4.o Dia

No quarto dia, Deus disse: "haja luminares no firmamento do céu, para fazerem separação entre o dia e a noite;

sejam eles para sinais e para estações, e para dias e anos; e sirvam de luminares no firmamento do céu, para alumiar a terra.

E assim foi. Deus, pois, fez os dois grandes luminares: o luminar maior para governar o dia,

e o luminar menor para governar a noite; fez também as estrelas.

E Deus os pôs no firmamento do céu para alumiar a terra, para governar o dia e a noite, e para fazer separação entre a luz e as trevas.

E viu Deus que isso era bom. E foi a tarde e a manhã, o dia quarto" Gênesis 1.14-18.

Neste quarto dia Deus criou o Sol, a Lua e as estrelas no firmamento do céu. Esses três luminares, essas três qualidades de astros foram criados e colocados nos céus para iluminar a terra.  O quarto dia representa o quarto milênio, onde temos a manifestação da luz, do sol da justiça, da estrela da alva que é Jesus; da lua que figura a Igreja, e das estrelas que figuram os filhos de Abraão, os filhos da fé do antigo testamento. Que esses três iluminariam o céu e a terra. Havia nos três primeiros dias, dia e noite, mas Deus quis fazer separação entre o dia e a noite, entre os filhos do dia e os filhos das trevas como vimos no primeiro dia. Mas a luz só prevalecia durante o dia, porque a noite quem prevalecia eram as trevas. Isto nos mostra que antes do quarto milênio as trevas prevaleciam sobre os filhos de Deus a noite. Eles só resplandeciam durante o dia, mas a noite estavam dominados pelas trevas. Isto nos ensina a Escrituras, que a morte reinou até Jesus, e quem tinha o império da morte era o diabo. As trevas mantinham os filhos da luz em escravidão: "Portanto, visto como os filhos são participantes comuns de carne e sangue, também ele semelhantemente participou das mesmas coisas, para que pela morte derrotasse aquele que tinha o poder da morte, isto é, o Diabo; e livrasse todos aqueles que, com medo da morte, estavam por toda a vida sujeitos à escravidão" Hebreus 2.14-15.

 As trevas permaneciam por toda a noite, mas quando veio Jesus, o sol da justiça ele passou a governar o dia, e após o seu sacrifício onde a Igreja foi tirado do seu lado, como a mulher da costela de Adão, a igreja passou a governar a noite, a governar as trevas também. Antes vemos apenas uma separação, mas aqui Deus coloca o luminar maior para governar o dia, e o menor para governar a noite, para que as trevas não mais prevaleçam na noite, mas que na noite, as trevas sejam agora iluminadas. Este dia traz uma revelação muito preciosa para nós, porque testifica mais uma vez que os dias da criação também falam das dispensações de Deus para o homem em cada milênio. No final veremos que estes mil anos são exatos, e não somente porque as Escrituras testificam que mil anos é como um dia e um dia como mil anos (II Pedro 3.8), mas que a cada milênio Deus cumpre o seu propósito e a Sua Palavra cabalmente.

Até o quarto dia, não havia o sol, nem a lua, nem as estrelas, mas somente a luz e as trevas, o dia e a noite. Deus criou o luminar maior e o luminar menor para alumiar a terra, e para que o dia e a noite fossem governado pela luz. Que revelação preciosa quando entendemos que o sol é Jesus, a Lua é a Igreja e as estrelas são filhos de Abraão, os da fé do velho testamento habitando nos céus. Jesus, a Igreja e os filhos da promessa, os filhos da luz agora podem habitar os céus, e não mais estar preso a este mundo sujeito as trevas. A lua que é a igreja, não tem luz própria, mas reflete a luz do sol que é Jesus. Somente quando a terra fica entre o sol e a lua, isto é, quando acontece um eclipse, é que a lua fica sem brilho, e isto nos mostra que a Igreja não pode ser ofuscada pelas trevas da terra. Deus disse que estes luminares foram colocados para governar o dia e a noite. Estes luminares devem governar todo o dia e nunca mais ser escravizado pelas trevas.

