Os Filhos

"Eis que os filhos são herança do Senhor, e o 

fruto do ventre o seu galardão" Salmo 127.3.

Neste capítulo, queremos olhar para a Palavra de Deus, esperando inteiramente na graça que se nos oferece na revelação de Jesus Cristo, no que diz respeito aos nossos filhos. Vimos no capítulo anterior que temos promessas grandiosas de Deus para nossa casa, portanto, devemos empregar toda a diligência, e acrescentar à fé a virtude, e a virtude o conhecimento (II Pedro 1.5). Devemos atentar com toda a diligência para as coisas que temos ouvido, para que em tempo algum nos desviemos delas. Vivemos pela fé, fé nas promessas de Deus que nos traz esperança.

Bom é ter esperança diz o Senhor, e aguardar em silêncio a salvação do Senhor, atentando diligentemente para as ordenanças que o Senhor nos deixou para que sejam cumpridas na vida de nossos filhos, talvez o Senhor, o Deus dos exércitos, tenha piedade do resto de José (Lamentações 3.25, Amós 5.15). Lembremos sempre que para nós os que cremos é a bondade de Deus, porque a severidade é para os que caíram. Nós não somos daqueles que retrocedem para a perdição, mas daqueles que crêem para a conservação da alma. Todo aquele que nEle crê não será confundido, com toda a certeza.

Bem, a nossa função não é entrar numa área aonde só a Deus permite. Temos muitos mandamentos do Senhor que devem ser observados um a um para a criação dos nossos filhos. Nenhuma família pode sobreviver sem a submissão da mulher para com o marido, o amor do marido para com a sua esposa, e a obediência dos filhos para com os pais. Se não houver estas três coisas, nenhuma família pode viver bem. Uma casa pode haver obediência dos filhos e amor do pai, mas se não houver a submissão da mulher não poderá andar bem. Assim será com qualquer uma das partes. Os nossos filhos devem ser obedientes, senão a família será transtornada, ainda que os pais sejam regenerados.

Será os filhos uma benção ou uma maldição para os pais regenerados? Será que é possível os filhos não regenerados obedecerem a seus pais? Pode pais regenerados conviver com filhos não regenerados e ter uma família harmoniosa? Para encontrarmos estas respostas, precisamos caminhar pela Palavra de Deus e aprender qual deve ser a atitude dos pais para com seus filhos. Como dissemos o Senhor criou a família e também a maneira de edificá-la. Ele nos ensina o que é útil para cada situação e o caminho que devemos andar (Isaías 48.17)). Se observarmos atentamente a Sua Palavra, vamos habitar em segurança, e livres do temor do mal (Provérbios 1.33).

Hoje o método mais apreciado pelo mundo é a psicologia, mas estes padrões humanos estão caindo por terra, face à crescente perversidade dos filhos desta geração psicológica, e por isso estão reavaliando algumas teses, e uma delas é o de voltar a disciplinar os filhos. Para nós, os que cremos, sabemos que a sabedoria do mundo é loucura diante de Deus, e que a Palavra de Deus é a única verdade desde o princípio (Salmo 119.160). Quando amamos o Senhor e obedecemos a sua Palavra, ela fará o que Lhe apraz, e não voltará para Ele vazia (Isaías 55.11).

Filhos são uma benção ou uma maldição para os pais? A Palavra de Deus nos diz em vários lugares, que os filhos são uma benção do Senhor e nunca uma maldição: "Eis que os filhos são herança do Senhor, e o fruto do ventre o seu galardão" Salmo 127.3. O filho é uma benção quando se guarda a Palavra de Deus: "Bendito o fruto do teu ventre, e o fruto do teu solo, e o fruto dos teus animais, e as crias das tuas vacas e das tuas ovelhas" Deuteronômio 28.4. Os filhos daqueles que crêem, é a manifestação da bondade de Deus para com eles: "E levantando Esaú os olhos, viu as mulheres e os meninos, e perguntou: Quem são estes contigo? Respondeu-lhe Jacó: Os filhos que Deus bondosamente tem dado a teu servo" Gênesis 33.5. O Senhor considera bem-aventurados os filhos daqueles que são regenerados: "O justo anda na sua integridade; bem-aventurados serão os seus filhos depois dele" Provérbios 20.7.

