A última hora

"Filhinhos, esta é a última hora; e, conforme ouvistes que vem o anticristo,

já muitos anticristos se têm levantado; por onde conhecemos que é a última hora". I João 2.18.

Quando Deus diz em II Timóteo 3.16 que: "Toda Escritura é divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justiça; para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente preparado para toda boa obra", Ele está nos confirmando que tudo o que foi escrito para nosso ensino foi escrito (Romanos 15.4).

Não há nada nas Escrituras que não seja útil, que não seja proveitosa, que não seja perfeita. Nós podemos não compreender todas as coisas, mas cada uma delas foi colocada com uma utilidade, seja para ensinar (Romanos 15.4), para repreender (Provérbios 6.23), para corrigir (Hebreus 12.10), ou para instruir em justiça (Romanos 1.17). A Palavra que saiu da boca de Deus, não voltará para Ele vazia (Isaías 55.11). Peço que você não leia apenas este texto escrito, mas que medite nas Escrituras, nos textos que estão entre parêntesis.

Deus vem nestes últimos dias, trazer um ensino que tem uma utilidade muito fundamental para a Igreja, que é o ensino da segunda volta de Jesus Cristo. Jesus disse: "E, se eu for e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos tomarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também" João 14.3. Esta expressão: "virei outra vez", é confirmada por Deus em várias passagens bíblicas.

Jesus sempre fez questão que Sua Igreja, em todo o tempo, considerasse que Ele estivesse para voltar em breve. Tanto era assim que os apóstolos esperavam para o seu tempo esta volta. A volta de Jesus era tão esperada pelos discípulos, que muitos na Igreja de Tessalonicenses estavam até deixando de trabalhar e andavam de casa em casa aguardando o retorno do Senhor (II Tessalonicenses 2.1-2).

O apóstolo Paulo escreveu naquele tempo, que ainda viriam os últimos dias, e estes dias que ele se referiu já passaram. Nós não estamos mais nos últimos dias como nos avisou o apóstolo, mas na última hora como vemos o apóstolo João dizendo em I João 2.18: "Filhinhos, esta é a última hora; e, conforme ouvistes que vem o anticristo, já muitos anticristos se têm levantado; por onde conhecemos que é a última hora". Quando Estevão viu os céus abertos, ele viu que Jesus tinha recém-chegado nos céus e estava em pé a direita de Deus Pai para o receber (Atos 7.56). João também teve a mesma visão após a vitória de Cristo e sua ascensão: "Nisto vi, entre o trono e os quatro seres viventes, no meio dos anciãos, um Cordeiro em pé, como havendo sido morto, e tinha sete chifres e sete olhos, que são os sete espíritos de Deus, enviados por toda a terra" Apocalipse 5.6. Mas Jesus não ficou em pé; em seguida vemos que Ele se assentou à destra da majestade nas alturas. Na visão seguinte de João ele vê o mesmo Cordeiro assentado no trono (Apocalipse 5.13).

Só que agora vemos mais uma vez um movimento de Jesus, onde não está mais assentado à destra de Deus, mas em pé novamente, e não mais à direita de Deus, mas às portas, porque está escrito: "Aprendei, pois, da figueira a sua parábola: Quando já o seu ramo se torna tenro e brota folhas, sabeis que está próximo o verão. Igualmente, quando virdes todas essas coisas, sabei que ele está próximo, mesmo às portas" Mateus 24.32-33." Não vos queixeis, irmãos, uns dos outros, para que não sejais julgados. Eis que o juiz está à porta" Tiago 5.9.

Este ensino sempre foi muito útil para a Igreja em todos os tempos, e muito mais para os nossos dias, porque o tempo está próximo (Apocalipse 1.3). Em Isaías 34.16, Deus nos diz que nenhuma das coisas que foram escritas falhará. Jesus também disse: "Passará os céus e a terra, mas as minhas palavras jamais passarão" Mateus 24.35. Deus deixou as coisas antigas escritas para testemunho a nós. Já as coisas presentes, são para que vivamos diante dEle, crescendo na graça e no Seu conhecimento; mas também deixou as coisas futuras, para que nos preparemos. Jesus disse: "Por isso ficai também vós apercebidos; porque numa hora em que não penseis, virá o Filho do homem" Mateus 24.44.

