CREMAÇÃO OU SEPULTAMENTO
Estamos diante de uma modernidade que não podemos nos tornar passíveis e deixar de considerar no que implica a nós cristãos a cremação de corpos. A grande maioria das pessoas hoje tem optado por este método, e ainda para cumprir um desejo da família ou do falecido lançam as suas cinzas em matas, montanhas, rios e etc... As Escrituras não falam acerca de cremação dos corpos. Não há lei de Deus para este assunto, condenando ou autorizando, e portanto, não é algo que salva ou condena alguém se o fizer, mas há nas Escrituras certos princípios divinos que não mudam e que não podemos desprezar. Lâmpada para os nossos pés é a sua palavra, e luz para o nosso caminho. Além das Escrituras temos o Espírito da verdade que nos guia a toda a verdade Não há lei, mas há uma regra que Jesus nos ensinou, e que sempre devemos procurar aplicar nas coisas de Deus: O que diante dos homens é elevado, para Deus é abominação (Lucas 16.15). Esse é mais um assunto que temos que ver à luz das Escrituras, da Palavra que é a vontade de Deus. O primeiro texto que temos que considerar é o de Gênesis 2.7 que diz: “E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou-lhe nas narinas o fôlego da vida; e o homem tornou-se alma vivente.” Bem como o de Gênesis 3.19 que diz: “Do suor do teu rosto comerás o teu pão, até que tornes à terra, porque dela foste tomado; porquanto és pó, e ao pó tornarás”. Esta é a ordem de Deus, do corpo do homem retornar ao pó, e isto implica em o homem ser enterrado, que significa colocar em terra. Para o corpo se tornar pó basta enterrá-lo, e o tempo se incumbira disso. Agora, para se tornar cinza há a necessidade de queimar, e não pode ser com fogo normal, mas em altas temperaturas. É necessário que o forno esteja no mínimo a 1000 graus centígrados para o corpo se tornar em cinzas, pois os ossos só se tornam cinzas depois de várias horas exposto a essas temperaturas, sendo que uma fogueira normal chega no máximo a metade disto. Uma fogueira normal, por exemplo, mesmo usando como combustível madeira seca, não consegue transformar os ossos em cinzas. Juntamente com esta ordem que vimos acima, de Gênesis 3.19, em muitos lugares das Escrituras encontramos juntamente com a morte a palavra “sepultura”, ou, lugar onde o corpo é enterrado: “E seus servos o levaram num carro a Jerusalém, e o sepultaram na sua sepultura junto a seus pais, na cidade de Davi” II Reis 9.28. “Assim dormiu Uzias com seus pais, e com eles o sepultaram, isto é, no campo de sepultura que era dos reis” II Cr. 26.23. Todos os corpos daqueles que creram em Deus e em Jesus foram enterrados, inclusive o próprio Jesus: “E Abraão expirou, morrendo em boa velhice, velho e cheio de dias; e foi congregado ao seu povo. Então Isaque e Ismael, seus filhos, o sepultaram na cova de Macpela, no campo de Efron, filho de Soar, o heteu, que estava em frente de Manre” Gn. 25.8. “Os ossos de José, que os filhos de Israel trouxeram do Egipto, foram enterrados em Siquém, naquela parte do campo que Jacob comprara aos filhos de Hamor, pai de Siquém, por cem peças de prata, e que se tornara herança dos filhos de José” Js. 24.32. “Assim morreu ali Moisés, servo do Senhor, na terra de Moabe, conforme a palavra do Senhor. E o sepultou num vale, na terra de Moabe, em frente de Bete-Peor; e ninguém soube até hoje o lugar da sua sepultura.” Dt 34.5,6. “Depois morreu Eliseu, e o sepultaram.” 2Rs 13.20. “Depois Davi dormiu com seus pais, e foi sepultado na cidade de Davi” I Reis 2.10. “e tirando-o (Jesus) da cruz, envolveu-o num pano de linho, e pô-lo num sepulcro escavado em rocha, onde ninguém ainda havia sido posto” Luc. 23.53. Quando Deus falou para queimar, o seu mandado foi para juízo. O homem e mulher cristão tem relação com a terra, e não com o fogo ou cinzas. Fogo e cinzas representam juízo: “a ordenar acerca dos que choram em Sião que se lhes dê uma grinalda em vez de cinzas, óleo de gozo em vez de pranto, vestidos de louvor em vez de espírito angustiado; a fim de que se chamem árvores de justiça, plantação do Senhor, para que ele seja glorificado”. Isaías 61.3. “Pela multidão das tuas iniquidades, na injustiça do teu comércio, profanaste os teus santuários; eu, pois, fiz sair do meio de ti um fogo, que te consumiu a ti, e te tornei em cinza sobre a terra, à vista de todos os que te contemplavam” Ez. 28.18. (Este texto fala de satanás). “Mas para vós, os que temeis o meu nome, nascerá o sol da justiça, trazendo curas nas suas asas; e vós saireis e saltareis como bezerros da estrebaria. E pisareis os ímpios, porque se farão cinza debaixo das plantas de