O que primeiro temos que compreender é que os filhos não são nossos, mas são herança do Senhor colocados aos nossos cuidados, portanto, é responsabilidade dos pais instruí-los, corrigi-los e discipliná-los segundo a Palavra de Deus. Os que assim não procedem, estão colocando tropeços a esses pequeninos e sofrerão o juízo de Deus: "É impossível que não venham os tropeços, mas ai daquele por quem vierem! Melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma pedra de moinho e fosse lançado ao mar, do que fazer tropeçar um destes pequeninos" Lucas 17.1-2.

Amor pelos filhos não é dar tudo a eles. Muitos pais querem dar aos filhos aquilo que não tiveram quando criança, contribuindo cada vez mais para a sua perversidade. O que nunca podemos nos esquecer, é que nossos filhos enquanto não receberem de Deus uma nova vida, são pecadores como qualquer um, e somente a observância da Palavra de Deus pode fazer com que tenhamos filhos sábios. Nossos filhos não precisam ser criados nos melhores colégios, ou receberem uma educação européia, ou coisa semelhante, mas serem criados na disciplina e admoestação do Senhor: "E vós, pais, não provoqueis à ira vossos filhos, mas criai-os na disciplina e admoestação do Senhor" Efésios 6.4. Não podemos brincar com o mundo, porque ele jaz no maligno, e o mundo e satanás será desleal com os nossos filhos porque apresentam os seus bens para eles gozarem agora, já. 

Em Ezequiel, capítulo 16, verso 49, Deus nos mostra que três eram os pecados da cidade de Sodoma que Deus destruiu, e que também foi encontrado em Israel: Soberba, Fartura de pão, e Próspera Ociosidade. Para completar, eles nunca fortaleceram a mão do pobre e do necessitado. Olhando para os nossos filhos, podemos constatar que soberba é natural num coração pecador. Fartura de pão eles tem tido, porque Deus tem nos abençoado muito, e se não cuidarmos iremos propiciar a cada dia, meios para que nossos filhos fiquem o maior tempo possível sem fazer nada, logo, fazem-se prósperos na ociosidade. Olhando para este quadro de Sodoma, e olhando para a forma como muitos criam os seus filhos poderemos constatar tranqüilamente que a humanidade está sendo preparados para serem os novos moradores de Sodoma.

Fizemos esta analogia, com a finalidade que isto desperte a nós pais para uma maior diligência no cuidado com os nossos filhos, e devemos também lembrar que estamos vivendo os tempos trabalhosos como diz a Palavra de Deus em II Timóteo 3.1-2, porque os homens nestes dias são amantes de si mesmos, gananciosos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a seus pais, ingratos, sem afeição natural, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus. Esta é uma reclamação que temos encontrado nos quatro cantos do planeta, por isso mesmo, este cuidado com os nossos filhos se torna cada vez mais necessário e trabalhoso. Temos que cuidar que os nossos filhos sejam peregrinos e estrangeiros nessa terra, e não corram desenfreados como os demais, mas para isto, nós pais, temos que estar atentos ao ensino do Senhor.

A soberba, um dos pecados de Sodoma, como pudemos ver, é natural no coração de qualquer criança. É nato, não se adquire com o tempo. Soberba é esta altivez, esta arrogância, presunção, estultícia, insensatez que vemos em todas as pessoas: "Pois é do interior, do coração dos homens, que saem os maus pensamentos,... a soberba, a insensatez; todas estas más coisas procedem de dentro e contaminam o homem" Marcos 7.21-23. "A estultícia está ligada ao coração do menino..." Provérbios 22.15. "Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não vem do Pai, mas sim do mundo" I João 2.16.

