A RESTAURAÇÃO DE DEUS PARTE IV - O ALTAR
Como vimos anteriormente, o Senhor nos faz primeiramente retornar à Sua Palavra, depois reacende a sua lâmpada trazendo visão espiritual, mas com o propósito de que Cristo tenha toda a preeminência. Ele é antes de todas as coisas, e tudo subsiste por Ele. O Alfa e o Ômega, o princípio e o fim de tudo. E como também vimos, toda restauração de Deus começa pelo seu Filho, porque Ele é o testemunho de Deus. Como também já citamos, irmãos preciosos tem exaustivamente falado pelo Espírito, usando os livros de Esdras e Neemias para ensinar a Igreja sobre a restauração do testemunho do Senhor. Mas como o orvalho de Hermon que desce a cada manhã sobre os montes de Sião, e o maná que é dado a cada dia também pela manhã, que o Espírito traga um frescor e um novo alimento para a Igreja de Jesus Cristo; o qual esperamos que Ele o faça em Nome de Jesus. As torrentes do rio Jordão começam com o orvalho que desce do Hermon, e o pão nosso de cada dia, que desce dos céus, se torna doce em nosso ventre. O Senhor antes de fazer a obra da criação realizou um grande projeto a partir do seu Filho Jesus (Heb. 11.10). Ele é o arquiteto e edificador dessa obra, e sempre que o homem se desvia desse projeto, desse propósito eterno de Deus em Cristo, Ele o faz voltar. Lembrando que todo desvio é de Cristo e para Ele temos que retornar, porque todo o prazer do Pai está nEle e toda a sua vontade será satisfeita. O que todos devemos temer, é que mesmo que este projeto já esteja acabado desde antes da fundação do mundo, Ele pode dizer em qualquer tempo na sua ira: "Não entrarão no meu descanso" Hebreus 4.3. Olhando para este projeto, para este propósito eterno, vemos então, depois dos 70 anos do cativeiro na Babilônia, Deus restaurando a Sua Palavra que insistentemente foi enviada ao seu povo e desprezada, quando ainda estavam em Israel (II Cron. 36.15-16). Então Deus abriu os olhos de Daniel para ver pelas Escrituras que os 70 anos determinados ao povo de Israel tinha se cumprido (Dan. 9.2). Daniel então, apesar de não retornar a Jerusalém, teve a visão que Deus iria restaurar o templo de Israel, fazendo o seu povo retornar para a terra, e orou pelo povo. Que coisa bendita é a oração segundo a vontade de Deus! Deus nunca se esquece da sua promessa. Mesmo diante da incredulidade e desprezo do homem, Ele sempre faz uma promessa, sempre jura por si mesmo (Heb. 6.13-18). Daí traz a luz à Sua Palavra aos remanescentes, para que estes unidos ao Seu coração possam orar e serem cooperadores na sua obra. Assim Deus fez, não com todos a princípio, mas com os remanescentes, pois na restauração, eles sempre são os que cooperam com o Senhor. Deus então estimula os seus espíritos para subirem a Jerusalém para restaurar o templo (Esd. 1.5). A restauração é como um despertar de um sono para os remanescentes (II Cron. 36.22-23, Esd. 1.1). É claro e notório que Deus tem feito uma restauração preciosa do seu testemunho em todo o mundo, e que muitos tem tido a graça de serem participantes; vendo a princípio, clamando e caminhando em cada ponto. Não usa a todos porque Deus segue o seu padrão como podemos ver na restauração do templo, mas o seu coração, apesar de usar os seus remanescentes, é para todos. Ainda que inicie com os apóstolos, profetas, mestres e santos aperfeiçoados, Ele deseja que todos cheguem (Ef. 4.13). Só não poderão entrar os que não crerem (Heb. 3.19). Como Deus segue o seu projeto, o seu desenho inicial, a restauração do templo de Israel traz traços muito preciosos para nós olharmos como segue a restauração que Deus tem feito. O Senhor envia a Sua Palavra, traz a visão e a primeira coisa que restabelece é a primazia, a preeminência da Pessoa de Cristo. E isto vemos claramente na restauração do altar, depois dos alicerces, depois do muro e das portas, porque o templo ou o edifício somos nós, a Casa espiritual, a Sua Igreja. A obra de restauração também requer paciência, não por causa de Deus, mas por causa da fraqueza do homem e dos combates do inimigo, o qual o Senhor deixa para que o seu povo conheça que Ele é o Senhor, e que goze de todas as vitórias alcançadas por Cristo. O Senhor deixa o inimigo para exercitar o seu povo (Jz. 3.1-2), tão somente para que por Cristo também sejam mais do que vencedores. Desde que começaram a restaurar houve muitas interrupções, o que fez com que a obra estivesse acabada somente em 46 anos (Jo. 2.20). Com Davi e Salomão, como com Jesus, a obra de construção foi rápida, mas a restauração sempre