A Alegria do Casamento Fred Malir
SUMÁRIO
"È melhor ter companhia do que estar sozinho, porque maior é a recompensa do trabalho de duas pessoas. Se um cair, o amigo pode ajudá-lo a levantar-se. Mas pobre do homem que cai e não tem quem o ajude a levantar-se! E se dois dormirem juntos, vão manter-se aquecidos. Como, porém, manter-se aquecido sozinho? Um homem sozinho pode ser vencido, mas dois conseguem defender-se. Um cordão de três dobras não se rompe com facilidade." Eclesiastes 4.9-12. 1 - QUASE ME CASEI COM A MOÇA ERRADA Alguns de nós estávamos sentados em um semicírculo ao redor da lareira, em Montevidéu, Uruguai, naquele memorável dia em que ouvi um homem de Deus compartilhando alegremente seu testemunho. Ele transbordava de alegria no Senhor. Fiquei profundamente convicto de que ainda não tinha um relacionamento com Deus tão profundo quanto o dele, então comecei a procurar a companhia daquele homem quase diariamente. Apreciava estar com ele e ouvi-lo contar a respeito do Senhor Jesus. Foi assim que conheci Jesus Cristo como meu salvador pessoal, nasci de novo e minha vida mudou radicalmente. Devolvi coisas que havia roubado. Confessei mentiras àqueles a quem havia mentido. Comecei a ser preenchido pela alegria do Senhor. Mas logo me encontrei envolvido em um problema aparentemente sem solução. Quando me arrependi dos meus pecados e cri no Senhor Jesus, eu estava comprometido com uma jovem adorável, atraente e charmosa. Eu já comprara as alianças de noivado e estávamos prestes a nos casar. Ela era cristã e tinha me levado a ouvir o evangelho, e eu era grato a ela por ter possibilitado a minha conversão. Mas quando o Senhor disse que me queria dedicado ao Seu serviço, como missionário, minha noiva se manifestou bruscamente: “Não quero ser esposa de missionário”. De repente, eu tinha um grande problema. Entretanto, quando o Senhor Jesus veio fazer morada em meu ser, Ele estava determinado a comandar a minha vida. Então fui a Deus em oração, e Ele imediatamente me fez consciente de que não queria que eu me casasse com aquela jovem. Meu coração ficou deprimido. Perdi a alegria do Senhor que havia me preenchido. Uma guerra começou a se realizar em meu íntimo e só terminou seis meses depois. Freqüentemente eu recitava algum tipo de oração murmuradora, que atinge somente o teto, mais ou menos assim: “Ó Deus, o Senhor sabe que amo essa jovem. Não posso desistir dela! Se fizer isso, ela irá encontrar outro homem, e se ela se casar com outro, ficarei louco!” Deus sabe como domesticar homens e mulheres que se comportam como cavalos selvagens, mulas teimosas ou asnos obstinados. Ele era muito paciente comigo. Devagar e gentilmente, Ele começou a amolecer o meu coração. Em poucos meses, me encontrei orando: “Pai, ainda não estou com vontade de desistir dela. Mas estou disposto a que o Senhor me faça ter vontade de fazer isso.” Descobri que toda vez que eu orava ao Senhor, abria a porta do meu coração um pouco mais, e mais lugar Ele ocupava em mim. Mês após mês, Ele firmemente prosseguia amolecendo meu coração, até que eu me encontrasse orando sinceramente, desta forma: “Pai celeste, estou finalmente disposto a abrir mão dessa jovem. Mas ainda tenho um problema que não consigo resolver: não tenho forças para deixá-la.” Nesses momentos, eu me sentia completamente sem forças, mas abria a porta do meu coração um pouco mais, o suficiente para o Senhor ocupar nele um espaço maior. E quando você Lhe dá o espaço de uns centímetros, Ele os transforma em quilômetros. Próximo ao final daqueles miseráveis e infelizes seis meses de conflitos com Deus, o Senhor colocou sua divina sustentação sob a minha natural fraqueza de caráter, e pude orar: “Está certo, Pai, abro mão dela, total, absoluta e completamente!” E fiz isso. Os dias viraram semanas; as semanas, meses. Para minha surpresa, descobri que não sentia falta daquela moça. Mas ainda assim, eu procurava me analisar e me fazia a mesma exaustiva pergunta: “E se ela se casar com outro homem?” Refleti sobre isso por longo tempo, até que respondi a mim mesmo: “Bem, se ela se casar com outro homem, não me incomodo.” Minha inesperada reação me fez voltar para Deus e orar: “Querido Pai, Tu tens realmente me libertado!” Então, lembrei-me das palavras de nosso Senhor Jesus Cristo: “...se o Filho os libertar, vocês de fato serão livres.”[1] Quando abri mão do meu noivado totalmente, a alegria da minha salvação retornou. A Bíblia imediatamente tornou-se compreensível de novo, e veio o deleite em ler as Escrituras. Eu tinha descoberto que o melhor caminho para compreender a Bíblia é a obediência. Logo que obedeci ao Senhor, Sua onipotente mão, como a de um hábil cirurgião, alcançou o meu coração e removeu o desejo por aquela jovem. Eu estava genuinamente livre e podia orar: “Pai celeste, o único caminho para experimentar obedecer-Te é reconhecer que a verdadeira e real obediência é nada menos que permitir que Teu filho, o Senhor Jesus Cristo, Te obedeça em mim, por mim, comigo, para Tua glória. Esse é o único caminho pelo qual sou capaz de obedecer-Te, ó Deus. Cristo, a realidade de toda a virtude de que preciso, tem sido gerado em mim, exatamente como Tua Palavra diz.”[2] Outra bênção resultante dessa experiência é que aprendi a temer a possibilidade de outro engano semelhante ao que quase cometi. Isso me motivou a orar de outro modo, que nunca havia imaginado. Deus usou essa dificuldade como instrumento para forjar uma oração diferente, como esta: “Querido Deus, Tu me conheces. Tu sabes que quero ansiosamente me casar. Porém, que não seja feita a minha vontade, mas a Tua. Se Tu queres me manter solteiro pelo resto da vida, ao contrário do meu desejo natural, estou disposto a ficar assim. Mas se Tu planejas um casamento pra mim, por favor, não me deixe cometer esse erro novamente. Torna-me apaixonado por Cristo, na moça que será minha esposa. No nome do Senhor Jesus. Amém!” Isso era o que Deus esperava ouvir de mim. Sabe o que aconteceu depois? O tempo foi passando: um, dois anos... Toda vez que eu conhecia uma moça cristã interessante, silenciosamente eu orava, com grande expectativa: “Pai, é esta a moça com quem vou me casar?” Um longo silêncio se fazia após essa oração, e eventualmente eu perguntava: “Deus, por que Tu não estás dizendo nada?” Então eu orava novamente, um pouco mais alto: “Pai!...” O que você faz quando Deus não responde às suas orações? Quando Deus não diz nada, você deve ESPERAR! Esperar em Deus é provavelmente uma das coisas mais difíceis que o cristão é chamado a fazer. Mas se estivermos dispostos, o Senhor irá firmemente nos preparar para esperar por Sua liderança. Então, espere e espere e espere! Depois de dois anos do término do noivado, inesperadamente encontrei minha ex-noiva, e ela me disse: “Fred, senti muito a sua falta depois que terminamos, mas agora tenho um amigo...” Suspeitando de que se tratasse de algo mais do que simples amizade, perguntei: “Ele é crente?” “Bem... não!”, ela explicou. “Não se case com um não crente!”, adverti. “Lembre-se do que a Palavra de Deus aconselha: ‘Não se ponham em jugo desigual com descrentes.”[3] Colocando-se na defensiva, ela respondeu: “Mas nós somos apenas amigos!” 2 - EU ME APAIXONEI POR CRISTO NA GAROTA CERTA! Doze longos anos se passaram. Então, um dia, quando eu viajava pelos Estados Unidos, Deus me colocou durante uma hora dessa viagem ao lado de uma moça cristã. A presença do Senhor Jesus estava tão vívida nela que imediatamente me apaixonei por Jesus naquela jovem. Por uma semana inteira, nós nos vimos com freqüência e conversamos bastante. Ambos nos tornamos conscientes de que estávamos apaixonados. Mas o Senhor queria que nos casássemos? Antes de ter nascido de novo, eu primeiramente beijava a garota e depois me perguntava se havia gostado dela. Mas agora, que eu já era salvo, Deus me fez saber que eu não poderia beijar qualquer garota até estar absolutamente certo de que nos casaríamos. Por isso não beijei aquela jovem por quem estava apaixonado. Esperei algum tipo de revelação sobrenatural, uma voz do céu, dizendo tão alto como um trovão: “Case-se com essa moça!”. Mas não ouvi nada disso. Retornando para Montevidéu, eu me deparei com um forte impulso de oração. Orei por uma semana inteira. Num glorioso domingo à tarde, em 26 de fevereiro de 1959, de um jeito que ainda não sei explicar, fui invadido por uma profunda convicção da parte de Deus, de que Ele queria que eu me casasse com aquela jovem, Ana. Embora eu não tenha ouvido uma voz de trovão do céu, estava profundamente convicto de que essa era a inequívoca vontade do Senhor. Eu sabia! Mas, ainda assim, havia um problema: Ana estava na Virgínia, na América do Norte; e eu estava em Montevidéu, na América do Sul. Eu estava tão longe ao sul do Equador quanto ela estava ao norte dessa linha. Como romper essa distância? O caminho mais fácil seria escrever. No mesmo dia, escrevi para Ana. Eu sabia que minha carta levaria sete dias para chegar até ela e eu teria que aguardar ao menos mais sete até receber a resposta, ou seja, seriam no mínimo duas semanas completas de espera. Isso parecia uma eternidade para mim. Portanto, que surpresa tive ao receber uma carta, passados poucos dias! Rasguei o envelope, e a primeira coisa que me chamou a atenção foi a data: 26 de fevereiro de 1959. Ana escrevera para mim no mesmo dia em que lhe escrevi. Então li: “Suponho que nunca saberei ao certo, até me encontrar com o Senhor na glória, por que Ele tem trazido um peso tão grande de oração por você durante a última semana. E hoje (26 de fevereiro), o peso tem me deixado. Deus me deu a certeza de que tudo de que você estava precisando, Ele tem suprido”. Quando li isso, quase entrei em órbita, de tanta alegria. Como louvei e agradeci ao meu querido Pai Celeste! Em minha carta, havia escrito a respeito de como Deus tinha me impulsionado a orar por uma semana e como Ele tinha feito com que eu soubesse Sua vontade. Quando assinei a carta, adicionei este P.S.: “Você se casará comigo?” Mas não postei logo a carta. Decidi esperar por três dias, até ter a confirmação de que essa era a vontade de Deus. Depois dos três dias, eu ainda estava seguro de que o que havia escrito era a vontade do Senhor. Então enviei a carta. Finalmente, recebi a segunda carta de Ana, respondendo à minha proposta. Abri a carta com muita expectativa e, para minha grande satisfação, li estas palavras: “No mesmo dia em que o Senhor clareou a vontade dEle a você, Ele também me disse que nós nos casaríamos. Deus me mostrou isso tão claramente que me senti como se já fosse sua esposa.” E eu ainda não havia beijado Ana! Quando descobrimos o dia e a hora em que tais coisas aconteceram, ficamos maravilhados por constatar que Deus fizera conhecer Sua vontade a nós dois simultaneamente, movendo cada um de nós a escrever ao outro no mesmo instante. Ambos contivemos nossas cartas por três dias, antes de enviá-las, e as enviamos no mesmo dia. Simultaneamente nossas cartas ultrapassaram a linha do Equador e chegaram às nossas mãos. Que Deus maravilhoso temos! Quão minuciosamente complexa e detalhada é Sua superior e precisa orientação para aqueles que O buscam, desejando conhecer e fazer Sua vontade! Agora, estávamos noivos! Mas ainda havia um problema: como vencer os 8.480 quilômetros que nos separavam? Eu me demitira da Missão Evangélica do Uruguai, onde servira como missionário, e vivia pela fé, comunicando minhas necessidades somente ao Senhor. Por cerca de um ano, Ele tinha suprido fielmente minhas necessidades básicas, até o último centavo: nada supérfluo, nada extra, somente o rigorosamente essencial. Enquanto eu continuava a servi-Lo, Ele me surpreendeu um dia, enviando alguém que me deu cinqüenta dólares. Outros cinqüenta vieram na semana seguinte. E depois, mais sessenta e dois dólares. Isso dava um total de cento e sessenta e dois dólares. Para mim, cidadão uruguaio, vivendo num país pobre, isso era mais dinheiro do que eu jamais recebera em minha vida. Era o equivalente a dez meses de salário como missionário. “O que eu faria com essa pequena fortuna de cento e sessenta e dois dólares?”, orei e perguntei ao Senhor. Ele imprimiu em mim a profunda certeza de que eu deveria comprar a passagem aérea para os Estados Unidos e me casar com Ana. Mas isso parecia impossível porque a viagem custava quatrocentos dólares, e eu tinha apenas cento e sessenta e dois. Deduzi que se tal era de fato a vontade do Senhor, Ele logo me mandaria os duzentos e trinta e oito dólares que faltavam. Ele não fez isso! Logo descobri que Deus, algumas vezes, gosta de fazer coisas de um modo mais interessante, improvável, e diferente de como pensamos que Ele fará. Ao verificar os preços das passagens aéreas e de navio, não consegui encontrar preço menor do que quatrocentos dólares. Mas Deus ainda tinha um caminho: parecia que Ele criava uma linha aérea especialmente para mim, colocando na mente de um homem, na Argentina, a idéia de criar sua própria linha aérea. Esse homem comprou um avião modelo DC-4 de segunda mão e começou a programar vôos curtos de Buenos Aires, Argentina, para Miami, Flórida. A Associação de Transporte Aéreo Internacional decidiu que aquela linha apresentava riscos e não emitiu o certificado de vôo. Inabalável, o Sr. Ini, proprietário da Ini Linhas Aéreas, de um único avião, decidiu voar assim mesmo. Ninguém desejava voar naquela linha aérea, mas o Sr. Ini buscou atrair passageiros, reduzindo drasticamente o preço da passagem. Ainda assim, só malucos voariam naquelas condições, mas o chamado de Deus muda tudo. E só acreditei naquilo porque Deus me chamara. Quando me deparei com o preço da passagem, fiquei assombrado. Dificilmente acreditei em meus olhos, mas ali estava, em preto e branco: $162,75. Era todo o dinheiro que eu havia recebido, mais setenta e cinco centavos que estavam no meu bolso. Fiquei ali espantado, emocionado e cheio de alegria. Agradeci e louvei ao meu fiel Pai Celestial, que novamente supriu as necessidades do Seu servo com aqueles poucos centavos. Depois que eu providenciei o passaporte, arrumei a bagagem e estava a caminho do aeroporto, um querido irmão, que não conhecia minhas necessidades, me deu um envelope contendo algum dinheiro. Não era muito, mas quando aterrissamos seguros em Miami (Obrigado, Pai!), já era alguma coisa com que procurar o balcão da Companhia de Ônibus Greyhound e dizer: “Preciso de uma passagem, que esta quantia em dinheiro possa comprar, até o lugar mais próximo de Lynchburg, Virgínia!” O dinheiro não era o suficiente para ir a Lynchburg, mas podia me levar até Danville, no mesmo estado de Virgínia. Com apenas cinco centavos no bolso, decidi pedir carona no restante do percurso. Meu polegar ficava à mostra, enquanto eu andava rumo ao norte, na rodovia 29, mas ninguém quis me dar carona. Três horas se arrastaram, e eu estava muito cansado e um tanto desencorajado. Estava tão perto e ainda tão longe. Então, peguei minha Bíblia, abri aleatoriamente e li: “...Quem crer nEle não ficará desiludido!” (Romanos 10:11). Imediatamente houve uma reação em mim. A alegria transbordou, e com grande expectativa orei: “Obrigado, querido Pai celestial. Creio nisso e não ficarei desiludido, porque confio em Ti. Depois de tudo que aconteceu, sei que não fui eu quem me trouxe aqui. Foi o Senhor. Então, é Tua responsabilidade levar-me até a casa de Ana, porque o Senhor me trouxe até aqui. Talvez, Tu ainda estejas guardando a melhor forma de me fazer chegar à casa dela. Obrigado, querido Pai, estou em Tuas mãos. No nome do Senhor Jesus Cristo. Amém!” Logo depois, uma caminhonete parou. Dois pintores me ofereceram carona no trajeto para Lynchburg. Enquanto viajávamos, eu lhes falei sobre o amor de Deus pela humanidade e Sua provisão para nos livrar de nossos pecados por meio da morte do Senhor Jesus Cristo na cruz. Meus amigos pintores estavam sendo convencidos e creio que foram alcançados por Deus, se arrependendo e crendo em Cristo como Senhor e Salvador. Enquanto conversávamos, eles notaram meu acentuado sotaque estrangeiro. Então, quiseram saber por que eu estava nos Estados Unidos. Contei-lhes que vinha me casar com minha noiva, e que ela não sabia que eu vinha, achando que eu estava a 8.480 quilômetros de distância. “Você quer dizer que está vindo sem avisá-la?”, um deles perguntou. “Sim, estou fazendo uma surpresa para ela!”, respondi com alegria. Eles riram e, de repente, um deles disse: “Gostaria de levar você até a casa de sua noiva!” “Oh, não!”, protestei. “Vocês estão indo trabalhar em Lynchburg, e tenho alguns amigos lá que terão prazer em me levar à casa de Ana. Ela mora em uma fazenda bem distante da estrada principal.” O pintor pensou por alguns instantes e disse: “Bem, o que você prefere?” Eu me aquietei diante de Deus por um momento, e então respondi tranqüilamente: “Se você coloca isso dessa forma, é óbvio que minha preferência é ir direto para a casa de Ana!” “Está certo! Vamos lá!”, ele respondeu alegremente. “Mostre-me o caminho!” Conversamos animadamente e, antes de nos apercebermos, chegamos à estrada de pedras da fazenda de Ana. Ao pararmos em frente à casa, aqueles homens disseram sorrindo: “Você irá melhor sozinho. Nós esperaremos no carro.” Fui até a porta rapidamente, entrei na casa e fiquei em silêncio, com o coração palpitando. Ana estava num cômodo próximo e me ouvira chegar. Interrogando-se sobre quem chegava, ela abriu a porta para olhar e conseguiu dizer: “Fred!” E tudo que eu parecia ser capaz de dizer era: “Ana!” Nos momentos seguintes, estávamos nos braços um do outro e partilhamos nosso primeiro beijo. Naquela atmosfera romântica, subitamente me lembrei dos pintores esperando no carro. Então, de braços dados, Ana e eu fomos agradecer-lhes com o coração transbordando. Eles sorriam de orelha a orelha, gratos por nos verem juntos e sabendo que nossa história incomum não tinha sido criada pela minha imaginação. Embora eu tivesse apenas cinco centavos no bolso, Deus nos deu um grande casamento, sem falta de nada. Nossa lua-de-mel começou. E agora, muitos anos depois, ainda continua, graças a Deus.