Nestes versículos, encontramos o diagnóstico de Deus, e o único remédio de Deus para esta soberba é colocar limites. O que tem acontecido na maioria dos lares, por isso cresce a soberba dos filhos, é a falta dos pais em colocar limites aos seus filhos. Eles não tem hora para comer, dormir, jogar videogame, brincar e etc..., e isto tem contribuído para o crescimento da soberba dos filhos. Deus em tudo pôs limites, e Ele nos mostra que o limite tem a finalidade de quebrar o orgulho: "E tracei limites ao mar, pondo-lhe portas e ferrolhos, e lhe disse: Até aqui virás, porém não mais adiante; e aqui se quebrarão as tuas ondas orgulhosas?" Jó 38.10-11. Neste versículo, podemos ver que Deus pôs limites ao mar para quebrar o seu orgulho. Tudo Deus pôs limites até mesmo à habitação do homem (Atos 17.26). O maior de todos os limites que Deus pôs, são os tempos determinados por Ele. Ninguém pode adiantá-los ou atrasá-los: "Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo propósito debaixo do céu" Eclesiastes 3.1. Às ondas Deus diz: "Até aqui virás", e para nós, tudo tem o seu tempo determinado, e para com os filhos não pode ser diferente.

Nunca se quebrará o orgulho, a soberba dos nossos filhos se não houver limites e um tempo determinado para as coisas. O segundo pecado de Sodoma era fartura de pão. Este é um ponto muito sério, e que precisa de muita revelação de Deus. Vamos em primeiro lugar ver como Deus trata os seus filhos, este Pai que é o dono do ouro e da prata. Vejamos se Ele dá aos seus filhos grande fartura. Ele diz: "Sim, Ele te humilhou, e te deixou ter fome, e te sustentou com o maná, que nem tu nem teus pais conhecíeis; para te dar a entender que o homem não vive só de pão, mas de tudo o que sai da boca do Senhor, disso vive o homem" Deuteronômio 8.3. Como podemos verificar neste versículo, Deus até com seus filhos regenerados, precisa humilhá-los, com a finalidade de que aprendam muito mais que simplesmente serem alimentados com o pão que perece, e sim com o pão que permanece para a vida eterna. Dar tudo aos nossos filhos, e como dizem alguns: "do bom e do melhor", não é bom para eles. O melhor, é privá-los das coisas, ainda que tenhamos condições de comprar. Este é o método de Deus para que não nos esqueçamos de Deus e digamos em nosso coração: A minha força, e a fortaleza da minha mão é que adquiriram estas riquezas (Deuteronômio 8.14-18).

Não estamos dizendo só de pão, mas tudo. Sabemos que nunca daremos valor às coisas de Deus se elas forem simplesmente dadas. Pedro diz que o Senhor nos deu tudo, mas se não acrescentarmos à fé a virtude, e a virtude o conhecimento, ficaremos infrutíferos no conhecimento de Cristo. Deus poderia dar tudo, mesmo sem pedirmos, mas o Senhor diz que é com muitas tribulações que nos importa entrar no reino de Deus (Atos 14.22). O microscópio da Palavra de Deus diz que a sangue suga tem duas filhas que se chamam: Dá, Dá (Provérbios 30.15). Esta será sempre a atitude normal dos filhos para com os pais: dá, e dá. Temos que atentar para que o Senhor diz e ter cuidado, porque esta foi uma das características que levaram Sodoma a tornar os seus moradores pecadores extremados. Uma das coisas que podemos fazer com os nossos filhos e prová-los se eles em algum momento pensam nos pobres e necessitados. Disso fala o texto também. Se as coisas e os brinquedos que não usam mais podem ser doados para crianças necessitadas. Caso eles tenham o sentimento de manter tudo, isso revela a nossa negligencia no ensino e disciplina e estaremos alimentando a sua soberba: "Engordaram-se, estão nédios (viçosos); e ultrapassam até os feitos dos malignos; não julgam com justiça a causa dos órfãos, para que prospere, nem defendem o direito dos necessitados" Jeremias 5.28. Dar tudo o que querem, só contribui para serem cada vez mais soberbos e egoístas.

