa
sobre a Unção é que nós somos aprisionados ao
Senhorio do Espírito de Deus, para que nada
nosso possa haver. Nada! Esta não é uma
experiência agradável, se a vida natural estiver
fortalecida e dominando. Por isso o Jordão deve
estar lá, antes de haver qualquer Unção. É
necessário que a nossa força natural e a nossa
vida independente seja posta de lado, para que a
Unção cuide de tudo.
Você percebe essa questão em 2 Cor. 3.16 “Contudo,
convertendo-se um deles ao Senhor, é-lhe tirado
o véu", quando o Senhor é o objeto em vista,
“o véu é tirado, e todos nós com os rostos
descoberto, refletindo como um espelho, a glória
do Senhor, somos transformados de glória em
glória à mesma imagem… como pelo Espírito do
Senhor”,
ou, "o Espírito que é o Senhor". Você está na
Escola, e você pode ver Cristo e aprender
Cristo; ser transformado à imagem de Cristo pelo
Senhorio do Espírito Santo. "Quando isto se
volta para o Senhor", quando o Senhor é o nosso
propósito em vista! Mas conosco, cristãos muito
devotos, muito sinceros, que longo tempo leva
para termos o Senhor como o único assunto!
Dizer isto é uma coisa terrível? Nós dizemos
que amamos o Senhor; sim, mas também amamos ter
a nossa vida particular, e não queremos que a
nossa vida seja anulada. Será que algum de nós
já alcançou aquele ponto de realização
espiritual onde não temos mais qualquer
dificuldade com o Senhor? Oh, não, nós ainda nos
encontramos em um lugar onde frequentemente
pensamos que é do interesse do Senhor que os
nossos corações tomem uma certa direção, e o
Senhor não nos permite fazer aquilo, e então
temos uma dificuldade; e aquilo nos trai
completamente. Nossos corações estão envolvidos
com tudo isso. Não foi fácil, nem simples para
nós dizer: Muito bem, Senhor, eu gostaria que Tu
me permitisse fazer tal coisa, mas eu me deleito
apenas em fazer a Tua vontade! Ficamos
desapontados quando o Senhor não nos deixa
fazer aquilo que queremos; ou se o Senhor
retarda as coisas, e temos que esperar. Oh, se
pudéssemos chegar logo e fazer aquilo! Não é
isso verdade para a maioria de nós? Sim, é
verdade! Nós agimos assim, e isso apenas
significa que, afinal de contas, o Senhor não é
o nosso único objeto, como achávamos que fosse.
Temos outros objetos paralelos e associados com
o Senhor; isto é, algo que queremos ser ou
fazer, algum lugar anode queremos ir, algo que
queremos ter. Está tudo lá, e o Espírito Santo
conhece tudo a respeito. Nesta Escola de Cristo,
onde o objetivo de Deus é Cristo, somente
Cristo, a Unção significa que é Cristo quem deve
ser o Senhor pelo Espírito. A Unção assume esta
posição. Bem, isto é mais do que suficiente para
o momento a respeito da Unção. Isto foi verdade
em Cristo, e tem que ser verdade em nós.
“SENHORIO" E "SUJEIÇÃO"
16.10.06
Se quisermos terminar o curso na Escola de
Cristo, se quisermos alcançar a glória, a
plenitude da glória de Cristo, ser um
instrumento competente nas mãos do Senhor em
Seu Reino, a única forma de aprendermos esse
governo divino, celestial e espiritual, que é o
propósito do Senhor para os santos, é nos
sujeitarmos ao Espírito Santo. Esta palavra ‘sujeição’,
no Novo Testamento, é uma palavra bastante
interessante. Penso que ela tem sido tratada
de forma errada, e se tem dado a ela um
significado muito desagradável. A idéia de
sujeição, ou submissão, é usualmente aquela de
ser esmagada, ser posto em posição inferior o
tempo todo, supressão.
“Mulheres, sejam submissas aos vossos próprios
maridos."
Isto é interpretado assim: Você tem que ficar
por baixo. Mas a palavra não significa isso,
absolutamente. Como devemos interpretar o que a
palavra grega para submissão, ou sujeição,
realmente significa? Bem, escreva o número 1, e
em seguida, escreva submissão. Como você irá
escrever isso? Você não irá colocar um outro
número 1 abaixo. A palavra submissão significa
‘pondo ao lado ou após’.