O que aconteceu com a primeira garota?
Talvez você esteja curioso para saber o que aconteceu com minha primeira noiva. Então vou lhe contar. Quase quarenta anos depois, eu estava pregando em Montevidéu, Uruguai. No fim do culto, fui até a porta e fiquei do lado de fora, nos degraus. Uma mulher de meia-idade aproximou-se de mim, dizendo: “Você não me reconhece?” Surpreso, olhei para ela mais cuidadosamente. Hesitei por alguns instantes e então, ainda incerto, tentei dizer seu nome. Quarenta anos tinham feito muitas mudanças, mas finalmente a reconheci como aquela que tinha sido minha elegante e atraente noiva. Conversamos algum tempo, e logo descobri que ela havia se casado com um homem não crente, um médico próspero. Finalmente, ela me perguntou de forma objetiva: “Você é feliz, Fred?” Respondi honestamente: “Sim, sou muito feliz. Deus me deu uma esposa maravilhosa. Ana e eu apreciamos orar e ler a Palavra de Deus juntos. Depois de anos de casados, ainda sou apaixonado por Cristo, na pessoa de Ana. O Senhor se mantém em crescimento em sua vida. E nós ainda estamos em lua-de-mel, depois de todos esses anos.” Num tom de melancolia, ela admitiu o que eu já havia percebido: “Fred, não tenho um casamento feliz. Meu marido não é cristão.” Depois, fiquei analisando aquele estranho encontro: ela era rica, mas não tinha felicidade conjugal.
3 - PORQUE ESCREVI ESTE LIVRO? Quando cheguei à casa de Ana para me casar com ela, não tinha bens materiais para lhe oferecer, mas Deus havia me dado o melhor presente de casamento, uma grandiosa revelação da Palavra de Deus acerca do Seu propósito espiritual ao criar o sexo. Esse presente de casamento que recebemos de Deus foi uma bênção maravilhosa para nós durante a lua-de-mel, e ainda continua sendo uma refrescante dádiva, prolongando nossa noite de núpcias por todos esses anos. As instruções que recebemos da Palavra de Deus têm sido uma alegria tão grande que sentimos não ser justo guardar esse tesouro apenas para nosso próprio deleite. Antes nos vemos movidos por Deus a compartilhar essa alegria com nossos irmãos em Cristo, particularmente aqueles prestes a se casar. Para tanto, é necessário ser absolutamente franco e aberto. Suplicamos a vocês que leiam estas páginas em atitude de oração, já que elas tratam de coisas íntimas e santas. Francamente, a natureza delicada do tema e a necessidade de terminologia exata me fizeram hesitar muito em colocar tais idéias no papel, por medo de que alguma mente impura entrasse em contato com estas páginas e corrompesse o que é santo. Certamente não quero lançar minhas pérolas aos porcos. Então, o Senhor me fez lembrar de que Ele enfrentou o mesmo dilema quando planejou incluir o livro Cântico dos Cânticos nas Escrituras. Ele foi em frente e não só inspirou a escrita desse livro, como ainda o localizou no centro da Bíblia. Concluí, então, que aqueles que lêem o Cântico dos Cânticos com olhar contaminado só corrompem a si mesmos, e isso me incentivou a escrever estas páginas. 4 - UMA ILUSTRAÇÃO VIVA DO RELACIONAMENTO ENTRE CRISTO E A IGREJA A Bíblia começa com o casamento de Adão e Eva, e termina com outro casamento: entre Cristo e a Igreja. No original grego do Novo Testamento, Cristo é chamado, em vários momentos, pelo nome de “numphios”, traduzido para o português como “noivo”. A Igreja formada por crentes de todas as tribos, línguas e nações é Sua noiva. Por isso, casamentos santos entre crentes têm sido designados por Deus como vívidas ilustrações de uma ainda maior e maravilhosa união, o casamento de Jesus Cristo conosco, Sua Igreja. Eu e Ana tínhamos orado ao Senhor pela graça de ser em todas as coisas uma ilustração viva de Cristo e Sua Igreja, respectivamente. Em Sua graça, Deus nos iniciou na vida de casados de forma mais maravilhosa do que poderíamos ter imaginado. Tal é o conteúdo destas páginas. Nosso Deus é infinitamente maravilhoso em Seus propósitos e desígnios. Sua obra-prima é a redenção do homem por meio do arrependimento e da fé na ressurreição do nosso Senhor Jesus Cristo. Dessa forma nascemos de novo e recebemos nova vida, vida eterna, que começa aqui e continua nos novos céus e na nova terra, ainda por virem. Jesus Cristo, nosso Senhor, e nós, Sua noiva, reinaremos juntos para sempre. O propósito final de Deus é a união entre Cristo e a Igreja. Cristo é o noivo e a Igreja, a noiva. Essa é a história de amor final, a maior e melhor história de amor, o casamento sobre todos os casamentos, o casamento do Cordeiro. Você está convidado não só a assistir a esse casamento, mas a fazer parte da noiva! Mas será que há algo de sexual nisso? Você talvez queira saber, mas tem medo de perguntar. Em Lucas 20:27-36, nosso Senhor Jesus explicou que na ressurreição dos mortos seremos assexuados como os anjos. Se o sexo não está envolvido nessa questão, como podemos ser a noiva de Cristo? E por que Deus criou o sexo, se ele não existirá mais? A criação de Deus fala do exato propósito do Seu coração, ilustrando-o. Por exemplo, a transformação da lagarta em borboleta é um símbolo do novo nascimento, por meio da fé no nosso Senhor Jesus Cristo, e mediante esse novo nascimento nos tornamos novas criaturas: as coisas velhas passam e tudo se torna novo. As coisas que mais descrevem o relacionamento entre Cristo e os crentes nascidos de novo suscitam o ódio de Satanás num grau tão alto que ele tem tentado poluí-las ao máximo. Assim, Satanás tenta destruir a família, porque ela ilustra o fato de que Deus é nosso Pai, e nós somos Suas crianças (se nascemos de novo, é assim). Satanás contamina a política mundial porque Jesus é o Senhor dos senhores e o Rei dos reis. Não é de se estranhar também que Satanás tente deturpar completamente o sexo, porque Cristo é o último e eterno noivo, e a Igreja é a última e eterna noiva, a noiva do Cordeiro. Sim, a melhor lua-de-mel ainda está por vir! Lembre-se, você é convidado a fazer parte da noiva. Estas páginas foram escritas com o propósito de compartilhar com os filhos de Deus o Seu puro e santo propósito ao criar o sexo e o motivo pelo qual Ele concebeu nossos órgãos sexuais e a atividade sexual da forma como o fez. Vamos, então, embarcar nesta viagem de descobertas ao longo da Bíblia. Nosso primeiro porto será: “Então Deus os abençoou, dizendo: Sejam férteis e multipliquem-se!” (Gênesis 1:22). Esse mandamento foi a maneira pela qual Deus abençoou o sexo no reino animal. Da mesma forma, em relação ao sexo humano, Deus disse: “Sejam férteis e multipliquem-se!” (Gênesis 1:28). Mas a Bíblia acrescenta: “E viu Deus tudo que havia feito e tudo havia ficado muito bom.” (Gênesis 1:31). O sexo para os animais foi visto por Deus como bom (Gênesis 1:22-25), mas o sexo humano, como muito bom (Gênesis 1:28-31). Todos os cristãos sabem que o principal mandamento para os homens é: “Amarás pois o Senhor Teu Deus...”. Mas poucos sabem que o primeiro mandamento para a humanidade, cronologicamente falando, foi o sexual:“Sejam férteis e multipliquem-se!” (Gênesis 1:28). Deus nos equipa para cumprirmos todo mandamento que Ele nos dá. Por isso, Ele nos criou como seres sexuais, equipados para cumprir esse mandamento, mas somente no sagrado contexto do matrimônio. Outra parada necessária está em Gênesis 2:24: “Por isso, o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher, e eles se tornarão uma só carne.” Essa é uma forma discreta de a Bíblia se referir ao encontro amoroso, no ato conjugal. Em Sua Palavra, Deus freqüentemente apresenta coisas em acentuado contraste. O apóstolo Paulo escreve em I Coríntios 6:15-20: “Vocês não sabem que os seus corpos são membros de Cristo? Tomarei eu os membros de Cristo e os unirei a uma prostituta? De maneira nenhuma! Vocês não sabem que aquele que se une a uma prostituta é um corpo com ela? Pois como está escrito: ‘Os dois serão uma só carne’. Mas aquele que se une ao Senhor é um espírito com ele. Fujam da imoralidade sexual. Todos os outros pecados que alguém comete, fora do corpo os comete; mas quem peca sexualmente, peca contra o seu próprio corpo. Acaso não sabem que o corpo de vocês é santuário do Espírito Santo que habita em vocês, que lhes foi dado por Deus, e que vocês não são de si mesmos? Vocês foram comprados por alto preço. Portanto, glorifiquem a Deus com o seu próprio corpo.” (NVI). Nos versos acima, vemos que “aquele que se une a uma prostituta é um corpo com ela...” (verso 15). Isso diz respeito ao ato sexual pervertido por Satanás. Mas depois dessa citação lemos, em vivo contraste: “Os dois se tornarão uma só carne”. Esse verso vem de Gênesis 2:24 e fala também do ato sexual, de acordo como Deus o concebeu e aprovou, para acontecer entre marido e esposa. Em maior contraste ainda, lemos na mesma passagem de Coríntios: “Aquele que se une ao Senhor é um espírito com Ele...” (verso 17). Essa é a realidade que Deus espera que desfrutemos junto a Ele. Sexo no casamento é uma dádiva divina e uma ilustração santa do relacionamento espiritual que o noivo Jesus anseia ter com Sua noiva, a Igreja. O resultado final dessa unidade crescente entre nós e Deus é vista em Apocalipse 22:17a: “E o Espírito e a noiva dizem: vem!” Como num harmônico dueto, quando o Espírito Santo fala, a noiva de Cristo simultaneamente diz as mesmas palavras. Ambos estão em perfeita união, em completa unidade. Nós não precisamos esperar! Nós podemos começar a praticar e a desfrutar essa crescente unidade agora! Por favor, lembre-se de que nesse relacionamento com nosso Deus, os órgãos sexuais não estão envolvidos, pois no céu seremos assexuados como os anjos. O que está definitivamente envolvido são os santos desejos que o noivo Jesus tem de possuir Sua santa noiva, enquanto Ele a ama e a acaricia. A intensidade dos sentimentos está presente, bem como a realidade deles também está, mas os órgãos sexuais, que são apenas ilustração (sexo no nível humano), definitivamente não estão. O relacionamento com nosso noivo é espiritual, não carnal, ainda que a intensidade e o prazer sejam maiores do que o gozo sexual humano. Vamos viajar novamente para I Coríntios 6:16, na passagem em que o apóstolo Paulo, referindo-se ao verso anterior, descreve o ato sexual: “Os dois serão uma só carne”. Imediatamente, no verso seguinte, ele adiciona: “...aquele que se une ao Senhor é um espírito com Ele”. Essa é a razão pela qual Deus criou o sexo. Assim, o sexo seria uma perfeita, santa e pura ilustração do relacionamento de amor entre Cristo e a Igreja. E nos versos anteriores, Deus usa o ato sexual para ilustrar como é esse relacionamento, e o que existe para ser desfrutado junto ao Senhor. O sexo só pode ser normal e honrado no contexto do casamento: “O casamento deve ser honrado por todos; o leito conjugal, conservado puro; pois Deus julgará os imorais e os adúlteros.” (Hebreus 13:4 - NVI). Portanto o sexo pré-marital, o adultério, o homossexualismo e o lesbianismo são odiados por Deus, tanto quanto a idolatria e a feitiçaria, práticas extremamente malignas. A união entre Cristo e a Igreja é o propósito máximo de Deus, e por isso Ele idealizou o sexo, os órgãos sexuais e o ato sexual como a ilustração desse propósito. Ele localizou os membros em nosso corpo como Lhe agradou, assim como lemos em I Coríntios 12. Agradou a Deus que nossos órgãos sexuais e o ato sexual formassem uma bela, santa e pura ilustração de algo mais precioso para Ele: o relacionamento íntimo entre Cristo e a Igreja. Em I Coríntios 6:17, já lemos: “Aquele que se une ao Senhor é um espírito com Ele”. Imediatamente, Paulo acrescenta: “Fujam da imoralidade sexual!”, pois não há nada de errado com o sexo, exceto quando ele ocorre fora do matrimônio. Em I Coríntios 12:23-24, lemos que aqueles membros do nosso corpo que consideramos menos dignos de honra são os que Deus revestiu com honra superior. Tradicionalmente, é comum a humanidade considerar a genitália como parte menos honrosa do corpo humano. Mas Deus a honrou de modo superior, porque é responsável pela reprodução e perpetuação da vida. Trata-se, de fato, de membros doadores de vida. Mas há mais. O sexo não é somente para a reprodução, porque “aquele que se une ao Senhor é um espírito com ele”. Há alguma coisa aqui para o nosso prazer junto à pessoa de nosso querido Senhor, algo de prazerosa intimidade, de unidade, de dois tornando-se um, o mais intenso prazer espiritual já conhecido. Foi para ilustrar isso que Deus formou os órgãos sexuais e o ato sexual, mediante os quais homem e mulher podem se tornar um no casamento. Somos pecadores separados de Deus, mas pelo arrependimento e fé em Cristo nos tornamos unidos com o Senhor, e um espírito com Ele. Nós nos abrimos para Deus, e Ele nos enche, nos inunda, nos fertiliza com Sua vida. Esse é o único caminho para a fertilidade espiritual. Paulo, o apóstolo, um viril e valoroso homem de Deus, claramente compreendeu isso, portanto disse: “Meus filhos, novamente estou sofrendo dores de parto por sua causa, até que Cristo seja formado em vocês.” (Gálatas 4:19 - NVI). Ele trabalhou originalmente por aqueles que conduziu a Cristo, como a mulher com contrações de parto, até que eles nascessem de novo. Então, ele tornou a trabalhar em oração por esses novos crentes, até Cristo ser completamente formado neles. Ele havia compreendido que na tarefa de gerar filhos espirituais, nós, crentes, somos como a mulher em trabalho de parto, e o marido dessa Igreja, o Pai de nossos filhos espirituais, é o Senhor Jesus Cristo. Não se geram filhos espirituais aprendendo 500 versículos bíblicos, ainda que isso certamente ajude. Gerar filhos espirituais não é tampouco resultado de pregação mecânica, como de robô, que somente convença intelectualmente as pessoas. Esse parto se realiza por meio de uma vida íntima de amor com o Senhor. É pelo amor absoluto ao Senhor que você Lhe dá pleno prazer. Por meio dessa intimidade com o Senhor, você será cheio do Espírito Santo. Assim, levar pessoas ao novo nascimento não é questão de eloqüência ou capacidade de argumentação, mas resultado do íntimo e pessoal relacionamento de amor com o Senhor: quando você testemunhar de Jesus a alguém, Ele produzirá naquela pessoa a fome de Deus e o desejo de experimentar o mesmo relacionamento que você tem com a pessoa d’Ele. Isso facilitará o arrependimento e a fé no Senhor Jesus. Quando isso acontece, a pessoa nasce de novo e se torna filho espiritual de Deus, seu Pai Celestial, por intermédio daquele que testemunha, e você se torna “mãe” espiritual dela. Paulo menciona novamente esse princípio na segunda parte de Efésios 5, em que ele fala extensivamente sobre o casamento e também cita o nosso versículo de Gênesis: “Por isso o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher e se tornarão os dois uma só carne”. O verbo “unir-se” usado aqui é o mesmo usado em I Coríntios 6: 16-17, que fala do ato sexual. Os dois, antes separados, tornaram-se um. Eva foi tirada de Adão e no ato sexual tornou-se uma com Ele. O resultado é claro: prazer e filhos. Assim, a alegria da unidade no casamento produz multiplicação e perpetuação da vida.