O terceiro pecado de Sodoma era uma ociosidade crescente. Ociosidade é o vício de gastar tempo inutilmente. Tudo hoje no mundo é estudado para se ganhar tempo. Para a maioria das pessoas, a sua vontade era viajar para belos lugares, ficarem em bons hotéis que não necessita de nenhum trabalho, comer fora e em bons restaurantes, e principalmente ficar sem fazer nada. Quantas mulheres não dizem que gostariam que inventassem uma máquina que apertando um botão, fizesse tudo? Tudo isto para poder gastar tempo com coisas inúteis. Os campeões de ociosidade são os que produzem entretenimento, tais como: a televisão, os videogames, computadores e etc..., caso você não os utilizem adequadamente. A Palavra de Deus nos diz que devemos remir o tempo, isto é, aproveitar o maior tempo possível com coisas úteis e boas, e não andar como os néscios que gastam o tempo com coisas inúteis e más: "Vede diligentemente como andais, não como néscios, mas como sábios, remindo o tempo, porquanto os dias são maus" Efésios 5.15-16.

A ociosidade cria uma série de problemas, que com atenção, podemos facilmente constatar nas crianças. Caso este seja o diagnóstico dos seus filhos, o que acontece é que estão gastando tempo inutilmente e com coisas más. A Palavra de Deus nos diz que uma das características de um ocioso é o desperdício. O desperdiçador não tem cuidado com a sua roupa, materiais escolares, bicicleta, brinquedos, comida, e tudo estraga facilmente: "Aquele que é remisso na sua obra (ocioso) é irmão do desperdiçador" Provérbios 18.9. Lembrem-se, quem ganha tudo facilmente nunca saberá o valor das coisas, portanto, será um próspero desperdiçador. Além de ser um desperdiçador, o ocioso é um desordeiro. Quem não tem cuidado com as coisas, normalmente também não tem ordem: "Passei junto ao campo do preguiçoso (ocioso), e junto à vinha do homem falto de entendimento; e eis que tudo estava cheio de cardos, e a sua superfície coberta de urtigas, e o seu muro de pedra estava derrubado (uma desordem). O que tendo eu visto, o considerei; e, vendo-o, recebi instrução. Um pouco para dormir, um pouco para toscanejar, um pouco para cruzar os braços em repouso; assim sobrevirá a tua pobreza como um salteador, e a tua necessidade como um homem armado" Provérbios  24.31-34.

Todo ocioso é preguiçoso, é desperdiçador, é desordeiro, e normalmente apático, indolente, não tem motivação para nada, apenas aquilo que lhe agrada. Estes são problemas do mundo moderno e se você não se tornar diligente no ensino e disciplina dos seus filhos, com certeza eles serão, ou já estão sendo afetados. Antigamente os filhos ajudavam seus pais desde pequenos em seus afazeres domésticos e comerciais. Hoje em dia, os pais não pensam outra coisa senão que seus filhos estudem, usufrua dos seus bens, e façam uma boa faculdade, tornando-os projetos de homens sem experiência alguma. Passam a melhor faze de suas vidas ociosos, envolvidos em teorias e ilusões que muitas vezes nunca são alcançadas, e na maioria das vezes vivendo com amigos da mesma idade que seus pais nem ao menos tem temor de Deus, ou buscando profissões rentáveis para engordar ainda mais a sua medida. Não sou contra o estudo, sou contra a falta de vocação, e esta vocação também vem de Deus. Encontramos hoje milhares de homens e mulheres com mais de 20 anos que jamais tiveram qualquer experiência com o trabalho, nem mesmo com aqueles que seriam suas obrigações diárias. A humanidade está caminhando para o fogo, e que Deus dê sabedoria aos seus filhos para que estes possam criar os seus filhos conforme a Palavra de Deus e não conforme o curso deste mundo: "E desejamos que cada um de vós mostre o mesmo zelo até o fim; para completa certeza de esperança; para que não vos torneis indolentes, mas sejais imitadores dos que pela fé e paciência herdam as promessas" Hebreus 6.11-12.