O 1 é o primeiro número, ele fica em frente de
tudo o que vem depois, e governa e dá valor a
todo o resto. Submissão significa que Cristo em
tudo deve ter a preeminência. Nós vimos depois,
e tomamos o nosso valor dele. Não é ser anulado,
mas recebendo todas as coisas Dele como a
primeira coisa: e você nunca obtem os benefícios
até que você conheça a submissão a Cristo. Quero
dizer, você vem depois, você toma o segundo
lugar e recebe todo o benefício; você obtem
valor ao assumir uma certa posição. A Igreja
não está sujeita a Cristo no sentido supressivo,
nem está debaixo do Seu calcanhar, mas
simplesmente vem depois Dele, está ao Seu lado,
para que Ele tenha a preeminência, e a igreja,
Sua noiva, recebe todos os benefícios dessa
preeminência. A Igreja está em Segundo lugar,
sim; mas quem se importa com esse segundo lugar
se você irá receber todos os valores do
primeiro, assumindo o segundo lugar? Isto é
sujeição. O plano do Senhor para a igreja é que
ela tenha tudo. Mas como ela irá receber isso?
Não assumindo o primeiro lugar, mas vindo ao
lado do Senhor, e em todas as coisas deixando
que Ele tenha a preeminência. Isto é sujeição,
submissão. O senhorio do Espírito não é algo
duro, que nos exclui, que tira tudo de nós, ao
ponto de não ousarmos nem nos mover. O senhorio
do Espírito é nos trazer para dentro de toda
essa plenitude de Cristo. Mas nós devemos
primeiramente aprender o significado desse
senhorio, antes de chegarmos a essa plenitude. É
a plenitude de Cristo que recebemos. O problema
sempre foi, desde os dias de Adão até os nossos
dias, que o homem não quer a plenitude de uma
outra pessoa, ele quer a sua própria plenitude;
ele quer ter a plenitude em si mesmo, e não em
outra pessoa. O Santo Espírito remove tudo isso
e diz: É a plenitude de Cristo; é Nele. É Ele
quem deve ter o lugar de absoluto senhorio,
antes de podermos conhecer a Sua plenitude. Bem,
por ora acho que isto é suficiente, sobre o
significado da Unção. Você conseguiu
compreender? O Senhor nos deu graça para aceitar
o significado do Jordão, a fim de podermos ter o
céu aberto e, através do céu aberto, a unção nos
traz toda plenitude celestial. Mas isto
significa o total senhorio do Espírito. Nunca
iremos entrar na Escola de Cristo até que
aceitemos o senhorio do Espírito Santo. Aí está
o porque de muitas pessoas não conseguirem ir
muito longe no conhecimento do Senhor. Elas não
aceitam as implicações da Unção, jamais desceram
no Jordão. O progresso dessas pessoas, sua
aprendizagem, é muito lenta, muito pobre.
Encontre uma pessoa que realmente conheça o
significado da Cruz, do Jordão, em abrir o
caminho para o senhorio do Espírito, e você
achará um crescimento rápido; você encontrará um
desenvolvimento espiritual muito além das
demais pessoas. Isto é muito verdade. Este é o
exame preliminar.
A PRIMEIRA LIÇÃO NA ESCOLA DE CRISTO
17.10.06
Ao entrar na Escola de Cristo, começa a lição
número um. Essa lição não é nada mais do que uma
reiteração de tudo aquilo que já temos dito em
meditações anteriores. A primeira lição que o
Espírito Santo nos leva a aprender é o que
chamamos de a total diferença entre a pessoa de
Cristo e a nossa pessoa. Esta não é somente a
primeira lição, mas também uma lição que
continua por toda a nossa vida. Mas é por aqui
que o Espírito começa. Você poderia pegar o
evangelho de João, armado com este pensamento, e
fazer a sua leitura novamente, de maneira firme
e tranquila. Quão diferente Cristo é das demais
pessoas, e até mesmo dos Seus discípulos! Você
pode ir também para os demais evangelhos com
esta mesma mentalidade. Isso será uma
aprendizagem para a sua vida se o Espírito Santo
estiver com você na leitura. Quão infinitamente
diferente Ele é! Esta diferença é afirmada
muitas e muitas vezes.