5 -
NOSSO CORPO,
UM TEMPLO VIVO Agora, vamos para o verso 19 do capítulo 6 de I Coríntios: “Acaso não sabem que o corpo de vocês é santuário do Espírito Santo que habita em vocês...?” Sim, se você é crente, seu corpo é templo do Espírito Santo. Então todo membro de nosso corpo pode ter sido designado por Deus para um significado espiritual, como viva ilustração das verdades de Deus. Todas as cavidades de nossa cabeça, por exemplo, ilustram aberturas para o Senhor. Nossos olhos remetem ao verso “tendo os olhos fitos em Jesus, autor e consumador da nossa fé...” (Hebreus 12:2a). As aberturas do nariz lembram que “...o Senhor formou o homem do pó da terra e soprou em suas narinas o fôlego de vida, e o homem se tornou um ser vivente.” (Gênesis 2:7). Os ouvidos recordam que “...a fé vem por se ouvir a mensagem, e a mensagem é ouvida mediante a Palavra de Cristo.” (Romanos 10:17). A boca, pela qual falamos, faz pensar que “...todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo...” (Romanos 10:13). Mas a boca também come e bebe, e lembramos que Jesus disse: “Todo aquele que come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna...” (João 6:54). E a boca também beija, de modo que no Salmo 2:12 podemos ler: “Beijem o Filho”. Há muito mais. Assim como a virgem chamada Maria foi fecundada, não por José, mas pelo Espírito Santo, e finalmente deu à luz o corpo físico do nosso Senhor Jesus, também nós podemos ser energizados com o Espírito Santo, cheios d’Ele, e então Jesus pode ser manifestado em nossa vida e testemunho diário. Parece-me óbvio, assim, que Deus concebeu a genitália feminina como miniatura do Tabernáculo, completa em todos os detalhes. Se você pudesse ver o Tabernáculo no deserto, a primeira coisa que notaria seria a cobertura externa feita com pêlos de animais, que nos remetem aos pêlos pubianos femininos. Nesse contexto, vemos ainda que as três entradas progressivas para o interior do Tabernáculo foram feitas de cortinas flexíveis: uma para o pátio; outra para o Lugar Santo; e a terceira para o Santo dos Santos. A genitália feminina também tem três progressivas e flexíveis entradas: os lábios externos, que envolvem os pequenos lábios, dotados, em seu interior, do hímen, um pequeno véu. Correspondendo ao hímen, o véu do templo de Jerusalém foi rasgado por Deus em dois, porque uma nova dispensação do relacionamento com Ele estava começando. A partir daquele ato, o caminho ficou aberto para uma íntima associação com o Senhor em qualquer tempo, e não mais limitada a uma ação anual, como no Velho Testamento, quando o Sumo Sacerdote vinha uma vez por ano trazer a oferta de sangue do cordeiro sacrificial. Nem tampouco estamos limitados a uma forma de vida menor, como no reino animal, em que somente na época propícia as fêmeas estão em condições de envolvimento no ato sexual. Os humanos podem ter relações sexuais em qualquer tempo. Da mesma forma, qualquer tempo é bom para ter o Senhor nos enchendo com o Seu ser! Por isso, a Palavra de Deus declara: “...deixem-se encher pelo Espírito...” (Efésios 5:18b). No grego, esse texto realmente diz: “continuem sendo cheios com o Espírito...” Esse ato é contínuo e progressivo. Cada aspecto do caminho traçado por Deus para o orgasmo me fala de Cristo e da Igreja! Por exemplo, o Tabernáculo foi ungido, porque de outra forma não poderia ser colocado em contato com Deus. Assim também, por causa do estímulo de amor, tanto o marido quanto a esposa liberam um lubrificante, unção que torna o intercurso sexual possível. Não é necessário nenhum esforço para produzir isso. Quando há verdadeiro amor e desejo, o lubrificante espontaneamente flui. O amor de Deus é a razão de o Espírito Santo nos ungir. Além disso, antes de o Sumo Sacerdote entrar no Lugar Santo, ele tinha que lavar as mãos e os pés na bacia amarela de bronze, simbolizando que nossas ações e nosso caminhar devem estar continuamente limpos. Não surpreende, então, que a mulher tenha uma pequena “bacia” através da qual flui a urina amarela que purifica seu corpo de dentro para fora. Não é coincidência, portanto, que em Efésios 5:25-27, Paulo diga: “Maridos, amem cada um a sua mulher, assim como Cristo amou a Igreja e entregou-se por ela para santificá-la, tendo-a purificado pelo lavar da água mediante a Palavra, para apresentá-la a si mesmo como Igreja gloriosa, sem mancha, nem ruga ou coisa semelhante, mas santa e inculpável.” Obviamente, se a genitália feminina simboliza o Tabernáculo, a masculina simboliza o Sumo Sacerdote. Isso é muito importante porque, veja você, o Sumo Sacerdote não tinha retidão, nem autoridade, nem poder em si mesmo. O que lhe dava o direito de estar de pé e cumprir seu ofício no Santo dos Santos era o fato de carregar em uma vasilha o sangue do cordeiro substituto. Assim também, o órgão sexual masculino é flácido, sem firmeza, sem estrutura óssea, sem força própria. Mas, de novo, sob o estímulo do verdadeiro amor marital, suas cavidades internas e tecidos esponjosos se enchem de sangue. É o sangue que lhe dá condição de ficar ereto e ter virilidade para penetrar o caminho do “santo dos santos” da vagina da esposa e lá injetar o sêmen. A vida está no sêmen. Você pensa que é meramente coincidência que o Sumo Sacerdote deva perfazer o caminho até o Santo dos Santos e lá salpicar o sangue do cordeiro substituto, no lugar de misericórdia, sobre a Arca da Aliança? Não é coincidência. Esse é o projeto máximo da pessoa de nosso versátil Criador. A vida está no sêmen e no sangue. Então, não é de se estranhar que sejamos redimidos pela vida doada pelo sangue do Cordeiro, nosso Senhor Jesus Cristo. Por isso, a Escritura nos diz que a vida está no sangue. A entrada e saída do órgão sexual masculino produzem o aumento do prazer, que culmina no orgasmo e na liberação do sêmen, com uma enorme quantidade de espermatozóides que correm feitos loucos para alcançar o óvulo da esposa. Se o óvulo é tocado por um deles, a concepção se inicia e, no tempo devido, um bebê humano nasce à imagem e semelhança de ambos, papai e mamãe. A geração de filhos espirituais não acontece por causa de nossa habilidade mental, mas por uma contínua abertura para o relacionamento com o Senhor. Esse relacionamento íntimo com Ele permitirá ao Senhor adentrar nosso ser interior mais profundo, de novo e de novo... Apegando-se a Ele em oração, o prazer de nosso Senhor em encher-nos cada vez mais com Seu Espírito vai crescendo até chegar o momento em que nos tornamos grávidos d’Ele. Assim, quando testemunhamos a respeito de Cristo para os não salvos, alguns deles nascem de novo. Deus organiza as circunstâncias, nós encontramos um pecador buscando a Deus, testemunhamos para ele, que se arrepende e crê em Cristo, nascendo de novo. Tal é o percurso até que as crianças espirituais nasçam. Isso nos faz considerar a única abertura temporária do corpo humano: o umbigo. Ele é operacional apenas enquanto o bebê se encontra no ventre da mãe, que respira, come e bebe por ele durante muitos meses. O bebê recebe oxigênio, comida e bebida pelo umbigo, embora não diretamente. Os suprimentos da mãe para o bebê não nascido vão para a placenta, que é como uma estação ferroviária na fronteira entre dois países, onde um trem de suprimentos, o da mãe, pára, e sua carga é transferida para outro trem, o sistema circulatório próprio do bebê. Nunca os dois sistemas – da mãe e do bebê – se misturam. Quando o bebê nasce, o cordão umbilical é rompido e se transforma num umbigo permanentemente fechado. Muito freqüentemente, aquele que ganha almas não encontrará aceitação imediata. Mas ao receber de Deus o desejo de orar por determinadas pessoas, nossa oração e testemunho devem ser constantes, por nove meses ou mais, até o dia maravilhoso em que todo o suprimento enviado para esses bebês ainda espiritualmente não nascidos provoque o seu novo nascimento. A partir disso, eles devem depender da própria fé no sangue de Cristo. Assim como a mãe esquece todos os sofrimentos que suportou por causa da alegria de segurar seu bebê nos braços, você também esquecerá os meses de trabalho em oração, ao ver alguém nascer de novo por meio de sua “gravidez, contrações e trabalho de parto” espirituais. Não somente você estará repleto de alegria. O Senhor Jesus Cristo também estará, por ter gerado outro crente à imagem e semelhança de Deus. O céu inteiro celebrará com mais alegria por ele do que por aqueles que já são salvos. E você poderá continuar orando pelos recém-nascidos, até que Cristo esteja completamente formado neles, de modo que se tornem espiritualmente maduros e aptos a dar à luz outras crianças, como você está fazendo, e sejam hábeis para ganhar outros para Cristo e ajudá-los a nascerem de novo. Nenhum homem hebreu podia se casar com uma jovem hebréia sem estar circuncidado. Da mesma forma, nossos corações precisam ser circuncidados. A carne e os seus desejos devem morrer e ser cortados e jogados fora. Só assim podemos amar a Deus e as pessoas com o verdadeiro amor de Deus. A contrapartida da circuncisão masculina, na mulher, acontece quando o hímen é rompido no ato conjugal. A carne precisa ser quebrada antes de podermos nos tornar ganhadores de almas. Finalmente, vamos para a última e mais humilde abertura de nosso corpo, a “porta dos fundos”, onde o lixo é jogado fora. Isso ilustra nossa necessidade diária de examinar todas as coisas e reter o que é bom, despejando fora todo o lixo. Precisamos nos livrar de tudo que não é bom, para evitar a constipação espiritual. No exame de todas as coisas e retenção do que é bom, ainda precisamos priorizar o que é melhor. Por isso, o apóstolo Paulo testifica: “Mas o que para mim era lucro, passei a considerar como perda, por causa de Cristo. Mais do que isso, considero tudo como perda, comparado com a suprema grandeza do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor, por quem perdi todas as coisas. E as considero como esterco, para poder ganhar Cristo...” (Filipenses 3:7-8). O órgão sexual masculino ilustra, ainda, em minha compreensão, o ofício e a função do Sumo Sacerdote. No tempo presente, Cristo é nosso Sumo Sacerdote. A cabeça do órgão masculino tem uma pequena abertura com pequenos lábios. É vertical, porque isso fala da vertical comunicação que procede de Deus: “A explicação das tuas palavras ilumina e dá discernimento aos inexperientes.” (Salmo 119:130). Como citamos anteriormente, “...a fé vem por se ouvir a mensagem, e a mensagem é ouvida mediante a Palavra de Cristo.” (Romanos 10:17). Por meio da semente (“sperma” em grego) da Palavra de Deus, nós nascemos de novo. Da mesma forma, a genitália feminina também tem lábios, dois pares deles, os externos e os internos. A ciência médica denominou-os corretamente. Precisamos confessar aos outros nossa fé em Cristo e cultivar uma interior, secreta e íntima vida de oração, por meio da qual falamos com Deus. Por fim, na orla das vestes sacerdotais havia bolas de tecido bordado, penduradas em forma de romãs. A romã é uma fruta incomum, plena de sementes, cada uma com um pequeno saco de suco doce e vermelho, uma pertinente ilustração do sangue de nosso Senhor Jesus Cristo, vertido na cruz para lavar nossos pecados, e também uma ilustração do poder de reprodução da grande vida abundante no Espírito, pois “...o Espírito vivifica” (II Coríntios 3:6c). Essas romãs também simbolizam os testículos pendurados como membros exteriores do corpo, repletos de “sementes” humanas, uma grande quantidade de espermatozóides. A vida está na semente. 6 - O SEXO SEGUNDO A BÍBLIA Em I Coríntios 7, o apóstolo Paulo escreve: “...bom seria que o homem não tocasse em mulher; mas por causa da prostituição, cada um tenha a sua própria mulher, e cada uma tenha o seu próprio marido.” (verso 1-2). Vejam, isso significa um pertencer mútuo. “O marido pague à sua mulher a devida benevolência, e da mesma sorte a mulher, ao marido.” (verso 3). Sexo, no contexto santo do casamento, não é mau. É um ato de bondade, benevolência feita pelo marido à sua esposa, e pela mulher ao seu marido. “A mulher não tem poder sobre o seu próprio corpo, mas tem-no o marido; e também da mesma maneira o marido não tem poder sobre o seu próprio corpo, mas tem-no a mulher.” (verso 4). Não pertencemos a nós mesmos! Se não somos crentes nascidos de novo, somos escravos de Satanás. Mas, se somos crentes verdadeiros, pertencemos a Cristo. Ele nos comprou, vertendo Seu sangue por nós! Mas também pertencemos aos nossos cônjuges. O marido pertence à sua esposa, e esta, ao seu marido. Em matéria de sexo, cada um tem autoridade sobre o corpo do outro. “Não vos defraudeis um ao outro, senão por consentimento mútuo por algum tempo, para vos aplicardes à oração; e depois ajuntai-vos outra vez, para que Satanás vos não tente pela vossa incontinência.” (verso 5). Não é somente o marido que tem esse direito, nem somente a esposa. Nenhum dos dois tem direito exclusivo. Há um mútuo ato de benevolência, de um para com o outro. Alguém benevolente é alguém que quer o bem. O marido oferece à sua esposa a devida benevolência, ou seja, ele a satisfaz sexualmente. E a esposa também oferece ao marido a devida benevolência, satisfazendo-o sexualmente. Aos olhos de Deus, isso é algo bom que podemos oferecer um ao outro, mas sempre dentro do matrimônio. O verso 5 é surpreendente: “Não vos defraudeis um ao outro...” Em outras palavras, não se trapaceiem, não se roubem, não se furtem um ao outro! Se um dos dez mandamentos é “não furtarás!” (Êxodo 20:15), e defraudar é roubar, então esse mandamento sexual do verso 5 é tão obrigatório quanto um dos dez mandamentos. Muitos de nós, com herança e antecedentes cristãos, não ousaríamos roubar um centavo de outra pessoa, porque tememos ofender grosseiramente a Deus. Mas muitos crentes estão hoje defraudando seus cônjuges por se recusarem ao sexo com eles. Se temos nos defraudado, somos LADRÕES! Portanto, não nos abstenhamos do sexo, exceto em caso de gravidez de risco, ou outra razão médica plausível. Não digamos aos nossos cônjuges: “Por que você não vai para uma academia e se exercita bastante até o máximo? Daí, você volta para casa, bem exausto, para não conseguir fazer outra coisa, a não ser dormir profundamente até de manhã?” Mas há também uma exceção bíblica, em adição às exceções médicas: “...senão por consentimento mútuo por algum tempo...” (verso 5). Vejamos de que tipo de exceção se trata: “... para vos aplicardes à oração...” Se um dos cônjuges, por mútuo consentimento, deseja não comer nada hoje, enquanto se oferece para jejuar e orar, então é admitido que se abstenha do sexo. Mas somente com MÚTUO CONSENTIMENTO. Nessa área, o cônjuge tem o direito de veto sobre a nossa decisão. Se ambos consentirem, depois que o jejum terminar e recomeçarem as refeições, ajuntemo-nos novamente, ou seja, ajuntemo-nos sexualmente. Por quê? “Para que Satanás vos não tente pela vossa incontinência.” (verso 5). Em outras palavras, se nós defraudamos um ao outro no casamento, também expomos nosso cônjuge à tentação, além de sermos nós mesmos expostos à tentação de Satanás. Podemos estar, sem querer, empurrando nossos cônjuges para os braços de outros. Alguns de nós podemos cair no adultério ou levar os cônjuges a isso. Satanás pode nos tentar pela incontinência, ou seja, a falta de autocontrole sexual. 