Este ensino é muito importante para a Igreja, porque Jesus quer que todos os que lhe pertence, estejam "aguardando a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do nosso grande Deus e Salvador Jesus Cristo" (Tito 2.13). Ele diz: "Certamente cedo venho" Apocalipse 22.20. Ele quer que todos aqueles que lhe pertence estejam como as virgens prudentes, com óleo na lâmpada como também na botija, isto é, não só com o Espírito habitando em nós, mas cheios do Espírito, e amando à sua vinda (II Timóteo 4.8); não como as virgens insensatas que pensavam que seu noivo ainda iria demorar, e não se prepararam (Mateus 25.1-13).

Até bem pouco tempo atrás, pensava que poderíamos discernir facilmente quando Jesus estaria para voltar, mas o próprio Jesus disse: "Vigiai pois, porque não sabeis nem o dia nem a hora" Mateus 25.13. Não sabemos o dia nem a hora, portanto, devemos estar preparados. Este dia será um dia normal, será um dia em que as pessoas estarão casando-se, outros viajando, outros em suas camas, outros trabalhando no campo e nos moinhos (Mateus 24.35-41 e Lucas 17.34). Quando Jesus voltar, a Igreja estará com os seus afazeres normais e não num monte ou dentro de algum templo. Por isso é que devemos estar vigiando, porque quer estejamos trabalhando quer estejamos dormindo, vivamos juntamente com ele (II Tessalonicenses 5.10). Jesus disse que nem Ele sabe qual será este dia porque está na autoridade do Pai. Sua medida pode encher a qualquer momento, e, portanto, fazer cumprir a sua promessa. Isso chamamos o kairós de Deus, a tempo de Deus que não está sujeito ao nosso tempo cronológico. Por isso que todos que colocaram data na volta de Cristo ficaram confundidos.

Há filhos de Deus, que pela falta de conhecimento deste ensino, estão envolvidos com as coisas deste mundo, e até fazendo planos para o futuro. Muitos estão enganados pensando que a salvação de suas almas e o batismo nas águas é o fim de tudo. Que somente o penhor do Espírito os qualificam eternamente para receberem todas as bênçãos espirituais que lhe foram dadas em Cristo, e não entendem que há uma jornada. É como se pensassem que sair do Egito, e passar o mar e chegar são e salvos no deserto é a vontade de Deus. Ignoram que há um Jordão, uma terra prometida e que muitos, como os que saíram do Egito não puderam entrar por causa da desobediência também ficarão de fora. Não ouve proveito a eles a sua saída do Egito que tipifica o mundo, porque não alcançaram a promessa daquela terra que emanava leite e mel. Não estou afirmando com isso de perda de salvação, mas do reino e isto vamos entender mais à frente em nossa meditação.

Este sintoma é fruto da falta desta revelação. Por isso, no cuidado com a Sua Igreja, Jesus a está santificando, e purificando pela lavagem da água pela palavra (Efésios 5.26). São mais de 500 versículos proféticos acerca da segunda volta de Cristo. Sobre a segunda volta de Jesus Cristo, Deus mesmo deu testemunho quando O ressuscitou dentre os mortos (Atos 17.31). Aquele que diz "Certamente cedo venho", virá. Jesus antes da sua partida, chamou os seus discípulos para lhes falar sobre estes dias. Em Mateus 24 e 25, encontramos Ele ensinando para que não fossemos enganados (Mateus 24.4). Depois de relatar sobre o princípio das dores, sobre a grande tribulação e a vinda do Filho do homem, Ele tratou sobre a vigilância, as parábolas dos dois servos, das dez virgens e dos talentos, com a finalidade de que a Igreja estivesse preparada para a sua volta.

Na exortação à vigilância, Jesus trata da necessidade de cada um conhecer a Cristo, e na parábola dos dois servos de sermos mordomos fiéis com a Igreja. Na parábola das dez virgens Jesus fala do resultado deste conhecimento de maneira individual, e na parábola dos talentos, do resultado da nossa vida no serviço dos dons com a Igreja. Para entendermos melhor, vamos atentar passo a passo, porque este ensino de Deus, tem como finalidade na vida da Igreja, trazer vigilância, zelo, crescimento e boas obras.