“Vós sois da terra; Eu sou de cima”. Jo. 8:23.
Isto realmente é uma diferença, e esta
diferença se torna um contraste gritante ao
longo de todo o caminho; um contraste de
julgamentos, de mentalidade, de idéias, de
valores, um contraste em tudo entre Ele e as
pessoas, inclusive os discípulos que com Ele
estavam. Sua natureza é diferente. Ele possui
uma natureza celestial, uma natureza Divina.
Ninguem mais tem isso. Ele possui uma mente
celestial. Todos os demais tinham uma
mentalidade terrena, e as duas não podem se
corresponder em nenhum ponto; há um grande
abismo entre elas. Ele é uma pessoa
completamente diferente.
Agora, você diz, sendo assim, nós estamos em
grande desvantagem. Ele é uma coisa e nós somos
outra. Mas esta é a natureza e o significado
desta Escola. Como este problema poderá ser
resolvido? Bem, será resolvido da seguinte
maneira: Jesus está o tempo todo falando sobre
um tempo quando Ele estará dentro deles, e eles
Nele, e, quando esse tempo chega, a realidade de
suas vidas, no mais íntimo do ser, é outra
completamente diferente daquela que tinham
antes. Isto quer dizer, que Cristo estará dentro
deles. Algumas vezes eles irão pensar em fazer
algo, mas Cristo não irá permitir. Outras vezes
pensarão que não é sábio fazer determinada
coisa, mas Cristo se mantém no interior deles
dizendo: Prossigam com isso! O homem exterior
diz: É loucura! Estou procurando um desastre!
Mas o homem interior diz: Você tem que fazê-lo!
Essas duas pessoas não podem se reconciliar.
Cristo está dentro, e é completamente diferente,
e a nossa aprendizagem consiste em aprender a
segui-Lo, a seguir o Seu caminho.
“Se alguem quiser vir após mim, negue-se a si
mesmo … e me siga”.
Negar-se a si mesmo: seus argumentos, seus
julgamentos, seu senso comum. Siga-Me! É isso
que Cristo vindica o tempo todo. Homens têm
cometido a maior loucura, do ponto de vista da
sociedade, e têm sido vindicados.Isto não é uma
sugestão para que você vá e cometa algumas
loucuras. Estou me referindo a autoridade do
Cristo que está dentro de nós, da diferença
entre Ele e nós, e esta é a primeira lição que o
Espírito Santo irá ensinar a qualquer um que
venha para esta Escola de Cristo, que existe
esta grande diferença, esta divisão; que Cristo
é uma coisa e nós somos outra, completamente
diferente; e jamais poderemos nos assegurar que
estamos do lado certo, exceto se submetermos
todas as coisas a Ele. Este é o porque da
oração precisar ter tanto espaço na vida de um
filho de Deus, e este é o porque da oração ter
tido tanto espaço na vida do Senhor Jesus
quando Ele estava aqui neste mundo. A vida de
oração do Senhor Jesus é, num certo sentido, o
maior problema que você encontra. Ele é o Cristo
, o Filho de Deus; Ele está debaixo da Unção do
Espírito Santo, e Ele é sem pecado, contudo
precisa passar uma noite inteira em oração após
um pesado e longo dia de trabalho. Cada vez mais
você o encontra em oração. Por que deve Ele
orar? Porque existem muitas influências na
obra, há outras coisas que estão procurando
consideração e obediência, e Ele deve se manter
o tempo todo alinhado com a Unção, em harmonia
com o Espírito, sob o qual governo ele se
colocou. Ele não decidia nada por Si mesmo. Se
Ele precisou fazer isso, quem dirá nós? Nós não
estamos nem sequer ao nível Dele, sem pecado. A
nossa natureza trabalha violentamente contra
Deus, contra a vontade de Deus. Muito mais
necessário é para nós ter uma vida de oração,
pela qual é dada ao Espírito Santo a
oportunidade de nos manter na direção certa, em
conformidade com o propósito Divino, nos
mantendo no caminho do Senhor.
Amados, se há uma coisa que um filho de Deus irá
aprender sob o senhorio do Espírito Santo, é
principalmente esta difereça entre Ele é nós;
quão diferente somos Dele. Mas, louvado seja
Deus, pois agora nesta dispensação, se
realmente somos filhos de Deus, Cristo não é
mais algo meramente objetivo, mas Ele está
dentro de nós. Este é o Segundo estágio dessa
questão da ‘diferença entre Ele e nós’. O
primeiro estágio é o fato dessa diferença.