vossos pés naquele dia que prepararei, diz o Senhor dos exércitos” Mal. 4.2-3. “E será que aquele que for tomado com o anátema será queimado a fogo, ele e tudo quanto tiver; porquanto transgrediu a aliança do Senhor, e fez uma loucura em Israel.” (Js 7.15). “E quando a filha de um sacerdote começar a prostituir-se, profana a seu pai; com fogo será queimada.” (Lv 21.9). “E, quando um homem tomar uma mulher e a sua mãe, maldade é; a ele e a elas queimarão com fogo, para que não haja maldade no meio de vós.” (Lv 20.14). “Pois eis que aquele dia vem ardendo como fornalha; todos os soberbos, e todos os que cometem impiedade, serão como restolho; e o dia que está para vir os abrasará, diz o Senhor dos exércitos, de sorte que não lhes deixará nem raiz nem ramo” Mal. 4.1. O fogo não queimou Sadraque, Mesaque e Abdenego, o Senhor estava com eles no meio do fogo e os livrou, mas o fogo serviu de juízo aos seus adversários: “Ora, tão urgente era a ordem do rei e a fornalha estava tão quente, que a chama do fogo matou os homens que carregaram a Sadraque, Mezaque e Abednego. Então chegando-se Nabucodonosor à porta da fornalha de fogo ardente, falou, dizendo: Sadraque, Mezaque e Abednego, servos do Deus Altíssimo, saí e vinde! Logo Sadraque, Mezaque e Abednego saíram do meio do fogo. E os sátrapas, os prefeitos, os governadores, e os conselheiros do rei, estando reunidos, viram que o fogo não tinha tido poder algum sobre os corpos destes homens, nem foram chamuscados os cabelos da sua cabeça, nem sofreram mudança os seus mantos, nem sobre eles tinha passado o cheiro de fogo” Dan. 3.22-27. Quando queimaram por si mesmos a alguém, Deus os condenou e os puniu: “Assim diz o Senhor: Por três transgressões de Moabe, e por quatro, não retirarei o castigo, porque queimou os ossos do rei de Edom, até os tornar a cal.” (Am 2.1). “Assim não farás ao Senhor teu Deus; porque tudo o que é abominável ao Senhor, e que ele odeia, fizeram eles a seus deuses; pois até seus filhos e suas filhas queimaram no fogo aos seus deuses.” Dt 12.31. A Lei de Deus estabelece o apedrejamento dos filhos rebeldes, mas não permite que seus corpos sejam queimados. (Dt 21.18-21). A queima dos corpos na maioria é promovida e feita por pagãos e principalmente por espíritas que não creem na ressurreição, mas em reencarnação. Na reencarnação, dizem eles, o corpo não é necessário, pode ser queimado porque outro corpo será providenciado para habitação daquela alma que terá oportunidade em se aperfeiçoar, já que o seu tempo no outro corpo físico não foi suficiente para isso. Para eles a punição é o espírito estar imerso numa escuridão espessa, em completo isolamento no espaço, permanecendo vagando sem poder retornar a um corpo e reencarnar. Portanto, a alma fica ligada ao corpo enterrado até a decomposição total, o que demora longo tempo, e isto impede deles reencarnarem com mais rapidez. Também dizem que a alma da pessoa que morreu fica sofrendo durante a decomposição da sua matéria, e quando em decomposição são atacados por espíritos vampirescos que se alimentam do corpo e por isso geram um grande sofrimento. Veja uma teoria espírita do porquê da cremação, retirado de um artigo intitulado “Visão espírita da cremação”: - "À medida que os corpos sutis do enterrado são presos na região da Terra a probabilidade de se tornarem fantasmas é mais do que naqueles onde o corpo é cremado. Mesmo que a pessoa levou uma vida relativamente boa quando vivo, apenas pelo simples ato de sepultamento, sua probabilidade de se tornar um fantasma muito contra sua própria vontade aumenta consideravelmente. Sob a influência de outros fantasmas, ele é forçado a cometer atos onde seus deméritos desaparecem relegando-o ainda mais para as regiões inferiores do Universo". Para Deus a queima dos corpos é um sinal de contaminação dos povos: “Na verdade a terra está contaminada debaixo dos seus habitantes; porquanto transgridem as leis, mudam os estatutos, e quebram o pacto eterno. Por isso a maldição devora a terra, e os que habitam nela sofrem por serem culpados; por isso são queimados os seus habitantes, e poucos homens restam” Is. 24.5-6. Nós cristãos cremos na ressurreição dos mortos, e enterrar ou sepultar é um ato de fé dessa esperança amplamente prometida por Deus, por Jesus Cristo e pelos apóstolos: “E muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para a vida eterna, e outros para vergonha e desprezo eterno” Dan. 12.2. “Respondeu-lhes Jesus: Porventura não errais vós em razão de não compreenderdes as Escrituras nem o poder de Deus? Porquanto, ao ressuscitarem dos mortos, nem se casam, nem