A lua como a igreja, só é bela quando vista espiritualmente. Se olharmos para a Igreja pela Sua ótica veremos que ela é bela, prateada e cheia do reflexo da luz do sol. Se nos aproximarmos, e tocarmos nela de perto, vai nos parecer que o seu aspecto é de total ruína. A Igreja sem Cristo, sem a sua luz não é nada, como a lua não é nada sem o sol. A lua vista da terra é bela, e assim deve resplandecer, mas vista de si mesma, do seu próprio solo, é só desolação. Assim também é para nós a Igreja sem Cristo, sem o nosso sol. Quando a vemos espiritualmente, como a Igreja que reflete a luz de Cristo, veremos uma Igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, mas santa e irrepreensível, como o Senhor a vê. Quando queremos fazer desta igreja algo visível, e colocar nossos pés e mãos nela, e fazer que ela resplandeça por si mesma será como o solo lunar, estéril e uma desolação. Esta foi a grande decepção dos primeiros astronautas que colocaram os seus pés no solo lunar. Apesar da conquista, e de seu aspecto belo olhado da terra, de perto não apresentava nada, senão um enorme deserto. Se a Igreja quiser resplandecer alguma luz de si mesma será envergonhada, sem Cristo ela não é nada é um verdadeiro deserto. Que o Senhor nos dê entendimento espiritual para vermos à partir do sol, de Cristo e não da lua, de nós mesmos.

Outro aspecto precioso da lua, é que ela mostra sempre a mesma face para a terra. A terra vê sempre a mesma face da lua voltada para ela, porque a lua não gira em torno de si mesma como a terra. Isto significa que a Igreja em todos os tempos, mostrou a mesma face Cristo, de santidade, fé e amor à terra. Hoje não se fazem mais expedições para a lua, porque nela não se tira nada para o proveito do homem. Assim também é com a igreja quando o homem quer colocar os seus pés e tocar com as suas mãos. Tudo o que o homem puser a mão, não mostrará nada, a não ser ruína e um deserto. Já a Igreja que expressa a Cristo, mesmo enquanto é noite e o Sol da Justiça não aparece, ela continua iluminando, governando a noite e refletido a luz de Jesus. A mente natural não pode entender essas coisas, as coisas do Espírito de Deus, mas o que a mente espiritual discerne bem todas as coisas.

Mesmo que os filhos das trevas estejam cobrindo a terra em grande número, a Igreja, refletindo o brilho do sol, não deixa que as trevas prevaleçam. Hoje a Igreja governa a noite, porque o Dia que é Jesus se foi, mas voltará: "Importa que façamos as obras daquele que me enviou, enquanto é dia; vem a noite, quando ninguém pode trabalhar" João 4.4. A Igreja governa sobre a terra enquanto Jesus não volta. Jesus como o sol envia a sua luz através da lua, da Igreja. Como a lua tem influência sobre a criação, as plantas, as marés, a Igreja através do sol, refletindo a sua luz também deve influenciar com esta luz toda a terra. A Igreja deve ser luz no mundo. Sobre isto está escrito: "Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade situada sobre um monte; nem os que acendem uma candeia a colocam debaixo do alqueire, mas no velador, e assim ilumina a todos que estão na casa. Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras, e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus" Mateus 5.14-16.

As trevas não governarão a terra enquanto a Igreja estiver sobre ela. Haverá um tempo em que ela será tirada, como nos diz a Sua Palavra, e então Satanás voltará a governar a terra por um período de tempo, haverá só trevas novamente sobre a terra, mas por muito pouco tempo: "Pelo que alegrai-vos, ó céus, e vós que neles habitais. Mas ai da terra e do mar! porque o Diabo desceu a vós com grande ira, sabendo que pouco tempo lhe resta" Apocalipse 12.12. Este é o tempo em que o sol e a lua não darão a sua luz sobre a terra: "Logo depois da tribulação daqueles dias, escurecerá o sol, e a lua não dará a sua luz; as estrelas cairão do céu e os poderes dos céus serão abalados" Mateus 24.29. Mas quando o sol voltar a brilhar, quando o Senhor voltar e estabelecer o seu reino, desde a volta dele até nos novos céus e nova terra não haverá mais trevas, porque o sol brilhará de dia e de noite. A partir daí não haverá mais noite, nem trevas. Antes a luz e as trevas dividiam o dia, mas à partir daí não haverá mais trevas, nem noite. Aleluia! "E ali não haverá mais noite, e não necessitarão de luz de lâmpada nem de luz do sol, porque o Senhor Deus os alumiará; e reinarão pelos séculos dos séculos" Apocalipse 22.5

As trevas e a morte também foram governadas pelo Diabo até a primeira vinda de Jesus conforme está escrito: "Portanto, visto como os filhos são participantes comuns de carne e sangue, também ele semelhantemente participou das mesmas coisas, para que pela morte derrotasse aquele que tinha o poder da morte, isto é, o Diabo; e livrasse todos aqueles que, com medo da morte, estavam por toda a vida sujeitos à escravidão" Hebreus 2.14-15, e também: "Agora é o juízo deste mundo; agora será expulso o príncipe deste mundo" João 12.31. "Para que, assim como o pecado veio a reinar na morte, assim também viesse a reinar a graça pela justiça para a vida eterna, por Jesus Cristo nosso Senhor" Romanos 5.21.