Aceitaremos nós isso? O Senhor Jesus é uma
pessoa completamente diferente de mim: até mesmo
quando penso estar muito correto, eu jamais
posso depositar minha confiança sobre meu
próprio senso de justiça, até que eu tenha
submetido minha justiça a Ele! Isto é algo
radical, mas que é necessário. Muitos de nós têm
aprendido essa lição. Não estamos falando de um
livro, mas de experiência. Muitas vezes
ficamos convictos de que estamos corretos e
temos prosseguimos adiante, seguindo a nossa
própria justiça em determinado julgamento, e nos
desapontamos, e entramos numa terrível neblina
de perplexidade e confusão. Achávamos que
estávamos tão certos, que nem percebemos onde
acabamos chegando! E quando pensamos a
respeito, e o colocamos diante do Senhor, temos
que perguntar a nós mesmos, quanto tempo eu
esperei no Senhor e pelo Senhor sobre este
assunto. Será que não nos precipitamos um pouco
com o nosso senso de justiça? E aqui podemos
citar o caso de Davi e a arca. A intenção de
Davi estava correta, e o senso de Davi sobre o
propósito de Deus estava correto. Que Deus
queria a arca em Jerusalem não há dúvida, mas
Davi tomou isso em sua alma como uma idéia, e
trabalhou nela com grande entusiasmo, dentro de
si, e assim ele construiu uma carruagem. A boa
intenção, a boa idéia, o espírito devoto,
colocou-o num sério problema. O Senhor feriu
Uza, e ele morreu diante do Senhor, e a arca foi
parar na casa de Obededom, e permaneceu lá, tudo
porque um homem teve uma boa idéia, mas não
esperou no Senhor. Você conhece a sequela. Mais
tarde, Davi disse para os líderes dos levitas,
“Santificai-vos, tanto vós como os vossos
filhos, para que possais trazer a arca do
Senhor, o Deus de Israel, para o lugar que eu
preparei para ela. Porque vocês não a
suportaram da primeira vez, o Senhor fez uma
ruptura sobre nós, porque o buscamos não de
acordo com a ordenança.”
A instrução estava lá o tempo todo, mas Davi não
esperou no Senhor. Se Ele tivesse trazido esse
seu entusiasmo devoto tranquilamente diante do
Senhor, o Senhor o teria guiado conforme a
instrução que tinha dado a Moisés, e dito, em
efeito, ‘Sim, muito bem, mas lembre-se de que
esta é a forma como a arca deve ser carregada.'
Não teria havido morte, nem atraso, as coisas
teriam ido bem.
Sim, nós podemos ter uma boa idéia, mas
precisamos submetê-la ao Senhor, para nos
assegurarmos de que não se trata de uma idéia
exclusiva nossa, mas sim que a mente do Senhor
está sendo gerada em nós. É muito importante
aprender Cristo; Ele é completamente diferente
de nós.
Como você vê, isto divide os cristãos em duas
classes. Existe uma classe mais ampla de
cristãos, para os quais Cristo é algo objetivo,
exterior. É uma questão de ter adotado uma vida
cristã, de modo que agora eles fazem muitas
coisas que não faziam antes. Eles vão às
reuniões, à igreja, lêem a Bíblia, fazem muitas
coisas que não costumavam fazer antes; e também
eles agora já não fazem muitas coisas que antes
faziam. Tudo é uma questão de fazer ou não
fazer, de ir ou não ir, de ser um bom cristão
exteriormente. Esta é uma classe bastante
grande, com seus vários graus de luz e sombra.
Mas há aqueles cristãos que estão na Escola de
Cristo, para os quais a vida cristã é algo
interior, de caminhar com o Senhor, de conhecer
o Senhor, de conhecer o que está no coração do
Senhor, num grau maior ou menor. Esta é a
natureza dessa caminhada, uma caminhada e viva
com o Senhor, em seus corações. Há muita
diferença entre essas duas classes.