7 - O SEXO EM DESACORDO COM A BÍBLIA O sexo pré-marital, ou seja, antes do casamento, é fornicação. E o sexo com qualquer outra pessoa que não o cônjuge é adultério. Ambos, fornicação e adultério, assim como o homossexualismo e o lesbianismo, são odiados por Deus tão intensamente que Ele destruiu duas cidades, Sodoma e Gomorra, por causa disso. A palavra “sodomia”, relativa às práticas homossexuais, é derivada do nome de uma dessas cidades, Sodoma. Uma professora de escola bíblica dominical ensinava a sua classe que a fornicação é pecado. Uma jovem protestou: “Oh, mas se os dois têm intenção de se casar, isso não é pecado!” Outra jovem interferiu: “Isso é pecado quando acontece entre um rapaz e uma moça, mas não quando se dá entre duas garotas!” As duas jovens ignoravam totalmente que, aos olhos de Deus, o sexo só é permitido no casamento, e a fornicação, o lesbianismo e o homossexualismo são pecados por demais ofensivos aos olhos d’Ele. Vou deixar que as Escrituras falem por si mesmas: “Por isso Deus os entregou à impureza sexual, segundo os desejos pecaminosos do seu coração, para a degradação do seu corpo entre si... Por causa disso Deus os entregou a paixões vergonhosas. Até suas mulheres trocaram suas relações sexuais naturais por outras, contrárias à natureza. Da mesma forma, os homens também abandonaram as relações naturais com as mulheres e se inflamaram de paixão uns pelos outros. Começaram a cometer atos indecentes, homens com homens, e receberam em si mesmos o castigo merecido pela sua perversão. Além do mais, visto que desprezaram o conhecimento de Deus, Ele os entregou a uma disposição mental reprovável, para praticarem o que não deviam. Tornaram-se cheios de toda sorte de injustiça, maldade, ganância e depravação. Estão cheios de inveja, homicídio, rivalidades, engano e malícia. São bisbilhoteiros, caluniadores, inimigos de Deus, insolentes, arrogantes e presunçosos; inventam maneiras de praticar o mal; desobedecem a seus pais; são insensatos, desleais, sem amor pela família, implacáveis. Embora conheçam o justo decreto de Deus, de que as pessoas que praticam tais coisas merecem a morte, não somente continuam a praticá-las, mas também aprovam aqueles que as praticam.” (Romanos 1:24 e 26-32). “Mas os covardes, os incrédulos, os depravados, os assassinos, os que cometem imoralidade sexual, os que praticam feitiçaria, os idólatras e todos os mentirosos – o lugar deles será no lago de fogo que arde com enxofre. Esta é a segunda morte.” (Apocalipse 21:8). “Não adulterarás!” (Êxodo 20:14). “...Não cobiçarás a mulher do teu próximo...” (Êxodo 20:17). “A vontade de Deus é que vocês sejam santificados: abstenham-se da imoralidade sexual.” (I Tessalonicenses 4:3). 8 - O SEXO NO CASAMENTO NÃO É PECAMINOSO
Em I Coríntios 7:9, lemos: “...se não conseguem controlar-se, devem casar-se, pois é melhor casar-se do que ficar ardendo de desejo.” Na cama do casal não existe pecado. O ato sexual não é pecado quando acontece entre marido e mulher. Há ainda muita ignorância entre os crentes, especialmente entre casais jovens, a respeito de estar casado e do ponto de vista de Deus sobre o sexo. Recordo-me de um jovem a quem aconselhei, um dia antes do casamento. Quando nos separamos, ele comentou com gratidão: “Estou tão feliz por você ter compartilhado a Palavra de Deus comigo! Tinha uma impressão errada de que o sexo é pecaminoso, até mesmo dentro do casamento.” Se eu não me sentisse movido pelo Espírito Santo a aconselhá-lo, ele poderia ter orado em sua mente, após a cerimônia de casamento: “Pai celeste, Tu sabes que me casei, e esta é nossa noite de núpcias, então... bem... por favor... deixe-nos por um pouco, pois Tu não irás gostar de olhar... o que nós vamos fazer agora... Mas, por favor, retorne amanhã cedo, quando tivermos tomando café e orarmos pedindo Tua bênção para o alimento.” Foi um grande alívio para aquele jovem saber que Deus não teria que se afastar deles, que a intimidade do casamento não O ofende e que Sua presença os abençoaria também naquele momento. Jesus Cristo esteve em um casamento, em Caná da Galiléia. Sua presença ali não somente santificou a instituição do casamento, mas foi também uma bênção pessoal e inesquecível para o casal que se unia. Quando o melhor vinho deles acabou, Jesus fez o Seu vinho, muito melhor e mais abundante que o deles. Sim, Ele trará a melhor e mais abundante alegria ao nosso casamento também! Eu bem sei disso, porque Ele fez isso por mim e minha esposa. A ciência médica mostra que muitas mulheres não chegam ao casamento com o hímen intacto. Algumas dessas mulheres têm a membrana rompida pelo médico, durante exames pré-nupciais. Suponhamos, entretanto, que vivamos poucos séculos antes, e uma mulher se case. Se por medo da dor do primeiro intercurso sexual, ela se recusar a deixar seu marido penetrá-la, então não dará prazer a seu marido, ela mesma não terá prazer e não engravidará, permanecendo o casal sem filhos. Da mesma forma, se o crente, por medo do que possa custar à sua carne, não se entregar totalmente e sem reservas ao Senhor, ele não dará prazer a Cristo, não terá alegria no Espírito e será espiritualmente estéril, incapaz de conduzir alguém a Jesus, pois somente o Espírito dá vida (II Coríntios 3:6). Essa é uma ilustração clara a respeito de nossa plena abertura para o Senhor, a fim de torná-Lo contente, pleno de gozo, e do prazer que experimentamos ao nos encher com o Seu ser. Nossa maior alegria é perceber que temos dado alegria a Ele, que O estamos satisfazendo e O fazemos cada vez mais feliz. Se, em atitude de oração, instruirmos nossos jovens a respeito dessas coisas, nós os ajudaremos a se manterem puros para o Senhor, bem como esperarem o cônjuge que Ele dará no Seu tempo. Em Ezequiel 16:25, lemos a respeito de Israel, quando a nação tornou-se como prostituta, abrindo suas pernas para qualquer passante. É uma linguagem dura, mas é o que a Escritura declara. Isso descreve o ciúme do Senhor, o quanto Ele quer ser o marido da Igreja, Sua noiva. Em Isaías 54:5, lemos: “Pois o seu Criador é o seu marido, o Senhor dos Exércitos é o seu nome, o Santo de Israel é o seu Redentor, ele é chamado o Deus de toda a terra.” Israel desapontou o Senhor, mas a Igreja não O está desapontando, e me refiro aqui à Igreja que Deus está construindo, pois Cristo disse: “... edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela.” (VRC). 9 - UMA ILUSTRAÇÃO REAL Conheci um homem em Cristo, cerca de quatorze anos atrás. Quando ele se casou, as verdades da Palavra de Deus tornaram-se – e ainda são – grandemente preciosas para ele e sua esposa. Sua lua-de-mel inteira foi repleta da presença de Deus. Embora ele fosse tão gentil quanto possível, o primeiro intercurso sexual deles foi muito doloroso para a esposa. Ela gritou intensamente enquanto era penetrada e o hímen, rompido. Depois, ela lhe contou que essa foi a maior dor física que já experimentara. Naquele momento, várias coisas aconteceram, numa seqüência muito rápida: a dor do rompimento, seguida do grito espontâneo da esposa; a retirada imediata do esposo, não querendo que ela sofresse mais; o imediato abraço dela, chorando, porque não queria que ele se sentisse rejeitado; e o beijo dele sobre as suas lágrimas quentes. Simultaneamente, claro como um sino, um verso da Palavra de Deus soou na mente da esposa: “... isto é o meu corpo que é partido por vós...” (I Coríntios 11:24 – VRC). Deus mesmo lhe revelou, de imediato, o que aquilo significava, explicando tudo desta forma: “Veja, estou lhe dando o privilégio de sentir uma pequena dose, de experimentar um pouco do que a crucificação significou para mim, o quanto foi doloroso morrer por você!” Por causa da alegria de ter Sua noiva para sempre, Jesus suportou a cruz. A intensidade de Seu sofrimento foi tão forte que realmente equivale ao que eu e você juntos poderíamos sofrer no inferno eternamente. Por causa do prazer que isso eventualmente traria a Ele, ao casar-se com Sua noiva, a Igreja, no banquete do casamento do Cordeiro, Ele teve disposição para sofrer pela alegria que estava por vir. Explicar tudo que sucedeu ao meu amigo leva certo tempo, mas os eventos ocorreram tão rapidamente que pareceram simultâneos: a esposa abraçou o marido numa mistura de dor física, amor conjugal e alegria espiritual. A presença do Senhor foi real ali com eles, consagrando aquele momento abençoado para sempre. A partir daí, dia após dia, a dor inicial da esposa foi se desvanecendo. Logo chegou o dia em que não havia mais dor nenhuma. Ambos foram envolvidos num surpreendente, encantador e intenso prazer sexual. E dia após dia, esse prazer foi acrescido da abençoadora consciência de que nosso querido Senhor apreciava estar com eles nesses momentos. Em Colossenses 3:23, lemos: “Tudo o que fizerem, façam de todo o coração, como para o Senhor...” Essa é uma prática maravilhosa e uma agradável ordenança, especialmente no casamento. Deus, por meio dessa real e inesquecível ilustração, nos mostra como nosso coração é circuncidado quando entregamos nossos seres ao Senhor, levando as obras da carne à morte e abandonando tudo que nos atraía e distraía do relacionamento com o Senhor. Certamente há dor no ato de desistir dessas coisas. Nossa carne é ferida, bem como o nosso eu: eles precisam ser feridos! O hímen de nosso mais íntimo ser precisa ser rompido, o caminho deve estar aberto e nada pode se interpor entre nós e nosso Senhor! Assim, e tão somente assim, compartilhamos do prazer do Senhor, enquanto Ele nos enche com o Seu ser, e vem a intimidade, a cada dia mais doce. Vivemos numa sociedade promíscua e permissiva, e essa permissividade invade até mesmo as igrejas. Nem mesmo as lideranças eclesiásticas estão isentas. I João 2:15-17 nos adverte: “Não amem o mundo nem o que nele há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. Pois tudo o que há no mundo – a cobiça da carne, a cobiça dos olhos e a ostentação dos bens – não provém do Pai, mas do mundo. O mundo e a sua cobiça passam, mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre.” Amar o mundo e o que nele há equivale a estar entre aqueles de quem Deus diz: “... Esquecem-se de mim, tiram a roupa e deitam-se na cama com seus amantes, a quem pagam para dormirem com vocês; e então satisfazem os seus desejos impuros.” (Isaías 57:8b-TLH). Escolhamos, então, entregar-nos totalmente ao Senhor. “O corpo não é para a imoralidade, mas para o Senhor, e o Senhor para o corpo.” (I Coríntios 6:13b). Então, a promessa de Isaías 62:5b será a nossa alegre experiência espiritual, pois esse versículo assegura: “... assim como o noivo se regozija por sua noiva, assim o seu Deus se regozija por você”. Deus deseja ardentemente ter intimidade conosco, para encher-nos outra vez, e outras mais, com Seu Espírito Santo: “Porei o meu Espírito em vocês e vocês viverão...” (Ezequiel 37:14a). E mais uma vez lemos: “Porei o meu Espírito em vocês...” (Ezequiel 36:27a). Então, nos tornaremos espiritualmente grávidos, daremos à luz filhos espirituais e pessoas nascerão de novo, quando testemunharmos a respeito do Senhor. Lemos ainda a respeito da visita do anjo a Maria: “Você ficará grávida e dará à luz um filho, e lhe porá o nome de Jesus... O Espírito Santo virá sobre você, e o poder do Altíssimo a cobrirá com sua sombra. Assim, aquele que nascer será chamado Santo, Filho de Deus... Respondeu Maria: ‘Sou serva do Senhor; que aconteça comigo conforme a tua palavra.’” (Lucas 1:31, 35 e 38a). No reino animal, com raras exceções, os