No livro de Gálatas, capítulo 4, verso 1, nos ensina que mesmo que sejamos herdeiro de tudo, no princípio não diferimos em nada de um servo, até o tempo determinado pelo Pai. Com isto Deus nos ensina, que mesmo que possamos ter empregados em nossas casas, os filhos não devem diferir deles no que diz respeito ao aprendizado dos afazeres domésticos. Os filhos necessitam de tarefas e com estas tarefas aprendem muitas coisas que um dia servirá para que eles também possam governar as suas casas. Deus no Jardim do Éden, apesar de prover tudo para o homem, ordenou que ele lavrasse e cuidasse do jardim, cuidando com isso que eles não ficassem ociosos. As tarefas diárias para os filhos são uma necessidade. Comece com as suas próprias coisas como: cama, roupas, banheiro, brinquedos, lanche e etc...: "Em todo trabalho há proveito; meras palavras, porém, só encaminham para a penúria" Provérbios 14.23.

Lembrando o que já dissemos acima, não podemos nos esquecer que os habitantes de Sodoma não fortaleciam a mão do pobre e do necessitado. Este é um assunto até para os pais que tem ajuntado para o fogo, e não ajuntado tesouros no céu. Muitos fazem intercambio com pessoas de outros países, que tal fazermos um intercambio com uma família pobre? Tenho certeza que será de muita valia para os dois. Lembra do que Jesus disse quando convidarmos alguém para ir a nossa casa? Ele disse: "E dizia também ao que o tinha convidado: Quando deres um jantar, ou uma ceia, não chames os teus amigos, nem os teus irmãos, nem os teus parentes, nem vizinhos ricos, para que não suceda que também eles te tornem a convidar, e te seja isso recompensado. Mas, quando fizeres convite, chama os pobres, aleijados, mancos e cegos, e serás bem-aventurado; porque eles não têm com que to recompensar; mas recompensado te será na ressurreição dos justos" Lucas 14.11-14. Pode-se também pensar em um estágio de alguns dias em algum orfanato da cidade. Tenho certeza que será de muita valia por toda vida.

Não devemos nos esquecer que para tudo tem um tempo determinado, e a criação dos nossos filhos não é somente disciplina e ensino. Também devemos separar um tempo para a atenção, o lazer e as brincadeiras com os nossos filhos. Eles precisam ser supridos da atenção e companheirismo dos pais para não se sentirem atraídos pela atenção dos outros e pelo mundo. Os filhos devem ter prazer nos pais, e para isto temos que investir no lado afetivo da família. Tanto no casamento como na criação dos filhos isto é algo muito importante, para que eles não sintam que nós pais só nos achegamos a eles para disciplinar. A alegria é uma das coisas que nos atrai à comunhão com Deus, ainda que Ele seja um Pai que nos disciplina: "Far-me-ás ver a vereda da vida; na tua presença há fartura de alegrias; à tua mão direita há delícias perpetuamente" Salmos 16.11. Se Ele fosse apenas disciplinador e não presente, bondoso e amoroso, com certeza isto nos levaria a ter medo dEle e nos afastaria.

Em Efésios, capítulo 6, verso 4, Deus nos mostrou que devemos criar nossos filhos na disciplina e admoestação do Senhor. Somente colocar limites, dar tarefas, e privá-los de algumas coisas não é o suficiente. Os nossos filhos precisam de tudo isto, mas principalmente da disciplina e admoestação do Senhor. Em primeiro lugar, vemos a disciplina do Senhor. Podemos encontrar vários meios de disciplinar, mas a única que funciona é a disciplina do Senhor. A disciplina do Senhor é usar uma varinha. Varinha mesmo, um pequeno pedaço de galho de alguma árvore, e ela pode ser correspondente ao tamanho da criança: "Nos lábios do entendido se acha a sabedoria; mas a vara é para as costas do que é falto de entendimento" Provérbios 10.13. A vara é o meio que Deus determinou, para que nossos filhos sejam disciplinados. E já que é a Palavra de Deus, ela só funciona se a usarmos por fé. Não se pode usar outro meio, tais como: tapa, cinta, chinelo, etc..., daí não será mais disciplina do Senhor, portanto, não podemos esperar resultados. Alguns querem dizer que esta vara não é literal, mas se ela não fosse não deixaria vergões como diz Provérbios 20.30. Até mesmo Paulo foi julgado tolo injustamente e sofreu os seus açoites! (Atos 16.23).