O ESPÍRITO DA LEI OU INSTRUMENTO DE INSTRUÇÃO
18.10.06
Bem, devo concluir. É uma diferença total. E de
que maneira o Espírito estabelece essa diferença
em nós? — porque o Espírito não fala a nós
usando uma linguagem audível. Nós não ouvimos
uma voz exterior dizendo: Este é o caminho,
andai nele! Então como podemos saber? Bem, é o
que o apóstolo Paulo chama de
“a lei do Espírito da vida em Cristo Jesus”.
“Nele estava a vida; e a vida era a luz”.
De que forma devemos saber, por qual meio somos
iluminados nessa questão da diferença entre os
nossos caminhos, os nossos pensamentos, os
nossos sentimentos, e os do Senhor? Como obtemos
luz? A vida era a luz.
“Ele que me seguir não andará em trevas, mas
terá a luz da vida”.
(João 8:12).
"A lei do Espírito da vida em Cristo Jesus me
libertou da lei do pecado e da morte."
Aí está o instrumento do Espírito, se posso
chamá-lo assim, para a nossa aprendizagem: é a
vida em Cristo. Isto quer dizer que nós
conhecemos a mente do Espírito a respeito das
coisas por meio de um processo através do qual
detetamos e discernimos a vida, vida Divina, o
Espírito da vida. Se estamos vivos para o
Senhor, então sabemos quando o Espírito não está
concordando com algo, por meio de um senso de
morte, há morte naquela direção.
Isto é algo que ninguem pode nos ensinar por
meio de palavras, nos dando uma lição. Mas é
algo que podemos experimentar. Você o sabe
através de reações, violentas reações
frequentemente. Por exemplo, você escolhe uma
direção, e tem uma reação ruim. E você insiste
nessa direção, para realizar algo, e, se você
apenas parasse por um momento e olhasse para
aquilo, saberia que é você quem está tentando
fazer com que aquilo aconteça. Você sabe
perfeitamente que falta espontaneidade naquilo,
espontaneidade essa que é a marca do Senhor.
Você sabe que o Senhor não está naquilo. Você
não tem senso de espontaneidade nem paz. Aquilo
é algo que tem que ser forçado, ser conduzido,
para que aconteça. Imagino que cada um de vocês,
que é um verdadeiro filho de Deus, sabe do que
estou falando. Lembre-se, este é o instrumento
do Espírito para ensinar Cristo __ a vida.
A marca de um homem ou mulher governado pelo
Espírito é que eles se movem em vida, e que
eles ministram vida, e que aquilo que vem deles
é vida, e eles conhecem por meio daquela lei do
Espírito onde o Senhor está, o que o Senhor é, o
que o Senhor procura, o que o Senhor quer. É
assim que eles sabem. Nenhuma voz é ouvida,
nenhuma visão objetiva é vista, mas lá no íntimo
o Espírito da vida é o juiz, o Espírito da vida.
Quão necessário é para nós estarmos vivos diante
de Deus em Cristo Jesus. Quão necessário é que
tomemos posse dessa vida. Se Satanás apenas
puder trazer aquele espírito de morte sobre nós
e deixar o nosso espírito sob o invólucro dessa
morte, então ele irá cortar a luz imediatamente
e nos deixará cambaleando; não saberemos onde
estamos, não saberemos o que fazer. Ele está
sempre tentando fazer isso, e estamos numa
continua luta pela vida. Tudo para a realização
do propósito de Deus está ligado com esta
“vida”. Esta vida é potencialmente o resumo de
todo propósito de Deus. Assim como numa semente
está a vida, não apenas a vida de uma semente,
mas a vida de uma grande árvore, e, se esta vida
se manifestar, então dará origem à uma grande
árvore, do mesmo modo, nesta vida que nos foi
dada em nossa infância espiritual, nosso novo
nascimento, nela há toda plenitude do poder de
Deus, e todo o propósito de Deus, e Satanás
está do lado de fora, não apenas para tentar
cortar nossa vida, mas para tentar impedir que
os propósitos de Deus se manifestem nessa vida
que nos foi dada, esta vida eternal. O Espírito
está sempre envolvido com esta vida, e Ele diz a
nós: Cuidem dessa dela; não deixem que nada
venha a interferir nesta vida; entendam vocês
que, sempre que houver algo que venha a
entristecer o Espírito, limitando a operação
desta vida, vocês devem imediatamente recorrerem
ao precioso Sangue que se mantem como uma
testemunha contra a morte; esta vida é
incorruptível, a testemunha no ceu que vence o
pecado e a morte, pela qual vocês podem ser
libertos das mãos de Satanas. Este precioso
Sangue está sobre esta terra sobre a qual
devemos enfrentar tudo aquilo que entristece o
Espírito e limita a operação da vida, pela qual
vimos a conhecer Cristo, neste caminho vivo, o
qual está sempre crescendo até chegar à
plenitude. Que o Senhor nos ajude.