machos cobrem as fêmeas por trás. O homem é quase a única criatura que ama fisicamente face a face. Adão amou Eva face a face, e por isso ela o amou e se deu a ele espontaneamente. Nosso Deus também deseja se associar conosco face a face. Tomem o exemplo de Moisés, que era amigo de Deus e conversava com Ele face a face, até que sua face brilhou. Leiam sobre isso nos versos de Êxodo 33:11 e 34:29. O homem não está só. Deus disse a respeito da solidão de Adão: “Não é bom que o homem esteja só; farei para ele alguém que o auxilie e lhe corresponda.” (Gênesis 2:18). Assim, o homem é conjunto, é soma, é dois: homem e mulher. Isso é confirmado em outro verso, em que lemos: “Façamos o homem [singular] à nossa imagem, conforme a nossa semelhança... Criou Deus o homem [singular] à sua imagem, à imagem de Deus o [singular] criou; homem e mulher [plural] os criou.” (Gênesis 1:26,27). Homem e mulher precisam um do outro para serem completos. Por mim mesmo, sou somente metade. Quando percebo que não sou completo em mim mesmo, constato que preciso de minha esposa, e minha esposa percebe que precisa de mim. Isso ajuda a nos abrirmos continuamente um para o outro. Encontraremos nossa completude doando nosso ser a outra pessoa, e doando juntos nosso ser ao nosso querido Senhor Jesus. Essa é uma das muitas bênçãos do casamento, quando dois tornam-se um. Então, somos realmente completos. O que faz os seios da mulher tão atrativos para os homens? Salomão enfatiza isso na Palavra de Deus, quando diz: “Seus dois seios são como filhotes de cervo, como filhotes gêmeos de uma gazela que repousam entre os lírios” (Cantares 4:5). Os filhotes de cervo são saltitantes e brincalhões. Por que os maridos amam os flexíveis seios das esposas? Porque amamos mais as partes de nosso cônjuge que não possuímos, de modo que precisamos dessas partes para sermos completos. O casamento é dom de Deus. Mas Deus pode escolher manter pessoas solteiras. Isso também é dom de Deus! Em Ezequiel 16:8 podemos ver ainda uma clara ilustração a respeito do propósito primário do intercurso sexual, nos pensamentos de Deus, o que contraria as concepções religiosas de alguns de que o sexo é somente para a reprodução da espécie. Vemos que Deus encontrou a nação de Israel em condição miserável e a cobriu com Seu manto. Fazendo isso, quis mostrar que estava separando-a para Si mesmo, para uma eterna união de amor. Assim, com o ato sexual inicial, homem e mulher consumam suas decisões de ingressar numa duradoura união de amor, inteiramente separados um para o outro. Esse texto de Ezequiel diz assim: “... olhei para você e vi que já tinha idade suficiente para amar; então estendi a minha capa sobre você e cobri a sua nudez. Fiz um juramento e estabeleci uma aliança com você, palavra do Soberano, o Senhor, e você se tornou minha.” Conhecido o santo ponto de vista de Deus a respeito do sexo, nosso casamento cristão será sempre renovado, sempre refrescado, sempre verdejante. Não surpreende que leiamos, em Cantares 1:16: “Como você é belo, meu amado! Ah, como é encantador! Verdejante é o nosso leito!” Não precisa haver, no casamento cristão, desgaste ocasionado pelo tempo. 10 - O CÂNTICO DOS CÂNTICOS A RESPEITO DO AMOR DOS AMORES Exatamente no meio da Bíblia, encontramos o livro de Cantares de Salomão, também conhecido como Cântico dos Cânticos. Por que esse título? Porque o livro é o símbolo do amor acima de todos os amores, o amor de nosso Senhor Jesus Cristo, o celestial noivo da Igreja-noiva. Não surpreende, então, que a noiva diga: “O seu braço esquerdo esteja debaixo da minha cabeça, e o seu braço direito me abrace.” (Cantares 2:6). E ainda: “A noite toda procurei em meu leito aquele a quem o meu coração ama...” (3:1a). Não é de se estranhar que ela também fique admirada e elogie o seu noivo, dizendo: “Seu tronco é como marfim polido adornado de safiras.” (5:14b). O marfim é a parte mais dura do mais pesado animal que caminha sobre a terra: as presas do elefante são de marfim. No verso acima, o marfim simboliza a onipotência de Deus, Seu infinito poder para nos proteger, bem como Sua suprema autoridade, realeza e majestade. O trono de Salomão, provavelmente o mais belo que o mundo já viu, foi feito de marfim e ouro. Leiam sobre isso em I Reis 10:18-20. As safiras são pedras preciosas azuis e representam a natureza celestial do nosso amado Senhor: pura, brilhante e como pedras preciosas produzidas nas profundezas da terra, por longo tempo sob tremenda pressão e grande aquecimento. Isso nos faz refletir que nosso Senhor Jesus foi testado e tentado ao extremo, até tornar-se assim, verdadeiramente azul, brilhante e transparente. Da mesma forma, a noiva também diz: “Sua boca é a própria doçura; ele é muito desejável.” (Cantares 5:16a). Para nós, cristãos, que somos a noiva de Cristo, Sua boca, Sua palavra, Seu falar, Seu beijo sobre nós, em amor, são os mais doces. Sim, Ele é totalmente desejável. Agora, ouçamos nosso celestial noivo descrever Sua noiva, a Igreja, por meio das palavras proféticas de Salomão: “Como são lindos os seus pés calçados com sandálias, ó filha do príncipe! As curvas das suas coxas são como jóias, obra das mãos de um artífice. Seu umbigo é uma taça redonda onde nunca falta o vinho de boa mistura. Sua cintura é um monte de trigo cercado de lírios. Seus seios são como dois filhotes de corça, gêmeos de uma gazela.” (7:1-3). Essas palavras ofendem? Parecem pornográficas? Satanás teria poluído tanto nossas mentes que não seríamos capazes de ver a intenção original de Deus a respeito de Cristo e da Igreja? Para nosso Senhor, os pés da noiva (7:1), enquanto ela leva o evangelho aos perdidos, são belos. A seguir, as Escrituras falam mais sobre isso: “Como são belos nos montes os pés daqueles que anunciam boas novas, que proclamam a paz, que trazem boas notícias, que proclamam salvação, que dizem a Sião: ‘O Senhor reina!’” (Isaías 52:7). E ainda: “Como são belos os pés dos que anunciam boas novas!” (Romanos 10:15b). E finalmente: “...tendo os pés calçados com a prontidão do evangelho da paz.” (Efésios 5:15). Calcemos, pois, os sapatos do evangelho e contemos a outros a respeito de Jesus! Novamente devo lembrar o que Jesus ensinou: na glória seremos assexuados como os anjos e não nos reproduziremos. Portanto, nosso Senhor está simplesmente usando algo físico para ilustrar uma realidade espiritual. E o intenso gozo espiritual será sempre e ainda maior! O umbigo da noiva (7:2) lembra ao noivo que crianças serão concebidas no útero da Igreja, geradas por meses de oração e envolvimento, e que no tempo certo nascerão pelo esforço da Igreja. Somente então o cordão umbilical será cortado e elas serão amamentadas. E Ele admira os seios da amada (7:3), assim como os filhotes da corça. O noivo compara ainda a barriga da noiva ao trigo entre os lírios (7:2). Ele sabe que somente por meio da Igreja os campos brancos de trigo – das almas prontas – serão colhidos e seus feixes trazidos para o Senhor. Assim, a barriga da noiva fala de multiplicação espiritual, e o trigo entre os lírios remete à vida vivida no poder da ressurreição de Cristo. Então, ouçamos nosso noivo dizer, Igreja: “Como você é linda! Como você me agrada! Oh, o amor e suas delícias! Seu porte é como o da palmeira, e os seus seios como cachos de frutos. Eu disse: Subirei a palmeira e me apossarei dos seus frutos. Sejam os seus seios como os cachos da videira, o aroma da sua respiração como maçãs, vinho... [e a noiva diz:] vinho que flui suavemente para o meu amado...” (7:6-9a). Deus aqui usou o amor sexual entre marido e mulher como imagem do que O encanta: a intimidade de amor entre Cristo e nós. A palmeiras dão frutos doces no deserto e sombra no calor, para descanso dos viajantes, e são conhecidas como faróis do deserto, tão altas que, vistas de longe, guiam-nos ao destino no deserto árido, sem sinalização e cheio de areia. Assim é a Igreja neste mundo seco, entorpecido e sem vida, verdadeiro deserto espiritual. Ele diz “seus seios” (7:8), descrevendo os seios de Sua Igreja-noiva. Quando oferecemos os seios de amor para alimentar nossos bebês espirituais com o puro leite da Palavra de Deus, lembramos que no reino espiritual eles não são alimentados com mamadeira. Os cristãos maduros têm que comer a comida sólida da Palavra de Deus, digeri-la, metabolizá-la, até se tornar facilmente assimilável, como leite espiritual. Desse modo, podemos amamentar com a Palavra de Deus aqueles que temos conduzido a Cristo ou adotado, e que antes eram como bebês abandonados. De outro modo, eles morrerão de desnutrição espiritual e fome. O noivo diz que o céu da boca de Sua amada, a Igreja, é como o melhor vinho. A intimidade de amor do Senhor conosco torna-O feliz e cheio de alegria. É doce para Ele beijar sua Igreja e beber do seu amor! “Eu pertenço ao meu amado, e Ele me deseja.” (7:10). Não somos de nós mesmos, mas pertencemos a Cristo, o amado da Igreja-noiva, e o Seu desejo é voltado para a Igreja. Ele deseja nos encher com Seu ser, muitas vezes. “...As suas carícias são mais agradáveis que o vinho.” (2:1b). Sim, Seu amor é melhor, muito melhor do que o vinho, porque nos dá superior alegria. Seu amor é altamente embriagante e extremamente agradável. Por causa de todas essas coisas, as Escrituras dizem: “Tudo o que fizerem... façam-no em nome do Senhor Jesus... Mulheres, sujeite-se cada uma a seu marido... no Senhor... Maridos, ame cada um a sua mulher... Tudo o que fizerem, façam de todo coração, como para o Senhor...” (Colossenses 3:17-19 e 23). E ainda: “Por essa razão, o homem deixará pai e mãe e se unirá a sua mulher, e os dois se tornarão uma só carne... Assim, eles já não são dois, mas sim uma só carne. Portanto, o que Deus uniu, ninguém separe.” (Mateus 19:5-6). E, mais ainda: “Seja bendita a sua fonte! Alegre-se com a esposa da sua juventude. Gazela amorosa, corça graciosa; que os seios de sua esposa sempre o fartem de prazer, e sempre o embriaguem os carinhos dela.” (Provérbios 5:18-19). Finalmente, vamos lembrar que Adão foi, de acordo com o que diz a Palavra de Deus, uma figura Daquele que viria, um tipo de Cristo. Eva, por sua vez, é um tipo de Igreja, e esse é o motivo pelo qual Adão chamou-a de Eva, “a mãe de todos os viventes”. E tal é a razão pela qual Deus não nos leva para o céu no momento em que nascemos de novo. Ele mantém a Igreja na terra para gerar filhos espirituais. Até mesmo na cadeia, o apóstolo Paulo pregou a Cristo para o escravo fugitivo chamado Onésimo (cujo nome, a propósito, significa “sem proveito”), e Onésimo nasceu de novo. Alguém que era “sem proveito” tornou-se “proveitoso”, valioso para Deus! Então, Paulo enviou Onésimo de volta para seu senhor, Filemom, também crente, amigo de Paulo, enquanto um mensageiro transportava a famosa epístola de Paulo a Filemom. Nessa carta, Paulo escreveu: “...apelo em favor de meu filho Onésimo, que gerei enquanto estava preso.” (Filemom 10). Seremos invadidos de grande alegria se, seguindo o exemplo de Paulo, conduzirmos pessoas a Jesus Cristo. 11 - AS FERIDAS DO JUGO DESIGUAL O Novo Dicionário Aurélio esclarece que a palavra jugo significa junta ou par de bois unidos entre si por correntes, tiras de couro ou suportes de madeira, para realizarem juntos algum trabalho. Nosso Senhor Jesus Cristo quer que estejamos ligados a Ele pelo mesmo jugo, trabalhando junto com Ele, fazendo todas as coisas com Ele. Quando agimos assim, descobrimos que o Seu jugo é suave e o Seu fardo, leve (Mateus 11:30). Se somos crentes e namoramos descrentes ou noivamos com eles, lembremo-nos da advertência de Deus em Deuteronômio 22:10: “Não are a terra usando um boi e um jumento sob o mesmo jugo.” O boi dá passos largos e pesados, mas o asno dá passos curtos, de modo que, postos sob o mesmo jugo, as diferenças de passo balançarão o suporte que os liga de tal forma que os animais ficarão irritados e acabarão se ferindo um ao outro no pescoço. Devemos evitar situação semelhante. Do contrário, seremos dor no pescoço para os companheiros de jugo não salvos, e eles de igual modo para nós. Lembremo-nos ainda de que Deus especificamente adverte sobre isso, em II Coríntios 6:14 até 7:1, onde lemos: “Não se ponham em jugo desigual com descrentes. Pois o que têm em comum a justiça e a maldade? Ou que comunhão pode ter a luz com as trevas? Que harmonia entre Cristo e Belial? Que há de comum entre o crente e o descrente? Que acordo há entre o templo de Deus e os ídolos? Pois somos santuário do Deus vivo. Como disse Deus: ‘Habitarei com eles e entre eles andarei; serei o seu Deus, e eles serão o meu povo.’ Portanto, ‘saiam do meio deles e separem-se’, diz o Senhor. ‘Não toquem em coisas impuras e eu os receberei... e lhes serei Pai, e vocês serão meus filhos e minhas filhas’, diz o Senhor Todo-Poderoso. Amados, visto que temos essas promessas, purifiquemo-nos de tudo o que contamina o corpo e o espírito, aperfeiçoando a santidade no temor de Deus.” Não desobedeçamos a Deus, namorando ou firmando compromisso com descrentes. Não nos tornemos noivos e, em nenhuma circunstância, nos casemos com não crentes. Cristãos só devem se casar com cristãos, e mesmo assim orando e perguntando a Deus se é de Sua vontade que esse casamento aconteça. Se somos cristãos, não precisamos nem mesmo perguntar se devemos ou não nos casar com algum descrente, porque a Palavra de Deus claramente nos diz que essa não é a Sua vontade.