se dão em casamento; pelo contrário, são como os anjos nos céus. Mc. 12.24-25. “Ora, Deus não somente ressuscitou ao Senhor, mas também nos ressuscitará a nós pelo seu poder” I Cor. 6.14.. Quando somos batizados nas águas damos um testemunho de fé da nossa morte e ressurreição com Cristo. Fomos incluídos, mortos, sepultados e ressuscitados juntamente com ele (Rom. 6.3-5). “Sepultados com ele no batismo, nele também ressuscitastes pela fé no poder de Deus, que o ressuscitou dentre os mortos.” Cl 2.12. Quando nos batizamos estamos professando nossa fé de que o que Cristo fez por nós, já se torna em parte e se tornará na total realidade para nós na ressurreição dos mortos e receberemos um corpo semelhante ao seu corpo de glória (Fp. 3.21). Como informação, os cemitérios foram criados por volta do século XVII, e foram os cristãos protestantes que primeiro criaram esses campos para si, porque eram excluídos dos sepulcros católicos que primeiramente tinham como prática enterrar os seus mortos nas igrejas, os chamados campos santos. Os que eram enterrados a céu aberto eram os marginais, excluídos, pagãos, e os protestantes. Por causa de doenças contagiosas e espaço não perpetuou o enterro nesses campos santos, e a partir do século XVIII os católicos também começaram a enterrar os seus mortos em espaços assim determinados como cemitérios. Um cristão, independente de sua denominada igreja, tem como profissão de fé a ressurreição dos mortos. A cremação é uma modernidade, mas que tem influência espírita e maligna, portanto deve ser totalmente rejeitada pelos que professam a sua fé em Jesus Cristo, e nas promessas do mundo vindouro. Nossos corpos devem estar nos sepulcros, para de lá ouvirem o chamamento pela voz do Filho de Deus, e saírem: “Não vos admireis disso, porque vem a hora em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz e sairão: os que tiverem feito o bem, para a ressurreição da vida, e os que tiverem praticado o mal, para a ressurreição do juízo” Jo. 5.28-29.
Alguns dizem que não há problema em cremar o corpo porque para Deus o importante é o espírito do homem. É verdade que Deus salva o nosso espírito, mas não somos apenas espírito, e sim corpo, alma e espírito, e todos os três passam pelo processo de salvação. O corpo foi feito para o Senhor e o Senhor para o corpo (I Cor. 6.13), e em I Tessalonicenses 5.23, o Senhor nos diz: “E o próprio Deus de paz vos santifique completamente; e o vosso espírito, e alma e corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis (guardados íntegros) para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo”.
Vejam a expressão: “plenamente conservados”! No original grego a palavra é “tereo”, isto é, que se tome conta, guarde e seja mantido no estado no qual se encontra. Depois, íntegros, irrepreensíveis, no grego é “amemptos”, que quer dizer: guardados de tal maneira que não haverá censura. Guardados na sua natureza original, sem que haja nenhuma mudança. Portanto, o Senhor quer que tanto o nosso espírito, como a alma, e o corpo sejam guardados irrepreensíveis, em sua natureza original, de tal maneira que não haja censura no dia de Cristo. Cremando um corpo será que ele será guardado íntegro, na sua natureza original?
Um dia compareceremos diante da face de Deus, para sermos julgados pelo que fizemos através deste corpo, o bem ou o mal. E neste dia não haverá criatura alguma encoberta diante dele; antes todas as coisas estarão nuas e patentes aos olhos daquele a quem havemos de prestar contas. Cuidemos para que a nossa sentença não seja esta: “Não sabeis vós que sois santuário de Deus, e que o Espírito de Deus habita em vós? Se alguém destruir o santuário de Deus, Deus o destruirá; porque sagrado é o santuário de Deus, que sois vós” I Cor. 3.16-17.
O Senhor nos diz ainda: “A minha mão fez todas essas coisas, e assim todas elas vieram a existir, diz o Senhor; mas eis para quem olharei: para o humilde e contrito de espírito, que treme da minha palavra” Is. 66.2. Ele ainda diz: "Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, [que habita] em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos? Porque fostes comprados por bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo, e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus" I Cor. 6.19-20. O nosso corpo e o nosso espírito pertencem a Deus, e não podemos fazer dele o que quisermos. Temos que glorificar a Deus com eles. Portanto, perguntemos a Ele primeiro o que fazer com o nosso (Seu) corpo, antes de tomarmos as nossas decisões por convenções ou modernismos.
Edward Burke Junior - Londrina 09/2018 |