Em sua exortação sobre a vigilância, Jesus diz: "Vigiai, pois, porque não sabeis em que dia vem o vosso Senhor; sabei, porém, isto: se o dono da casa soubesse a que vigília da noite havia de vir o ladrão, vigiaria e não deixaria minar a sua casa. Por isso ficai também vós apercebidos; porque numa hora em que não penseis, virá o Filho do homem" Mateus 24.42-44. Aquele que vigia, não pode estar distraído, nem mesmo toscanejando, e muito menos dormindo (Efésios 5.14). Quantas vezes não nos distraímos com tantas coisas? Quanto tempo não perdemos com coisas que não tem vida, que não é pão, que não alimenta espiritualmente. O tempo é uma das coisas mais preciosas para Deus, e deveria ser também para nós, mas é uma coisa que mais se gasta, que distraídos deixamos passar, sendo que ele deveria ser mais valorizado e remido. Jesus disse: "Eu sou o pão da vida..., quem de mim se alimenta, também viverá por mim" João 6.35, 57.

Aquilo que alguém estiver cheio, disso falará a sua boca. Se você estiver cheio das imundícies, das fofocas, da política, das novelas, revistas e internet é disto que falará a sua boca. Se você estiver cheio do pão da vida, da água da vida, do seu interior fluirão rios de água viva. Tudo o que não é Cristo, a verdade, é vaidade. Vaidade de vaidades, tudo é vaidade (Eclesiastes 12.8). Vaidade é algo vazio, vão, que não tem valor algum. Tudo o que não é Cristo é vaidade, porque somente Ele é a verdade.

Toda Escritura testifica de Jesus, e o capítulo de Gênesis não poderia ser diferente. O primeiro capítulo de Gênesis, fala da criação de Deus, e não somente isto, mas também nos mostra o plano de Deus em sua totalidade. Há várias passagens nas Escrituras que mostram o tempo recorrido, mas também ela tem um cunho profético. Um exemplo disso são as sete igrejas de Apocalipse, as jornadas no deserto, os cânticos dos degraus nos Salmos 120 a 134. Todas essas passagens nos mostram tempos na nossa vida cristã, e assim também são com os sete dias da criação em Gênesis capítulo 1 e 2. Jesus disse que o Espírito da verdade que habita em nós, nos ensinaria as coisas vindouras (João 16.13), e é sobre o que o Espírito vem nos ensinando que queremos compartilhar. Neste momento queremos meditar nesses sete dias da criação, mas você também poderá procurar estudos que falam dos outros tempos que nos referimos acima.

Deus é um arquiteto, e por isso, um Deus de muitos números. Podemos dizer que tudo o que Deus fez envolve números. Seja em dias, meses e anos; horários, distâncias ou leis. Um cientista jamais poderia confiar numa lei se não fosse assim. Um navegador da mesma forma não teria como seguir mapas ou estrelas. Um relógio não poderia ser feito, se as 24 horas do dia não fossem exatas, sem nenhum milésimo de segundo de erro. Sem o Deus dos números exatos, o homem não poderia jamais ter chegado a descoberta nenhuma, muito menos chegar a outro planeta.

Os sete dias que envolveram a criação de Deus, não diz respeito somente à criação em si, mas ao plano de Deus, que duraria 7 mil anos. Nesta contagem usaremos um tempo cronológico e um tempo que é o de Deus, o kairós de Deus, porque as Escrituras nos dizem que um dia para Deus são como mil anos, e mil anos como um dia (II Pedro 3.8). Vamos olhar para as Escrituras porque cremos que o Senhor está mesmo às portas, e a Igreja precisa estar preparada.

Como iremos ver, os sete dias da criação são também tempos espirituais, porque nossas experiências são comparadas a alguns dias da criação, como o primeiro dia que diz: "Disse Deus: haja luz. E houve luz" Gênesis 1.3. Em II Coríntios 4.6, o apóstolo Paulo fala da nossa experiência com Cristo, usando a mesma expressão da criação quando diz: "Porque Deus, que disse: Das trevas brilhará a luz, é quem brilhou em nossos corações, para iluminação do conhecimento da glória de Deus na face de Cristo". Como o primeiro dia da criação, este também é o primeiro dia do nosso gênesis, na nova vida, na nova criação, no nosso novo nascimento.

