A VISÃO CORRETA E A GLÓRIA DEVIDA

Nós temos uma tendência natural de tudo inverter, de tudo perverter. Somos tendenciosos porque desejamos a glória, a glória que só pertence a Deus.

Usamos com muita freqüência os termos: Temos que levar as pessoas para Jesus; temos que pregar o evangelho, levar para a igreja e etc..., mas não consideramos que as Escrituras não comungam com esses pensamentos. O Espírito Santo glorifica a Pessoa de Cristo e Jesus Cristo ao Pai.

Primeiramente ninguém pode levar alguém para Jesus, somente o Pai pode. Jesus, que é a testemunha fiel disse: "Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou o não trouxer; e eu o ressuscitarei no último dia" João 6.44.

E também ninguém pregando o evangelho pode levar alguém a Jesus, pois ele acrescenta a seguir: "Está escrito nos profetas: E serão todos ensinados por Deus. Portanto, todo aquele que do Pai ouviu e aprendeu vem a mim" João 6.45. Ouviu do Pai, do Espírito Santo.

Será que cremos no que Jesus disse quando programamos as nossas comissões? Ele ainda acrescenta no verso 65 do mesmo capítulo: "O espírito é o que vivifica, a carne para nada aproveita... Por isso eu vos disse que ninguém pode vir a mim, se por meu Pai não lhe for concedido".

É verdade, o Senhor Jesus disse: "Ide e pregai o evangelho a toda criatura", e também Paulo acrescenta em Romanos 10.14: "Como crerão se não há quem pregue". Aprouve a Deus salvar os que crêem pela loucura da pregação (I Coríntios 1.21), mas como pregaremos se não formos enviados (Romanos 10.15); formos comissionados e preparados por Deus para este serviço?

Creio que o ápice da nossa perversidade é querer levar alguém para a igreja, como se pudéssemos incluí-lo no corpo de Cristo. É Ele quem vem a nós e faz do nosso corpo o seu templo, morada do Espírito, Casa de Deus e Igreja de Jesus Cristo: "...a sua saída, como a alva, é certa; e ele a nós virá como a chuva, como chuva serôdia que rega a terra" Oséias 6.3.

Paulo falando pelo Espírito, da pregação que vem pelo ouvir e o ouvir da Palavra de Deus, acrescenta que Deus é quem busca pela pregação uma gente. Gente que nem era povo, que não lhe buscava, não lhe queria, e nem perguntava por Ele. Essa gente insensata, esses gentios somos nós: "...eu vos porei em ciúmes com aqueles que não são povo, com gente insensata vos provocarei à ira. E Isaías ousadamente diz: Fui achado pelos que não me buscavam, manifestei-me aos que por mim não perguntavam" Romanos 10.19-20.

Quem é justo, quem entende, quem busca a Deus? Ninguém. Todos se extraviaram e juntamente se fizeram inúteis (Romanos 3. 10-18). Só o Espírito pode convencer alguém do pecado, da justiça e do juízo de Deus (João 16.8). Somente alguém que recebeu o Espírito poderá compreender as coisas que lhe foram dadas gratuitamente por Deus (I Coríntios 2.12).

Ele é quem nos amou com amor eterno e nos atraiu (Jeremias 31.3). Ele é quem nos atraiu a Ele naquela cruz e nos fez morrer juntamente com Ele (João 12.32; Romanos 6.3-6). Ele é quem nos predestinou, nos chamou, nos justificou e nos glorificou em Cristo (Romanos 8.30), e isto antes da fundação do mundo (Efésios 1.6).

Não é o vaso que faz o artífice, mas o artífice o vaso. Deus é o artífice e nós o vaso. O que Ele planejou o está executando segundo a sua vontade soberana: "Vós tudo perverteis, como se o oleiro fosse igual ao barro, e a obra dissesse do seu artífice: Não me fez; e o vaso formado dissesse do seu oleiro: Nada sabe" Isaías 29.16.

Mas você poderá dizer: - Mas somos instrumentos em suas mãos! Sim, é verdade, mas somente instrumentos. Depois te termos feito tudo, consideremo-nos servos inúteis, porque só fizemos o que fomos mandados fazer (Lucas 17.10). O que passa disto é glória pessoal e presunção: "Porventura gloriar-se-á o machado contra o que corta com ele, ou presumirá a serra contra o que puxa por ela, como se o bordão movesse aos que o levantam, ou a vara levantasse como não sendo pau?" Isaías 10.15.

Portanto louvemos ao Senhor, demos-lhe a devida glória, porque a Ele pertence à glória, a majestade e a força, desde agora e para todo sempre. Amém.

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