UM PONTO ZERO
20.10.06
Todas essas passagens que temos lido são
realmente uma sequência. Elas são consequências
do primeiro:
“Nele estava a vida; e a vida era a luz dos
homens."
E você perceberá que elas representam um ponto
zero. A mãe de Jesus disse para Ele: Eles não
têm vinho; não há nada para se extrair! O
próximo capítulo é apenas uma outra maneira de
dizer a mesma coisa. Nicodemos veio a Jesus e
procurou começar por um ponto no qual
considerou ser viável para se negociar com
Jesus, mas era um ponto muito avançado, para
que o Senhor pudesse aceitar; Assim, Jesus
trouxe Nicodemos de volta para o ponto zero, e
lhe disse: Você precisa nascer de novo. Nós não
podemos começar em qualquer outro ponto que não
esse. Se você e eu queremos ter qualquer tipo de
relacionamento vivo, precisamos ir direto para
lá: para ponto zero, e começar a partir dali.
"Precisamos nascer de novo",
pois, se alguem nascer de novo, não poderá ver o
Reino de Deus. De nada adiantará iniciarmos de
um outro ponto, de onde estaremos incapacitados
de ver. O capítulo 4 é uma outra maneira de se
estabelecer a mesma verdade. A mulher
samaritana, afinal de contas, estava na
bancarrota, no zero. Jesus gradualmente dá
abertura para uma conversa e a última conversa
dela, em efeito, é: Bem, eu não sei nada sobre
isso; venho aqui todos os dias, mas não sei do
que você está falando! Ela está no zero: e então
Ele diz: É aí que começamos. A água que eu te
der não vem dessa fonte, absolutamente, não é
algo que você pode produzir ou melhorar. Não, é
algo que procede unicamente de Mim; é um ato
completamente separado de você. E aqui nós
começamos novamente o mesmo assunto.
Então, no capítulo 5, o Espírito Santo é
cuidadoso em deixar bem claro que aquele pobre
camarada estava num estado de desesperança; que
todo esforço tinha sido em vão; que cada
esperança estava desapontada. Por 38 anos, uma
vida, esse homem tinha estado daquele jeito, e
pode-se ver o desespero desse homem. E o Senhor
Jesus não diz a ele: Olhe aqui, você é um pobre
aleijado; Eu vou pegar a sua mão, e após um
período de tratamento, você irá poder andar;
vou tornar esses seus velhos membros novos; irei
melhorar a sua condição. Nada disso. Num
instante, num momento, um novo início se dá. O
efeito daquilo que Jesus faz é como se aquele
homem nascesse de novo. E isto ocorre não
simplesmente curando o velho homem, mas fazendo
dele um novo homem, em princípio. Isto é algo
que acontece, que não estava lá antes, que não
podia ser produzido antes, é algo que unicamente
Cristo poderia ter feito. É o ponto zero; e
Jesus começou do zero.
A
Lei que Governa o Amor Divino
21.10.06
Lendo: João 1:4; 2:3; 3:3; 4:13-14; 5:5-9;
6:33-35; 9:1-7; 11:1-6, 17,21,23,25-26.
Capítulo 6— uma grande multidão. Aonde
compraremos pão suficiente para esta multidão?
Bem, era uma situação bastante desesperadora,
mas através de Seu próprio agir, Jesus resolve a
situação, e então segue com o Seu grande ensino,
para interpreter o que Ele tinha feito,
alimentando a multidão. Jesus diz: Eu sou o Pão
que desceu do céu. Não há nada aqui na terra
que possa satisfazer esta necessidade; isto tem
que vir do céu; Pão do céu para a vida do mundo:
do contrário o mundo fica morto. Nós começamos
do zero. ( Os pães e os peixes podem representar
nossa pequena medida de Cristo, a qual pode ser
aumentada.)