Encontramos no coração da criança, como pudemos ver, a estultícia, a soberba, e é somente a vara da correção que poderá afugentar esta estultícia dela: "A estultícia está ligada ao coração da criança; mas a vara da correção a afugentará dela" Provérbios 22.15. É precioso sabermos que Deus proveu para nós um meio de afugentar de nossos filhos esta estultícia, mesmo que eles não sejam regenerados. Imagine se eles fossem entregues à sorte até que Deus fizesse uma obra em seus corações? Portanto ela é uma bendita providência de Deus. Outra benção da varinha, é que nos traz a promessa de livrar os nossos filhos do inferno: "Não retires da criança a disciplina; porque, fustigando-a tu com a vara, nem por isso morrerá. Tu a fustigarás com a vara e livrarás a sua alma do inferno" Provérbios 23.13-14. Um ponto que muitas pessoas tem dúvidas é quando começar a disciplinar. No versículo acima, Deus nos ensina que não devemos retirar da criança a disciplina. Se deixarmos de disciplinar a criança uns 6 meses, estaremos retirando por seis meses a disciplina, medite nisso. Aí alguém poderá dizer: - Mas é tão pequenininha? É pequenininha, mas já nasceu em iniquidade e tem um coração bem definido para a perversidade. Todo pai ou mãe deve iniciar a disciplina quando notar de forma aparente a estultícia. Estultícia não são coisas de crianças que podemos notar facilmente e que todas tem, mas aquilo que mostra rebeldia.

Poupar a vara é falta de amor, “melhor é a repreensão aberta do que o amor encoberto”. Disciplinar deixa feridas, mas fiéis são as feridas feita por aquele que ama (Provérbios 27.5-6). Aquele que ama não deixa de disciplinar seu filho a seu tempo: "Aquele que poupa a vara aborrece a seu filho; mas quem o ama, a seu tempo o castiga" Provérbios 13.24. Até mesmo na disciplina tem um tempo. Não é para discipliná-lo todo tempo, mas em todo tempo que a disciplina for necessária, onde detectarmos rebeldia. Esta disciplina do Senhor, que é a varinha, não deve ser nunca retardada, pois, enquanto ela estiver sendo usada haverá esperança: "Corrige a teu filho enquanto há esperança; mas não te incites em destruí-lo" Provérbios 19.18. Incitar a destruí-lo, é dizer ao seu filho que ele não tem mais jeito, não tem mais cura. Sempre estamos no tempo quando cremos na Palavra de Deus, sabendo que tudo foi escrito para o nosso ensino, e que pela paciência e consolação provenientes das Escrituras tenhamos esperança (Romanos 15.4).

A disciplina do Senhor como pudemos ver é a varinha, e a repreensão ou admoestação do Senhor é a Sua Palavra. Estas duas coisas devem andar juntas. Só a vara, ou só a Palavra não trará ao nosso filho sabedoria, nem aos pais descanso. Nestes versículos abaixo, podemos saber se nossos filhos estão sendo bem criados no Senhor ou não. Caso não passem no crivo da Palavra de Provérbios 29, nos versos 15 e 17 está faltando para ela a vara e a repreensão: "A vara e a repreensão dão sabedoria; mas a criança entregue a si mesma envergonha a sua mãe. Corrige a teu filho, e ele te dará descanso; sim, deleitará o teu coração" Provérbios 29.15,17. Se teu filho estiver te envergonhando, tem-lhe dado muito trabalho e tristeza, e não descanso, isso mostra que ele precisa ser disciplinado e admoestado. A repreensão deve sempre ser feita com a Palavra de Deus, porque somente Ela é útil para ensinar, para repreender, para corrigir, e para instruir em justiça, para que eles sejam homens e mulheres de Deus (II Timóteo 3.16) acompanhada da vara da correção.