Não devemos
confiar em nossos sentimentos, por isso tomemos cuidado, confiando
somente na Palavra de Deus! Eu sei o que estou dizendo, pois quase me
casei com a moça errada, e ela era cristã. Dessa forma, obedeçamos à
Palavra de Deus a qualquer custo! A felicidade futura do casal está em
jogo. Se buscarmos primeiro o Reino de Deus e Sua justiça, todas as
coisas de que precisamos nos serão acrescentadas (Mateus 6:33). 12 - O ABORTO “A palavra do Senhor veio a mim dizendo: ‘Antes de formá-lo no ventre eu o escolhi; antes de você nascer, eu o separei e o designei profeta às nações.” (Jeremias 1:4-5). Deus mesmo, o Criador, é quem forma cada feto na barriga da mãe. No Salmo 139:13-16, lemos: “Tu criaste o íntimo de meu ser e me teceste no ventre de minha mãe. Eu te louvo porque me fizeste de modo especial e admirável. Tuas obras são maravilhosas! Digo isso com convicção. Meus ossos não estavam escondidos de ti quando em secreto fui formado e entretecido como nas profundezas da terra. Os teus olhos viram o meu embrião; todos os dias determinados para mim foram escritos no teu livro antes de qualquer deles existir.” Matar a criança ainda não nascida é impedir que o homem e a mulher venham a existir, embora Deus, em Sua mente, possa claramente ver quem aquele pequeno ser poderia se tornar, se o assassinato não tivesse ocorrido. Quando a germinação ocorre no óvulo fertilizado, todos os dados da criança já estão codificados na dupla hélice do DNA. Matar fetos é matar seres humanos feitos à imagem e semelhança de Deus. Isso fica claro no texto de Jó 31:14-15: “Então que faria eu quando Deus se levantasse? E inquirindo a causa, que lhe responderia? Aquele que me formou no ventre não o fez também a ele? Ou não nos formou do mesmo modo na madre?” (VRC). Uma querida amiga nos contou como decidira abortar o terceiro bebê, mas se tornou cristã antes. Deus convenceu sua consciência, ela arrependeu-se, não consumou o ato e deu à luz uma adorável menina que se tornou uma moça muito bonita, hoje casada e também mãe de outra linda criança. Essa amiga confidenciou-nos: “Quase matei minha maior bênção!”. Costumamos desprezar o rei Herodes porque ordenou a morte de centenas de bebês inocentes em Belém. Da mesma forma, condenamos as ordens do Faraó para matar os meninos hebreus recém-nascidos no Egito. Também nos levantamos contra Hitler por causa do genocídio de seis milhões de judeus e de trezentos mil ciganos. Mas, no Brasil de hoje, calcula-se que sejam praticados aproximadamente 2,5 milhões de abortos por ano, o que equivale a 6.850 abortos por dia, 285 por hora e 5 por minuto: um holocausto superior a muitos na História. “Nas suas roupas encontrou-se o sangue de pobres inocentes...” (Jeremias 2:34a). 13 - EVITANDO O PECADO SEXUAL Enquanto eu conversava com aquele respeitável profissional, podia observar as paredes do seu consultório repletas de diplomas consideráveis, que lhe conferiam credibilidade. Era um homem abençoado: tinha uma esposa adorável e talentosa, filhos agradáveis, e ainda pastoreava uma igreja em franco crescimento. Eu lhe perguntei: “Qual o maior problema daqueles que vêm até você para o consultar?” Sem demora, ele resumiu sua resposta numa única palavra: “Medo!” Ele estava certo. Este mundo está cheio de pessoas sobrecarregadas com todo tipo de medo. Então, me ocorreu comentar: “Apesar de tudo, isso é bom, porque leva a um saudável temor de Deus!” Aquele grande homem, com grau de doutorado, me olhou firme nos olhos e disse enfaticamente: “O perfeito amor expulsa o medo!” Essa é uma citação da Bíblia (I João 4:18) e é verdadeira. Mas também é verdade que “o temor do Senhor é o princípio da sabedoria...” (Provérbios 9:10). Senti que aquele homem importante estava equivocado, mas eu pouco sabia sobre o que se passava por trás dos bastidores. Depois se tornou público que ele seduzira várias pacientes para ter relações sexuais com elas. Quando o caso foi finalmente descoberto, tentou explicar: “Deus me deu permissão. O que tenho feito não é ruim. Somente é ruim para aqueles que pensam que isso é ruim.” Deus já conhecia essa resposta: “Este é o caminho da adúltera: ela come e limpa a boca, e diz: ‘Não fiz nada de errado!’” (Provérbios 30:20). Aquele homem não somente deixou de se arrepender, mas ainda acusou Deus de ser seu parceiro no erro. É claro que Deus não lhe deu permissão para o múltiplo adultério. Deus nunca dá permissão para o pecado. A Bíblia diz: “Feliz é o homem que persevera na provação, porque depois de aprovado receberá a coroa da vida, que Deus prometeu aos que o amam. Quando alguém for tentado, jamais deverá dizer: ‘Estou sendo tentado por Deus.’ Pois Deus não pode ser tentado pelo mal, e a ninguém tenta. Cada um, porém, é tentado pelo próprio mau desejo, sendo por este arrastado e seduzido. Então esse desejo, tendo concebido, dá à luz o pecado, e o pecado, após ter se consumado, gera a morte. Meus amados irmãos, não se deixem enganar.” (Tiago 1:12-16). Nesse contexto, é bom acolher o conselho da Palavra de Deus: “Não se deixem enganar: de Deus não se zomba. Pois o que o homem semear, isso também colherá. Quem semeia para a sua carne, da carne colherá destruição; mas quem semeia para o Espírito, do Espírito colherá a vida eterna. E não nos cansemos de fazer o bem, pois no tempo próprio colheremos, se não desanimarmos.” (Gálatas 6:7-9). É bom lembrar que sempre se colhe mais do que se planta! Se semearmos ventos, colheremos tempestades! Não há “imunidade diplomática” no reino espiritual. Em 1984, um assassino deu um tiro da janela da embaixada líbia em Londres e matou uma policial britânica. Por ter imunidade diplomática, o assassino permaneceu livre e retornou à Líbia sem nem mesmo enfrentar julgamento. Isso não existe no reino espiritual. Tomem cuidado com os que usam textos das Escrituras fora do contexto original para justificar seus pecados! É regra segura não basear doutrinas ou condutas em versos fora de contexto. Leiamos o verso citado pelo importante homem do início deste capítulo, a fim de contextualizá-lo: “No amor não há medo; ao contrário, o perfeito amor expulsa o medo, porque o medo supõe castigo. Aquele que tem medo não está aperfeiçoado no amor. Nós amamos porque ele nos amou primeiro. Se alguém afirmar: ‘Eu amo a Deus’, mas odiar seu irmão, é mentiroso, pois quem não ama seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê!” (I João 4:18-20). Se aquele homem estivesse em perfeito amor, teria sido fiel a Deus e à sua esposa, e não cairia em múltiplo adultério. Podemos parafrasear o verso 20, ao questionarmos: “Se um homem diz ‘Eu amo a Deus’ e é infiel à sua esposa, ele é mentiroso, pois quem não ama a sua esposa, a quem vê, como pode amar a Deus, a quem não vê?” Lembrem-se também de que a Palavra de Deus declara: “...o Senhor é testemunha entre você e a mulher da sua mocidade, pois você não cumpriu a sua promessa de fidelidade, embora ela fosse a sua companheira, a mulher do seu acordo matrimonial. Não foi o Senhor que os fez um só? Em corpo e em espírito eles lhe pertencem. E por que um só? Porque ele desejava uma descendência consagrada. Portanto, tenham cuidado: ninguém seja infiel à mulher da sua mocidade. Eu odeio o divórcio’, diz o Senhor, o Deus de Israel, ‘e também odeio o homem que se cobre de violência como se cobre de roupas’, diz o Senhor dos exércitos.” (Malaquias 2:14-16). Perguntaram a Lech Walesa, líder do antigo partido polonês Solidariedade, se ele temia os russos. Ele respondeu: “Temo somente a Deus!” Quando Deus deu os Dez Mandamentos a Moisés, este disse ao povo: “Não tenham medo! Deus veio prová-los, para que o temor de Deus esteja em vocês e os livre de pecar.” É aqui que vemos como o perfeito amor expulsa todo o medo, bem como o motivo de Moisés ter dito, antes de tudo: “Não tenham medo!” Mas ele imediatamente adicionou: “Deus veio prová-los, para que o temor de Deus esteja em vocês e os livre de pecar.” (Êxodo 20:20). Se percebermos tais verdades, Êxodo 20:20 nos dará uma visão perfeita ou, como diriam os oftalmologistas, “uma visão 20/20”. O medo de apanhar dos pais leva a criança a obedecer. O temor de ser lançado na prisão leva o ladrão em potencial a abster-se de roubar. O medo de ir para o inferno contribui muito para que o pecador busque a Deus, arrependa-se, creia no Senhor Jesus Cristo como Salvador e nasça de novo. Somente então, quando o temor saudável de Deus o livra de pecar, todos os seus medos podem ser removidos: “...com o temor do Senhor o homem evita o mal.” (Provérbios 16:6). O apóstolo Paulo nos diz em II Coríntios 7:1: “Amados, visto que temos essas promessas, purifiquemo-nos de tudo o que contamina o corpo e o espírito, aperfeiçoando a santidade NO TEMOR DE DEUS.” É bom recordar a experiência dos primeiros cristãos, como mostra Atos 9:31: “A igreja passava por um período de paz em toda a Judéia e Samaria. Ela se edificava e, encorajada pelo Espírito Santo, crescia em número, vivendo NO TEMOR DO SENHOR.” E o pecado que Paulo reprova tanto em judeus e gentios, em Romanos 3:18, é que “Aos seus olhos é inútil temer a Deus.” Trazendo convicção de pecado às suas consciências, Deus os está chamando ao arrependimento e à fé em Cristo, que morreu na cruz e ressuscitou ao terceiro dia. Creiamos no completo trabalho de salvação que Ele realizou por nós e O recebamos como Salvador, Senhor e Proprietário de nossas vidas. Assim, não teremos o que temer, a não ser a Deus. De outra forma, “...quando aquilo que temem abater-se sobre vocês... como um vendaval... vocês me chamarão, mas não responderei... Visto que desprezaram o conhecimento e recusaram o temor do Senhor...” (Provérbios 1:27-29). O livro de Provérbios é rico em passagens que tratam desse assunto. Meditem sobre elas: “...quem me ouvir viverá em segurança e estará tranqüilo, sem temer nenhum mal.” (1:33). “... então você entenderá o que é temer o Senhor e achará o conhecimento de Deus.” (2:5). “...quando se deitar não terá medo e o seu sono será tranqüilo.” (3:24). “...pois o Senhor será a sua segurança e o impedirá de cair em armadilha.” (3:26). E aqui está um dos mandamentos de Deus mais desobedecidos: “...melhor será que tema sempre o Senhor.” (23:17b). Deus promete que se temermos a Ele receberemos forte confiança, refúgio, fonte de vida e habilidade de evitar armadilhas mortais. Eis a promessa de Deus: “Aquele que teme o Senhor possui uma fortaleza segura, refúgio para os seus filhos. O temor do Senhor é fonte de vida, e afasta das armadilhas da morte.” (14:26-27). Desejamos ser abençoados com vida longa? “O temor do Senhor prolonga a vida, mas a vida do ímpio é abreviada.” (10:27). Há alguma falta de satisfação em nossas vidas? Parece que as coisas constantemente dão errado? “O temor do Senhor conduz à vida: quem o teme pode descansar em paz, livre de problemas.” (19:23). Desejamos ser abençoados com riquezas, honra e vida? “A recompensa da humildade e do temor do Senhor são a riqueza, a honra e a vida.” (22:4). E ainda, as mulheres que se sentem pouco atraentes e gostariam de ser elogiadas, observem que “A beleza é enganosa e a formosura é passageira; mas a mulher que teme o Senhor será elogiada.” (31:30). Tememos certas pessoas, ou que não estejamos seguros? “Quem teme o homem cai em armadilhas, mas quem confia no Senhor está seguro.” (29:25). Queremos ser felizes? “Como é feliz o homem constante no temor do Senhor! Mas quem endurece o coração cairá na desgraça.” (28:14). 14 - SETE CHAVES PARA EVITAR O PECADO SEXUAL 1. 1 - O temor que remove todos os outros temores: O pecado e a maldade fazem as pessoas temerosas, mas se formos justos diante de Deus por meio do sangue de Cristo vertido na cruz e vivermos em obediência e no temor do Senhor, Ele nos tornará como o valente leão: “O ímpio foge, embora ninguém o persiga, mas os justos são corajosos como o leão.” (Provérbios 28:1). Se tememos a Deus, nada nem ninguém pode nos causar medo: “... não haverá quem os espante, porque a boca do Senhor dos Exércitos o disse.” (Miquéias 4:4b-VRC). O apóstolo Pedro nos diz, em I Pedro 1:17-19: “Uma vez que vocês chamam Pai àquele que julga imparcialmente as obras de cada um, portem-se com temor durante a jornada terrena de vocês. Pois vocês sabem que não foi por meio de coisas perecíveis como prata ou ouro que vocês foram redimidos da sua maneira vazia de viver, transmitida por seus antepassados, mas pelo precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro sem mancha e sem defeito...” É certamente lamentável que alguns psiquiatras e até mesmo muitos ministros do Evangelho tenham feito tanto para remover dos homens o saudável temor de Deus que remove todos os outros temores! Eles têm dado a muitos a falsa sensação de “imunidade diplomática” para que as suas consciências se tornem inoperantes e eles se entreguem ao pecado e às próprias vontades, não percebendo o fato irrevogável de que tudo o que o homem semeia, também colhe, e sempre colhe mais do que semeou. Conheço outro pastor, com excelente família, que também pensava ser tão maravilhoso e favorito aos olhos de Deus que certamente gozava de “imunidade diplomática” com o Senhor. Ele começou a tentar moços de boa aparência na congregação para satisfazer sua lascívia de ser sodomizado, usando as seguintes palavras: “Sou seu pastor e tenho uma necessidade... Assim, você deve suprir minha necessidade!” Felizmente, ele foi descoberto e despedido do posto, mas grande parte da congregação deixou de se reunir com aquele grupo de irmãos e nunca mais retornou ao convívio da Igreja. Em todo lugar do mundo vejo histórias como essa se repetirem: certa jovem, educada pela boa mãe cristã no ensino da Palavra e na admoestação do Senhor, foge de casa e vive em flagrante sexo pré-marital com um homem. Ela diz que está orando para saber se deve ou não se casar com o tal rapaz. Ela está orando enquanto fornica, o que é contradição grosseira! Ela não teme a Deus e tem um falso senso de “imunidade diplomática”. Sinceramente espero e oro para que todas essas pessoas se arrependam e pratiquem obras de arrependimento, voltando-se para Deus de todo o coração, porque se elas confessarem ao Senhor os pecados e abandonarem os maus caminhos, Ele graciosamente as perdoará e receberá. 2- O louvor a Deus: No item anterior falamos de como evitar o pecado e vimos uma das melhores formas de evitá-lo. Agora, consideremos outra excelente maneira: o louvor a Deus. É difícil pecar ao mesmo tempo em que louvamos a Deus, desde que estejamos sendo sinceros, de modo que quando sentimos a mais leve tentação vir, imediatamente devemos começar o louvor. Quanto mais difícil é a tentação, mais recomendamos louvar a Deus. Tão prontamente como vem a tentação, devemos dizer ao Senhor: “Senhor Jesus, recorro a Ti e Te dou louvores, porque estou neste momento difícil. Glórias a Ti, Jesus! Eu Te louvo porque és minha vitória. Tu já ganhaste a batalha. Eu Te louvo e Te dou graças, porque Tu permitiste que esta tentação venha. Que maravilhosa oportunidade Tu me dás de teres uma grande vitória em mim! Graças a Ti! Eu te louvo!” 3. 3 - A invocação do nome do Senhor: Quando vem qualquer tentação, talvez a forma mais rápida de chegar ao Senhor e encontrar vitória seja um tipo de oração bem curta, mencionado na Bíblia, uma mini-oração, simplesmente invocando o nome do Senhor. Quando vem, pois, a tentação, devemos dizer: “Senhor Jesus!”