Capítulo 9— o homem nascido cego. Não é um homem
que perdeu sua visão e que agora a recupera.
Este não é o ponto, absolutamente. A glória de
Deus não é encontrada na melhora das coisas,
mas é encontrada na ressurreição. É isto o que
se sucede aqui. A glória de Deus não é
encontrada em nossa capacidade de produzir algo
ou colocá-lo nas mãos de Deus, algo nosso, para
que Ele o tome e faça uso. A glória de Deus é
algo que vem unicamente Dele mesmo, e nós não
podemos contribuir com coisa alguma. A glória de
Deus se dá a partir do zero. O homem foi nascido
cego. O Senhor Jesus deu a ele a visão; ele
nunca tinha visto antes.
Então o capítulo 11 junta tudo. Se você olhar
para Lázaro, verá que ele é a representação de
“Eles não têm vinho”. Ele é a representação de
“Você precisa nascer de novo”. Ele é a
representação de “a água que Eu lhe der formará
nele…” Ele é a representação de um estado de
bancarrota; mas o Senhor veio para isso. Lázaro
é a representação do capítulo 6: "Eu sou o pão
vivo que desceu do céu… para a vida do mundo".
Lázaro é a representação do capírulo 9, um
homem que está sem visão, que ganha visão do
Senhor Jesus. Lázaro representa tudo isso. Mas,
se você notar, ao juntar tudo isso, o Espírito
santo é muito cuidadoso em enfatizar uma coisa,
principalmente, que o Senhor Jesus não irá tocar
a situação até que ela atinja sua posição
extrema, onde não haja qualquer remédio humano.
Ele não irá vir ao cenário, até que todas as
coisas humanas falhem, estejam num ponto zero. E
essa não é uma questão de falta de interesse, de
solidariedade, de amor, pois aqui o Espírito
novamente nos mostra que havia amor. Mas o amor
possui uma lei.
O amor de Deus está debaixo de uma lei: da lei
da Sua glória. E Ele somente pode mostrar o Seu
amor se isso resultar em Sua glória. Ele é
governado por isso. Todas as vezes que Ele
demonstrou o Seu amor, Seu objetivo era que Ele
fosse glorificado, e a glória de Deus está
associada a ressurreição.
"Não te disse que, se
creres, versa a glória de Deus?" "O teu
irão irá levanter novamente." A glória de Deus
está na ressurreição, e por isso o amor exige
que tudo venha ao lugar onde apenas irá
resolver a situação; e não curando as coisas, e
não remediando um velho homem.
Oh, deixe-me iniciar bem lá atrás no princípio,
se for necessário. Há muitas pessoas neste
mundo que pensam que existe alguma coisa no
homem que pode contribuir para a glória de
Deus. Esta é uma falácia mentirosa muito
antiga. Isto não é verdade. Chame-o do que
quiser, poise la tem vários nomes, tais como 'a
luz interior' ou 'a centelha divina'. Toda
Palavra de Deus é tremenda sobre esse assunto.
Eu começo no zero, e zero para mim significa que
eu não contribuo com coisa alguma. Tudo vem de
Deus. O próprio fato de que o dom de Deus é a
vida eterna significa que você não a possui, até
que ela lhe seja dada. Você é cego, até que
Deus lhe dê a faculdade de ver. Você está
morto, até que Deus lhe dá vida. Você está sem
esperança, como aquele aleijado, até que Deus
faça algo por você, e em você, o qual você
jamais pode fazer. A menos que Deus faça isso, a
menos que isso ocorra, bem, você continua lá, na
sua posição. Espiritualmente, é assim que você
está. Você não pode contribuir com nada.
Nicodemos, você não tem nada para dar, você
precisa nascer de novo; Eu não posso aceitá-lo
nesse ponto que você vem a Mim! Mulher de
Samaria, você não tem nada, e você sabe e
confessa isso: É aí que Eu começo! Homem de
Betânea, você não pode fazer coisa alguma, e
você sabe disso: então tudo depende de Mim! Se
existe alguma coisa é por minha causa! Lázaro, o
que você pode fazer agora, e o que alguém pode
fazer por você? Se Eu não vir e não fazer a
obra, então não resta nada a não ser corrupção!