Tudo tem um tempo determinado, menos a Palavra de Deus. Ela deve ser falada aos nossos filhos a tempo e fora de tempo: "E estas palavras , que hoje te ordeno, estarão no teu coração; e as ensinarás a teus filhos, e delas falarás sentado em tua casa e andando pelo caminho, ao deitar-te e ao levantar-te" Deuteronômio 6.6-7. Mesmo aqueles filhos que já estão em fase adulta, ou casados, Deus nos ensina que eles precisam saber e aprender, independente de sexo ou idade: "Congregai o povo, homens, mulheres e pequeninos, e os estrangeiros que estão dentro das vossas portas, para que ouçam e aprendam, e temam ao Senhor vosso Deus, e tenham cuidado de cumprir todas as palavras desta lei; e que seus filhos que não sabem, ouçam, e aprendam a temer ao Senhor, todos os dias que viverdes sobre a terra..." Deuteronômio 31.12-13.

Deus nos ensina que devemos repreender nossos filhos com a Palavra de Deus, porque ela é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes. Ela faz divisão de alma e de espírito, e é apta para discernir os pensamentos e as intenções do coração (Hebreus 4.12). Com tantos sofismas no mundo, e tudo sendo colocado na mente de nossos filhos, nada irá derrubar isto deles, somente a palavra de Deus. Além de destruir tudo o que se ergue contra o conhecimento de Deus, leva todo pensamento à obediência a Cristo (II Coríntios 10.45). A Palavra falada aos nossos filhos fica neles, e isto os guarda, os ensina e os livra em todo o tempo e principalmente quando não estão debaixo dos nossos olhos: "Filho meu, guarda o mandamento de teu pai, e não abandones a instrução de tua mãe; ata-os perpetuamente ao teu coração, e pendura-o ao teu pescoço. Quando caminhares, isso te guiará; quando te deitares, te guardará; quando acordares, falará contigo. Porque o mandamento é uma lâmpada, e a instrução uma luz; e as repreensões da disciplina são o caminho da vida" Provérbios 6.20-23.

Quando criança, é necessário fustigar com a vara, mas quando ele se torna menino, devemos ainda andar com a vara, mas usar somente a Palavra. Deus nos ensina isto quando Moisés conduzia o povo de Israel através do deserto. Ele instruiu Moisés, na primeira vez, a tomar a vara e ferir a rocha. Na segunda vez, Deus disse que era para ele levar a vara, mas falar a rocha (Números 20.8) Assim também deve ser quando a criança se torna menino: "Ensina o menino no caminho em que deve andar, e até quando for velho não se desviará dele" Provérbios 22.6. Se usarmos a vara da correção quando ainda são crianças, a estultícia fugirá dele e a Palavra ensinada irá permanecer nos seus corações. Como já dizemos, esta foi a maneira como Deus providenciou a nós pais, até que os nossos filhos cheguem a uma experiência real de regeneração. Somente as Sagradas Escrituras pode nos tornar sábios e tornar nossos filhos sábios para a salvação (II Timóteo 3.15). Os ímpios tem olhos mas não vêem, tem ouvidos mas não ouvem, mas nós, os que cremos, podemos dizer que temos sido ensinados; temos os olhos abertos e os ouvidos e para ouvir. Diante disto o Espírito diz: "Quem tem ouvidos para ouvir, ouça".

E não enganemos a nós mesmos, porque se formos apenas ouvintes e não praticantes, iremos colher mais tarde aquilo que estivermos plantando. Se for na carne iremos colher corrupção, mas se for no Espírito ceifaremos vida eterna. Se formos ouvintes e praticantes seremos bem-aventurados naquilo que fizermos (Tiago 1.23-25). Amém.

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