. Simplesmente devemos invocar o nome do Senhor. Ele nos entende, sabe o que está se passando e, se nos voltarmos para Ele com coração sincero, Ele nos ouvirá e socorrerá. Lembremos que a Bíblia nos promete: “Todo o que invocar o nome do Senhor será salvo.” (Romanos 10:13). Não somente a pessoa que invoca o Senhor é salva do inferno inicialmente, mas uma vez salva e caminhando no evangelho, pode ser continuamente protegida de diferentes problemas, tentações ou desgostos, simplesmente invocando o nome do Senhor. Em uma viagem demorada, por exemplo, se nos sentimos fatigados, podemos dizer: “Senhor Jesus!” Façamos isso com amor, dizendo ao Senhor, e assim seremos salvos das tentações, dos perigos, do desânimo. Às vezes, as circunstâncias se fazem tão prementes que não há tempo para uma grande oração. Simplesmente essa mini-oração, invocando o nome do Senhor, leva-O a nos ajudar e nos livrar da tentação. É o que nos mostram os seguintes textos: Gênesis 22:16; Salmo 17:6, 18:3, 55:16; e Romanos 10:12-13. 4. 4 - A oração: Não somente temos de invocar o nome do Senhor, mas também orar e francamente Lhe pedir que nos livre da tentação, que nos guarde na prova que enfrentamos, que nos livre de cair nas armadilhas postas por Satanás diante de nós. Assim, o Senhor nos ajudará (João 14:12-14; 15:7; 16:23-24). 5. 5 - A Palavra de Deus: A Palavra de Deus também nos ajuda a ter vitória quando tentados. Por isso é bom estudá-la e especialmente memorizar alguns versículos bem úteis. Por exemplo, o Salmo 119: 9, que diz assim: “Como pode o jovem manter pura a sua conduta? Vivendo de acordo com a Tua Palavra.” Ou o verso 11, do mesmo Salmo: “Guardei no coração a Tua Palavra para não pecar contra Ti.” Ou ainda João 17:17: “Santifica-os na verdade; a Tua Palavra é a verdade”. 6. 6 - A leitura da Bíblia, como conversa com Deus: Outra excelente maneira de termos vitória quando somos tentados é lendo a Bíblia, como se conversássemos com Deus. Ao ler, ficamos conscientes de que a presença de Deus está conosco e Ele nos fala na Palavra, bem como respondemos a Ele, quando oramos. Deus anseia ter uma conversa assim conosco diariamente, senão várias vezes ao dia. Melhor ainda, ao longo de todo o dia devemos conversar com Deus com base em Sua Palavra. Devemos recordar o texto de Efésios 6:17-18, em que Ele nos admoesta: “Usem o capacete da salvação e a espada do Espírito, que é a Palavra de Deus. Orem no Espírito em todas as ocasiões, com toda a oração e súplica...” Nesse texto, Deus ensina que não devemos somente ler a Palavra de Deus e pensar no que lemos, como forma mental de acumular conhecimentos, mas também que Ele anseia pela viva conversação conosco, e quando lemos a Sua Palavra podemos conversar com Ele, pedir-lhe o cumprimento de Suas promessas, e assim descobrir com grande surpresa e deleite as tremendas vitórias que Ele nos dá. Deus também disse em Sua Palavra: “Não sobreveio a vocês tentação que não fosse comum aos homens. E Deus é fiel; Ele não permitirá que vocês sejam tentados além do que podem suportar. Mas, quando forem tentados, Ele mesmo lhes providenciará um escape, para que o possam suportar.” (I Coríntios 10:13). Junto com cada tentação, Deus envia ao crente a chave para escapar, a qual é recorrer imediatamente ao Senhor em oração. 7. 7 - A lembrança das promessas de Deus: Há 7.850 promessas de Deus na Bíblia. Eis alguns versículos que nos falam a respeito das promessas de Deus: I Reis 8:56; Jeremias 15:16a; Mateus 4:4; II Coríntios 1:20; Hebreus 6:12. Podemos “lembrar” a Deus Suas próprias promessas, pedindo-Lhe que as cumpra em nossa vida. 15 - O QUE PODEMOS FAZER? Mas, e a respeito de nós? Se ainda não somos nascidos de novo, então temamos a Deus; creiamos no Senhor Jesus Cristo como Senhor e Salvador de nossas vidas; sejamos batizados; leiamos a Bíblia em oração e com fé, associando-nos com verdadeiros cristãos nascidos de novo; obedeçamos a Deus; e não teremos nada a temer, a não ser a Ele mesmo. E esse saudável temor de Deus nos ajudará a não pecar. Caso venhamos temporariamente a escorregar em pecado, levantemo-nos imediatamente! Não permaneçamos caídos nem um segundo, e não demoremos! Não precisamos ser espancados no peito por cinco semanas para alcançarmos algum tipo de sentimento, porque castigamo-nos o suficiente para sermos de novo alcançados pelo favor de Deus. Simplesmente confessemos logo o pecado a Ele, no lugar mesmo onde estivermos, e clamemos pelo poder purificador do sangue precioso do Senhor Jesus vertido na cruz por nós. Esse sangue eternamente novo e incorruptível nos limpará de todo o pecado. Mas não tomemos isso como permissão para pecar, pois não existe “imunidade diplomática” para o crente – já que nosso Pai Celeste castiga todo filho e toda filha que Ele recebe – e sempre colheremos mais do que plantarmos: “Quem cometer injustiça receberá de volta injustiça, e não haverá exceção para ninguém.” (Colossenses 3:25). O verdadeiro temor de Deus nos livrará de todos os temores. Se o Filho de Deus nos liberta, somos livres de fato. Ele nos fará pelo menos mil vezes mais felizes! Não somente na doce eternidade no céu, mas até mesmo durante estes tempos difíceis, aqui e agora. Então, regozijemo-nos! Enquanto estamos diariamente no temor do Senhor, andamos com Deus. Nosso Senhor Jesus Cristo, o Noivo, prometeu retornar para Sua noiva. O banquete de casamento do Cordeiro começará então, e reinaremos com Cristo! O melhor ainda está por vir! Amém! “Vem, Senhor Jesus!” (Apocalipse 22:20b). Finalmente: “Pois, dada a ordem, com a voz do arcanjo e o ressoar da trombeta de Deus, o próprio Senhor descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que estivermos vivos, seremos arrebatados com eles nas nuvens, para o encontro com o Senhor nos ares. E assim estaremos com o Senhor para sempre. Consolem-se uns aos outros com essas palavras.” (I Tessalonicenses 4:16-18). 16 - A CHAVE-MESTRA Nada funciona: a melhor técnica falha, boas intenções fracassam e o casamento de melhor combinação humana se despedaça onde não há amor. O amor é a chave-mestra. O amor faz todas as coisas funcionarem bem, torna até as mais medíocres técnicas bem sucedidas, e o casal mais incompatível completamente feliz. O que é impossível para a habilidade humana é possível para o amor. Talvez tenhamos dúvidas a respeito disso por causa de nossa definição de amor, diferente da de Deus. Nem mesmo o dicionário traz a definição que Deus tem. O amor não é um sentimento variável de acordo com o vaivém das circunstâncias. O verdadeiro amor é uma pessoa. O amor é o próprio Deus. Nesse sentido, a Bíblia é o mais acurado dicionário do mundo, definindo assim o amor: “deus é amor!” A passagem completa das Escrituras a esse respeito diz: “Assim conhecemos o amor que Deus tem por nós e confiamos nesse amor. Deus é amor. Todo aquele que permanece no amor permanece em Deus, e Deus nele. Dessa forma o amor está aperfeiçoado entre nós, para que no dia do juízo tenhamos confiança, porque neste mundo somos como ele.” (I João 4:16-17). Os versículos anteriores podem ajudar mais ainda: “Amados, amemos uns aos outros, pois o amor procede de Deus. Aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. Quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor. Foi assim que Deus manifestou o seu amor entre nós: enviou o seu Filho Unigênito ao mundo, para que pudéssemos viver por meio dele. Nisto consiste o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou e enviou seu filho como propiciação pelos nossos pecados. Amados, visto que Deus assim nos amou, nós também devemos amar uns aos outros. Ninguém jamais viu a Deus; se amarmos uns aos outros, Deus permanece em nós, e o seu amor está aperfeiçoado em nós.” (I João 4:7-12). Nesta passagem encontramos a chave-mestra: “Nisto consiste o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou e enviou seu filho como propiciação pelos nossos pecados.” (verso 10). Nisto está o amor: não que nós... mas que Ele... Ele nos amou! Como? Enviando Seu Filho. Eis a chave-mestra, amar significa enviar o Filho. Em outras palavras, se nosso amor por nossos cônjuges não tem o contentamento de Cristo, esse amor é uma casca vazia de conteúdo. Assim, somos agraciados com o maravilhoso e majestoso privilégio de amar um ao outro, como casal, com o melhor da substância e da essência da pessoa de nosso Senhor Jesus Cristo, Cujo ser é quem provoca esse fluir de amor. Talvez não haja melhor explanação do que o mais conhecido versículo da Bíblia, ainda que ele seja, ouso dizer, o menos compreendido. Leiamos: “Porque Deus tanto amou o mundo que deu seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha vida eterna.” Jesus disse isso em João 3:16. Notemos como Deus amou o mundo, como Ele nos amou: ele deu seu filho! Esse verso não somente é excelente para convencer o pecador e levá-lo a se arrepender e crer em Cristo, mas é também muito bom para nos mostrar COMO amarmos uns aos outros. Primeiramente, para levar alguém a crer em Cristo, é preciso saber que dEle vêm todas as coisas. É Cristo fluindo de nós para outro, com paciência, compreensão, conselho, exortação. Se Cristo não flui de nós como um rio de águas vivas, então nossa vida e testemunho são somente sombras sem substância. Por isso citamos I João 1:3-4: “Nós lhes proclamamos o que vimos e ouvimos para que vocês também tenham comunhão conosco. Nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho Jesus Cristo. Escrevemos estas coisas para que a nossa e a vossa alegria sejam completas.” Assim, ter comunhão entre os crentes é realmente ter comunhão com o Pai e o Filho! Não é de surpreender que isso faça nossa alegria ser completa! Leiamos vagarosamente o capítulo 17 do Evangelho de João, meditando e orando sobre ele, porque essa foi a oração que nosso querido Senhor Jesus fez por nós! E leiamos também o capítulo 13 de I Coríntios, vagarosamente e em espírito de oração. O termo “caridade” nesses versos é uma palavra antiga para falar do amor que vem de Deus. O amor nunca falha... porque Deus nunca falha e é amor. Esse é o caminho que Ele quer viver em nós e expressar por nosso intermédio. “Sigam o caminho do amor...”, diz I Coríntios 14:1. Encontraremos amor quando seguirmos a Deus, porque Deus é amor. Seremos mil vezes mais felizes! Muitas pessoas pensam estar num beco sem saída em seus casamentos. Mas se têm a chave-mestra podem sempre transformar um final de morte em um novo começo: “...se alguém está em Cristo é nova criatura. As coisas antigas já passaram; eis que surgiram coisas novas.” (I Coríntios 5:17). 17 - CONSIDERAÇÕES FINAIS A Bíblia é a infalível Palavra de Deus e nos fala sobre tudo de que necessitamos saber. Infelizmente, até muito recentemente na Igreja, não houve nenhum ensino positivo sobre a sexualidade. Platão ensinava o dualismo, dizendo que a mente é perfeita, mas o corpo não o é. Muitos séculos atrás, um certo Maní ensinava que o reino da vida era oposto ao reino da obscuridade, o qual estava pleno de pensamentos sexuais. Ele cria que não se podia ser salvo tendo pensamentos sexuais. Santo Agostinho foi também discípulo de Maní e causou mais danos aos casamentos cristãos do que qualquer homem que existiu. Ele cria que o pecado original era o ato sexual entre Adão e Eva. Essa herança do pensamento cristão ocidental sobre a sexualidade e a Igreja é totalmente negativa. O Antigo e o Novo Testamento, por sua vez, são inteiramente positivos no que se refere à sexualidade humana, bem como os rabinos e a literatura judaica. O homem foi criado à imagem e semelhança de Deus. Somos seres espirituais, mas também físicos. O desejo sexual começa a despontar por volta dos 12 anos de idade e chega ao ápice da intensidade entre os 17 e os 19 anos no homem, e aos 35 anos na mulher. Lamentavelmente, os institutos teológicos hoje em dia não ensinam acerca da sexualidade. Se observarmos os níveis de sexualidade feminina, veremos que 5% das mulheres não têm dificuldade alguma em chegar ao orgasmo com uma simples fantasia sexual; 30% chegam ao orgasmo por meio da penetração sexual; outros 30% chegam ao orgasmo por meio da excitação do clitóris, durante o ato sexual; outros 30% não chegam ao orgasmo, embora fisicamente capazes, por causa de problemas psicológicos; e 5% das mulheres não têm orgasmos devido à deficiência física. Se compararmos a sexualidade masculina à feminina, percebemos uma variação muito maior: há desde mulheres extremamente frígidas até as mais intensamente despertadas para o sexo, algumas mais do que muitos homens, chegando mesmo à insaciabilidade. A masturbação é praticada em 78% dos casamentos nos Estados Unidos, indicando que os cônjuges não encontram satisfação sexual nos companheiros. Por que há tantos problemas nessa área? Em primeiro lugar, há uma enorme quantidade de divórcios, muito maior do que no passado. Em segundo lugar, há muita promiscuidade com o sexo pré-marital. Em terceiro, há um alto índice de masturbação: 95% dos homens se masturbam, e 70% das mulheres também. Paulo declara que todas as coisas nos são permitidas, mas nem todas nos convêm (I Coríntios 6:12). Como o ser sexual criado por Deus pode saber o que é a vontade de Deus para sua vida? As leis matrimoniais nunca garantem matrimônio feliz. Somente determinam a legalidade do casamento. Normalmente, pensa-se que os órgãos genitais são maus, pecaminosos, e a tradição cristã também tem pensado assim. No entanto, o livro de Cantares de Salomão enaltece a sexualidade e os órgãos sexuais, que nos lembram o poder criador de Deus. Como somos feitos à Sua imagem e semelhança, nossas genitálias são as partes do corpo que mais claramente demonstram isso. Quando Deus nos criou como seres sexuais, designou nossos corpos para fins específicos: os ovários devem produzir todos os óvulos necessários à fecundação e à procriação; e os órgãos masculinos produzem milhões de espermatozóides, para assegurar a procriação. Por essa razão, Deus disse que o homem deixaria pai e mãe e se uniria à sua mulher, e seriam os dois uma só carne. De modo que a Bíblia começa com a sexualidade entre homem e mulher e termina com o casamento entre Cristo e a Igreja: já que somos feitos à imagem e semelhança do Senhor, nossa relação como marido e mulher é símbolo da relação entre Cristo e a Igreja. Ao nos criar como seres sexuais, foi como se Deus tivesse assegurado: você, homem, desejará uma esposa; e você, mulher, desejará um esposo. Isso é normal. É como se Deus dissesse à mulher: você será atraída pelo homem e terá desejos sexuais em relação a ele, porque pus em você todos os mecanismos físicos para que isso aconteça. E a mesma coisa vale para o homem. O primeiro mandamento que Deus concedeu a Adão e Eva foi: “Sejam férteis e multipliquem-se!” (Gênesis 1:28). Entretanto, a Igreja muda a Palavra de Deus e diz que o sexo é pecaminoso. A sexualidade é uma forte chama de desejo que o próprio Deus acendeu no homem e na mulher. É algo que Deus fez, não está à venda, não se pode comprar. Nos Estados Unidos, a média de relações sexuais entre casais não crentes é de 3,5 vezes por semana. Já essa média entre casais cristãos chega a cinco vezes por semana. Parece que os cristãos são mais ativos sexualmente do que os não cristãos. E isso é bom sinal! O homem produz diariamente milhões de espermatozóides. Não controlamos nossa própria sexualidade. Dessa forma, várias vezes, talvez seis vezes por noite, os jovens têm sonhos sexuais, querendo ou não. No jovem, bilhões de células estão clamando pelo