Outro exemplo é do quarto dia, quando Deus disse: "haja luminares no firmamento do céu, para fazerem separação entre o dia e a noite; sejam eles para sinais e para estações, e para dias e anos; e sirvam de luminares no firmamento do céu, para alumiar a terra. E assim foi" Gênesis 1.14-15. Mais uma vez a criação mostra nossa experiência espiritual com o Senhor quando diz: "para que vos torneis irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus imaculados no meio de uma geração corrupta e perversa, entre a qual resplandeceis como luminares no mundo" Filipenses 2.14. Neste dia da criação, também encontramos um simbolismo de Cristo e Sua Igreja. O luminar maior que é o Sol, e tem luz própria é Jesus. Já a Igreja é figurada pela lua, pois, ela não tem luz própria, mas brilha com a luz do Sol que é Cristo. Vamos então caminhar dia a dia, e veremos que estamos no fim do sexto dia, prestes a entrar no sétimo dia, o descanso sabático prometido por Deus para Cristo, seu povo, a terra e sua criação (Hebreus 4.9).

O versículo 1 e 2 de Gênesis nos mostram a situação da terra antes de Deus criar vida nela. As Escrituras dizem: "No princípio criou Deus os céus e a terra. A terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo, mas o Espírito de Deus pairava sobre a face das águas". Muitas analogias têm sido feitas com estes versículos. Há uma teoria chamada de "teoria da lacuna" que vem desde um século antes da vinda de Cristo, onde alguns homens usaram textos bíblicos para provarem o que aconteceu entre os versículos 1 e 2 de Gênesis, onde anjos caídos possuíram mulheres e criaram seres híbridos.  Mas se formos além do que está escrito, podemos incorrer no erro de nos ensoberbecermos uns contra os outros (I Coríntios 4.7), ou sermos achado mentiroso e de forma mais perigosa ainda encobrir o verdadeiro conselho de Deus (Provérbios 30.6; Jó 42.3). Se Deus quisesse falar algo sobre isso não deixaria esta lacuna como alguns pensam existir, porque no capítulo 2 de Gênesis teria trazido detalhes como fez com as outras coisas criadas.

Quando Deus criou os céus e a terra, ela era um planeta como qualquer outro do sistema solar. Os homens querem encontrar vida nestes planetas, mas só encontram pó. Quando chegaram à lua, viram que a lua só tinha pó, e que o tipo de solo lunar só existia lá mesmo. A frustração foi tanta, que nem se fala mais em expedição à lua. Apesar de terem chegado a Marte através de sonda, constatarão a mesma coisa, e assim será com todos os planetas que o homem conseguir chegar, um planeta vazio, sem forma de vida. A terra era como a lua, como Marte hoje, somente pó, então Deus começou a dar forma e enchê-la, mostrando os seus atributos invisíveis, bem como o Seu eterno poder e divindade (Romanos 1.20). Nestes dois primeiros versículos, Deus é revelado como o Criador do Universo. No verso seguinte, o Espírito de Deus, está pronto para agir e executar os desígnios de Deus. Naquele momento só havia pó e trevas, mas Deus que é luz, começou então a criar.

Os cientistas podem tirar da terra conclusões que contradizem este ensino do Espírito Santo, mas esta é a chamada falsa ciência (I Timóteo 6.20). Deus usa as coisas loucas do mundo para confundir as sábias. Para nós que somos seus filhos, os seus verdadeiros adoradores, podemos ver a sua criação e dizer: "Quando contemplo os teus céus, obra dos teus dedos, a lua e as estrelas que estabeleceste..." Salmos 8.3. Os que se dizem sábios, tornaram-se estultos, loucos, pois trocaram a verdade de Deus em mentira, e estão servindo à criatura antes que ao Criador que é bendito eternamente (Romanos 1.25).

Em nenhum lugar a Bíblia tenta provar a existência de Deus. Nesses sete dias, Ele mesmo se revela como o Único Deus. Em Isaías 43.13, Ele diz: "Eu sou Deus; e antes que houvesse dia, eu o sou". O Salmista também disse: "Quando entrei no santuário, então entendi" (Salmos 73.17). Só podemos entender, quando entramos nas suas recâmaras. O segredo do Senhor é para os seus, e é nesta fé que vamos olhar para o primeiro dia.

Antes, devemos lembrar novamente que estes dias falam da criação de Deus, mas também representam os tempos da dispensação de Deus para o homem. Foi por isso que Deus levou sete dias para criar tudo. Para Deus, tudo poderia ser criado em apenas 1 dia, ou mesmo segundos, pois, era somente Ele falar cinco palavras, e tudo se faria. Deus criou tudo pela Sua Palavra. Ele disse e tudo apareceu. Para isto, não necessitaria mais do que segundos. Mas Deus criou o mundo em seis dias, e no sétimo descansou, porque Ele quer com estes sete dias, nos mostrar os sete mil anos de Seu Plano Divino. Cada dia mil anos.

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