A PROSPERIDADE NO SENHOR

 

  

Estamos vivendo um tempo na cristandade em que a "prosperidade" tem sido muito evidenciada através das mensagens nos púlpitos e televisão. A prosperidade como testemunho de benção e até como certa riqueza espiritual, mas isto é um sinal do final dos tempos, onde os valores espirituais verdadeiros são trocados por coisas que não passam de miséria: "Como dizes: Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta; e não sabes que és um desgraçado, e miserável, e pobre, e cego, e nu" Apocalipse 3.17.

O apóstolo João em sua terceira carta, escrita ao presbítero Gaio, na versão (RA), fala de uma real prosperidade: a da alma (III João 1.2).

No livro de Isaías, no capítulo 61, o Senhor nos mostra versículo a versículo como segue fazendo a sua obra, e qual é a real prosperidade no reino.

Verso 1 e 2: "O Espírito do Senhor Deus está sobre mim; porque o Senhor me ungiu, para pregar boas novas aos mansos; enviou-me a restaurar os contritos de coração, a proclamar liberdade aos cativos, e a abertura de prisão aos presos; a apregoar o ano aceitável do SENHOR e o dia da vingança do nosso Deus; a consolar todos os tristes".

Aqui fala da própria pessoa de Cristo e da sua missão na terra: Trazer salvação a todos os homens. Ele primeiro realizou esta salvação através do derramamento do seu sangue na cruz, morreu e depois trouxe vida através da ressurreição. Depois subiu ao céu e derramou o seu Espírito sobre toda a carne, com prodígios e sinais (Atos 2.16-21), para cumprir o verso 3 de Isaías 61.

Verso 3: "A ordenar acerca dos tristes de Sião que se lhes dê glória em vez de cinza, óleo de gozo em vez de tristeza, vestes de louvor em vez de espírito angustiado; a fim de que se chamem árvores de justiça, plantações do Senhor, para que ele seja glorificado".

A obra realizada por Cristo na cruz agora chega a nós pela fé no evangelho através do Espírito. Nós que estávamos assentados em trevas, e na sombra da morte vimos uma grande luz (Mateus 4.16). A luz raiou trazendo glória, gozo, louvor e uma vida frutífera.

O jardim do Éden que tinha a figura da Igreja agora traz a sua realidade em Cristo. Os ramos, cuidados e limpos pelo Pai, e enxertados na videira dando muito fruto (João 15). Plantação do Senhor para que Ele seja glorificado.

Verso 4: "E edificarão os lugares antigamente assolados, e restaurarão os anteriormente destruídos, e renovarão as cidades assoladas, destruídas de geração em geração".

Agora as cidades que estavam assoladas, e que em nome da cristandade levantaram um edifício de madeira, feno e palha que para o Senhor é uma desolação, agora é restaurada. O testemunho do Senhor sendo restaurado por um edifício de pedras vivas, edificados para morada de Deus no Espírito (Efésios 2.21-22).

Versos 5 e 6: "E haverá estrangeiros, que apascentarão os vossos rebanhos; e estranhos serão os vossos lavradores e os vossos vinhateiros. Porém vós sereis chamados sacerdotes do Senhor, e vos chamarão ministros de nosso Deus; comereis a riqueza dos gentios, e na sua glória vos gloriareis".

De simples homens, mortos em delitos e pecados, e separados de Deus, para uma nação santa, de propriedade exclusiva de Deus; uma nação sacerdotal. Ministros de Deus, e embaixadores de Cristo, para que através da sua glória, possamos nos gloriar. Uma glória que provém dEle, e que é para Ele.

Verso 7: "Em lugar da vossa vergonha tereis dupla honra; e em lugar da afronta exultareis na vossa parte; por isso na sua terra possuirão o dobro, e terão perpétua alegria".

Além da salvação e da glória de vivermos como Corpo de Cristo, e participantes da sua natureza divina, foi nos dada a graça de sermos participantes do seu Reino. Uma dupla honra. Filhos de Deus e herdeiros com Cristo. Reinar em vida e herdar a terra por Jesus Cristo.

Verso 8: "Porque eu, o Senhor, amo o juízo, odeio o que foi roubado oferecido em holocausto; portanto, firmarei em verdade a sua obra; e farei uma aliança eterna com eles".

O Senhor ama o juízo. Primeiro o nosso juízo foi estabelecido na cruz onde tivemos que morrer com Ele. Agora o juízo para o Reino onde temos que negar a nós mesmos e tomar cada dia a nossa cruz. Não mais EU, mas Cristo. Cristo tudo e em todos. Somente Cristo e nada mais do homem. Conformes à imagem do Seu Filho. Uma aliança eterna.

Verso 9: "E a sua posteridade será conhecida entre os gentios, e os seus descendentes no meio dos povos; todos quantos os virem os conhecerão, como descendência bendita do Senhor".

A promessa é para nós e para os nossos filhos (Deuteronômio 29.29); para a nossa posteridade. E ela será conhecida entre os povos. O testemunho de Cristo em nós. Na cidade através da Igreja, e depois a outros povos sendo levados pelo evangelho da graça e do reino. Em todas as tribos, línguas, povos e nações há homens comprados pelo Senhor; são os descendentes dos filhos de Deus de geração em geração.

Verso 10: "Regozijar-me-ei muito no Senhor, a minha alma se alegrará no meu Deus; porque me vestiu de roupas de salvação, cobriu-me com o manto de justiça, como um noivo se adorna com turbante sacerdotal, e como a noiva que se enfeita com as suas jóias".

São tempos de muita alegria. Se olharmos para as circunstâncias podemos cair no erro de dizer que falta muito, mas com isso podemos perder aquilo que o Senhor já tem feito em nós e nos nossos irmãos. Nós julgamos pelo que vemos, mas o justo deve viver pela fé.

Regozijemo-nos e nos alegremos muito no Senhor. Que a nossa alma esteja alegre no nosso Deus, porque nos vestiu com vestes brancas. Os nossos pecados se tornaram brancos como a pura lã. O Senhor já está adornado, pois Ele é o sumo sacerdote da nossa confissão, e agora está enfeitando a sua noiva com a obra do Espírito.

Verso 11: "Porque, como a terra produz os seus renovos, e como o jardim faz brotar o que nele se semeia, assim o Senhor Deus fará brotar a justiça e o louvor para todas as nações".

O Senhor disse que Ele mesmo edificaria a sua Igreja. A Igreja do Senhor não é uma obra humana, feita de tijolos moldada pelas mãos humanas, mas pela mão poderosa e misericordiosa do Senhor. O próprio Senhor fará sobressair a nossa justiça e o testemunho perante as nações. Só Ele pode fazer isto.

Creiamos, esperemos e andemos por fé. Conheçamos e prossigamos em conhecer ao Senhor. A sua saída como o sol da manhã é certa e já tem brilhado em nossos corações. Ele agora tem vindo a nós como a chuva, como a chuva serôdia que rega a terra (Oséias 6.3). Ele nos rega para recebermos a benção, e para darmos o fruto proveitoso (Hebreus 6.7).

Esta é a verdadeira prosperidade, a prosperidade da alma vinda do Senhor, fazendo chegar à medida e estatura de Cristo, e não a prosperidade que foi oferecido a Jesus por Satanás, das riquezas e glórias desse mundo. Amém.