ato sexual. Como podemos resistir a esse impulso natural? O que fazer diante de Deus? Cada vez que o homem é sexualmente excitado, os testículos injetam testosterona na corrente sanguínea, pressionando ao ato sexual, e é por meio dessa fábrica química que o homem se sente irresistivelmente atraído pela mulher. A mulher é capaz de ser, em alguns casos, muito mais sexual do que o homem. Por isso, no livro de Cantares de Salomão as declarações da mulher são muito mais numerosas que as do homem. A puberdade é o tempo em que Deus põe a funcionar o motor sexual, e depois dos treze anos mais ou menos, pelo resto da vida e se houver normalidade física, continuaremos a ter desejos sexuais, como Deus assim planejou. A maneira como ensinamos nossos filhos durante a puberdade determinará o que eles farão pelo resto de suas vidas. Entre os 17 e os 19 anos, cada rapaz tem entre quatro e seis ereções durante a noite, acompanhadas de sonhos. Da mesma forma, a moça tem de quatro a seis intensos sonhos sexuais, e sua área vaginal fica muito lubrificada. Deus nos criou assim, para garantir que o primeiro mandamento ao homem fosse cumprido. De modo que seremos sexualmente atraídos e desejaremos ter relações sexuais. Quando poderemos fazer isso, então? No casamento. Como? Com o crescente desejo, durante o ato sexual, quando este se intensifica, e chega o tempo de prazer que culmina em orgasmo. Depois disso, vem o descanso, o momento doce, de paz, de cumplicidade, de satisfação. Nossos desejos sexuais são produzidos pelo sistema nervoso autônomo. Podemos comparar o curso do ato sexual com nossa relação espiritual com o Senhor. Primeiramente os desejos espirituais nos comunicam com Ele, e logo desejamos Sua presença, Sua Palavra. Por meio da oração compreendemos o quão precioso Ele é. Quando esse momento se encerra, experimentamos grande descanso e segurança nos braços de nosso Senhor. Nossas experiências sexuais, como cristãos, dentro do casamento, nos mostram isso. Mesmo havendo guerras e rumores de guerras, nós estamos em paz com Deus, em descanso. Podemos dizer francamente a qualquer jovem: “Você não pode evitar ter pensamentos sexuais, porque você é homem, ou porque você é mulher. Deus o fez como ser sexual; mas Deus também o criou para ter vitória, quando tentado, para que se guarde puro e virgem para Deus e para o esposo ou a esposa que Deus há de lhe dar no tempo certo.” Deus nos criou homem e mulher para que quando nos casarmos, permaneçamos casados. Como disse a Palavra de Deus, em Apocalipse, a noiva, a Igreja, se prepara, se dispõe plenamente para o casamento. Você não pode negar sua sexualidade. Assim, louve a Deus por sua sexualidade e Lhe dê glória, agradecendo também porque Ele pode mantê-lo em vitória. É impossível louvar a Deus em pecado. E se vivemos uma vida de verdadeira adoração a Deus, dificilmente cairemos em pecado. Desejando o ato sexual, devo tê-lo somente com um cristão verdadeiro ou uma cristã verdadeira, dentro do contexto sagrado do casamento. Como homem, sei que a soberana vontade de Deus é que eu seja plenamente homem. Também sei que é Sua vontade que eu seja atraído pelo sexo feminino, bem como é vontade do homem ser atraído pela mulher e desejar o ato sexual com ela. Mas isso precisa acontecer entre cristãos e dentro do casamento. Fora do casamento o ato sexual é sumamente pecaminoso. Como cristãos, podemos orar assim: “Deus Pai, Te agradeço porque me fizeste um ser sexual, atraído pelo sexo oposto e desejoso de ter relações sexuais. Senhor, faça com que eu tenha paciência e espere até estar casado ou casada com outro cristão, para que o ato sexual seja feito com um crente, dentro do casamento, ambos nascidos de novo”. Como cristão, posso ter uma relação de amor com minha esposa, tão harmoniosa e intensa que o mundo pode compreender, por meio de nossa união, que Cristo e a Igreja são um e assim serão por toda a eternidade. Todos perceberão que Cristo é Deus e que vai casar-se com sua noiva, a Igreja, e que ambos reinarão juntos. Quando você for tentado sexualmente, é melhor que louve ao Senhor, e assim terá vitória. Louvar é a melhor alternativa, em vez de sofrer a condenação da consciência. Não perca tempo orando: “Ó, Senhor, faz cessar o meu desejo sexual...” Se Deus respondesse textualmente a essa oração, Ele o castraria. Arrependa-se imediatamente de não haver orado com sabedoria. Deus mesmo lhe deu o dom dos desejos sexuais e da personalidade sexual. Por isso, é melhor que ore louvando a Deus pela maneira como o criou. Você pode orar mais ou menos assim: “Pai celestial, Te louvo de coração, porque me fizeste uma pessoa normal, com desejos sexuais. Antes de tudo, me submeto a Ti. Abençoa-me para que eu possa cumprir e satisfazer esses desejos sexuais com o esposo ou a esposa que Tu me deres, quando for de Tua vontade. Mas, enquanto isso não acontece, em vez de olhar para a minha própria debilidade, olho para Teu onipotente poder. Só Tu podes me socorrer. Que magnífica oportunidade é esta, que Tu sejas glorificado em minha necessidade! Antes que eu caia em pecado, sustenta-me, e sei que me darás perfeita vitória. Em meio a minhas tentações, vence Tu, através de mim, e que eu possa vencer por meio de Ti, pois Jesus nunca pecou, nem quando foi tentado. Tu socorres o mais débil crente que se atreve a fazer a mais tímida oração a Ti. Atrevo-me a crer e orar, pois Tu e somente Tu me fortaleces. Frente ao meu inevitável fracasso, Tu és minha absoluta fortaleza, minha total vitória, meu alegre triunfo, e a Ti elevo esta oração de louvor em celebração jubilosa de Tua glória. Sim, a Ti e somente a Ti dou toda a glória. Louvo-Te, porque Tu és tudo de que agora urgentemente preciso. Toda a glória seja somente a Ti. Em Ti, e somente em Ti sou mais que vencedor. Tu, que levantaste a Pedro quando se entristecia no mar da Galiléia, levanta-me a mim também, pois me seguro, em oração, em Tuas mãos que me levantam agora. A Ti seja a glória! Em Tua ressurreição, já tenho sido levantado juntamente com Cristo, Teu Filho, meu Salvador, para andar em novidade de vida, em vitória, em paz e em gozo do Senhor. Dou-Te graças, porque quando me compraste com o precioso sangue de Jesus Cristo derramado na cruz, também compraste todos os meus problemas, passados, presentes e futuros. Sou Teu! Eu Te pertenço! Sou Tua propriedade. Também compraste todas as minhas tentações e debilidades. Compraste todos os meus defeitos! Sou todo Teu! Teu Filho Jesus nunca caiu em pecado. Não me deixes cair, pois confio em Ti! Recorro a Ti, pois Tu és meu único recurso! Regozijo-me intensamente no fato de que minha grande necessidade Te dá oportunidade de ser glorificado, por isso com gozo e feliz expectativa Te louvo de todo o coração. Lembra-Te, Pai Celestial, do que Teu servo Paulo disse: ‘Em mim, quero dizer, na minha carne, não há bem algum...’. Mas ele também disse : ‘Tudo posso naquele que me fortalece’. De modo que, de acordo com Tua Palavra, posso, quero e recebo agora mesmo tudo o que posso em Cristo que me fortalece. Senhor Jesus, Tu és minha fortaleza e minha vitória contra as tentações! Tua palavra me assegura que todo o que invocar o nome do Senhor será salvo. Não somente salvo do inferno, mas também salvo dos ataques e tentações do mundo, da carne, do pecado e do diabo. Invoco agora Teu santo nome. De acordo com Tua promessa, sou salvo de meus problemas, tentações, dificuldades, tristezas, aborrecimentos, pecados. A Ti dou toda a glória! Graças, de todo o coração! Peço e com alegria recebo, no nome de Cristo Jesus, meu Senhor. Amém!” 18 - ALGUNS DEPOIMENTOS A RESPEITO DA LEITURA DESTE LIVRO · “Desde que um amigo me emprestou o livro, tenho sido mil vezes mais feliz em meu casamento”. - J.W.Harris. Sacramento, Califórnia, EUA. · “Fred, você está no caminho certo!” – Dr. Lorenzo Friesen, Ph. D. em Psicologia. Sexólogo. Boca Raton, Flórida, EUA. · “Fred, seu livro me encantou!” – Dra. Leonides Estévez. M.D. Médica e Missionária. Santo Domingo, República Dominicana. · “É o melhor que já li!” – Tn. Dabney Jackson. Instrutor de vôo da Marinha de Guerra dos Estados Unidos. Lynchburg, Virgínia, EUA. · “Tenho desfrutado e me beneficiado grandemente da leitura de seu livro”. – Dr. Tim Bryant. Ph.D. Psicólogo. Williamsport, Pensilvania, EUA. · “Seu livro é fascinante. Nunca havia lido algo assim. Ele me ofereceu novos conhecimentos e ampliou significados”. – Ricardo J. Mendola. Ministro do ISIB, Nova York, EUA. · “Você fala sobre o sexo como realmente acontece.” – Dra. Ruth Watkins. M. D. Médica e Missionária. Santo Domingo, República Dominicana. · “Fred, esta é uma obra de destaque e valiosa. E algo tão bom quanto o prazer divino do sexo está sujeito a provocar os ataques e intentos de perversão de Satanás. De qualquer forma, todo intento de revelar as mentiras de Satanás estará sujeito a ataques. Esta obra pode realmente ser atacada, até mesmo por ministros que tenham consagrado suas vidas à pregação do Evangelho. Não digo isso como profecia (pois realmente concordo com você que Deus não permitirá que Satanás prevaleça contra este livro) mas para alertá-lo, a fim de que você resista a Satanás, de forma que ele tenha que fugir de você e desta obra.” – Dr. Roberto Cantrell. M. D. Orador freqüente em conferências cristãs. Professor e Presidente do Departamento Fitz-Hugh, da Universidade do Centro Médico de Virgínia. Charlottesville, Virginia, EUA. · “Verdadeiramente, tenho desfrutado de seu livro. A princípio parece chocante, mas suponho que isso se deva ao fato de que nunca havia lido algo semelhante. É algo único na literatura cristã. Tudo que hoje em dia tem sido impresso sobre sexualidade dá a impressão de arrastar nossa mente para o que é sujo; por isso, foi algo refrescante a leitura de um tratado sobre sexualidade que eleva nossa mente para a contemplação do amor de Deus. Se o que lhe exponho lhe serve como testemunho, convido-o a que o utilize. Porque Cristo vive!” – Dr. Esteban Hawthorne, M.D. Médico e Missionário. Cochabamba, Bolívia. · “Fred, li o seu livro três vezes. Vou lê-lo mais uma vez e então vou repassá-lo para minha igreja!” – Dr. Juan Jimenez, D. N. Obispo. Pastor da Igreja “de la Roca". Virgínia Beach, Virgínia, EUA. · “Quero solicitar sua permissão para traduzir seu excelente livro para o idioma húngaro e usá-lo no meu trabalho de assessoria.” – Professora Ester Toth, Universidade de Budapeste, Hungria. · “Tenho desfrutado grandemente de seu livro. Posso traduzi-lo para o francês?” – Dr. Marcos Rodríquez, Ph.D. Pastor Batista. Doutor em Ciências Nucleares. Narbonne, França. · “Fred, tenho desfrutado de seu livro. Deus já me havia mostrado muitas coisas sobre as quais você escreveu, ainda que não com esses detalhes.” – DeVern Fromke. Autor cristão, educador, ministro e conferencista. Indianápolis, Indiana, EUA. · “Seu livro me encantou. Deus já me havia revelado essas mesmas coisas. Seu livro constitui uma maravilhosa confirmação da revelação que Deus me havia dado.” – Carol Milhous. Governanta, Amherst, Virgínia, EUA. · “Livro sui generis, ameno, pleno de sabedoria pura. Pois o que pode haver mais puro do que aquilo que provém do Senhor? Reflete a realidade do ponto de vista do evangelho. Contém sabedoria viva e enriquecimento espiritual para crescer em Jesus. Desde agora se pode considerar um livro de consulta obrigatória para orientar sobre o que é agradável aos olhos do Senhor, no que tange à instituição humana do casamento. De modo que, a todos os nossos irmãos cristãos, recomendamos com entusiasmo a leitura deste sábio livro.” – Dr. Pedro Mena. Médico. Havana, Cuba. · “Dou graças a Deus, que lhe inspirou a fazer este livro. Tínhamos uma série de dúvidas sobre o sexo no matrimônio cristão. Seu livro nos clareou cada detalhe. Consideramos que ele seja um guia tanto para os solteiros como para os casais que querem fazer a vontade de Deus.” – Dr. Gerardo Massanet. Veterinário. Especialista em Reprodução. Cuatro Caminos, Cuba. · “Seu livro é um desafio sobre o que tem sido um tabu no mundo: o sexo. Só com a luz do evangelho e através do Senhor Jesus alcançaremos um casamento amparado por Deus.” - Dra. Yaumara Orama. Médica. Cotorro, Cuba. · “Esta obra é resultado do seu grande empenho, dedicação e entrega; é uma mostra de seus valores humanos. Quanto a mim, certamente tenho prazer em conhecer aspectos tão importantes desse assunto, porque uma coisa é existir como indivíduo, mas viver casado exige um renascer. Todos queremos ser felizes, esperamos chegar lá por meio do casamento, ainda que inumeráveis sonhos se despedacem contra as ásperas rochas da realidade. Às vezes, o amor se congela, morrem as ilusões, mas tudo isso ocorre pelo pleno desconhecimento da humanidade a respeito do adolescer, presente em muitos casos desse tipo de literatura. Chega um momento, no entanto, em que todos temos que nos empenhar em mudar, se queremos melhorar, e o que temos mais à mão é a nós mesmos. A eloqüência presente em todo o contexto do livro corresponde ao seu próprio estilo, de tipo conversacional. Algo muito significativo na obra é a maneira tão genuína de trazer, por meio do sexo e de suas peculiaridades, as belas imagens literárias. É inegável que em todos os momentos você foi guiado pelo grande poder de nosso Rei Celestial. O Espírito Santo passeia por cada parágrafo, cada palavra, cada fonema. Quanta necessidade têm os nossos jovens, e por que não dizer também, nossas crianças, de formar-se, absorvendo essas belas letras! Estou muito agradecida! Seus ensinamentos serão guardados no mais profundo do meu coração.” – Miriam Quintana Cruz. Licenciada em Literatura e Espanhol. Cotorro, Cuba. · “Minha avaliação deste livro é a seguinte: excelente! Seu livro constitui uma dessas raras leituras que se pratica e durante a qual se exclama, uma e outra vez: ‘Como é possível que ninguém tenha escrito algo assim antes?’ Ao terminar de lê-lo, também disse a mim mesmo: ‘Como desejo que alcance os jovens do meu país!’ Em particular, as sete chaves para evitar o pecado sexual resultam em algo formidável, pois ainda que tenha lido bastante sobre esse tema, e durante meus quase 40 anos na igreja ensinado a esse respeito, tenho notado que o fim de toda mensagem é algo assim: ‘Não faças isso, porque te prejudicaria e ofenderia a Deus!’, mas ninguém ensina uma forma concreta de como evitar o pecado sexual. Creio, pois, que este livro, e muito especialmente a referida seção têm uma formidável mensagem para a juventude cristã de meu país.” – Guido A. Benazet. Engenheiro e Pastor Metodista. Orlando, Flórida, EUA. “Temos sido muito abençoados pela leitura e meditação nos ensinamentos deste livro. Ele vem confirmar revelações sobre o tema, que já havíamos recebido de Deus, principalmente sobre a relação entre marido e mulher, que reflete a relação entre Cristo e a Igreja, mas não de forma tão ampla e ligada especificamente ao relacionamento sexual no casamento. Somos gratos a Deus por conhecer tal material e desejamos que muitos em nosso país possam conhecê-lo.” – Eliézer e Silvana Taets – Irmãos que ministram a famílias, em Vitória, Espírito Santo, Brasil. TRADUÇÃO DO ORIGINAL PARA O PORTUGUÊS POR - SILVANA PINHEIRO TAETS REVISÃO - HERBERT FARIAS TODAS AS CITAÇÕES BÍBLICAS FORAM EXTRAÍDAS DA BÍBLIA SAGRADA - NOVA VERSÃO INTERNACIONAL. AS CITAÇÕES QUE FOGEM A ESSA REGRA SÃO SEGUIDAS DE INDICAÇÕES. FIM |
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