Esta é uma das maiores lições que você e eu
temos que aprender na Escola de Cristo: que
Deus, para a Sua glória, começa no ponto zero, e
Deus irá se utilizar do sofrimento, através do
Espírito santo, para nos fazer conhecer que é o
ponto zero; isto é. Para nos trazer
conscientemente ao ponto zero, e nos fazer
entender que tudo depende Dele. Como você vê,
Deus enxerga sempre o fim das coisas, e o fim é
sempre a Sua glória. Tome esta palavra novamente
através deste Evangelho __ a glória de Deus em
relação a Cristo. Nós dizíamos, numa meditação
anterior, que o grande final de Deus para nós em
Cristo é a glória, a plenitude da glória. Sim,
mas então há uma coisa _ que nenhuma carne
possa se gloriar diante Dele. E onde isso
acontece? __ “Aquele que se Gloria, glorie-se no
Senhor” (1 Cor 1:29-31). E a que isto está
associado? — “Ele para nós foi feito sabedoria,
justiça, santificação e redenção: que, de acordo
com o que está escrito, aquele que se Gloria,
glorie-se no Senhor." É uma questão do que Ele
foi feito. Nenhuma carne pode se gloriar diante
Dele. "Minha glória, pois, não a darei a
outrem." (Isa 42:8; 48:11). Portanto, tudo isso
é um assunto do Senhor, e Ele irá reter isso em
Suas próprias mãos. "E quando ele tinha ouvido …
ele ficou dois dias … onde ele estava" (John
11:6). Em amor, governado pelo amor, que a
glória de Deus possa ser revelada.
Estamos nós convictos disso? Levamos tanto tempo
para aprender essas lições elementares. Nós
ainda nos apegamos em algum tipo de idéia de que
podemos produzir algo, e todos os nossos
miseráveis dias são simplesmente o resultado de
acharmos que de algum modo podemos dar algo ao
Senhor. Não sendo capazes de tal coisa, mas
fracassando o tempo todo, nos tornamos
miseráveis, perfeitamente miseráveis. E levamos
muito tempo para chegar numa posição onde
realmente entendemos completamente essa questão,
mesmo que vivêssemos o maior espaço de tempo
possível de um homem viver nesta terra, nós não
seremos capazes de fornecer com coisa alguma,
nem com um “J” que seja aceitável a Deus, o
qual Ele possa usar para a nossa salvação,
santificação, glorificação, absolutamente dada.
Tudo o que Deus pode usar é o Seu Filho, e a
medida da nossa glória final será a medida de
Cristo em nós, apenas isso. Haverá diferenças em
glória, como uma coisa difere da outra. Uma é a
glória do sol, outra é a glória da lua, outra é
a glória das estrelas. Haverá diferença em grau
de glória, e a diferença da glória final será de
acordo com a medida de Cristo que cada um de
nós possui. Isto, por sua vez, depende de quanto
você e eu, por fé, estamos realmente fazendo
Cristo a base de nossa vida, do nosso ser,
quanto o princípio dessas palavras familiars
tem sua aplicação em nosso caso, 'Não o que eu
sou, mas o que Tu és'. Cristo é toda a glória,
'o Cordeiro é toda a glória no terreno do Deus
Emanuel'.
Amados amigos, seja lá o que vocês façam com
tudo isso, do ponto de vista de Deus, a glória
da vida depende inteiramente da nossa apreensão
em fé, apropriação e apreciação de Cristo, e
não há glória absolutamente para nós agora ou no
tempo que está por vir, mas apenas em Cristo. Eu
sei o como isto é muito simples, quão elementar,
mas, oh, é uma coisa que governa tudo. Glória __
que o Senhor seja glorificado em nós. Que coisa
mais grandiosa poderia acontecer do que o Senhor
seja glorificado em nós? A glória de Deus está
ligada à ressurreição, e a ressurreição é a
única prerrogativa de Deus. Assim, para que Deus
seja glorificado em nós, você e eu temos que
viver Nele, com a vida da ressurreição, dia após
dia, e conhecê-Lo.
FIM
*A
tradução deste estudo foi feita voluntariamente por Valdinei N. da
Silva, que, por reconhecer a excelência do conteúdo, coloca o mesmo ao alcance da Igreja de
Cristo, para sua edificação. Peço aos irmãos que possuírem
conhecimentos mais aprofundados em tradução, que colaborem, enviando as
suas preciosas observações e retificações para:
valdineibr@gmail.com
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