Quando Jesus destruiu a morte e trouxe à luz a vida e a imortalidade pelo evangelho (II Timóteo 1.10), a luz estava no mundo (João 1.4). Ele é o Sol da justiça, a estrela da alva, a resplandecente estrela da manhã. Ele é a aurora que nos visitou lá do alto (Lucas 1.78-79). Jesus trouxe a luz para os que estavam em trevas, e veio para governar o dia: "O povo que estava sentado em trevas viu uma grande luz; sim, aos que estavam sentados na região da sombra da morte, a estes a luz raiou" Mateus 4.16, e agora que é noite, ele nos deixou, deixou a Igreja para governar a noite: "a luz resplandece nas trevas, e as trevas não prevalecem contra ela" João 1.5. Nós refletimos como um espelho esta glória do Senhor (II Coríntios 3.18). Somos a lua, que o Senhor fez para governar este período da noite, refletindo a luz de nosso Senhor. O dia e a noite continuam, mas as trevas não governam mais a noite, e sim a luz da lua e das estrelas, isto é, a Igreja e o testemunho dos que morreram na fé no velho testamento: "Vós sois a luz do mundo" Mateus 5.14. "Filhos de Deus imaculados no meio de uma geração corrupta e perversa, entre a qual resplandeceis como luminares no mundo" Filipenses 2.15.

Deus nos faz ver em Sua Palavra, que a partir do quarto dia, ou do quarto milênio, a noite passou a ser governada pelos luminares que Deus criou para a terra. Jesus como o Sol, a Igreja como a lua, e as estrelas como os filhos da promessa. Antes de Deus formar o luminar maior e o luminar menor, as trevas governavam a noite, mas a partir do quarto dia como vimos, os luminares começaram a governar tanto o dia como a noite. Chegará certo tempo como vimos, em que o sol se escurecerá, e a lua não dará a sua luz. As estrelas do céu cairão e os poderes dos céus serão abalados (Mateus 24.29). Isto prefigura o período da grande tribulação que virá sobre a terra. Durante este período, quando o Espírito, a Igreja, que são os filhos de Deus se ausentarem, tirados da terra, os poderes das trevas, a escuridão cobrirá toda a terra. Eles irão estar ausentes porque serão arrebatados por Jesus, mas será por pouco tempo, porque em seguida: "aparecerá no céu o sinal do Filho do homem, e todas as tribos da terra se lamentarão, e verão vir o Filho do homem sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória" Mateus 24.30.

Gostaria ainda de destacar as estrelas no céu que nos fala no quarto dia, que prefigura o quarto milênio. Até o quarto dia não havia estrelas nos céus, no firmamento. Abaixo do firmamento havia águas e terra como vimos, mas no céu não havia nem sol, nem lua, nem as estrelas. Como vimos Jesus é o sol, a Igreja a lua, e as estrelas os filhos de Deus por promessa do antigo testamento. Na promessa a Abraão Deus já tinha falado sobre os filhos que daria a Abraão como a areia do mar e como as estrelas nos céus (Gênesis 22.17). A areia do mar seriam os filhos de Abraão que viriam deste mundo, e as estrelas nos céus seriam os filhos de Abraão que viriam por Jesus Cristo, o descendente de Abraão a quem Deus tinha feito as promessas (Gálatas 3.16). Quando Jesus conta a parábola do rico e de Lázaro, Lázaro vai para o seio de Abraão, e o rico para o inferno, e de lá o chama de pai, pai Abraão. Mas vemos que eles estavam em lugares opostos. O rico em tormentos no inferno e Lázaro no mesmo lugar chamado Sheol, mas separados por um abismo, no consolo de Abraão. Mesmo Abraão não estando no inferno se mostrava preso ainda em grilhões da morte, debaixo do império da morte, cativo naquele lugar (Lucas 16.19-31).