demora mais. Para terminar são necessárias 2 gerações; uma que restaura o altar e os alicerces, e outra que restaura os muros com as suas portas. A ordem deveria ser inversa, pois seria necessário restaurar os muros com as suas portas e depois o altar, mas vemos que Deus sempre inicia pelo seu Filho, e através do seu sacrifício. Lembremos que antes de Deus criar os céus e a terra, o seu altar foi a primeira coisa a ser levantado, pois o Cordeiro já tinha sido imolado, e o sangue já tinha sido derramado (Apoc. 13.8). O altar é a primeira coisa a ser levantado e também a ser restaurado, porque o altar representa a Cristo e sua obra sacrificial na cruz. O homem ficou em inimizade contra Deus por causa da queda de Adão, e separado da vida de Deus (Ef. 4.18). Separado da vida de Deus e destituído da sua glória (Rom. 3.23), como filhos da ira (Ef. 2.3). Para tornarmos a viver com Deus é necessário primeiro uma reconciliação, e ela só pode ser alcançada pela morte. Os pecados só são justificados com o sacrifício de um inocente, e o pecador com a morte (Isa. 22.14; Rom. 6.7). Portanto, é necessário que o pecador, ainda que seja colocado um substituto para o sacrifício, se identifique com aquele que está sendo oferecido em sacrifício. Abel ofereceu um melhor sacrifício, ele viu o Cordeiro de Deus ali, Cristo sendo sacrificado, como também se viu morrendo juntamente com Ele. Quando Deus justifica não vê a morte do substituto somente, mas do pecador também. Cristo é o cordeiro que foi sacrificado, mas Ele também é o altar. Qualquer homem só pode viver com Deus se for incluído ali. Por isso Deus não aceitou a Caim e a sua oferta. Ele não viu necessidade de se reconciliar com Deus, portanto ele só pensou no sacrifício e não no altar. Pensou que poderia ser aceito como um pecador. Ele não viu necessidade se uma morte e de justificação. Quando as Escrituras relatam que homens no passado levantaram altares ao Senhor, nos revela que eles estavam se entregando ao Senhor - o altar é testemunho disso - como sacrifício pelo pecado, para que em Cristo tivessem Vida. Portanto, a restauração do altar restaura a vida do homem com Deus, tanto no que diz respeito à reconciliação quanto à vida espiritual a seguir. Com Deus e com a Igreja, pois a realidade da Igreja são homens e mulheres justificados pela fé, que agora também oferecem os seus corpos como um sacrifício vivo, santo e agradável a Deus. De homens e mulheres cristãos que foram perdoados, justificados e que agora se consideram mortos para o pecado e vivos para Deus em Cristo Jesus (Rom. 6.11). Quando o altar é restaurado toda a comunhão com o Pai, com o Filho, e uns com os outros também é restaurada. Todas as coisas a serem restauradas por Deus dizem respeito ao seu Filho, por isso a restauração é do testemunho de Deus, que de seu Filho testificou (I Jo. 5.9), e o altar é a primeira representação dEle. Na figura do altar, como a primeira coisa a ser restaurada no templo, mostra que o Senhor restaura a obra de justiça de Deus em Cristo na cruz, no que diz respeito à salvação, perdão, justificação como também de santificação. A Palavra da cruz é loucura para os que perecem, mas para nós que somos salvos é o poder de Deus (I Cor. 1.18). Sem o altar e o cordeiro a ser sacrificado, isto é, sem Cristo, nada começa com Deus. Deus não aceita o homem pecador para viver com Ele, pois luz e trevas não podem ter comunhão. Se alguém diz que conhece a Deus e anda em trevas é mentiroso (I Jo. 1.6). Por isso Deus começa pelo altar, começa pela reconciliação, começa em nada propor, senão a Jesus Cristo, e este crucificado (I Cor. 2.2). Não há obra de restauração se primeiro não for restaurado o testemunho do Senhor quanto à Cristo, o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Nada inicia sem que o homem tome este Cordeiro e o ofereça em seu lugar a Deus, e se veja nEle, morto juntamente com Ele. E pela fé neste sacrifício seja justificado pelo sangue, morte e ressurreição de Cristo. O altar e o Cordeiro para o sacrifício, que são um só: Cristo Jesus. O novo céu e a nova terra é testemunho disso. Lá não haverá mais altar, nem santuário, pois tudo será o Senhor e o Senhor será tudo (Apoc. 21.22). O que ficará é o testemunho do Cordeiro que foi morto, porque as chagas continuarão em suas mãos e pés pela eternidade. Tudo será esquecido, menos aquilo que iniciou a nossa reconciliação e vida com Deus; que Ele foi morto, mas agora vive pelos séculos dos séculos. Amém. |
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