Na velha aliança ninguém era chamado de filho de Deus. Como dissemos anteriormente havia a descendência dos filhos de Deus, mas a filiação aconteceu só à partir de Cristo quando Ele nos apresentou o Pai que era Deus: "Disse-lhe Jesus: Deixa de me tocar, porque ainda não subi ao Pai; mas vai a meus irmãos e diz-lhes que eu subo para meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus" João 20.17. Antes do quarto dia as estrelas não existiam porque não eram chamados de filhos de Deus. Os da fé, como os grãos de areia do mar eram chamados de filhos de Abraão, filhos da promessa, e só à partir de Jesus, o primogênito entre muitos irmãos é que tanto os da velha, como os da nova aliança foram chamados filhos de Deus (Romanos 8.29). Então no céu vemos Jesus que é o sol, a lua que é a Igreja que passou a existir só a partir de Cristo, e as estrelas que são todos os morreram na fé na antiga aliança.

Mas uma vez que Jesus desceu lá, nas partes mais baixas da terra, no inferno, depois de sua morte na cruz, onde permaneceu por 3 dias, aqueles grilhões não podiam prendê-lo. Vitorioso ele rompeu esses grilhões e levou cativo tudo o que os mantinham em cativeiro. Não só venceu a morte, mas tomou as chaves da morte e do inferno e tirou todos aqueles que o aguardavam pela fé, que esperavam o seu Redentor, e os levou até os céus. Os colocou no paraíso para resplandecerem agora como estrelas nos céus. Nos céus vemos o sol, o Senhor, a lua que é a Igreja, e todos os da fé do antigo testamento, que também foram feitos filhos de Deus, todos os que tinham morrido antes da ressurreição de Jesus serem colocados como estrelas nos céus. Veja os textos: "Por isso foi dito: Subindo ao alto, levou cativo o cativeiro, e deu dons aos homens. Ora, isto - ele subiu - que é, senão que também desceu às partes mais baixas da terra? Aquele que desceu é também o mesmo que subiu muito acima de todos os céus, para cumprir todas as coisas..; Mas tendes chegado ao Monte Sião, e à cidade do Deus vivo, à Jerusalém celestial, a miríades de anjos; à universal assembleia e igreja dos primogênitos inscritos nos céus, e a Deus, o juiz de todos, e aos espíritos dos justos aperfeiçoados; e a Jesus, o mediador de um novo pacto, e ao sangue da aspersão, que fala melhor do que o de Abel..;  Por esta razão dobro os meus joelhos perante o Pai, do qual toda família nos céus e na terra toma o nome..;  Mas Deus, sendo rico em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, estando nós ainda mortos em nossos delitos, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos), e nos ressuscitou juntamente com ele, e com ele nos fez sentar nas regiões celestes em Cristo Jesus"  Efésios 4.8-10; Hebreus 12.22-24; Efésios 3.14-15; Efésios 2.4-6.

Como podemos ver pelas Escrituras o Senhor que é o sol está nos céus, a Igreja, a Universal Assembleia está nos céus, e os que morreram na fé na velha aliança estão nos céus, e nós que ainda estamos caminhando nesta terra também estamos nos céus porque estamos assentados nos lugares celestiais em Cristo. Já somos todos cidadãos dos céus, concidadãos dos santos, membros da família de Deus. Os filhos de Deus agora brilham nos céus também, e mesmo os que não chegaram a ser a Igreja, os que são antes da era da Igreja hoje também brilham nos céus como estrelas. Somos todos celestiais: "O primeiro homem, sendo da terra, é terreno; o segundo homem é do céu. Qual o terreno, tais também os terrenos; e, qual o celestial, tais também os celestiais. E, assim como trouxemos a imagem do terreno, traremos também a imagem do celestial" I Coríntios 15.47-49.

A árvore frutífera da nação de Israel, não poderia crescer e dar o seu fruto sem o sol, a lua e as estrelas. Nada frutifica sem a luz do sol, e Israel não poderia dar fruto sem Jesus. Mas agora, nós que estamos enxertados na videira, podemos dar muito fruto e resplandecer no meio das trevas: "Eu sou a videira; vós sois as varas. Quem permanece em mim e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer. Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras, e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus." João 15.5; Mateus 5.16. Quando olhamos para o firmamento podemos ver o testemunho de Jesus, da Igreja resplandecendo a Jesus, e do testemunho do antigo testamento que morreram na fé também brilhando.

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